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Nessahan Alita - Textos Complementares I
#10
16. Auto-poder masculino

Uma coisa é dominar a si mesmo. Outra coisa é dominar o outro. Quem domina a si mesmo é altamente adaptável, acabando por conduzir o outro sem forçar sua vontade ou seu livre arbítrio, através de seus próprios desejos e paixões. Por aceitar e adaptar-se, é capaz de seguir, sem identificação, o curso das paixões alheias. Há homens que se deixam tomar pelo desejo de que as mulheres façam aquilo que eles querem.

Estão possessos por uma paixão: a vontade está aprisionada neste desejo. Se não eliminarem esta fraqueza, poderão ser conduzidos e manipulados por aí: as mulheres fingirão atendê-los e os arrastarão para onde quiserem. É importante, por tal razão, renunciar ao desejo de forçá-las a se enquadrarem nos moldes idealizados que criamos. Temos que destruir tais moldes para nos adaptarmos ao que elas realmente são, ao que de fato nos apresentam e nos oferecem. Isto não é submissão mas sim adaptação. O auto-poder masculino deve ser assim entendido: o poder do homem exercido sobre ele mesmo. O homem deve ser senhor dos seus próprios sentimentos.

A frustração das expectativas masculinas por parte das mulheres é possível, em parte, porque os homens se deixam dominar pelo desejo de que elas façam aquilo que eles querem. É esta a principal expectativa que sofre frustração. Para desarticular o processo, basta não ter expectativa alguma. Como? Por meio da morte dos defeitos. 

Aceitar tudo, adaptar-se e tirar proveito do que for possível e enquanto for possível, eis a minha sugestão. Não perder tempo esmurrando a faca, se digladiando estupidamente contra o inevitável. O leitor me perguntará se há um limite. Eu direi: o limite são os danos causados em nossa vida. A mulher tem todo o direito de fazer o que quiser com a sua própria vida, mas não com a nossa.

O limite é o abuso sobre nossa pessoa. Entendeu? O motivo pelo qual algumas mulheres detestam o que escrevo é porque sugiro ao homem a rebeldia psicológica na relação com o sexo oposto. Sugiro que o homem deixe de ser submisso afetivamente e que busque a independência emocional. Muitas mulheres não aceitam isso porque desejam manter os homens sob seus pés. 

17. Porque elas são tão fascinantes

O que torna as mulheres tão atraentes aos olhos dos homens é a feminilidade. E o que é a feminilidade? No meu modo de pensar, é a fragilidade, a delicadeza e a meiguice. São estas características que tornam a mulher mais feminina e quanto mais feminina for uma mulher, mais atraente será. A mulher que quer ser atraente aos olhos masculinos mostra-se feminina em todos os aspectos, até onde seja capaz. Inversamente, a mulher que não quer ativar o desejo sexual dos homens mostra-se semelhante a eles.

É claro que então os homens irão repelí-la, já que ela lhes proporciona a mesma sensação de estranhamento proporcionada por outros homens. Do ponto de vista da afinidade sexual, macho é fortemente atraído pelo que lhe é oposto enquanto gênero e repele aquilo que lhe é semelhante. As mulheres estão imbuídas do feminino universal. Quando entram em nosso campo de percepção, suas características desagradáveis e defeitos ficam excluídos de nossa consciência, ofuscados pelos traços femininos arquetípicos. Em outras palavras: enxergamos somente a adorável feminilidade e ficamos cegos para todo o restante. Por ser tão maravilhoso e paradisíaco, o feminino mascara o lado desinteressante, do qual elas também são portadoras.

Entretanto, este idílio é uma fantasia e dista muito da mulher real. Esta raramente é percebida. Quando a fantasia é desfeita subitamente, contra a nossa vontade, pode transformar-se na fantasia oposta: a de que a mulher é um ser terrível com imensos poderes. Ambas as fantasias são equivocadas, pois o poder delas é conferido por nosso próprio psiquismo.

É dentro de nós, portanto, que está o problema. O feminino é uma força da natureza e não uma exclusividade das mulheres, como todo mundo pensa. Tudo na natureza se desenvolve de acordo com as polaridades. Muito antes das mulheres existirem sobre a Terra, o feminino já existia. O feminino é eterno e universal. 

18. Sobre os níveis de aproximação

Tentarei suprir agora um importante aspecto que acredito ter negligenciado nos livros. Os princípios estratégicos desenvolvidos nos meus textos algumas vezes se mostraram contraditórios e, pelo que andei observando, deixaram alguns leitores confusos. Isso porque os textos careceram de maiores esclarecimentos a respeito dos níveis de aproximação nos quais cada uma das “táticas de guerra” são funcionais.

Tentarei aprofundar este ponto e resolver este problema. Antes de mais nada, convém lembrar que, por ser o comportamento feminino não-lógico, a contradição é inerente à guerra da paixão e que as táticas, por tal motivo, devem ser igualmente contraditórias, opostas e antagônicas entre si mesmas. Uma tática que é altamente eficaz em um nível, poderá ser inútil ou prejudicial em outro. Vejamos mais de perto.

No terreno da lida amorosa com as mulheres, pude constatar a existência dos seguintes níveis, em ordem crescente de estreitamento da intimidade:

1. Primeiro nível: ela não percebe a sua existência;
2. Segundo nível: o contato é estabelecido;
3. Terceiro nível: sua intenção é explicitada;
4. Quarto nível: o contato físico íntimo é conseguido.

No primeiro nível, você não existe para ela. É apenas mais um em meio à multidão de idiotas e capachos do mundo. Neste nível, para sair desta insignificância humilhante, é que adotamos os procedimentos de fingir que não notamos sua presença, somos atenciosos com suas rivais, nos aproximamos sem dirigir-lhe o olhar (para que ela forçosamente saiba que estamos ali), evitamos ficar fitando decotes e pernas, simulamos indiferença, a fitamos repentinamente dentro dos olhos com uma certa “cara de mau” e não desviamos o olhar, adotamos ações de isolamento específico e coisas assim.

Neste nível, são fatais as seguintes burradas: macaquices para chamar a atenção, dar sorrisinhos simpáticos, apressar-se em ser prestativo, deitar na lama para que ela passe por cima, fazer cara de bonzinho, plantar bananeira, ficar se exibindo em cima de pedestais e coisas parecidas. Se fizer as coisas certas e evitar as coisas erradas, você provavelmente passará, aos poucos, para o outro nível porque sua existência será finalmente notada.

A “técnica do homem durão” (homem que não dá bola) pertence a este nível. No segundo nível, você faz algo ou aproveita alguma oportunidade para travar um contato. Este é o nível em que você já tem condições de falar com ela. Você somente entrará neste nível se insinuar-se (CORRETAMENTE!) para o contato. Se ficar amuado, permanecerá no primeiro nível por séculos, até que aprenda a entrar na fase seguinte. Não adianta achar que ela irá empurrá-lo para dentro deste nível. Isto nunca acontecerá e, se acontecer, tenha certeza de que há algo errado. Aqui principiam algumas infernizações, mas, como ainda não há convivência, são muito incipientes.

Nossa intenção de contato pode ser desdenhada ou rejeitada, a mulher poderá fazer caras e bocas, ser seca, fria, inamistosa ou algo assim. Em suma: pode criar uma barreira. Por isso, o melhor é ter sempre um bom motivo para justificar a aproximação, dando a entender que não estamos sendo motivados por um interesse específico em sua pessoa. O interesse específico pela mulher não necessita transparecer (já que elas sempre pressupõem isso) e deve até mesmo ser escondido. Ela deve acreditar justamente no contrário: que não há interesse específico por ela, que o contato está sendo buscado por força maior, por outras razões.

Se a barreira ainda persistir, não haverá outro remédio senão travar o contato atingindo-a nos sentimentos com atitudes calculadas que a desagradem (como, por exemplo, afrontar suas convicções e seus gostos). Uma vez completamente inseridos neste nível, o auto-domínio que se exterioriza como domínio da relação é cada vez mais exigido de nós, principalmente se nos houvermos introduzido por meio do desagrado.

São burradas fatais que costumamos cometer aqui: agir de forma a denunciar que estamos loucos de paixão e desejo, nos fascinarmos, deixarmos nos arrastar para conflitos e brigas, falar mansamente, nos efeminarmos nos modos na vã esperança de entrar em simpatia, fingir bondade, sermos pegajosos, telefonar sem parar, perseguir, assediar, prolongar as conversas até que a mulher se canse e termine o diálogo e, em geral, tudo o que demonstre que lhe damos muita importância positiva ou negativa.

Avançamos ao longo desta fase deixando transparecer que estamos disponíveis mas não interessados especificamente, aproveitando as aberturas, comportando-nos de forma altamente masculina, comandando as conversas, orientando, ajudando e protegendo, sempre sem darmos muita bola e escondendo o nosso interesse. Uma boa forma de avançar é fazer convites pouco comprometedores. Se você escancarar o desejo, irá satisfazer o instinto de continuidade da espertinha e ela fugirá de você, feliz da vida.

Então deve escondê-lo enquanto o contato se estreita, a atração surge e a intimidade se estabelece gradativamente. De forma muito sutil, o empenho de provocar o encantamento romântico pode ser principiado aqui e aprofundar-se na etapa seguinte. O terceiro nível é aquele em que já não precisamos mais fingir que não temos pênis para aquela que desejamos18, ou seja, aquele em que deixamos claro que somos machos querendo acasalamento e que não nos contentamos em ser simples “amigos” da espertinha. É aqui que começamos a enfrentar a infernização do comportamento ambíguo.

A maior parte das infernizações e artimanhas manipulatórias que descrevi nos livros pertencem a esta fase e à seguinte, já que nas anteriores não havia contato suficiente para que fossem funcionais. É aqui que adotamos o “ultimatum” e o “encurralamento”, se tivermos coragem de enfrentar o pior, ou então simplesmente aceitamos a indefinição para tirar proveito do que for possível, enquanto tentamos ativar a sua atração.

Antecipar frustrações, forçar amigavelmente definições em direções imprevistas e desmascarar intenções femininas dissimuladas também podem ser úteis nesta etapa. São erros masculinos comuns: pressionar de forma previsível (em direção ao que desejamos), criar expectativas, alimentar esperanças, tentar forçar a mulher a se enquadrar em moldes idealizados, querer que ela seja como gostaríamos, entrar em um teimoso “cabo de guerra”, querer ganhar os joguinhos, querer que ela se humilhe, que manifeste carinho, que demonstre que somos importantes etc.

Nesta fase o homem tende a perder a maleabilidade comportamental e a capacidade de alternância, fixando-se em linhas de ação que o tornam previsível e incapaz de surpreender. O quarto nível é aquele em que finalmente atingimos a meta: ela está em nossos braços e conquistamos uma relação estável com uma mulher que realmente nos agrada! Isso é o que realmente interessa! Para não retroceder aos níveis anteriores, é preciso combinar o seguinte: sexo intenso, auto-domínio, desapego e liderança protetora. Nesta fase o instinto feminino para dominar o macho se mostra com toda a sua força. Ela o testará, em intervalos, por todo o tempo em que a relação durar. Aqui costumam ocorrer provocações irritantes, ataques histéricos, provocações de ciúmes, vários tipos de trapaças e mentiras.

São erros normalmente cometidos pelos homens nesta etapa: levar o comportamento feminino a sério, enfurecer-se, gritar, vingar-se, deixar-se levar pela ira ao invés de desarticular habilmente tais infernos, acreditar que a sua parceira é a melhor da Terra, girar em círculos viciosos, caindo sempre nas mesmas armadilhas, identificar-se com as situações ao invés de manter-se acima delas etc. Em alguns casos, podemos percorrer todos os quatro níveis com extrema rapidez. Em outros, levamos muito tempo. Podemos ainda permanecer estagnados em qualquer nível por tempo indefinido ou até mesmo retroceder do último para o primeiro, fato que se verifica quando os casais se separam e se esquecem mutuamente e para sempre. 
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RE: Nessahan Alita - Textos Complementares I - de Guardião - 23-01-2021, 10:55 AM

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