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Nessahan Alita - A Guerra da Paixão
#1
O SOFRIMENTO AMOROSO DO HOMEM - VOLUME III


A Guerra da Paixão


As Artimanhas e os Truques Ardilosos das Mulheres no Amor
Por Nessahan Alita


Dados para citação:

ALITA, Nessahan (2005). A Guerra da Paixão: As Artimanhas e os Truques Ardilosos das
Mulheres no Amor. In: O Sofrimento Amoroso do Homem - Vol. III. Edição virtual
independente de 2008.


Resumo:

Muitas mulheres vêem o amor como uma guerra ou jogo que não suportam perder e tentam vencer a todo custo. Na guerra da paixão, vencerá aquele que conseguir induzir o parceiro ao apaixonamento e perderá aquele que se deixar apaixonar. O parceiro apaixonante será o vitorioso. O parceiro apaixonado será o derrotado. As artimanhas indutoras do apaixonamento podem ser desarticuladas mediante um estado interior adequado.


Palavras-chave:

atração sexual - relacionamentos amorosos - defesa emocional



Advertência


Esta obra deve ser lida sob a perspectiva do humor e da solidariedade, jamais da revolta. Este livro ensina a arte de desarticular e neutralizar as artimanhas femininas no amor, bem como preservar-se contra os danos emocionais da paixão. Seu tom crítico, direto, irônico e incisivo reflete somente o apontamento de falhas, erros e artimanhas. Suas ideias foram publicadas para fomentar discussão e estão sujeitas a modificações contínuas.

As artimanhas aqui denunciadas, desmascaradas e descritas correspondem a expressões femininas, inconscientes em grande parte, de traços comportamentais comuns a ambos os gêneros. O perfil delineado corresponde a um tipo específico de mulher: aquela que é regida pelo egoísmo sentimental. O autor não se pronuncia a respeito do percentual de incidência deste perfil na população feminina dos diversos países e reprova terminantemente a formação de quaisquer grupos sectários e dogmáticos a partir de suas ideias.

O autor não se responsabiliza por más interpretações, leituras tendenciosas, generalizações indevidas ou distorções intencionais que possam ser feitas sob quaisquer alegações e nem tampouco por más utilizações deste conhecimento. Aqueles que distorcerem-no ou utilizarem-no indevidamente, terão que responder sozinhos por seus atos.

As críticas aqui contidas não se aplicam às mulheres sinceras.



Introdução


Muito se tem escrito sobre a perfídia dos homens e pouco se tem escrito sobra a perfídia das mulheres. Sem negar de modo algum a existência de um lado superior, maravilhoso, paradisíaco e divino no feminino e nem tampouco o lado negativo do masculino, venho agora tentar suprir esta carência clarificando um pouco o que falta.

Há na mulher duas instâncias: uma superior e outra inferior. O lado superior corresponde à Mulher autêntica; o lado inferior corresponde à fêmea humanóide animal. Sobre a maldade da fêmea animal as pessoas não costumam falar muito, é um tabu. Todo aquele que se atreve a apontar as crueldades e debilidades femininas é imediatamente rotulado como um simples machista retrógrado e misógino.

Infelizmente, as mulheres atuais em grande parte estão polarizadas negativamente na relação com os homens, nem sempre dando voz à parte superior e boa que há nelas. As verdadeiramente sinceras, que também existem, estão perdidas no meio da multidão e não podem ser encontradas facilmente porque as espertinhas se fazem passar por honestas.

Como aquelas que não servem para o casamento são dissimuladas e juram pela alma que são fiéis, honestas e sinceras, as poucas que serviriam para uma relação séria e estável não podem ser detectadas sem grande dificuldade. Mulheres (e homens) sinceras no amor nunca foram abundantes ao longo da história mas nos dias de hoje estão em rápida extinção, desaparecendo velozmente devido à decadência do mundo atual.

As mulheres me parecem mais propensas do que os homens a certas obsessões afetivas: são imprevisíveis, contraditórias, mudam a todo momento, nunca sabem direito o que querem, desejam coisas incompatíveis e nem sempre orientam logicamente os seus comportamentos.

Suas oscilações hormonais, tendências a depressão pós-parto, fragilidades corporais etc. são elementos que devem ser levados em consideração no momento de julgarmos suas atitudes, o que, invariavelmente, nos obriga a sermos indiferentes às suas crueldades e a não levá-las muito a sério, perdoando-as, sob a pena de sofrermos um bocado caso não o façamos. Aquele que não as aceita tais como são, debatendo-se inutilmente contra o inevitável, perderá o juízo pois a tristeza nos arrasta quando as perseguimos.

Aquele que "corre atrás" da incoerência feminina para tentar revertê-la à força já está acorrentado sem o perceber. Uma obsessão à qual muitas são propensas consiste em desejar obsecadamente serem amadas sem pagar o preço correspondente dando amor, certeza e fidelidade. Trata-se de um egoísmo calculista que não leva em consideração os sofrimentos provocados no outro, muito semelhante, nesse sentido, ao egoísmo insano dos homens que tomam o sexo das mulheres à força ou as pressionam para cederem. Ao invés de protestarmos, é melhor perdoar e aceitar, adaptando-nos às condições reais que nos são oferecidas e não alimentar nenhuma expectativa fora da realidade.

Reconheço que muit(o)as se enfurecerão comigo por ter escrito sobre as mulheres verdades que tentam esconder a todo custo. No entanto, digo aos furiosos que as estou ajudando pois denuncio traços comportamentais que prejudicam não somente seus parceiros e pretendentes mas inclusive elas próprias. Aponto as fraquezas do sexo feminino e do masculino, bem comos meios pelos quais os homens mal intencionados podem quebrar-lhes a resistência e vencê-las, sendo evidente que as estou auxiliando a se conhecerem e a se protegerem contra os nefastos efeitos de suas próprias maldades.

Além disso, forneço subsídios experienciais para que possam aconselhar e orientar filhos, irmãos e outros parentes do sexo masculino contra o perigoso magnetismo da paixão. Acrescente-se que não creio que todas as mulheres sejam más. Aos críticos, sugiro que refutem minhas ideias ao invés de depreciá-las.

Sou defensor da monogamia, da fidelidade conjugal e da família. Escrevi este trabalho para os sinceros que são derrotados na guerra da paixão e não conseguem dominar a relação com suas esposas, namoradas, companheiras e/ou parceiras. Meu público-alvo são também os fortes que não temem a verdade, os fracos que querem fortificar-se e os valentes que não querem perder o tempo sendo trapaceados.

Em suma: escrevo para aqueles que gostam de refletir por si mesmos, almejam ir além dos joguinhos ludibriadores e buscam um relacionamento realista, baseado na verdade crua e não em ilusões, mentiras, enganos, fraudes, trapaças, sonhos, manipulações e romantismos tolos. Somente estes se darão bem ao aplicarem meus conhecimentos. Aqueles que tentarem aplicá-los com finalidades egoístas ou más intenções, tais como seduzir para enganar, transformarem-se em “machos-alfa” garanhões, manipular mulheres etc. obterão resultados opostos aos desejados.

Não escrevo para pessoas imaturas, que não diferenciam a crítica da raiva, que não querem uma relação estável, que estejam procurando alguém que lhes diga o que fazer ao invés de pensarem e decidirem por si mesmos. Não sou e nem desejo ser mestre de ninguém, não procuro discípulos, nem admiradores, nem seguidores. Procuro apenas leitores sinceros e amadurecidos para questionar, de maneira sóbria e crítica, as crenças e os paradigmas hegemônicos. Se você não é um desses, feche este livro porque a mensagem não é para você.

Nosso propósito é descobrir os verdadeiros sentimentos e intenções da mulher para não perdermos tempo com as insinceras. Também não é nossa meta gerar atração nas indiferentes e nem tampouco conquistá-las mas sim identificá-las rapidamente e dispensá-las. Partimos do princípio de que não devemos correr atrás daquelas que nos esnobam ou rejeitam e nem tampouco perder o tempo tentando gerar nelas atração. É mais eficiente e rápido encontrar as menos insinceras.

Não nego que os machos possuem uma sombra perigosa mas aqui a meta foi descrever a sombra do feminino e não me desviarei deste propósito.
Responda-o
#2
1. A ilogicidade


Entre os sentimentos passionais do homem e da mulher há um desencontro perpétuo oriundo do fato de que os homens que amam são utilizados como escravos emocionais e os insensíveis são amados. Trata-se de uma estranha contradição: aquelas mulheres que se lamentam por não serem amadas são justamente as mesmas que rejeitam aqueles que as amam e preferem os cafajestes insensíveis.

Esta preferência pelos playboys, cafajestes, don juans, poderosos, famosos, líderes etc. que não se apaixonam e dispõem de muitas pretendentes e amantes torna a realização no amor passional impossível. É impossível que uma pessoa que adote a indiferença como critério para eleição de seu objeto de amor seja feliz pela própria natureza contraditória de sua escolha.

Escolher o insensível como pessoa ideal para ser feliz no amor é algo assim como eleger, entre várias alternativas, um carro como o veículo ideal para se atravessar o oceano. É, à primeira vista, ilógico. Além de ilógico, é nefasto para as mulheres. O fato de elegerem aqueles que as rejeitam como objeto de amor, parece, à primeira vista, ser uma prova de que as mulheres são absurdas, incoerentes e ilógicas.

Entretanto, esta é uma questão ainda não resolvida a contento. Defendo a hipótese de que tal comportamento é ilógico apenas na aparência ou até certo ponto, ocultando um princípio totalmente coerente com uma conduta calculista, aproveitadora e egoísta, mas muitas vezes inconsciente: ao oferecerem sexo e amor aos insensíveis, na verdade o fazem movidas por orgulho, sede de poder e de domínio.

Em outras palavras: elas são absurdas, insensatas e ilógicas apenas sob certos aspectos do problema. São habilidosas estrategistas. Os insensíveis acenam com a possibilidade de obter poder e prestígio por serem aqueles que a curto prazo se destacam sobre os bons na selvagem luta pela sobrevivência. Esta superioridade é aparente pois, no final da vida, os homens colhem aquilo que plantaram, mas é suficiente para iludir as mulheres por serem as mesmas muitas vezes irracionais, passionais, superficiais, volúveis e facilmente atingidas por más influências.

Os machos polígamos, depravados e promíscuos excitam a curiosidade e o desejo de submetê-los pelo amor. A curiosidade as leva a raciocinar: "Se ele possui várias, deve ter algo interessante. O que será que ele tem para atrair tantas?" O orgulho dirá: "Será que sou capaz de fazê-lo se apaixonar e rastejar por mim?". E a cobiça a fará pensar: "Se eu submetê-lo pelo amor, terei um escravo para me servir e serei tratada como uma princesa." Quando o tiro sai pela culatra e a guerra da paixão é perdida, então elas reclamam e se lamentam imputando toda a culpa a nós e generalizando.

Os homens insensíveis, mulherengos, distantes e cruéis são considerados superiores aos bons, honestos, fiéis e trabalhadores. As mulheres, então, tentam dobrá-los e submetê-los por cobiçarem a posição e o status que poderão obter em relação às fêmeas rivais, que também os desejam. Quando não conseguem, por serem eles durões, passam a se lamentar. Os lamentos são então exteriorizados sob falsa roupagem de amor e sensibilidade romântica, sendo daí proveniente a errônea e muito comum idéia de que todas as mulheres são seres carinhosos incompreendidos que retribuem o amor com amor.

No plano real, o amor simplesmente afetivo é geralmente retribuído com indiferença, aversão e infidelidade ao passo que a frieza, a determinação e o comando, se assumirem feições protetoras, são retribuídos com tentativas de submissão por meio da carinho amoroso e ardentemente erótico. O fato de serem justamente os piores machos que dispõem do amor das mulheres mais lindas é uma prova multisignificante de que o espaço para a sinceridade e a bondade não existe na guerra da paixão. As desfavorecidas em beleza aceitam os bonzinhos por se sentirem rejeitadas devido à pouca atratividade. Quando lhes damos beleza física, rapidamente se transformam.

A partir do exposto, concluímos que o amor passional das mulheres já nasce condenado a não se realizar pelo simples fato de que o critério utilizado para eleição de seu objeto é a inacessibilidade. Por outro lado, há nesse critério seletivo prejudicial muito de realmente absurdo. Observando-as, vemos algumas ilogicidades autênticas que não são aparentes, simuladas e nem tampouco propositalmente provocadas: as oriundas da natural propensão feminina à confusão psicológica. São ilogicidades involuntárias, inconscientes, negadas a todo custo e incompreensíveis por serem regidas pelo caos mental. Estas características explicam porque um intenso interesse, apego e dedicação por nós desaparece subitamente sem dar o menor aviso e nunca mais retorna.

A falta de senso lógico torna igualmente compreensível o absurdo de quererem ser amadas por cafajestes. São insanidades que nem mesmo elas explicam e tem sua origem em uma ruptura entre seus fortes instintos e seus intelectos. Tentar forçá-las por meio da argumentação a reconhecerem seus erros, a tomarem decisões lógicas, a serem transparentes, a admitirem a dissimulação etc. surte o efeito oposto e violenta suas naturezas, obrigando-as a se defenderem. Por mais evidente que seja a falta de lógica interna em uma mentira mal contada, tal fato jamais será admitido e os recursos melodramáticos para convencimento prevalecerão, transformando a discussão em um pandemônio infernal de idéias confusas e sentimentos insanos.

É uma absoluta perda de tempo tentar fazer uma pessoa compreender a própria maldade, as crueldades de suas atitudes desonestas no amor e os motivos pelos quais ela própria muitas vezes se faz indigna de ser amada. As discussões se transformam em brigas porque a mente passional não possui quase nenhuma objetividade que permita à pessoa abordar a si própria em uma auto-análise reflexiva. Ela mesclará, de forma caótica, múltiplos assuntos desconexos, tratando passional e superficialmente todos os pontos dialogados, não permitindo a compreensão em profundidade de nenhum. Cem por cento narcisistas, essas pessoas são incapazes de se enxergarem tal como são.

Entretanto, há também ilogicidades fingidas, como aquelas que algumas simulam quando querem fazer parecer que não estão entendendo algo óbvio, evidente, notório e manifesto. Serão abordadas no próximo capítulo. Ao contrário do que pode parecer, o comportamento feminino não é regido pelo caos absoluto, como equivocadamente supôs um amigo meu certa vez há muitos anos, mas, muito pelo contrário, é regido por um caos relativo. Os sentimentos, pensamentos e condutas das mulheres são caóticos somente sob a nossa perspectiva, a masculina. Sob a perspectiva da mulher, este caos é uma coerência total porque atende de forma ampla às suas várias necessidades.

Portanto, é um caos relativo. Não acredito em caos absoluto em nenhum âmbito e estendo esta ideia até o nível físico. Todo caos esconde, na verdade, formas insuspeitadas de ordem, apenas não percebidas pelos padrões raciocinantes e observacionais condicionados de quem os procura. É por isso que o comportamento amoroso feminino é desconcertante ao homem.

No campo amoroso, a mulher se mostra ao homem como ilógica, incoerente, ambígua, não-racional, confusa e paradoxal.

Esther Vilar está errada quando afirma que não há nada a ser compreendido por trás disso. Na verdade, há uma infinita teia de sentidos tecida por trás desta máscara, cuja coerência é quase impenetrável ao intelecto masculino. A "irracionalidade" (que na verdade é uma forma incompreensível de racionalidade, tão incompreensível que nem elas mesmas conseguem se explicar de forma inteligível a respeito do que sentem, já que para tanto necessitariam de uma outra linguagem) é uma ferramenta de poder, domínio e defesa.

Se uma mulher age comigo de forma incoerente, não consigo compreendê-la e nem saber quem ela é de fato e o que quer. Se não sou capaz de compreendê-la, tampouco sou capaz de tirar conclusões. E se não sou capaz de tirar conclusões, meu intelecto fica paralisado e sou incapaz de agir, além de não conseguir entender o que sinto ou devo sentir por ela em meu coração de homem.

Para benefício das mulheres, o mundo sempre considerou "racional" somente a forma masculina de agir e pensar (linearidade, focalização, exclusão de opostos etc.). O homem, então, desenvolveu suas faculdades, úteis somente no combate aos rigores do mundo material, às expensas de outras, imprescindíveis na desagradável guerra da paixão, tornando-se muito pouco intuitivo, lento em inteligência emocional e vulnerável a manipulações emocionais.

Aqueles que consideram ofensivo o termo "irracional" o fazem por idolatrar aquilo que o ocidente consagrou como racionalidade. Para não escandalizar tanto, poderíamos substituir a palavra por "não-racional", o que no fundo é a mesma coisa. Não é necessário dizer, mais uma vez entre um milhão de vezes, que o exposto acima é simplesmente uma hipótese a mais a ser considerada.

Em última instância, conclui-se que devemos atingir um estado interno em que simplesmente nos esqueçamos dos problemas e confusões que as mulheres criam para incansavelmente tentar nos envolver. Pelo fato de existirem ilogicidades reais e ilogicidades fingidas, resulta que não há outro caminho além da indiferença. Tentar forçá-las a revelar o que sentem, a definir posições, a não mentir, a não esconder, a não manipular, a revelar segredos etc. pode ser até útil em algumas poucas situações emergenciais desesperadoras mas é, ainda assim, conferir-lhes importância e, portanto, fornecer poder, força e energia.

O ideal é a neutralidade completa, a aceitação total, a indiferença com relação ao que sentem por nós ou pelos outros, bem como com relação à (i)veracidade do que dizem, às tentativas de enganar e de manipular. Este é o caminho ensinado por Gandhi e Jesus Cristo: aceitação, neutralidade, não-identificação e não-ação.
Responda-o
#3
2. As simulações de desentendimento


Um ardil feminino comum e muito eficiente para escapar aos nossos "encurralamentos" psicológicos consiste em se fazerem de desentendidas perante o que lhes dizemos ao mesmo tempo em que tentam incendiar mais a discussão pela via emocional. Como a compreensão do outro se faz necessária para que uma discussão prossiga, resulta que deste modo ficamos imobilizados na tola tentativa de fazê-las entender nosso ponto de vista.

É uma tentativa tola pelo simples fato de que a recusa em demonstrar entendimento já existe previamente e é o próprio cerne da estratégia de manipulação. Discutir ou conflitar com mulheres é sempre uma perda: se as vencemos, isso será uma humilhação para nós por ser um ato de covardia; se formos derrotados, será uma humilhação ainda maior. Portanto, elas são seres com os quais quase não se pode conversar muito durante períodos de conflitos. Não é à toa que aqueles que as procuram apenas para o sexo e as ignoram o restante do tempo se dão bem.

Uma possível solução para esses casos de desentendimento fingido consiste em simplesmente ignorarmos o ponto de vista feminino e expormos nossas idéias de forma unilateral. Em outras palavras: vencemos a discussão quando não discutimos. Em um nível mais aperfeiçoado, somos capazes de falar muito pouco durante a maior parte do tempo. De todas as maneiras, se houver necessidade de informar algo importante e desagradável devemos fazê-lo de forma imperativa, ignorando as tentativas de polemização.

Uma típica simulação de desentendimento ocorre quando, fingindo ingenuidade, as espertinhas fazem de conta que não percebem as explícitas intenções dos machos que a rodeiam, recusando-se a reconhecer as implicações de suas atitudes excusas e tolerantes com relação aos mesmos. Ao simular a ingenuidade, ficam a salvo de qualquer desmascaramento.

O desentendimento simulado as protege contra um confronto lógico direto de idéias, o que as obrigaria a reconhecerem seus erros. Impede que descubramos quais são seus limites de compreensão e, deste modo, nos imobiliza. Novamente, encontramos aqui razões para sermos indiferentes em relação ao que pensam e para não nos apaixonarmos. Sendo desapaixonados, seremos indiferentes. Sendo indiferentes, nossa paciência se multiplicará ao infinito e não teremos medo de criar uma situação definitiva.

Situações difíceis como essas são verdadeiros quebra-cabeças emocionais e, mais uma vez, somente podem ser resolvidas mediante a tomada de decisões unilaterais encurralantes que as deixem sem saída.


3. A transferência das decisões


Aquele que decide algo é o responsável pelas consequências de sua decisão. Sabendo disso, sua parceira, se for uma das espertinhas que estamos tratando, se recusará a assumir posturas definidas na relação, preferindo manter-se na ambiguidade dos comportamentos contraditórios e de duplo sentido. A incoerência na forma delas nos tratarem, mas não nas formas de nós, os homens, as tratarmos (espertinhas!), lhes interessa muito por mantê-las no controle enquanto afundamos no inferno da dúvida.

Para preservarem a indefinição e, assim, resguardarem o mistério perpetuando nossas confusões e dúvidas, as espertinhas se recusam terminantemente a tomar decisões que repercurtam de modo definitivo na relação.

Nunca querem optar de modo definitivo entre dois caminhos preferindo oscilar entre ambos para desfrutar dos benefícios de cada um ao mesmo tempo em que tentam se esquivar das consequências desagradáveis que são inerentes aos mesmos.

É por isso que suas atitudes nunca definem de modo decisivo se querem ser esposas, amantes, ficantes casuais ou trapaceiras pois querem desfrutar dos benefícios que cada uma destas posições oferecem sem pagar o preço correspondente. Quando protestamos, tentam nos induzir a tomar uma decisão da qual possamos nos arrepender posteriormente pois assim poderão jogar o fato em nossa cara. A solução para esses casos é esta: criar uma situação definitiva que as obrigue a revelar de forma inequívoca o que sentem e o quanto nos valorizam.

Tentar forçá-las por meio de discussões a se definirem é uma perda de tempo. O correto é encontrar uma decisão correta de nossa parte cujo resultado inevitavelmente as coloque em uma situação definitiva, sem saída, obrigando-as a se definirem mesmo que não queiram. Em seguida, devemos comunicar tal decisão de forma unilateral, recusando totalmente a discussão.

Como regra geral, as mulheres espertinhas costumam retirar-se da relação sem desligar definitivamnte o homem pois querem mantê-lo preso posteriormente.

Para tanto, evitam assumir explicitamente a responsabilidade que lhes cabe pelo fracasso, dando a entender que estão se retirando por nossa culpa. Realizam engenhosas manobras para cairem fora mas manterem o trouxa aprisionado. É esta a razão pela qual quase nunca têm o valor de dizer em nossa cara, de forma clara, objetiva e definitiva, que não nos querem mais, que não sentem mais nada etc.

Sabem que, se o fizerem, seremos beneficiados porque poderemos dar outro rumo às nossas vidas. É uma atitude desonesta, pois impede que viremos a página do livro e sigamos tranquilamente o nosso caminho. Querem ser lembradas posteriormente, querem sentir e poder dizer que há um idiota rejeitado que ainda as ama. A transferência das decisões ao outro é um ótimo mecanismo para a satisfação desse egoísmo sádico.
Responda-o
#4
4. O inferno psicológico principal


Podemos definir este inferno psicológico como uma situação de sofrimento emocional intenso proveniente da dúvida e da confusão com relação aos sentimentos e à fidelidade da pessoa que amamos. O sofrimento emocional é algo verdadeiro, existe objetivamente e pode ser comprovado por qualquer um.

O que mais nos atormenta no amor não é a possibilidade de sermos trocados, considerados inferiores a outros machos etc. mas sim o inferno da dúvida oriunda de comportamentos ambíguos. O que torna a convivência insuportável não são os desejos "imorais" da(o) parceiro(a) mas sim a falta de honestidade. O direito feminino de decidir o que fazer com a própria vida, com os próprios sentimentos e com o próprio corpo é intocável e deve sempre ser respeitado. O que é desonesto é a tentativa de exercer esses direitos sem arcar com consequências inevitáveis.

Para se esquivarem das consequências naturais de uma sexualidade livre, as fêmeas espertinhas se especializaram na arte de mentir, dissimular e enganar para desfrutar certos benefícios sem abrir mão de outros. O resultado desta especialização foi que se transformaram em mentiras ambulantes, em pessoas que não conseguem mais viver sem estarem escondendo algo do pai, do namorado, do noivo ou do esposo.

A única fase da vida em que mulheres assim são transparentes e não dissimulam é a infância. Assim que adolescência se inicia, começam as primeiras ocultações de comportamentos do pai, muitas vezes até com a conivência da mãe. As primeiras ocultações preparam a adolescente para posteriormente enganar os demais homens que entrarão em sua vida. Marcam uma fase preparatória na qual a mãe cumpre o papel de iniciadora.

É extremamente doloroso descobrir que a mulher amada é uma espertinha insincera que tenta nos passar para trás apenas com o intuito de se sentir melhor, mais esperta e mais gostosa do que suas rivais. O ato de sentir prazer em ludibriar, manipular e enganar uma pessoa que ama com sinceridade é extremamente horrível por abusar do mais nobre dos sentimentos: o amor.

A estratégia feminina principal nessas guerras da paixão é a ambiguidade comportamental. Dizem e agem de forma contraditória para nos confundir e impedir que saibamos o que realmente sentem por nós e o que querem (por ex. costumam dizer que querem casamento e compromisso de nossa parte mas ao mesmo tempo querem liberdade ou então, ao contrário, dizem que querem uma relação aberta mas cobram amor, carinho e sentimentos). Fazem isso de propósito para nos desconcertar.

A solução para vencer estas batalhas é criar situações decisivas que as obriguem a revelar por meio de ações o que verdadeiramente sentem, pensam e querem. Não espere confissões ou sinceridade nas palavras.

No amor, não vale o que é dito mas sim o que se revela por meio de atitudes e ações concretas. Aprenda a enxergar o que se passa sem precisar perguntar, sem necessitar de confissão. Em casos de indefinição insuperável, temos que ser realistas e optar pela conclusão mais provável: a de que o ser humano tende mais facilmente para o egoísmo e para usar o próximo obtendo o máximo de benefício.

Ela, a espertinha, jamais irá admitir que paquerou, sentiu-se atraída ou transou com outro. Portanto, dispense a confissão e tome suas decisões a partir dos primeiros indícios. Se ela realmente te amar, correrá atrás do prejuízo e tentará provar sua inocência (!). Se não se mobilizar, então você não terá perdido nada já que ela não prestava mesmo. Uma mulher que não ama não vale um tostão e delas existem aos montões por toda parte. As trapaceiras jamais merecem que se chore por elas e não chegam nem aos pés das mulheres sinceras, esta sim valorosas e preciosas.

Se sua parceira estiver irrevogavelmente estranha, diferente, distante, arrogante ou fria, tratando-o mal, considere a relação perdida e tire o máximo de proveito enquanto for possível. Não perca tempo interrrogando, querendo saber o que acontece. Simplesmente desfrute o que ainda restar de bom, até que acabe.

Quando ela não quiser te dar mais nada, simplesmente a abandone sem dar nenhuma explicação, como esse tipo de mulher gosta de fazer conosco. Acima de tudo, não discuta, não polemize, não brigue, não se vingue, não tente provar que está certo, não insista em suas razões e não explique seus motivos porque isso somente irá piorar a situação.

Considerando que a dissimulação é a ferramenta principal das espertinhas, a experiência vem nos mostrando que a linha mestra que deve guiar os homens bons, sinceros e honestos na lida com essas mulheres é a capacidade de descobrir o que se oculta por trás dos comportamentos confusos, de duplo sentido. Toda a estratégia parece se resumir na capacidade de criar situações decisivas, que não permitam evasivas e dissimulações. A dúvida é o nosso maior inimigo e devemos criar situações para eliminá-las, o que exige muita determinação.

Os joguinhos infernais envolvendo a dúvida visam nos forçar a demonstrar que sofremos terríveis dores de paixão, crises de ausência ou de ciúmes e jamais são reconhecidos por aquelas que os praticam. Se processam na penumbra, na obscuridade, enquanto a mulher espertinha age como se nada estivesse acontecendo ou nega terminantemente tudo quando interrogada, com a maior cara de pau. O confronto é evitado por ser esclarecedor.

Quando tentamos desencadeá-lo, o diálogo é desviado para discussões subjetivas, polêmicas ou teimosias caprichosas que preservam as dúvidas, confusões e indefinições. Ela jamais dirá a verdade a respeito do que sente, pensa e faz. A despeito de quaisquer consequências, nunca admitirá o óbvio, motivo pelo qual é absolutamente inútil dialogar ou tentar acordos abertos, explícitos, sinceros e honestos. É igualmente uma perda de tempo exigir esclarecimentos, condutas transparentes, definidas, coerentes etc. O melhor é simplesmente observá-las e tomar as decisões por nossa conta.

É muito comum que, após vários dias de tratamento estável e sem conflitos, ela suprima repentinamente algumas manifestações de carinho às quais sua "vítima" estava acostumada. Ao mesmo tempo, preservará outros atos carinhosos para criar uma indefinição que confunda o parceiro. Isso é feito quando não estamos esperando, nos momentos em que as coisas vão bem, para que sejamos pegos de surpresa. A intenção desta ação manipulatória é forçar o homem a demonstrar que sofre e ainda está apaixonado. Trata-se de um teste periódico que
visa medir o grau de dependência e avaliar a submissão passional.

Se você se perturbar, demonstrará seu sofrimento por meio da linguagem corporal e a deixará feliz da vida. A melhor solução para destroçar este joguinho infernal é simplesmente afastar-se em silêncio ou interromper o contato imediatamente após detectar o menor indício de comportamento estranho. Então aguarde, aguarde e aguarde. Se você for procurado, desmascare e exclua definitivamente da relação aqueles mesmos gestos carinhosos que antes lhe foram negados. Se você não for procurado, fique contente pois isso significa que ao seu lado havia apenas uma criatura que não prestava para nada além de mentir.

Justamente por se processarem na obscuridade, os infernais joguinhos de sentimento são difíceis de detectar, prever e combater. A dificuldade é agravada pelo fato de nossa credulidade (voto de confiança) em palavras não ser reconhecida como uma virtude a ser retribuída com sinceridade. Ao contrário, a credulidade é vista e aproveitada como uma oportunidade para que neguem tudo o que está acontecendo e deste modo nos ludibriem e nos mantenham confusos.

Há casos em que o homem se irrita com a parceira espertinha por sua superficialidade, suas insistências em tomar seu tempo precioso oferecendo carinho "espiritual", conversando inutilmente sobre assuntos banais ao invés de praticar sexo intenso, ardente e selvagem, etc. Algumas vezes, dá-se até mesmo o caso do homem se impacientar com a forma carinhosa como esse tipo de parceira o observa.

Estas impaciências se devem ao desapaixonamento e são sentidas como rejeição. O curioso é que, quase sempre, ela insiste em oferecer seu amor e se mantém apaixonada enquanto lhe for oferecido algum vislumbre de esperança no sentido de reverter a situação. Engana-se quem supõe que esta insistência em quebrar a rejeição com oferta de carinho seja prova da superioridade altruísta do seu amor feminino. O que na verdade se passa é que a fêmea manipuladora não suporta perder as guerras da paixão e tenta quebrar a resistência do macho para, em seguida, se vingar pois o que busca é simplesmente ficar por cima, se assenhorear da situação. Para mantê-la sob controle, basta rejeitá-la e, ao mesmo tempo, oferecer tênue esperança.

Os jogos na guerra da paixão se resumem em dissimular as verdadeiras intenções e ao mesmo tempo descobrir as reais intenções do outro. Aquele que for mais misterioso confundirá e, ao ser mais realista e observador, vencerá.

Além do inferno psicológico principal há também outros infernos psicológicos no amor. Um deles é a conhecidíssima situação em que o apaixonado é deixado de lado pela pessoa que ama, enquanto esta se diverte, feliz da vida, com outras companhias e ignora seu sofrimento totalmente. Somente uma revolução completa contra a maldição da paixão pode subverter as posições nesses casos. A pobre vítima do feitiço sente que as forças lhe escapam, lhe faltam e não sente o menor ânimo de lutar contra sua decadência. Sofre terrivelmente e há casos em que até se entrega às drogas, ao álcool ou comete suicídio.

Porém, se consegue reunir forças e lutar até realmente se desapaixonar, com a ajuda de Deus (me perdoem os leitores ateus), volta a enxergar a realidade, compreende a monstruosidade da qual foi vítima e desmascara a pessoa que oprimiu seu coração, devolvendo-lhe o próprio inferno que criou. Porém, desta vez, geralmente o faz de forma definitiva por ter a seu lado a razão apoiada em fatos.

Todos esses infernos emocionais e mentais apenas são possíveis porque cometemos o erro de levar as manipuladoras a sério ao invés de vê-las como meras crianças travessas. Um minuto de distração é suficiente para começarmos a nos deixar levar pelas conversas, sendo atraídos para múltiplos estados negativos. Se você levar a sério as bobagens deste mundo feminino que estamos tratando, dialogando sobre futilidades como se fossem coisas sérias e muito importantes, estará perdido. Logo será arrastado para estados de confusão, ira, fúria, tristeza, dúvida etc.
Responda-o
#5
A verdade contida neste ultimo parágrafo é chocante. Sempre bom reler.
Spoiler Revelar
"Use o sistema contra o sistema, parasite o parasita"
Responda-o
#6
5. A atração pela crueldade


Infelizmente, há mulheres masoquistas que demonstram apreciar homens que lhes fazem sentir medo pois raciocinam mais ou menos o seguinte: "Se eu sinto medo deste homem, outras pessoas também sentirão e eu estarei segura. Além
disso, outras mulheres o desejarão e ficarão com inveja de mim."

Essas mulheres se sentem seguras na companhia de homens cruéis. Chegam a "domesticá-los" por meio do sexo e do carinho até que se tornem submissos a ponto de serem manejados à vontade, quando então, paradoxalmente, são destinados à função de escravos emocionais que provêem e protegem. Cláudia Pacheco analisa este ponto. Caso a tentativa de "domesticá-los" falhe, a insistência se prolonga indefinidamente sob o disfarce de amor e é acompanhada por lamentações. Por outro lado, essas mulheres masoquistas sentem-se incompletas quando seus companheiros são bondosos. O teste das capacidades reprodutoras, protetoras e provedoras é contínuo, se repete periodicamente pelo tempo em que durar a relação, nunca nos deixando descansar em paz.

Cada categoria de macho cumpre uma função específica na vida de algumas mulheres: os bondosos servem como escravos emocionais para dar amor sem recebê-lo em troca; os trabalhadores e os ricos servem para dar-lhes dinheiro e sustentá-las recebendo chifres como pagamento; os malvados e cruéis servem para protegê-las; os cafajestes, pervertidos, depravados e mulherengos servem para dar-lhes o sexo intenso, realizando as fantasias inconscientes da prostituição.

Observe-se que esta última categoria masculina corresponde justamente àqueles que não se apaixonam e recebem delas o que há de melhor: o sexo ardente e sem barreiras.

Os homens de caráter inatacável e grandes princípios, amigos da moral e dos bons costumes, algumas vezes são intensamente assediados pelas masoquistas e acreditam que são desejados sexualmente por serem "machos superiores". Na verdade estão enganados: o que sucede é que são desejados apenas por se comportarem como possíveis maridos ideais caso sejam dominados e escravizados emocionalmente.

É uma pena: os cruéis e insensíveis são vistos como seguros de si, enquanto os bondosos são considerados fracos. Quando nos decidimos a ser monogâmicos e fiéis a uma mulher dessas, ela não crê que o sejamos por opção livre, voluntária e por decisão própria mas sim por incompetência em seduzir outras fêmeas mais interessantes ou por timidez.

Os maridos de caráter inatacável sofrem um rebaixamento no conceito de muitas mulheres, mesmo que sejam suas próprias esposas. São mulheres que costumam acreditar que somos fiéis por incapacidade, insegurança, medo e inabilidade para seduzir mas não por decisão própria. Os homens leais são vistos como tímidos e não como honrados ou valorosos por esse tipo de esposa (que, obviamente, o negam terminantemente ao mesmo tempo em que fantasiam romances estúpidos com artistas, homens famosos ou poderosos, os quais inevitavelmente são promíscuos).

Para piorar tudo, quando nos contentamos com suas condições físicas, aceitando-as tal como são e não nos importamos com seus quilos a mais ou outros detalhes físicos, não buscando complementação fora da relação, a dignidade desta nobre atitude não é reconhecida e nem tampouco retribuída da mesma maneira mas, desgraçadamente, elas concluem mais ou menos o seguinte: "Ele me aceita como sou e não exige mais nada porque não se valoriza. Portanto, é um homem de segunda categoria pois não deseja mulheres melhores, mais bonitas, mais cuidadosas e mais educadas do que eu." Tal fato demonstra ingratidão. Este problema é grave porque não podemos cair na depravação, na promiscuidade e na degeneração para elevar o conceito que elas possuem a nosso respeito. Logo, a solução é deixá-las na dúvida criando um mistério silencioso em torno da questão de nossa fidelidade.

Apesar da hipocrisia reinante que as leva a afirmarem o contrário, somos valorizados pela quantidade de fêmeas que atraímos. Isto significa que se esse tipo de parceira não sentir o peso da rivalidade de outras fêmeas não nos respeitará.

Este problema é ainda mais grave na medida em que não queremos e nem podemos cair na promiscuidade e na depravação. Os promíscuos estão se prejudicando, ainda que todos os considerem muito machos. A solução é manter um mistério, falando pouco e preservando a dúvida.

A despeito dessa atração fatal que algumas sentem pelos perversos, não devemos jamais corresponder a esta atração, gritando e nem muito menos agredindo-as. O correto é atingí-las por mecanismos psicológicos, alcançando os sentimentos, como elas fazem conosco. Para tanto, é mister superá-las em todos os campos comportamentais sendo mais fortes e não nos deixando dominar por suas fraquezas. Devemos ser ao mesmo tempo mais carinhosos, mais frios, mais indiferentes, mais protetores, mais cuidadosos, mais dedicados, mais românticos, mais insensíveis, mais desconcertantes e mais misteriosos do que elas são conosco.

Portanto, se quisermos dominar a relação, temos que ser uma síntese das várias categorias mencionadas, fusionando-as em nossa personalidade, o que somente é possível quando dissolvemos o ego. Acima de tudo, não devemos nos apaixonar.

Quase tudo o que normalmente tentamos fazer para seduzí-las surte o efeito oposto. As únicas que aceitam os assediadores que ficam correndo atrás, bajulando, se sacrificando e perseguindo com flores, bilhetinhos e outras bobagens são as desesperadas: aquelas que não possuem opção. As demais preferem os misteriosos e indomáveis.

A preferência de certas mulheres pelos insensíveis, piores e cafajestes é uma prova da prevalência dos valores machistas no inconsciente. Provocar um macho para se comprazer em vê-lo enfurecido é uma atitude machista. Exigir ser tratada com indelicadeza para entrar na linha e agir honestamente assinala uma postura machista. Provocar o macho até o seu limite, para que o mesmo tome atitudes extremas, é um sinal de machismo. Curtir a adrenalina do medo é indicador de uma postura machista. Portanto, o machismo não exclusividade do homem e está arraigado na mente de mulheres masoquistas.

Até mesmo entre aquelas que se dizem anti-machistas encontramos algumas que se sentem incompletas se tiverem ao lado um "banana", bonzinho. A despeito de tudo o que se diga em contrário, o fato é que elas querem homens realmente machos, verdadeiramente masculinos e a inegável existência de exceções não invalida esta hipótese. E o motivo para isso são os instintos que as guiam em direção à satisfação das necessidades de serem protegidas e lideradas.

Transforme-se. Faça o contrário do que todos fazem. Contrarie suas opiniões, destroce seus argumentos sem hesitação mas ao mesmo tempo...confunda-a protegendo e comandando. Não ofereça carinho passional, ofereça firmeza, segurança e determinação, os quais correspondem ao amor verdadeiro. Tome o sexo como algo que lhe é devido, indiscutivelmente merecido.
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#7
6. A frustração das expectativas


O egoísmo das espertinhas as leva incessantemente a prometer e a não cumprir o prometido para desfrutarem de nossa frustração. Costumam acender nossos desejos para em seguida se esquivarem de satisfazê-los, com o intuito de mantê-los vivos. Deste modo, obtêm uma medida altamente precisa de nossa dependência e de seus próprios poderes de seduzir e atrair.

Podemos desarticular este mecanismo quando identificamos os comportamentos que criam as expectativas que se transformam em frustração e nos antecipamos aos mesmos demonstrando que já sabemos o que ocultam realmente.

Diante de comportamentos que prometem o que desejamos muito não devemos nos mostrar entusiasmados mas sim decepcionados por sabermos que são enganosos, meras promessas falsas.

A frustração masculina lhes causa grande satisfação por revelarem o que sentimos e fornecerem provas de que valorizamos o que possuem para oferecer.

Não devemos, portanto, depender do que essas mulheres oferecem para sermos felizes. A felicidade deve ser buscada em nós mesmos, o que é realmente muito difícil.

Mantenha-se constantemente em alerta com relação a tudo o que elas prometerem. Há dois tipos de promessas: as explícitas e as implícitas. As promessas explícitas são articuladas verbalmente e as implícitas são as piores, aquelas que se deixam entrever nas atitudes e no comportamento. Espere o pior, mantendo-se vigilante. Parta do princípio de que há, por trás do comportamento aparentemente promissor, amigável, carinhoso, amável e sedutor, intenções de frustrá-lo enganando-o.

Não permita que seu nível de expectativa se eleve. Não se fascine pelas oportunidades maravilhosas que vislumbra. Mantenha-se em nível de expectativa zero. Não espere nada e ao mesmo tempo espere tudo. Seja realista ao extremo. Não permita que as ilusões o arrebatem da realidade. Enxergue-a tal como é.

Podemos combater as falsas promessas em dois momentos ou instâncias: no momento em que estão se desenvolvendo e depois que já nos frustraram.

Se estiver vigilante, você poderá combater a artimanha frustrando a mulher espertinha antes que ela o frustre. O momento ideal para isso é aquele em que a promessa está se desenvolvendo, sendo feita. Para frustrá-la, basta comunicar que você a estará observando para ver se realmente cumprirá o que está dizendo. No caso de reincidência de uma mesma promessa frustrante, informe na segunda vez que você já sabe que se trata de uma mentira. Demonstre sua expectativa baixa ou nula, torne-a visível. Antecipe-se informando nos momentos bons que você já sabe o que virá.

Quando você estiver sendo bem tratado, assediado, for recebido de forma convidativa e amigável etc. prepare-se para uma surpresa pois repentinamente surgirá algo desagradável. Por exemplo: é comum encontros serem marcados com entusiasmo e, no dia, a espertinha tratá-lo com frieza, ficar muda, levar com ela um amigo, uma amiga ou uma criança, não comparecer etc.

Se, entretanto, sua vigilância falhou e você caiu em alguma dessas armadilhas psicológicas, desmascare-a, estabeleça um "castigo" como consequência para a próxima vez e a informe sem dar margem para discussão. Por este meio você a imobilizará e a deixará em um beco sem saída, impossibilitando-a de frustrá-lo pelo tempo em que perdurar a possibilidade do "castigo" ser levado a cabo.

A razão permanecerá ao seu lado e poderá ser usada contra a manipuladora, que a terá perdido no momento em que se sentir desmascarada. Enquanto o "castiguinho" estiver pendente, as gracinhas estarão suspensas. Se for o primeiro encontro e você não tiver ainda intimidade para tanto, ao sentir o cheiro da mudança traiçoeira de comportamento simplesmente se adiante e torne-se silencioso, encarando-a continuamente nos olhos com calma e frieza por todo o tempo, dizendo coisas certeiras que a desconcertem.

Uma "punição" que costuma dar resultado é tornar-se mudo, calar-se e não dialogar nada ou o mínimo em "represália" a algum fato desagradável. É um bom "castiguinho" porém deve ser usado com critério justo e dentro do contexto correto para que dê resultados. Você deve ser justo, ainda que ela não tenha sido.

É muito perigoso lidar com tais "puniçõezinhas". Cada conduta indesejável requer uma reação específica que deve ser corretamente estabelecida, com justiça impecável e evidente. A menor injustiça pode ser nos ser fatal porque confere razão a elas e, portanto, motivos para nos retaliarem com segurança, pois estaremos errados e quem está errado nunca pode reclamar. Um erro de cálculo pequeno ou uma simples desatenção são suficientes para que os resultados sejam opostos aos desejados. Obviamente, é necessário estar desapaixonado totalmente para tais manobras. Se estivermos apaixonados, o tiro sairá pela culatra.

Por meio da disciplina psicológica, mantenha-se pronto para a reagir corretamente e com justiça. Os momentos em que estamos mais expostos a sermos ludibriados por manipuladoras são aqueles em que estamos sendo bem tratados, em que não há brigas e a relação está sem problemas. Tendemos a abaixar a guarda nessas horas e elas, ao invés de retribuírem da mesma maneira tal ato nobre de confiança, como faria uma mulher virtuosa, aproveitam para nos atingir de surpresa, o que prova que possuem uma maligna natureza traiçoeira e são egoístas.
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#8
7. Como não se apaixonar


A paixão masculina pode ser definida como uma fascinação hipnótica pela voz, pela delicadeza, pela beleza, pelo perfume, pelo toque, pelas carícias, pela suavidade, pelos sussurros e pela fragilidade da mulher. É sentida principalmente nos períodos de abstinência. Costumo tecer críticas desfavoráveis à paixão e defender a idéia de que devemos ser ativos e não passivos nos relacionamentos com as pessoas. Quando recomendo que o homem seja ativo, refiro-me à ação no seguinte sentido:

Lalande Escreveu:“Operação de um ser considerada como produzida por esse mesmo ser e não por uma causa exterior.” (LALANDE, 1967, p. 13)

Lalande Escreveu:“Mais especialmente, execução de uma volição.‘...Algo que está nele, e que nada, nem sequer o que é ele mesmo antes do último momento que precede a ação, predetermina.’ ” (Renouvier, Science de la Morale, I, 2, citado por LALANDE, 1967, p. 13)

Lalande Escreveu:“Por conseguinte, influência exercida por outro ser. ‘ Tudo o que se faz ou sucede de novo é geralmente chamado pelos filósofos de uma paixão com respeito ao indivíduo a que lhe sucede e uma ação com respeito ao que faz que suceda, de modo que, ainda que o agente e o paciente sejam amiúde muito diferentes, a ação e a paixão não deixam de ser sempre uma mesma coisa que tem esses dois nomes, a causa dos dois sujeitos distintos com os que se a pode relacionar.” (Descartes, Passions del ́Âme, 1a parte, art. 1. – Cf. Transitiva, citado por LALANDE, 1967, p. 13)

Mesmo nos casos em que adotamos a não-ação e o boicote à maldade alheia por meio do silêncio e da aceitação, estamos ainda assim sendo ativos pois estamos realizando esforços de vontade que exercem influência sobre nós mesmos e, por extensão, sobre a outra pessoa. Considero mais conveniente adotarmos no relacionamento com o próximo posturas ativas (ação) do que passivas (paixão). A postura ativa nem sempre implica em desacordo, oposição, afrontamento, enfrentamento, discórdia etc. Há casos em que uma pessoa está “indo contra” algo ou alguém, mas se encontra em estado totalmente passivo, totalmente passional e manipulado por forças ou pessoas e nem sequer suspeita de tal fato. É perfeitamente possível a alguém opor-se a algo em estado de passividade: isso se verifica nos casos em que a oposição é induzida por um manipulador.

Não confundamos a não-ação com a ação passiva. A não-ação a que me refiro consiste em agir sobre si mesmo para se frear atos passivos e descontrolados, induzidos por manipulação ou por circunstâncias, e desta forma atingir outras pessoas da maneira almejada. Quando, em minhas críticas desfavoráveis, me refiro à paixão, devemos atribuir a esta palavra o seguinte sentido:

Lalande Escreveu:“Especialmente, as ‘paixões’ (por abreviação de ‘paixões da alma’) são, no século XVII, todos os fenômenos passivos da alma, isto é, para os cartesianos, as modificações que são causadas nelas pelo curso dos espíritos animais [tendências instintivas] e os movimentos que dele resultam." (LALANDE, 1967, p. 745, tradução minha)

Lalande Escreveu:“Em Condillac, Kant e Hegel (...) e nos psicológos modernos, uma paixão é uma tendência de certa duração, acompanhada de estados afetivos e intelectuais, de imagens em particular, e potente o bastante para dominar a vida do espírito (esta potência pode manifestar-se seja pela intensidade dos seus efeitos, seja pela estabilidade e permanência de sua ação).” (LALANDE, 1967, p. 745, tradução, grifo e negrito meus)

Lalande Escreveu:“A paixão é uma inclinação que se exagera e, sobretudo, que se instala permanentemente, se converte em centro de tudo, subordina a si as demais inclinações e as arrasta consigo.” (Malapert, Éléments du Caractére, citado e adaptado por Ribot, citado por LALANDE, 1967, pp. 745-746, tradução minha)

Esse estado passivo, a meu ver, nos transforma em vítimas das circunstâncias e das pessoas e não me parece recomendável. Estar apaixonado é cair em um estado de miséria interior. A paixão que condeno não é somente a paixão amorosa (o “amor neurótico” de Fromm), mas também todas as outras formas de paixão. Adoto a palavra paixão em sentido lato.

A paixão amorosa masculina pode ser definida como uma fascinação hipnótica pela voz, pela delicadeza, pela beleza, pelo perfume, pelo toque, pelas carícias, pela suavidade, pelos sussurros e pela fragilidade da mulher. É sentida principalmente nos períodos de abstinência.

As características fascinantes da mulher nos atraem, prendem, embriagam, alucinam e enlouquecem. Nos submetem, degradando-nos ao nível de um cão servil, sem amor próprio e sem honra. Como uma droga, turvam o juízo, impedindo que raciocinemos com clareza.

Em tal condição, nos tornamos exatamente o oposto do modelo masculino dominante que as embriagaria de paixão e obtemos os resultados contrários aos almejados. Nos tornamos submissos, dependentes de que o amor nos seja concedido para que possamos desfrutar de alguns poucos minutos de felicidade.

Vemos a mulher como uma tábua de salvação para nossas dores. A paixão é uma forma de demência.

Para nos protegermos contra este perigo ou nos livrarmos desta doença emocional uma vez que esteja instalada, precisamos empregar corretamente a vontade, a disciplina espiritual e a disciplina mental. Não é à toa que muitos ascetas espiritualistas de diversas religiões evitaram as mulheres e o sexo. O inferno da paixão é realmente insuportável e poucos triunfam sobre ele.

O primeiro a fazer é aprender a submeter a mente, evitando a imaginação mecânica. Todas as imagens mentais boas ou más relacionadas ao objeto de paixão (a deusa de nossos sonhos) precisam ser suprimidas por meio da vontade. Aquelas que não puderem ser detidas, necessitam ser analisadas. É necessário alcançar o silêncio mental. É preciso também trabalhar na morte dos agregados psíquicos envolvidos na fascinação amorosa.

Quanto mais feminina for uma mulher, mais fascinante e potencialmente perigosa será. Devemos, desde o início da relação, resistir ao fascínio, combater as lembranças, fantasias e pensamentos relacionados a esse amor passional. É o encanto de Lilith-Nahemah que desencaminha os inocentes e os leva ao abismo.

Ai dos inocentes, dos fracos que se deixam hipnotizar pelos encantos Circe, Dalila ou Helena de Tróia! Mergulharão no abismo de cabeça para baixo, como a pentalfa invertida. Ai daqueles que acreditam na felicidade terrena e a buscam fora de si mesmos, no amor apaixonado porque somente encontrarão ali o sofrimento e a loucura.

Por sua própria lógica fatal absurda, o amor feminino passional está condenado à eterna insatisfação, uma vez que tem como critério seletivo, de forma inerente, a indiferença masculina e a distância. Isto significa que sempre que desejarmos o amor da mulher ele fugirá de nós e que somente virá ao nosso encontro quando não o quisermos, quando o rejeitarmos. Não há como enganá-lo, simulando indiferença porque o inconsciente expressa o teor real de nossos sentimentos por vias subliminares.

A paixão é um conjunto de defeitos que trazemos na alma, em nossa psique. Para ser superada, necessita ser previamente compreendida mediante a auto-análise.

A análise da paixão se realiza coletando o maior número de informações sobre os sentimentos, pensamentos e ações que a envolvem. Não é teórica e sim prática. Teorizar sobre um elemento psicológico é afastar-se da compreensão do mesmo inventando hipotéticas idéias sobre suas características. As informações são coletadas primeiramente por meio da auto-observação nos instantes em que a paixão se manifesta, ou seja, é um auto-estudo in loco.

Nenhuma teorização deve ser admitida. Todos os detalhes dos movimentos, pensamentos, sentimentos são importantes e precisam ser captados. Em casos graves, pode-se complementar o trabalho com uma auto-análise posterior à manifestação mas baseada exclusivamente em fatos observados e recordados, sem teorizações ou hipotetizações. As informações sobre a paixão estão presentes no momento de sua manifestação e podem ser capturadas se estivermos vigilantes.

A paixão se expressa na mente sob a forma de múltiplas imagens mentais: pensamentos, recordações, lembranças, fantasias e planejamentos. Neste nível é uma imaginação automática, mecânica e autônoma que não obedece à nossa vontade. Podemos repelí-la e ela voltará em seguida.

Além da mente, o perigo está presente no coração sob a forma de sentimentos, os quais são estreitamente vinculados às imagens mentais que estão na cabeça. É sentida como golpes que chegam a doer. Os sentimentos que a compõem são as saudades, os ciúmes, a falta, o prazer de estar junto e muitíssimos outros que não poderíamos enumerar aqui por falta de espaço. Neste nível se sutiliza e disfarça muito.

No nível dos movimentos corporais, podemos flagrar a fraqueza passional quando viramos a cabeça ou os olhos para contemplar a pessoa amada, quando esticamos o braço para fazer uma ligação telefônica, quando caminhamos ao seu encontro e em inumeráveis outros movimentos que variam de um caso para outro e de uma pessoa para outra.

Podemos ainda observar e estudar a paixão sob a forma de manifestações instintivas e sexuais. Como instinto, ou seja, como tudo aquilo que se relaciona com a preservação da espécie e da própria pessoa, podemos vê-la acelerar o batimento cardíaco, o ritmo respiratório, diminuir a fome etc.

A dor da paixão é real, lancinante e profunda. É sentida claramente no coração e detectável de forma objetiva. Causa danos visíveis e indiscutíveis.

Há quem diga que devemos adorar a mulher. Isso é algo controverso. Uma mulher autêntica, que tenha lutado contra si mesma, engendrado sua alma e vencido seus baixos instintos é realmente digna de veneração, deve ser cuidada como uma preciosidade, protegida e recompensada. Por outro lado, uma simples espertinha trapaceira não merece a mesma "adoração", já que não é menos malvada do que ninguém, apesar de possuir uma aparência frágil e angelical.

Quanto mais você pensar na espertinha (bem ou mal) pior será. O ideal é esquecê-la, simplesmente, não dar importância aos seus caprichos, sentimentos, desejos, pensamentos e fantasias absurdas. Não a leve a sério jamais, mantenha-se distante e misterioso.

Se você "beber o veneno" da paixão (O "veneno" é bebido por meio da credulidade. Quando deixamos de lado o ceticismo e nos entregamos, dali em diante estaremos embriagados. É muito mais fácil impedir que a paixão se instale do que tentar arrancá-la do coração após instalada.), o feitiço conduzirá o seu pensamento à força, de forma autônoma.

Você tentará pensar em outras pessoas mas não conseguirá. Sua amada habitará os seus sonhos, a sua imaginação e a sua mente contra a sua vontade. Será uma invasora no seu coração. Você tentará desviar a atenção dela, mas sempre que o fizer cairá novamente no mesmo abismo, estará de novo prestando atenção, se ocupando e se preocupando com a bruxa, não conseguirá ignorá-la.

Não obstante, ela não é sua inimiga: seu inimigo é você próprio. É contra si mesmo que você deve lutar: contra suas debilidades, loucuras, afetos, medos, desejos, anelos, sonhos, fantasias, dores, apegos etc. O maior inimigo de um homem é ele próprio. Quando vencemos a nós mesmos, vencemos as mulheres espertinhas por extensão pois, em última instância, não são elas que nos atingem e ferem mas sim os nossos próprios sentimentos.

Nossas parceiras apenas utilizam nossas fraquezas contra nós mesmos e, ao fazê-lo, estão na verdade nos mostrando quem somos e até, de certa forma, nos ajudando. Por isso, não se revolte contra ninguém, muito menos contra as mulheres, porque é pura perda de tempo e ninguém dará importância. Revoltar-se contra as mulheres é uma bobagem.

Esteja atento à tendência de achá-la parecida com sua mãe. A tendência de ver a parceira como mãe é uma das raízes do apaixonamento. É o mesmo sentimento que tínhamos na infância e nos faz vê-las como tábuas de salvação.

Prazeres intensos são acompanhados por sofrimentos que lhes são equivalentes e que se seguem, por um mecanismo compensatório, à entrega 

desenfreada ao que é desejável. Aqueles que apreciam embriagar a alma no prazer da paixão romântica cedo ou tarde sofrem os efeitos compensatórios desta entrega.

O ideal é o caminho do meio, a temperança e sobriedade. A paixão romântica é uma forma de prazer emocional associado a vários tipos de sofrimento: ciúmes, necessidade de controlar o pensamento e os sentimentos do outro, de ser correspondido, de ter a presença da pessoa amada sempre por perto etc.

O amor passional romântico é uma neurose da cultura ocidental moderna e se transformou em uma necessidade. Desde o nascimento, é inculcada nas pessoas a falsa idéia de que a passionalidade amorosa é sinônimo de felicidade e uma necessidade sem a qual não se vive. Omite-se, assim, todo o lado obscuro e nefasto da paixão romântica, também chamada de pseudo-amor ou amor neurótico.

O procedimento para se curar a paixão é o mesmo com o qual se cura qualquer outra doença da alma: a compreensão.
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#9
Vou fazer um programa baseado nesse resumo, tudo bem? Dou-lhe todos os créditos, e deixo o link na descrição
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#10
Tudo bem, Ernane. Valeu!
“A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” Ellen White, Educação, Pág 57.
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#11
8. Decisões que "encurralam"


Para imobilizá-las e impedí-las de brincarem com nossos sentimentos nobres, necessitamos encontrar decisões acertadas. Decisões acertadas são aquelas que viram o barco em nosso favor, mantendo a razão ao nosso lado, e as obrigam a agir de modo transparente, revelando o que verdadeiramente sentem.

Podemos dizer que a estratégia magna em tais manobras emocionais defensivas consiste em criar condições objetivas definitivas, radicais e "encurralantes" das quais a mulher espertinha não possa escapar e que a obriguem a revelar o que verdadeiramente quer e sente em relação nós, uma vez que a dissimulação, a indefinição e o engano são suas artimanhas psicológicas principais.

Elas tentam esconder o que sentem, desejam e querem verdadeiramente para nos confundir. Ocultam suas intenções reais e simulam falsas intenções para nos desorientar. As decisões que "encurralam" devem ser entendidas e definidas assim: atitudes corajosas e inapeláveis que não deixam à mulher outra alternativa além de revelar de forma inequívoca suas verdadeiras intenções para conosco. São atitudes que exigem desapego e desapaixonamento totais, sem os quais o tiro sairá violentamente pela culatra nos atingindo. 

É preciso estar verdadeiramente disposto a perdê-la para sempre para que tais estratégias radicais funcionem. Portanto, não tente tais manobras se estiver apaixonado, apegado ou se não estiver disposto a arriscar-se de verdade a perdê-la. Por meio das decisões "encurralantes", que logo descreverei, você ficará sabendo o que realmente se oculta por trás do comportamento confuso e desconcertante. Uma vez que tenha descoberto a verdade, será muito mais fácil decidir o que fazer de sua vida e que destino dar à sua relação com sua manipuladora.

Em primeiro lugar, não faça ameaças vãs, prometendo aquilo que não terá forças para cumprir pois, se o fizer, sua credibilidade será perdida e suas ameaças de abandoná-la, trocá-la por outra, nunca mais procurá-las etc. se tornarão ridículas (É esse o caso, muito engraçado, do homem que diz que vai "castigar" a mulher com sua ausência mas nunca consegue cumprir o prometido.). Elas normalmente jogam até o limite extremo para descobrir se estamos blefando.

Algumas decisões "encurraladoras" e "punitivas" como as que seguem podem ajudar:
• Ausentar-se por um tempo suficiente para que ela sofra bastante;
• Calar-se, reduzindo o diálogo a zero ou quase zero;
• Estabelecer consequências (término da relação, envolvimento com outra mulher, ruptura definitiva de contato, finalização do compromisso etc.) para a próxima vez em que a conduta indesejável se repetir.

As decisões "encurralantes" e "punitivas" podem ser expressas de diversas maneiras mas normalmente devem conter um componente antecipatório ("da próxima vez em que você fizer tal coisa") e uma consequência devolutiva, moralmente à altura e correspondente à atitude indesejável que a motiva. 

Quando sua namorada ou esposa ficarem longos períodos sem telefonar e inventarem desculpas esfarrapadas, fique mudo, cale-se e não converse até que ela insista em saber o que está acontecendo. Então diga que somente dialogará novamente no dia em que ela se comprometer a telefonar com a frequência de uma mulher que ama. Aplique a mesma medida para longas ausências ou situações em que você fica confuso, sem saber com quem ela está ou o que está fazendo.

Se sua companheira gosta de manter o celular desligado para infernizá-lo com a dúvida, informe que somente aceitará novamente as ligações dela quando ela se comprometer a deixar o aparelho permanentemente ligado.

Se sua parceira gosta de recusar sexo alegando motivos absurdos ou se entrega de má vontade, sem entusiasmo, proíba-a de procurá-lo novamente enquanto não estiver louca de desejo, informando que somente a aceitará novamente quando ela se comprometer a transar com muita vontade, na forma e frequência que você precisa, sem frescuras.

Se sua companheira insiste em oferecer e não dar, em prometer e não cumprir, afaste-se informando que somente retomará o contato no dia em que ela se corrigir.

Se sua namorada trata os homens "sem intenção" de uma maneira suspeita que o perturba, desmascare-a indicando cruamente o comportamento suspeito que o incomodou e informe que da próxima vez em que isso se repetir você a trocará por outra imediatamente. A técnica de afastar-se exigindo correção da conduta para retomada do contato também funciona nesses casos.

Se sua garota insiste em inocentar atitudes excusas e recusa-se terminantemente a reconhecer as segundas intenções maldosas dos machos que a rodeiam ou teima em ser desnecessariamente atenciosa, excessivamente simpática ou amigável com caras "bonzinhos" (É muito conhecida esta artimanha dos bonzinhos fingidos que, na verdade, querem mesmo é levá-la para a cama), alegando desculpas esfarrapadas, diga-lha para procurá-lo novamente somente no dia em que mudar de idéia e reconhecer seu erro.

Não tenha medo. Se ela te amar de verdade, terminará concordando. Se não concordar, é porque nunca te amou mesmo e nada foi perdido. De todas as maneiras, a verdade virá a tona e acabará com as dúvidas e indefinições.

Antes que sua fêmea desapareça repentinamente sem dar notícias, como costumam fazer as espertinhas para nos deixar desesperados de amor, informe-a que, se ela se ausentar por mais de dois ou três dias sem dar explicações, você simplesmente concluirá que ela resolveu terminar a relação. Elas gostam de fazer isso para que nós fiquemos preocupados, imaginando que algo grave lhes tenha acontecido, que talvez alguém as tenha raptado ou que simplesmente estejam no motel com alguém!

Em suma, se sua parceira se comporta de forma indevida, recusa sexo, evita seus beijos e abraços, maltrata, evita, provoca, desafia, irrita, frustra, não telefona, é arrogante etc. simplesmente paralise a relação, distanciando-se subitamente, fechando-se totalmente. Não assedie, não a procure para o sexo, não converse, não telefone, não interrogue, não tente forçá-la a dizer o que está acontecendo e, acima de tudo, mantenha a cabeça, preserve a frieza e não brigue, não brigue, não brigue!

Interrompa o contato e espere, espere, espere e espere. Aguente até o fim e não dê o braço a torcer (por isso é que não devemos nos apaixonar nunca). Haverá um momento em que ela não irá suportar a tensão emocional que ela mesma criou e virá até você para saber o que está acontecendo porque a dúvida e a curiosidade estarão tragando-a viva. 

Então imponha suas condições sem atenuantes, faça as exigências necessárias e corretas para retomar o relacionamento: frequência e qualidade de sexo (Se for o caso dela já manter relações sexuais antes. Seria desonesto utilizar este mecanismo para forçá-la a ter sexo conosco se antes nunca houvesse tido. Refiro-me à preservação e à melhora da frequência e à qualidade do sexo que já se tem.), frequência de telefonemas e de encontros, forma correta de ser tratado, exclusividade de atenção, afastamento de assediadores fingidos etc..

Formule suas exigências de forma absolutamente clara para evitar as costumeiras simulações de mal-entendimento. Obviamente, você deverá ser educado, calmo e amável mas, ao mesmo tempo, direto, decidido, realista e cru.

Cumpra rigorosamente todas as citadas promessas retaliantes. Não ameace fazer o que não puder cumprir. Entretanto, não tente fazer nada disso se estiver apaixonado ou apegado porque o fulminado será você.

As decisões devem eliminar todas as possibilidades de dissimulação e engano, conduzindo somente a um único resultado: revelar-se. Para tanto, deverão conter apenas duas alternativas ou saídas para a espertinha: atender a sua exigência ou acabar com o relacionamento. Se ela te amar, fará o que você exige (e exija algo justo pois, do contrário, sua namorada se sentirá injustiçada e irá se vingar com toda razão; mantenha a razão do seu lado). Se a garota preferir terminar o relacionamento, é porque nunca te amou e não te servia mesmo, portanto não fará falta.

Uma vez compreendida essa natureza maldosa e trapaceira de muitas fêmea animais, bem como a impossibilidade de nos apaixonarmos sem sofrermos más consequências, surge na mente masculina inevitavelmente a seguinte questão: Teremos que renunciar a ter uma companheira? Como fazer para colocar uma mulher dentro de casa e viver com ela sob o mesmo teto?

Para resolver este problema, a mim parece que o caminho mais viável é manter relacionamentos temporários, sem os compromissos eternos do papel (Não existem mais mulheres como antigamente), prolongados pelo tempo em que a parceira proporciona certeza de fidelidade, honestidade e transparência (Deste modo, o tempo de duração da relação ficará nas mãos da parceira, que o definirá com sua conduta. Se ela quiser preservar o esposo ao lado para sempre, terá que agir dentro da linha). Quando esta certeza for irremediavelmente abalada (Por comprovadas mentiras e tentativas de ludibriação. Ex. dizer ao marido que vai a uma festa de aniversário mas não estar lá quando ele telefona), isso significa que chegou o momento de tentar uma nova empreitada. 

A suspeita, mesmo tênue (Refiro-me a suspeitas tênues mas graves e baseadas em fatos inequívocos), de traição ou adultério, quando não desfeita, é suficiente para definir a ruptura total dos compromissos emocionais sem apelação. Não é necessário esperar a certeza. Um grave erro que vejo em vários homens sofredores consiste justamente em esperarem a certeza de que são traídos por suas parceiras para romperem a relação ou, pelo menos, acabarem com os compromissos ao invés de devolverem-lhes as consequências à primeira leve suspeita. Tal fraqueza tem origem no apaixonamento. Se estivermos desapaixonados, não teremos que esperar o momento de flagrá-las nuas com seus amantes, bastando apenas detectar mentiras, incoerências ou simplesmente algo mal explicado para que decretemos o fim do compromisso. Informe-a, sem discutir, que ao primeiro sinal de que há algo errado as consequências devolutivas virão.

Existem traições grandes e pequenas. As pequenas são sutis e muito frequentes, geralmente disfarçadas sob alguma justificativa sentimental para que pareçam inocentes ou sublimes. São exemplos de traições sutis: mentir, manter-se escutando cortejos inúteis sem que haja necessidade para tal, ser amistosa ou cuidadosa com machos que as desejam etc. As desculpas esfarrapadas são sempre as mesmas: alegam que sentem pena do "coitadinho", que o mesmo não possuía nenhuma "má intenção" ou que não haviam percebido suas segundas intenções etc.

Na verdade, o que querem mesmo é preservar os desejos e esperanças do interessado fingido, evitando desvencilhar-se e afastá-lo.

Obviamente, a companheira deverá estar previamente informada a respeito das atitudes que abalam a confiança e finalizam o compromisso para que não possa alegar desconhecimento e acusá-lo de injustiça. Elabore uma lista de atitudes suspeitas que o incomodam (obviamente, não seja absurdo, faça um julgamento frio e racional) e notifique-a de forma decidida. Se ela estiver previamente avisada e sentir certeza em sua voz e em seu olhar, permanecerá por mais tempo tentando parecer fiel e prolongará a relação, talvez indefinidamente. Mas deverá ser mantida "na corda bamba". Qual é a finalidade de tudo isso? Tentar ressucitar o quase extinto papel de esposa, praticamente inexistente em nossos dias.

A menor inteligência emocional masculina tornou o homem menos manipuladors e mais vulnerável aos efeitos de ataques emocionais. Ao longo da história, o homem nunca foi capaz de responder às agressões emocionais com respostas igualmente emocionais. Estupidamente, ele sempre respondeu às mesmas com reações físicas, o que lhe tirou toda a razão e permitiu inúmeras acusações, além de alimentar um ódio ancestral inconsciente contra o o seu gênero. Como nunca foram atingidas devolutivamente nos sentimentos por seus joguinhos, infernizações, manipulações, ludibriações etc. as espertinhas acreditam-se invulneráveis neste campo e raramente sofrem as dores que sofremos. Não revidamos da mesma forma mas sim de formas diferentes e aí está o nosso erro.

Além de uma prova de covardia e fraqueza, os atos de agredí-las fisicamente, ofender, xingar, gritar etc. são uma prejudicial perda de tempo que, a longo prazo, as favorece ao propiciar-lhes o papel de vítima. Portanto, temos que aprender a atingí-las devolutivamente nos sentimentos, para que sintam o que é ter os sentimentos mais nobres transformados em objetos de brincadeiras irresponsáveis. 

Brincar com sentimentos e abusar da sinceridade alheia é quase o mesmo que brincar com a vida (Uma prova disso são os surtos de loucura furiosa de maridos traídos e ex-maridos que sequestram a família e se matam. A paixão masculina tem esse lado fatal que nunca pode ser negligenciado. Precaver as pessoas contra ela é fazer o bem). Infelizmente, a maioria dos homens são fracos demais para devolver-lhes as consequências emocionais adequadas. Se tais consequências sempre viessem, com certeza o emprego das artimanhas diminuiria.

Aplicar decisões "encurralantes" é muito melhor do que perder o tempo com discussões na tentativa tola de forçá-las a reconhecerem seus erros, o que surte o efeito contrário.
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#12
9. A importância de não nos polarizarmos


Podemos definir a habilidade em lidar com mulheres como a arte de administrar corretamente os nossos atos bons e os chamados "atos maus" nos momentos adequados.

"Atos maus" apenas sob uma determinada perspectiva feminina. É nesse sentido que as mulheres consideram que aqueles que não se deixam manipular e lhes devolvem as consequências justas de suas atitudes são "malvados". Entenda-se que as palavras "maus" e "cruéis" são usadas aqui como força de expressão e não para designar atos prejudiciais ao próximo. O que uma megera espertinha considera "maldade", será visto de forma diferente por uma mulher justa e sincera. Assim, ausentar-se, não telefonar, calar-se e desmascarar amigavelmente mentiras são considerados atos maus por muitas pessoas, mesmo que elas sejam arrogantes, frias, distantes, indefinidas e indiferentes na relação conosco.

Se formos exclusivamente bons, seremos considerados bobos e enganados.

Se formos exclusivamente maus, no sentido amplo da palavra, estaremos errados, perderemos a razão e lhes daremos motivos para se vingarem com toda justiça. O ideal é sermos simultaneamente bons e, em certo sentido, "maus", carinhosos e meio "cruéis", conforme as situações, sem jamais nos polarizarmos em nenhum lado.

Mantenha a razão ao seu lado e jamais seja injusto. Deste modo, poderá desmascarar os erros e desonestidades, destruindo suas defesas.

Atue como se estivesse "domando-a" (Muitos livros foram escritos ensinado as mulheres a fazerem isso com os homens. Leia-se a respeito: Karen Salmanshon e Ammy Sutherland, entre outras autoras). Recompense a honestidade, a transparência e a lealdade com algum carinho, presentes, dedicação e proteção. Por outro lado, não tenha receio quando precisar "castigar" (Com os atos devolutivos e especulares de boicote, já referidos) desonestidades, atitudes suspeitas, ambíguas, confusas e traições sutis. 

Se houver arrependimento verdadeiro por atos que não sejam graves, o que costuma ser raro devido à falsidade que muitas vezes se verifica no sexo feminino, seja compreensivo. Tome cuidado com lágrimas de crocodilo.

Oscile conforme as situações, sem se prender ao lado bom ou ao lado (considerado por elas) "mau". Não seja exclusivamente bom e nem mau, desconcerte-a. Seja justo. Jamais a castigue sem que ela mereça porque isso legitima o ressentimento. Se você errar, apresse-se em corrigir seu erro.

Acostume-a com sua presença e não com sua ausência. Se você se afastar com muita frequência, sua companheira se acostumará com a sua falta e seu plano irá por água abaixo. Por outro lado, se estiver sempre presente, não será valorizado. O ideal é afastar-se ou romper o contato somente nos momentos corretos, isto é, quando ocorrer alguma tentativa de ludibriação. Entretanto, nesses momentos o isolamento deve ser prolongado e total. Não perca o tempo acumulado durante a resistência: se você suportou ficar dois dias sem telefonar ou procurá-la, perderá esse tempo se fraquejar no terceiro dia e terá que recomeçar a contagem.

É necessário compensar a dureza com proteção e carinho sincero. A frieza e a distância contínuas esfriam a relação. Normalmente, o novato se fixa na bondade ou na maldade e obtém os resultados opostos aos desejados e por isso este livro não se destina somente aos experientes. Para dominar a relação é necessário oscilar conforme as necessidades impostas por seus joguinhos e manter-se acima de suas mediocridades e futilidades, habilidade que exige a morte radical de nossos defeitos e fraquezas.
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#13
10. As provocações irritantes


Estudemos agora as provocações histéricas levadas a cabo por algumas megeras e que nos confundem tanto. É comum alguns homens serem desafiados ou termos a ira provocada por atitudes, comportamentos ou palavras de suas companheiras. Estas provocações são testes que visam medir seu auto-controle, grau de apaixonamento e capacidade de reagir corretamente a situações difíceis.

Quando mesclado à raiva ou à ira, o sentimento da paixão atua como um freio contra as atitudes agressivas destrutivas do macho irritado por ter sofrido uma provocação. Portanto, de acordo com o grau de agressividade de sua reação, a mulher ficará sabendo se você está muito ou pouco apaixonado e também se você é impulsivo ou possui auto-controle. Se você perder a cabeça e enfurecer-se, estará demonstrando que não se controla e, portanto, é um macho de categoria inferior, incapaz de manter o sangue frio em situações tensas para protegê-la em caso de necessidade. Se agredí-la verbalmente, estará indicando que é pouco submisso mas, ao mesmo tempo, que não controla a si mesmo. Nesses dois casos, você ficará rebaixado aos olhos da espertinha, que se sentirá superior a você. Se não fizer nada, por outro lado, estará indicando que é passivo, submisso e, igualmente, pouco interessante. O que fazer então?

A situação é difícil, quase um beco sem saída. Trata-se de mais uma armadilha que testa e mede o valor masculino. Se reagirmos agressivamente à provocação, perderemos o jogo. Se aceitarmos passivamente a provocação, também o perderemos. Mas há uma solução: desmascarar calmamente a provocação no exato momento em que está acontecendo, denunciando o fato diante dos olhos dela e para ela mesma de modo a fazê-la sentir-se descoberta e envergonhada. Jamais entre na armadilha. Não agrida, não grite e não xingue sua companheira de modo algum, nunca! Sob hipótese alguma a machuque fisicamente. Estas atitudes farão com que você perca a razão e saia derrotado na guerra de nervos que está sendo travada. Ela parecerá uma coitadinha indefesa e você será visto como o perverso da história. É exatamente isso o que as megeras espertinhas querem e tentam induzir.

Quando denunciamos, sem brigar e nem discutir, de forma direta e clara, exatamente o que está acontecendo, quais são as atitudes provocativas, os motivos pelos quais as mesmas são desafiantes etc. imobilizamos a parceira porque a fazemos se sentir descoberta em flagrante.

O ato de desafiar e provocar visa não somente nos testar mas também manipular situações de modo a colocar a pessoa que provoca em evidência como uma vítima. Historicamente, as fêmeas instrumentalizaram este papel como arma social para domínio, obtenção de proteção e de favores. Em alguns casos de legítima defesa contra homens perversos, o emprego desta estratégia é justo, mas não em todos.

Quando permitirmos que a mulher apareça como uma vítima (sem na verdade o ser) perante nós mesmos, perante elas próprias e perante as outras pessoas, ficamos moralmente endividados. Então sentiremos uma necessidade emocional intensa de bajular, agradar, correr atrás etc. para sermos "perdoados". O curioso é que, quando a manipulação é perfeita, aquele que busca o perdão é justamente o inocente e aquele que detém o poder de perdoar é o culpado. É uma engenhosa artimanha de manipulação mental que inverte a posição de cada um e é típica de megeras histéricas (Dito de outra maneira: o homem é manipulado por seus sentimentos de culpa, tal como explicou Esther Vilar).

A chave para lidar com tais estratagemas histéricos é flagrar a provocação em curso e denunciá-la imediatamente, sem dar margem alguma para discussão e, é claro, sem brigar. Use um tom de voz firme, convicto e grave mas fale pouco, de forma curta, grossa e direta, mirando nos olhos. Então cale-se ou se afaste até que ela se insinue envergonhada para reconciliação(O momento que se sucede imediatamente à reconciliação de uma briga ou ruptura é muito adequado para entabularmos um novo padrão de relacionamento pautado na distância, frieza, dedicação, liderança protetora, erotismo intenso, carinho sincero e imparcialidade conscientemente dosados e articulados). 

Se não se insinuar, abandone-a definitivamente, troque-a por outra melhor, pois você não terá perdido nada: megeras que mesmo sendo descobertas em flagrante não se envergonham são incorrigíveis.

Não seja tagarela, prolixo. Aquele que reduz suas falas e diálogos ao mínimo se protege contra as provocações femininas. A fala denuncia nossos sentimentos, limitações e fraquezas. Quanto mais você discutir com sua parceira, mais complicado ficará tudo porque nesses casos os argumentos femininos são caprichosos e ilógicos. Ao invés de buscarem clareza e entendimento ao discutirem, elas buscam nos irritar, acalmar, apaziguar e enfurecer alternadamente.

Uma forma comum de provocação consiste em afirmar ou perguntar algo obviamente absurdo mas que tenha o poder de tocar exatamente em nosso ponto fraco, enfurecendo-nos, ao mesmo tempo em que simulam não se dar conta do que estão fazendo. Em seguida, ao perceberem a nossa cólera, se retiram da discussão sob o argumento de que estamos sendo mal-educados, como se nossa ira fosse injustificada. É um procedimento muito comum em espertinhas e cuja intenção é nos deixar em um estado emocional ruim mas que se torna efetivo apenas porque discutimos e falamos.

Como as mulheres são seres de orientação emocional, seus ataques visam os sentimentos daqueles que almejam ferir, dobrar e submeter. Isso acontece porque não possuem outra forma de defesa: os ataques no sentimento são uma forma de compensar a delicadeza física e a pouca incisibilidade intelectual (Entendo que o intelecto feminino é muito amplo e abrangente, mas pouco incisivo. É mais fácil para uma mulher pensar em muitas coisas simultaneamente do que pensar somente em uma coisa com profundidade extrema. Isso lhes confere vantagens em certos aspectos da vida e desvantagens em outros). 

Sua capacidade de argumentar de forma centrada é menor e por isso nos atacam pela via emocional. Como nós, os machos humanos, somos raquíticos e débeis em inteligência emocional sendo, portanto, infantilizados nesse aspecto, elas deitam e rolam. Atacam de diversas e imprevisíveis maneiras, evitando o confronto lógico-racional ao máximo e tentando provocar sentimentos específicos, por ser este o campo em que dominam e se sentem à vontade. A maioria dos homens caem na armadilha e, desesperados, debatem-se tentando forçá-las a argumentarem, afundando mais e mais e perdendo a guerra. E a perdem simplesmente por um erro estratégico, como explicarei a seguir.

Uma forma de lidar com essas provocações disfarçadas é, em primeiro lugar, sermos distantes e intocáveis, jamais nos aproximando muito. Para cumprir nossos deveres de homem naquilo que as beneficia, sempre somos bem vindos mas, para recebermos delas os direitos que nos beneficiariam, somos considerados exagerados, retrógrados, machistas etc. e recebemos, em troca, provocações, reclamações, enganações e mentiras. Logo, a solução é nos disciplinarmos internamente para conseguirmos o silêncio total.

O silêncio é uma blindagem e, se alguma bruxa está te provocando e enlouquecendo, isto se deve simplesmente a alguma abertura anterior que você deixou por meio da fala. Não se deixe conhecer porque aquele que se deixa conhecer se torna previsível.

Uma vez que tenhamos nos mostrado e revelado quem somos, damos a elas material para que abusem de nossa tolerância dentro de nossos limites. Nossos limites são muito bem calculados por meio do que revelamos ao falar, conversar, agir etc. Elas o detectam e raramente o ultrapassam.

Sempre que um homem confere importância ao que uma mulher espertinha diz, costuma ser arrastado para vários estados internos negativos e comportamentos indesejáveis. Esta influência é hipnótica e se dá por meio da fascinação e da identificação. O estado ideal é aquele em que somos indiferentes por nos isolarmos do violento poder magnético da fala e da voz (lembre-se do canto das sereias: O poder que a voz feminina possui para encantar o homem é muito bem ilustrado nas histórias das sereias que arrastavam os navegantes às profundezas do mar).

Embora sejam fisicamente delicadas, muitas mulheres possuem um poder hipnótico fortíssimo que atua em várias direções, por meio da voz e do olhar, levando-nos facilmente ora para a alegria, ora para a ira, ora para o desespero. Daí a importância de não levarmos a sério o que dizem e ignorarmos suas falas quando forem ludibriadoras. O simples ato de prestarmos atenção em uma tentativa de engano pode ser suficiente para desencadear uma crise hipnótica e não convém subestimar este poder.

Portanto, um segundo cuidado a tomar é o de não se deixar fascinar pelas provocações de sentimentos bons ou maus. Isso significa: não enfurecer-se, não lisonjear-se, não entusiasmar-se, não admirar, não odiar, não ficar feliz etc. Resista tanto às tentativas de indução de simpatia quanto às de antipatia. Não se deixe seduzir por elogios, olhares apaixonados, exibição de decotes, cartas de amor, presentes etc. Resista igualmente ao efeito dos sorrisos cínicos, frases ferinas, tentativas de diminuí-lo, depreciá-lo, fazê-lo sentir ciúmes (Resistindo às provocações ruins, não nos tornamos violentos. Resistindo às provocações boas, não somos enganados. O ideal é sempre a temperança: evitar os extremos. Não nos deixemos cair para um lado e nem para o outro) etc. 

Não oscile, mantenha-se firme em si mesmo. Mantenha a mente silenciosa e serena, olhando-a fixamente nos olhos. Seja calmo. Ela tentará incansavelmente provocar sentimentos bons e ruins alternadamente. Os sentimentos bons visam desarmá-lo, fazê-lo baixar a guarda; os sentimentos ruins visam fazê-lo sofrer e retaliá-lo por sua rebeldia.

Em terceiro lugar, supere-a na arte de provocar sentimentos variados. Não adianta muito estar emocionalmente blindado se, além disso, você não ataca corretamente pela mesma via. Observe-a e aprenda a atingir os sentimentos como elas fazem. Ao invés de tentar inutilmente forçá-la a argumentar, simplesmente desmascare cada provocação emocional e devolva-lhe tudo.

Em suma, a solução para lidarmos com as provocações irritantes é sermos mais resistentes às provocações do que elas e, ao mesmo tempo, sermos mais provocadores (Por um efeito natural da conduta especular), vencendo-as em seus próprios domínios. Aquele que as supera não se deixa irritar mas, ao contrário, é refratário às múltiplas provocações. Não se deixa manipular porque resiste às tentações boas e más, ao fascínio do carinho, da lisonja, do desafio, do insulto, da volúpia, do sentimentalismo, do apego, da arrogância, da indiferença etc. O caminho é a calma, a não-ação.

Como complemento, convém ainda "castigar" atitudes irritantes ou desonestas com outras do mesmo teor, dentro de um rigoroso critério de justiça, é claro, para que as espertinhas sintam como é gostoso sofrer abusos emocionais. Se você transformar cada atitude irritante em uma regra para a relação, ao invés de vingar-se, terá amarrado a engraçadinha e será deixado em paz por um tempo pois, para atingir os seus sentimentos, ela terá que atingir primeiramente os dela própria e ficará quieta. Por exemplo: se sua namorada marca um encontro e não comparece sem motivo, não compareça nos próximos encontros marcados e não esconda o que está fazendo. 

Informe que, já que ela não compareceu ao compromisso, você também não tem a obrigação de comparecer e que, da próxima vez que ela descumprir um compromisso, haverá um "castigo" ainda pior ("se você não queria comparecer, por que se comprometeu?"); se você a flagrar em uma mentira, diga-lhe para nunca mais dizer a verdade dali em diante. Obviamente, você poderá reverter essa decisão se houver arrependimento sincero, demonstrado com atitudes. Se o arrependimento não for fingido, é justo dar uma outra chance. Temos que perdoar se quisermos ser perdoados.

Uma das grandes dificuldades em se lidar com seres humanos consiste no fato de que, normalmente, se admitirmos e perdoamos gratuitamente erros e atitudes desonestas, somos considerados trouxas ao invés de bondosos. Aquele que perdoa gratuitamente um erro, é considerado um cúmplice. Portanto, não há outra solução além de "castigar". O "castigo" a que me refiro aqui difere completamente da simples vingança porque preserva a justiça, a honestidade, a sobriedade e a razão, evitando que coisas piores aconteçam. E não se trata de nada que irá prejudicar a outra pessoa, apenas irá devolver-lhe seus próprios atos para que reflita.
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#14
11. Os vícios e fraquezas femininos


Costuma-se falar de má vontade sobre a maldade feminina. A tendência comum é evitá-la, evadindo-se. Por outro lado, denunciar as várias e inegáveis crueldades do homem é algo comum, visto pelas pessoas como natural pois, como é comum ouvir-se, "os homens não prestam mesmo". Os homens bons, então, dão um sorriso amarelo e fingem achar graça, ainda que no fundo saibam as coisas não são assim tão simples. Daí a necessidade de trilharmos o caminho oposto para esclarecer o que falta, encarando frontalmente o problema que todos evitam e denunciando-o como fazem as feministas justas (Que fique claro que me refiro às feministas conscientes e esclarecidas e não às nazi-feministas misândricas que imputam unicamente ao homem a responsabilidade por todas as desgraças do mundo.) com os vícios masculinos.

Se é verdade que os homens são maldosos com relação às fêmeas, cobiçando-as, valorizando-as pela beleza exterior e possuem segundas intenções sexuais, não é menos verdade que as fêmeas também são maldosas, valorizando-nos por nossa posição social, nossa atratividade em relação às mulheres bonitas, nosso dinheiro, nossa fama etc. não nos amando desinteressadamente.

São totalmente utilitaristas e não nos amam pelo que somos mas apenas pelos benefícios práticos e emocionais que possamos proporcionar. As segundas intenções masculinas são sexuais: o macho quer copular. As segundas intenções femininas são práticas e calculistas: ser invejada pelas rivais, transformada em princesa, ter um escravo, chamar a atenção, ser protegida, ser conhecida etc. Portanto, não somente os homens os vilões da história.

Os vícios são fraquezas emocionais. As fraquezas emocionais são os desejos mais intensos da alma, contra os quais a pessoa não possui resistência. São molas secretas que conduzem à ação. Tais molas são ativadas quando são apertados os botões psicológicos corretos. Os botões psicológicos corretos são apertados por meio de atitudes que excitem e acendam as paixões, os desejos, os medos e as emoções intensas. Daí a importância do ser humano tornar-se consciente de suas fraquezas e de superá-las.

Apesar da virtuosidade e nobreza de caráter algumas vezes aparente, as mulheres espertinhas que tratamos aqui possuem desejos contra os quais são incapazes de resistir. São ferramentas por meio das quais podem ser tomadas, presas e manipuladas. Vou indicá-los:
  • ser protegida contra seus medos naturais (medo da escuridão, da solidão, do abandono, da morte, de doenças, do frio, da chuva, da velhice, de certos animais pequenos e repugnantes, etc.), esta é a fraqueza principal;
  • gula por doces, sorvetes e chocolates;
  • ser reconhecida socialmente, admirada e invejada por todos;
  • passar na frente das rivais, conseguir ser notada por um homem famoso desejado por muitas;
  • descobrir segredos que lhes excitem a curiosidade;
  • ser desejada e repudiar quem a deseja;
  • dissimular, mentir e sentir que consegue enganar homens possessivos;
  • comprovar continuamente que consegue fazer se apaixonar e sofre por amor.
Os desejos mencionados nunca são totalmente satisfeitos durante a relação com homens mais experientes: eles os boicotam. Elas se prendem a esses homens sem entenderem os motivos. E os motivos se resumem no seguinte: eles ascenam com a possibilidade de satisfazer tais paixões absurdas e ao mesmo tempo nunca as satisfazem totalmente, preservando a sede feminina.

O desejo de oferecer sexo, carinho e amor NÃO É uma das fraquezas femininas principais. Esses três elementos são apenas ferramentas utilizadas para atrair os homens e dominá-los de maneira análoga à descrita acima. Na guerra da paixão, o desejo do outro, seja homem ou mulher, nunca é totalmente satisfeito.

Aquele que satisfaz completamente o desejo do outro a perde. Aquele que nunca satisfaz nenhum desejo do outro, igualmente a perde. Aquele que atender parcialmente a todos desejos do parceiro de forma mais hábil, permitindo que esses desejos continuem, vencerá. É por isso que a guerra da paixão é tola, não tem nada a ver com o amor verdadeiro. A guerra da paixão é puro egoísmo sentimental.

Todo desejo é uma fraqueza por onde uma pessoa pode ser tomada. As mulheres espertinhas não desejam amar o homem de forma incondicional, desinteressda e altruísta, nem tampouco desejam o sexo somente em si e por si mesmo, como pensam costumeiramente os desconhecedores. Seus desejos são tão mesquinhos e egoístas quanto os desejos dos homens, apenas diferindo destes qualitativamente. Os tipos de desejos diferem mas o egoísmo contido nos mesmos não. É por isso que aquilo que comumente chamam de amor não possui utilidade alguma. É algo dispensável e nada tem a ver com o verdadeiro e divino AMOR.

A menos que tenha um histórico de dedicação à luta vitoriosa sobre si mesma e busque superar-se dia após dia, tomando consciência de suas debilidades, uma mulher trairá seu marido sem muita dificuldade se colocada a sós com outro homem que corresponda ao modelo masculino ideal que há em sua alma. Esta é a prova de que o amor romântico e passional é um embuste para iludir as pessoas inocentes. A paixão possui uma face fatal da qual ninguém gosta de falar. O modelo masculino ideal irresistível é aquele que sintetiza todos os desejos, sonhos, fantasias, vícios, medos e anelos encarceradores da vontade. Não necessariamente os homens em quem esses modelos forem projetados o merecerão. Nem sempre os homens fascinantes atrairão a mulher para a salvação.

Se você está sendo ignorado por alguma dama, tal fato indica, com total exatidão e sem a menor sombra de dúvida, que você não está apertando os botões psicológicos corretos por desconhecimento ou por incapacidade. Mas é bem possível que um homem mais experiente o esteja fazendo. Na maioria das vezes, os homens desconhecedores apertam os botões errados, ou seja, agem de forma equivocada, acreditando que terão um resultado e tendo outro. Então surpreendem-se e ficam confusos, sem entender o motivo da rejeição ou desinteresse. E o motivo é simplesmente o desconhecimento: as atitudes que ele crê que as impressionariam não as impressionam e as atitudes que aparentemente as afugentariam não as afugentam. 

Os efeitos são contrários aos esperados e o candidato a sedutor pode cair em situações ridículas sem sequer dar-se conta da ridicularia. Então assistimos a tragicomédias em que rimos e choramos simultaneamente. São atitudes ridículas que os desconhecedores acreditam possuír efeito sedutor mas que na verdade surtem o efeito oposto: gritar, fazer gracinhas, falar alto, dar cantadas, ser extrovertido, ser valentão, ser exibicionista, fazer macaquices, bancar o bonzinho, tentar agradar, fingir-se de príncipe encantado, mostrar-se apaixonado, assediar, perseguir, vigiar, mostrar-se ansioso e desesperado por sexo ou por encontros. 

Inversamente, são atitudes que surtem efeito positivo: não fazer caso da beleza, olhar fixamente nos olhos até que sejam abaixados, surpreender travando contato subitamente porém como se não se atribuísse muita importância a tal fato, ser sério, falar em tom de voz firme, ser curto e grosso, falar pouco, surpreender com longas falas acertadas, ignorar a presença supreendendo com contato súbito, discordar, contradizer as opiniões, liderar beneficamente, aconselhar severamente, "horrorizar" de forma calculada, "encurralar", "encostar contra a parede" as espertinhas esquivas, criar situações definitivas, ser distante, fechado e misterioso, falar pouco e corretamente, ser protetor, tocar fisicamente de forma rápida e ligeira como se não houvesse intenção, surpreender falando bastante tempo coisas acertadas e logo retornar ao silêncio, não falar besteiras, não ser prolixo e, principalmente, ser justo, sincero e correto.

Diante de um homem que lidera, se destaca dos demais e impressiona por sua firmeza e segurança incomuns, as fêmeas desfalecem e não podem resistir. Trata-se de uma fraqueza análoga à que sentimos diante de mulheres bonitas, delicadas e voluptuosas que expõem suas pernas, seus decotes e suas formas, convidando-nos para o amor (ainda que o recusem imediatamente em seguida).

De modo muito parecido com as crianças, muitas mulheres adultas necessitam sentir a presença de alguém mais poderoso e mais sábio que as conduza e proteja (é por isso que os poderosos são os mais assediados). Fora desta posição, sentem-se vulneráveis, expostas aos perigos naturais de nossa espécie. É esta a fraqueza que as impele a lançar-se loucamente sobre homens famosos, cantores e artistas pois os mesmos comunicam ao inconsciente que são mais poderosos do que os homens comuns ("Se ele tem tanto destaque, só pode mesmo é ser muito poderoso e ter algo de bom!"). 

Em tais situações, são ativadas as fantasias do inconsciente feminino, o que faz com que as mulheres saiam da imobilidade, se ofereçam, persigam e assediem os homens que estiverem em destaque. Mas, uma vez que os tenham seduzido e conquistado, se decepcionarão subitamente se eles não corresponderem às exigências de suas fantasias inconscientes. Perderão então o interesse e os trocarão por outros ou os manterão como meros troféus, escravos emocionais ou algo assim.

A indiferença ao sexo e a relutância em manifestar atos de amor e de carinho compensam a fragilidade física e conferem domínio emocional sobre o outro gênero, sendo fatores que tornam as mulheres emocionalmente resistentes e muito difíceis de vencer nas guerras da paixão. As fêmeas de mamíferos e aves, em geral, não são ansiosas por copular, ao contrário dos machos que caem em estresse intenso quando forçados a uma abstinência, desenvolvendo inclusive patologias.

A desesperada necessidade pela tríade sexo-carinho-amor sentida pelos machos humanos os vulnerabiliza e os obriga a assediarem, agradarem, perseguirem, bajularem e se submeterem como súditos a uma rainha. Como princesas e felinas, as fêmeas humanas recebem a segurança e o conforto como algo que naturalmente lhes é devido e cujo preço correspondente não precisa ser pago pois sua simples existência já é vista como um pagamento mais do que justo. 

Nós, os machos, ao contrário, em geral nos assemelhamos a escravos e a cães, pois consideramos natural nos sacrificarmos dando-lhes muito ou tudo e recebendo pouco em troca. Portanto, elas são fortes em um campo em que somos fracos. Para piorar tudo, sabendo que são deliciosas e necessárias para nossa saúde emocional, aproveitam-se desta fraqueza para exercer domínio. O homem, via de regra, é um fantoche que administra tudo e comanda tudo, menos as felinas que o comandam. A superioridade masculina é um mito.

Alguns desconhecedores projetam suas características psicológicas sobre as mulheres e acreditam que elas são como eles, ansiosas pelo sexo, pelo amor e pelo carinho. Acreditam que o amor-sexo-carinho que oferecem poderia impressioná-las e elas, então, se apaixonariam por seus phalus erectus. Esta é uma idéia absurda que não se sustenta perante a observação e a experiência porque as mulheres funcionam de forma inversa aos homens, são o seu pólo contrário.

Conhecendo nossas fraquezas como conhecem, torna-se fácil, por exemplo, amansar por meio do carinho um esposo enfurecido pelos ciúmes, ativar o assédio expondo-se para acusar o assediador em seguida etc. pois tudo advém da fraqueza dos homens (e são, portanto, eles também os culpados por isso). Portanto, temos que combater nossa próprias fraquezas ao invés de nos colocarmos contra nossas deliciosas felinas. Quando subjugamos nossa parte animal, nossas carências, nossos desejos, nossa loucura por sexo etc. as subjugamos involuntariamente por extensão, mesmo que não o queiramos, pois eliminamos os botões ou pontos fracos por onde éramos manipulados.

Em outras palavras, as subjugamos quando subjugamos a nós mesmos, desistindo de submetê-las aos nossos interesses e às nossas fraquezas passionais, a saber: o desejo, os afetos, a luxúria (É claro que, quando as mulheres também tomam consciência de suas fraquezas, as relações se tornam mais harmoniosas. A etapa animal começa então a ser transcendida e as contradições passam a outros níveis).

O comportamento das espertinhas é, muitas vezes, regido por um princípio que denomino "egoísmo sentimental". Para elas, não importam os nossos sentimentos mas sim os delas e somente os delas. São absolutamente cegas para qualquer outra coisa. Consideram "lógico" aquilo que proporciona sentimentos desejáveis e "ilógico" aquilo que proporciona sentimentos indesejáveis. Aqui surge outra complicação e o caldo entorna de vez: nem sempre os sentimentos agradáveis são os desejáveis pois o inconsciente reage de forma distinta e até contrária à consciência.

O egoísmo sentimental as possui e as impele a satisfazer constantemente a necessidade de constatar que sofremos de amor. Quando não conseguem detectar nos parceiros indícios de sofrimento emocional, ficam tristes e dizem para si mesmas: "Ele já não sofre mais por mim, devo estar ficando desinteressante e pouco atraente etc". Comprazem-se em ver-nos sofrer com a raiva, irritação, ciúmes, saudade, tristeza, falta, apego, confusão, dúvida etc. Esta mesma necessidade é que as fulmina de volta quando se deparam com um homem refratário pois este não permite que sejam satisfeitas. Como o desejo de comprovar nosso sofrimento emocional é muito forte, o mesmo se tranforma em um parasita interno que as traga vivas quando não é satisfeito pois a dor da insatisfação é proporcional à intensidade do desejo (É por este motivo que as mulheres deveriam reconhecer e transcender as suas fraquezas ao invés de lançar vitupérios contra quem as descreve).

Portanto, o parceiro refratário irá atingir a espertinha nos sentimentos uma primeira vez ao recusar-se a sofrer com a paixão e uma segunda vez ao "castigá-la" com suas próprias atitudes e desejos insatisfeitos. Se ainda assim ela não se modificar, ele não terá outra alternativa além de deixá-la. 

Há casos extremos de fêmeas predatórias violentas, altamente histéricas e agressivas que nos desafiam a agredí-las fisicamente ("Bate, se você for homem!"). Em tais casos não há alternativas além de nos afastarmos para sempre.

Pouquíssimos machos conseguem lidar com esse vício feminino de provocação. A maioria se desespera e sucumbe pois o aprendizado é difícil, demorado e doloroso. Os fracos gritam, agridem, insultam e perdem a guerra. 

Os homens podem ser fortes físicamente e intelectualmente porém emocionalmente são débeis. Facilmente saem do sério quando provocados. São impacientes e possuem pavio curto. Essa debilidade emocional provoca derrotas nas guerras da paixão. A maior inteligência emocional das mulheres afronta e desarticula as forças física e intelectual dos homens e as vence, desmontando-os e derrubando-os. É este o motivo pelo qual aqueles que resistem às influências e provocações no nível emocional se tornam invulneráveis.

A mente das espertinhas tem dificuldade em diferenciar a bondade da fraqueza, bem como a crueldade da força. Tal confusão as leva a não se sentirem seguras na companhia dos democráticos e bondosos. Entretanto, existem homens bons e fortes, assim como homens cruéis e débeis. Portanto, a preferência pelos piores se fundamenta em um equívoco. E este equívoco resulta de mais um vício: a superficialidade nos julgamentos.
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#15
12. O perfil masculino ideal


Se sua relação está desgastada, sua companheira te ignora, recusa sexo, não quer vê-lo, etc. isto significa que sua pessoa, tal como tem sido, não interessa mais. Portanto, é hora de "morrer" e se tornar outro. Entenda bem: "morrer", aqui, significa tornar-se outra pessoa completamente distinta de quem você foi, modificar-se até o ponto de causar estranhamento, sensação de perda. É uma
"morte" simbólica: a morte real dos seus egos, isto é, da pessoa psicológica que você é.

Se você está em pânico, desesperado ou depressivo porque sua amada o traiu ou o despreza, e está pensando em suicídio, sugiro que não faça isso. Prefira "morrer" psicologicamente ao invés de atentar contra a própria vida ou contra seu próprio corpo físico. É melhor transformar-se psicologicamente do que suicidar-se, não acha?

Se você "morrer" de verdade em si mesmo, se tornará de fato, e não por mera suposição ou simulação, outra pessoa. Não estará simplesmente simulando um comportamento mas terá se transformado de verdade. Não será mais reconhecido, aquela que te fez sofrer irá estranhá-lo e irá se desesperar porque o perdeu.
  • Se você está sendo desprezado, isso indica que você pode estar cometendo os seguintes erros:
  • Sendo excessivamente carinhoso;
  • Falando muito;
  • Tentando agradá-la todo o tempo;
  • Demonstrando medo de perdê-la;
  • Exigindo atenção, carinho e sexo;
  • Exigindo a presença e a companhia dela;
  • Correndo atrás dela todo o tempo, ligando sem parar etc.
A despeito das mentiras que as espertinhas contam, o fato é que um homem muito carinhoso se torna cansativo e serve apenas para ser rejeitado e tratado como um escravo ou como um cão vira-lata. O carinho deve ser bem dosado, racionado. Seja carinhoso apenas de vez em quando e nas horas certas: em recompensa pela boa conduta. Seja mais frio do que carinhoso mas não totalmente frio.

Geralmente, o homem se esforça e se sacrifica intensamente, bajulando e agradando, para receber em troca uma quantidade mínima de carinho e sexo. Esta tendência é geral e você poderá confirmá-la pela observação. Elas estão tão acostumadas a isso, que sempre que você se mostrar carinhoso será visto como um assediador em busca da tríade sexo-carinho-amor. Como elas não gostam muito de sexo, resulta então que os carinhosos são considerados pouco interessantes e utilizados como meros escravos emocionais que dão tudo de si e recebem pouco ou nada em troca. 

O curioso é que são justamente os insensíveis, que são muito poucos, os que recebem de graça e sem esforço aquilo que os carinhosos e assediadores tanto lutam para conseguir. Isso ocorre porque elas não compreendem a lógica do amor em profundidade. No campo das relações amorosas, a mente das espertinhas funciona como a mente dos estelionatários: é incapaz de compreender os acontecimentos de um ponto de vista que não seja o seu. O único referencial amoroso que existe são elas mesmas pois vivem imersas em um egoísmo natural. É uma perda de tempo, portanto, pressionar e exigir carinho, amor e sexo daquelas que os recusam porque tal ato surtirá o efeito diametralmente oposto.

Não seja tagarela e não converse muito. Se você observar, verá que as conversas dessas mulheres costumam ser superficiais e subjetivas. Se você entrar nessa subjetividade frívola, participando de conversas inúteis, escutando ladainhas, canções psicológicas, fofocas, desfechos de novelas, maledicência sobre a vida alheia etc. o inconsciente delas reagirá considerando-o pouco masculino, já que
entre as características masculinas ideais estão a objetividade racional, a firmeza, a profundidade, a superioridade e o domínio (é por isso que elas perseguem os líderes). O desastroso resultado será o seguinte: sua companheira irá considerá-lo "legal", "gentil" e "agradável" mas muito pouco atraente como macho. Do mesmo modo, cairá igualmente em uma situação ridícula se ficar tentando ser engraçado, fazê-la rir, fazer micagens, pendurar-se em galhos de cabeça para baixo etc. pois será tratado como um alegre e bem intencionado palhaço. 

Também não entre em discussões, resista ao magnetismo fatal da língua viperina e ignore reclamações inúteis. Não fique gritando porque será considerado pouco masculino. Queremos que elas nos vejam como machos e não como amigos, animais de estimação e nem como palhaços, certo? Portanto, o ideal é ser silencioso, sério, bravo e conversar pouco. Entretanto, estas poucas falas devem ser acertadas, em tom de comando e de forma protetora e orientadora, dirigidas para o bem e nunca para o mal. Jamais legitime a acusação de que os homens são opressores e inimigos das mulheres.

Não corra atrás das fantasias dela, tentando satisfazê-las, porque você será considerado um mero escravo submisso. Podemos até fazer isso de vez em quando, mas não sempre porque comunica submissão. 

Esta é a parte mais difícil: não tenha medo de perdê-la. Se você tiver este temor, ele transparecerá por meio de suas atitudes ou durante os implacáveis testes para descobrir quem somos. Esteja continuamente disposto a perdê-la de verdade, para sempre. Se sentir medo de perdê-la, estará demonstrando que não possui outras mulheres melhores, mais fiéis, mais dedicadas, mais sinceras e mais bonitas à sua disposição e que, portanto, é um macho de segunda classe, pouco capaz de conseguir fêmeas. Comunicará também que quer pressioná-la, sufocando-a com seus sentimentos e apegos. 

As mulheres valorizam muito o desapego e a indiferença quando combinados com uma postura protetora-orientadora que lhes seja benéfica. Desapego, frieza sentimental e insensibilidade são consideradas características masculinas ideais. Entenda-se que tais atributos não são intrinsecamente maus pois podem muito bem ser usados para combater as coisas erradas, proteger e evitar perigos. A frieza é ruim quando está voltada para o egoísmo, mas não quando se traduz em calma direcionada de forma altruísta. É por isso que elas valorizam atributos assim.

Assediá-las e perseguí-las é também um grave erro. O assediador é rejeitado porque comunica ser incapaz de obter algo mais importante na vida. Assédio comunica fraqueza, submissão, desespero, urgência etc. Portanto, não fique telefonando sem parar, perseguindo-a todo o tempo etc. Deixe que ela faça isso com você e se não fizer... azar! Não a procure, deixe-a procurá-lo com a frequência
que quiser. Assim saberá quem é ela de fato e o que sente de verdade.

Quando ela quiser vê-lo, não resista mas, quando ela desaparecer repentinamente, simplesmente esqueça-a, ignore-a e se ocupe com outras coisas, desaparecendo por mais tempo ainda, normalmente pelo dobro do tempo.

As mulheres estão acostumadas a serem bajuladas todo o tempo em troca de sexo, carinho e amor. Se adaptaram de tal maneira ao lisonjeamento, presentes, elogios, tratamentos especiais, privilégios etc. que levam um choque quando um homem as ignora. Sentem-se diminuídas, pequenas, acreditam que estão perdendo a competição com as rivais e sua auto-estima cai terrivelmente. 

Como resultado, muitas vezes assediam-no por vingança, na tentativa de rejeitá-lo assim que puderem dobrá-lo.

Não caia na armadilha do bom namorado democrático e maleável. Seja democrático se ela o merecer, mas seja firme em seus pontos de vista e somente os modifique se os erros forem objetivamente demonstrados. Se ela resistir, arrase todos os seus argumentos, passe por cima e esmague-os (observe bem: os argumentos, ficou claro?) sem dó e sem vacilação. 

O ato de ceder é visto como sinal de fraqueza de espírito por indicar pouca firmeza de propósito e pouca força de vontade. A maleabilidade jamais é reconhecida e retribuída mas, ao contrário, aproveitada como uma chance de abusar do outro. O maleável é considerado um otário e não um homem maravilhoso. Elas buscam machos que as guiem, dominem e protejam e não servos que satisfaçam suas vontades caprichosas.

O homem ideal, modelado segundo os nossos objetivos, fala pouco e de forma acertada (é só um modelo para referência). Usa um tom de voz grave e imperativo. Fala em tom de comando. Não pede permissão para sua companheira: ordena, mas não a obriga a obedecer, deixando a ela o direito da recusa. Não fala sobre si mesmo. Não se lamenta. Não confessa suas fraquezas. Não chora em presença da companheira. Não é tagarela. Olha nos olhos repentinamente, de forma fixa e firme. Não a observa todo o tempo, apenas de vez em quando. Não fica em cima: quase ignora sua existência. Não discute. Não polemiza: simplesmente informa. 

É um rei em seu domínio e não um servo. Não sente falta, não sente saudade. Não assedia. Não fica olhando para os corpos das outras mulheres, porque não é luxurioso e nem fornicário. Apesar disso, quando finalmente a fêmea o procura para o sexo, mostra sua força em um sexo selvagem avassalador como um furacão. É um terremoto na cama. Não lança cantadas: agrada sem esforço. Não grita. Não deixa que os jogos sujos passem em branco: sabe devolvê-los. Não é um palhaço. Não é engraçado. Não ri com frequência: apenas sorri levemente de vez em quando. Quando finalmente ri, sua gargalhada parece ter algo de estranho. 

Toma a dianteira nas situações. Domina a relação para o bem e não para o mal, tratando-a mulher como uma menina. Não importuna sua companheira perguntando sua opinião o tempo todo. Não se irrita com as provocações: sabe devolver as consequências a quem as lançou. É impenetrável, distante e misterioso. 

Não proíbe e nem se vinga: devolve as consequências, premiando as sinceras e levando as insinceras que tentam enganá-lo a arcarem com os próprios atos. Não corre atrás das mentiras pois não lhe importa se está sendo enganado ou não. Não se compromete de graça: cobra um alto preço. É um prêmio. Se valoriza. Não é afetadamente sensível. Não é delicado. Pode ter muito dinheiro mas o despreza.

Está acima dos preconceitos sociais. Não é moralista e nem um sujeito "certinho" amigo dos bons costumes. Quando entra em um ambiente, atrai a atenção das mulheres porque as ignora. Não implora para ser amado. Não necessita de carinho passional para ser feliz: despreza-o por saber que é falso e hipócrita, prefere o amor verdadeiro. Ajuda. Orienta. Cuida. Protege. Guia. Não comete injustiças com a companheira. Mantém a razão ao seu lado . Usa a dureza e a firmeza para o bem e não para o mal. É desconcertante. Surpreende. Não é previsível. Não se comove com lágrimas de cebola, ignora lágrimas de crocodilo, se comove apenas com lágrimas reais, que sabe identificar muito bem. Não corre atrás de reclamações caprichosas. 

Fusiona características opostas. É simultaneamente bom e, em certo sentido "mau", indiferente e protetor. Pune o adultério com ruptura definitiva, inapelável, ou com desprezo. Jamais comete um crime passional. Se for atraiçoado ou enganado, sua simples ausência e desprezo serão suficientes para castigar a traidora que sofrerá por não encontrar outro igual para substituí-lo. É o melhor de todos porque faz o que nenhum faz: trata-a como uma menina, fazendo-a sentir-se criança, pequena, relembrando-lhe a infância, ao invés de endeusá-la, entregando-lhe oferendas no altar. Seu coração vale ouro, cobra um alto preço para se comprometer: a fidelidade total, plena e transparente. É um mistério incompreensível. Em suma: é um Homem de verdade.

É claro que nenhum homem mortal se encaixaria matematicamente dentro deste modelo de forma total. Mas o modelo serve como referência para nos aproximarmos.

Quando um homem não está sendo notado, costuma fazer macaquices, assedia, lança cantadas, elogios, observa com olhar cobiçoso e faminto etc. isso indica que o mesmo é desconhecedor desta ciência e que não está se comportando como deveria. Se mudasse a forma de tratá-la, substituindo o assédio pelas atitudes corretas, a atração seria ativada. 

A necessidade de assediar demonstra desconhecimento dos comportamentos que geram atração. Aquele que age corretamente não necessita assediar. As únicas que aceitam assediadores famintos, desesperados e ansiosos que lançam cantadas sem graça com olhares esfomeados são as desesperadas: aquelas que têm filhos passando fome e precisam de um provedor com urgência, as solteironas que ainda não perderam as esperanças, as chatas insuportáveis etc. Se, apesar de tudo, uma mulher interessante aceitar tal comportamento repulsivo, o fará por algum outro motivo, como dinheiro ou status, mas jamais por ter se sentido atraída.

O fato de não sermos assediadores não significa que devamos ficar passivos, esperando parados que alguma caia do céu. Você pode e até deve tomar a iniciativa agindo como um macho que causa impacto, atinge psiquicamente, espanta e até choca positivamente (positivamente, que fique claro!) mas jamais como um débil assediador desesperado.

O ato de "horrorizar" positivamente, já explicado no primeiro volume, consiste em quebrar idéias consagradas, comportando-se de forma absolutamente oposta à comum mas bem calculada, ou seja, com um comportamento que demonstre diferenciação em relação aos débeis. Exige muita habilidade pois um erro mínimo pode surtir o efeito oposto ao desejado. A "horrorização" deve ser positiva e não negativa (guarde bem isso!). 

Um exemplo de "horrorização" positiva: dar uma ordem em um tom sério que se contraponha ao que uma linda espertinha estiver fazendo mas que, em última instância, a beneficie e proteja. Esta atitude contraria a tendência de todos os débeis, que se apressam em agradá-la e se submetem ao invés de tratá-la "com a espada"(A espada é o símbolo do phalus.) como fez Ulisses com Circe. 

Aqueles que são incapazes de contradizê-la, estão escravizados pela paixão animal e se transformam em porcos como os companheiros de Ulisses. O macho superior não somente a comanda, mas a contradiz e não quer nem saber se ela vai gostar ou não. Não se preocupa com as recriminações, decepções etc. porque não quer impressionar mas, justamente ao renunciar ao impressionismo, a impressiona.

Quando se fala do perfil masculino ideal, este que estamos tentando modelar, um perigoso engano costuma ocorrer. Vou denunciá-lo: há dois perfis masculinos ideais. Um desses perfis é ideal para o alcance dos objetivos femininos egoístas e outro é o ideal ao alcance dos objetivos masculinos. Normalmente, o perfil masculino ideal descrito e demonstrado em filmes, revistas, novelas, entrevistas etc. é falso pois corresponde apenas a objetivos femininos egoístas: seria o sujeito sensível e fofo que manda flores, trabalhador, honesto, carinhoso e que possui dinheiro, sempre à disposição. 

Como esse objetivo é totalmente calculista e egoísta nos fins e nos meios, resulta contrário aos nossos objetivos e se torna devastador para nossa vida quando o assumimos. Quase todas são unânimes em afirmar que tais homens são ideais e que gostariam de tê-los ao seu lado porém não dizem para que são ideais e nem para que os querem. Eu digo: são ideais para serem escravos emocionais dando amor e recebendo frieza, chifres, desdém, abusos etc. em troca.

O perfil masculino ideal que aqui descrevi e tentei modelar não é de modo algum este perfil das novelas que elas descrevem. É um perfil ideal para se proteger contra a dominação amorosa, a manipulação, o engano, a mentira, a dissimulação, o desrespeito e a colocação de cornos. Embora pareça contraditório, é um perfil que beneficia também as mulheres, apesar delas protestarem contra o mesmo quando são inconseqüentes.

É imprescindível resistir às influências fascinatórias em todas as suas formas. A fascinação é hipnótica e podemos definí-la como uma identificação de nossa pessoa com fatos exteriores. Contrariamente ao senso comum, a fascinação não opera somente quando há simpatia e deslumbre mas também em situações negativas de conflito. Palavras hostis, ofensas, insultos, provocações, escárnio etc. provocam tanta fascinação quanto elogios, carinho, promessas etc. A fascinação por atitudes negativas provoca estados emocionais negativos. Se estiver louco de raiva porque foi passado para trás, feliz da vida porque obteve o que queria, triste por ter sido abandonado etc. estará fascinado por esses acontecimentos. Não devemos, portanto, nos fascinar nem pelo bem e nem pelo mal. 

Você não conseguirá simular este perfil masculino ideal que aqui modelei. Se tentar apenas fingir que é assim sem sê-lo de fato, seu tiro sairá pela culatra: desenvolverá doenças emocionais e será desmascarado nos testes seletivos para acasalamento dirigidos pelo instinto animal delas (todos temos instintos animais, ninguém deve se ofender com isso), caindo em situações ridículas. O instinto feminino possui uma sabedoria ancestral, desenvolvida desde os tempos pré-históricos, e rapidamente lhes permite identificar um farsante que quer acasalar-se.

Seja um Homem de verdade com H maiúsculo. Mas para isso terá que morrer em si mesmo e virar outro. É uma tarefa dura, árdua. Muitos fracassam nessa tentativa. Os homens de hoje parecem estar envergonhados de serem o que são. A moda é ser afetadamente sensível e qualquer um que levante a bandeira da masculinidade e da heterossexualidade é considerado pré-histórico, troglodita, retrógrado e machista. O macho está acuado. Costuma-se dizer que não servimos para nada. Entretando, todas se lembram de nós na hora do perigo e das tarefas difíceis. Ninguém se atreve a dizer que somos inúteis quando ocorrem enchentes, terremotos e incêndios. 

E se não fosse por nós, os machos, nossa espécie não teria sobrevivido aos perigos naturais e às feras. Quem é que caçava predadores ferozes para que elas tivessem proteínas para comer? Quem é que entrava nos rios infestados com crocodilos, piranhas e serpentes para trazer-lhes peixes? Portanto, não é imprescindível ter útero e abrigar a vida no ventre para que alguém seja indispensável. É claro que sem as mulheres não existimos e sua importância nunca foi negada pelos homens de verdade.

Nenhum homem idealizaria um mundo sem mulheres. Do mesmo modo, as características intrinsecamente masculinas que descrevi acima são imprescindíveis às mulheres, a despeito do que elas digam. Foram essas características que permitiram que os homens fizessem guerras e caçassem feras para defendê-las.
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#16
13. Uma violenta guerra de nervos


Você está só ou com alguém cuja companhia é agradável mas não o preenche como você precisaria. Enquanto isso, sua amada está feliz da vida com outras pessoas. Você sente a falta dela mas ela não sente a sua falta. Sempre é você quem toma a iniciativa de procurá-la e nunca o contrário acontece. Você toma a iniciativa das ligações: liga várias vezes até ser finalmente atendido. Estende as conversas no telefone até que ela comece a dar desculpas esfarrapadas para finalizar o diálogo. Ela sempre desliga primeiro.

Você está sempre curioso pelo que ela tem a contar. Ela nunca se interessa pelo que você tem a dizer. Você dá inúmeras certezas de que é fiel e que a ama mas recebe como pagamento apenas dúvidas, fatos incoerentes e histórias mal contadas.

Ela promete vê-lo, você espera ansioso por muito tempo pelo encontro mas ela o frustra. A justificativa apresentada não convence nem a um débil mental. Desesperado, você se ausenta mas sua falta não é sentida nem um pouco. Parece que, ao contrário, sua ausência a agrada mais ainda. Então você descobre que precisa muito dela mas ela não precisa nem um pouco de você. Para você não há nada na Terra mais importante do que ela mas para ela há muitas coisas mais interessantes do que você. Você é trocado por amigas, "amigos", parentes, festas, viagens, bares ou até mesmo por um simples programa de televisão.

Você é uma carta aberta: ela sempre sabe onde e com quem você está. Em compensação, você nunca sabe direito com quem ela está e o que anda fazendo. Você se sente no inferno e ela se sente no céu por isso ela é uma deusa e você é um condenado. Ela é sua deusa porque você a colocou no altar. Quando ela finalmente demonstra interesse, você está lá, disponível, como se houvesse esperado por aquele momento durante toda a eternidade. Ela te brinda momentaneamente com um pouco de sua presença maravilhosa mas logo se retira para que você despenque novamente do sonho e caia no pesadelo.

Bem vindo ao Inferno! A impiedosa guerra da paixão está em curso e você está sendo derrotado dia após dia. Poderá morrer de tristeza, somatizando doenças, ou endoidecer. Poderá cometer um crime. Sua tortura mental a deixa imensamente feliz pois ela se nutre com sua desgraça. Quando está distante, na dolorosa ausência, ela sabe que você está sofrendo. Ela se sente a melhor, a mais gostosa, a mais bela (ainda que não o seja), uma super-fêmea pois tem o poder de rejeitar e pisotear.

Você tenta se defender mas descobre que é incapaz, não tem forças. As únicas forças que você possui são a força física muscular bruta e a razão, as quais são inúteis nesta guerra. Os músculos não são úteis e os raciocínios menos úteis ainda.

Quanto mais você discute, mais as coisas pioram e mais os problemas se emaranham e se agravam. Você tenta fazê-la entender seu óbvio ponto de vista mas ela se finge de desentendida e transforma a conversa em um caos. Você reclama e recebe como resposta: "Você é inseguro", "Não confia em mim" etc. Não adianta apelar para a lógica pois tudo é louco, insano, ilógico, absurdo, calculadamente estúpido e irracional.

Se você perder a cabeça e agredí-la após tantas provocações, terá caído em uma armadilha: se revelará inegavelmente um vilão covarde ao agredir um ser "frágil que somente sabe dar amor". Você está amarrado e dominado. 

Você sabe que desaparecer não é a solução pois ela não virá atrás e você a perderá para sempre. Ela sabe que, mesmo após vários anos sem vê-lo, você estará lá, disponível. Você não vale nada porque não possui nada interessante e, portanto, sua falta não será sentida. Mas você não quer perdê-la. Acontece que você não possui nada que ela de fato queira ou precise enquanto ela possui muitos atributos sem os quais você não viveria: sua forma específica de ser, seu olhar, seu andar, sua voz, seu toque etc.

Você foi trapaceado, caiu em uma armadilha emocional, foi passado para trás. Era tudo mentira: o olhar apaixonado, o sorriso sem malícia, a delicadeza, a pureza de sentimentos, a fragilidade, o aspecto indefeso, o carinho, as palavras de amor. Ela te enganou, brincou e jogou com sua felicidade, com sua sinceridade e com seus sentimentos mais nobres. O seu erro foi apaixonar-se, considerá-la única, especial.

Agora, a única solução para você é desistir de tudo e se acabar. Então se acabe e "morra" psicologicamente como ensinou Schopenhauer, eliminando de si mesmo este sentimento venenoso que o jogou nesse estado tão miserável. Faça isso e verá que aos poucos tudo mudará. Entenderá que sua deusa era de argila e que sua divindade era uma farsa. Arrojará para longe a estátua desencantada.

Eu digo que você esteve enganado todo esse tempo. Foi ludibriado pela paixão e está vendo o mundo invertido, ao avesso. A verdade irá libertá-lo. Há muitas virtudes importantes e interessantes dentro de sua pessoa mas você as ignora, as desconhece. Desenterre-as. Há outro homem aí dentro, acorde-o. Deixe de amar de forma passional. Deixe de sentir saudades. Deixe de bajular. Pare de perseguir. Pare de exigir. Não gaste seu precioso tempo pensando nela, desmascare-a sem dó. Trate-a como ela realmente é: uma fêmea. Ignore suas lágrimas de crocodilo. Denuncie as mentiras e desmascare os fingimentos no momento em que estiverem em curso. Ignore seu choro de cebola. Faça-a ver quem ela realmente é: uma espertinha com cara de anjo. Não a deixe fugir de si mesma. Dê-lhe uma boa lição de sentimentos para que ela nunca mais se esqueça e não volte a brincar com a felicidade de mais ninguém.

Sim, ela precisa de você mas ambos não sabem disso. Que atributos você possui sem os quais ela não viveria? Muitos. De que ela precisa loucamente? De sua orientação, de sua proteção, de seu comando, de sua iniciativa, de seu rigor lógico, de sua desinibição, de sua segurança, de sua determinação, de sua certeza, de sua frieza, de sua firmeza, entre outros.

Ela quer que você seja maior, que domine a situação para conduzí-la em segurança, por isso resiste. Quer ter motivos para respeitá-lo e sentir-se protegida ao mesmo tempo, por isso provoca, ataca e desafia. Quer medir sua capacidade de não ser enganado, por isso mente, joga sujo e tenta trapaceá-lo. Quer medir sua capacidade de não ser persuadido, por isso oferece falso carinho. Cria infernos psicológicos e se compraz em vê-lo dançar na fogueira. É o instinto animal mais brutal em ação: o instinto de seleção do macho pela fêmea. Se você falhar, estará descartado da história genética de sua espécie e não adiantará expor-lhe seus motivos porque não irão sensibilizá-la. Ela não se apiedará pois você é homem e, portanto, nasceu para ser duro e sofrer mesmo, para "aguentar tudo" e, se for fraco, não presta para nada. Ela, e não você, é machista.

Muitas mulheres não conseguem sentir atração e piedade por um mesmo homem. Mas, infelizmente, algumas conseguem sentir atração e medo simultaneamente. Outras também conseguem sentir atração e tristeza. Essas mulheres não amam aqueles que desejam fazê-las felizes mas aqueles que as fazem chorar, tornando-as infelizes. Assim é a natureza. E, a menos que elas lutem fortemente contra si mesmas e contra seus instintos, assim continuará a ser, desgraçadamente.
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#17
14. Levando-as a se revelarem


Vamos novamente retomar o espinhoso ponto relacionado com a natureza verdadeira e oculta da mulher. Há nessa natureza muita coisa maravilhosa e sublime, mas há também muita perfídia que se expressa em graus variáveis conforme as personalidades. Enquanto em algumas mulheres essa perfídia quase não se percebe, nas espertinhas com que nos ocupamos neste livro ela está bem evidente.

A tendência geral é que sejam dissimuladas, fingindo timidez, recato, inocência, inexperiência, decência, pureza e ingenuidade no campo sexual. Por trás da máscara, entretanto, pode se esconder uma fêmea sensual encarcerada pelo medo do autoritarismo, do ciúme e da possessão masculinos que visam preservar a exclusividade. Esta fêmea sensual oculta pode se expressar na clandestinidade em maior ou menor grau, conforme a coragem que a mulher tenha de infringir as normas impostas que lhe criam a necessidade de manter uma aparência de santidade e castidade. Este lado oculto, em alguns casos, fica tão recalcado e apagado que somente nos sonhos pode ser detectado. De todas as maneiras, sempre haverão aspectos da personalidade reprimidos no âmbito da sensualidade.

É extremamente difícil fazer com que esta parte oculta se manifeste se você for marido ou namorado devido ao medo ancestral e justificado das reações masculinas. Como a regra geral é a de que os machos sejam territorialistas e possessivos, exigindo exclusividade (O homem erra quando exige exclusividade. A exclusividade não deve ser exigida, ela deve ser recebida. Os instintos territorialistas do homem, que o tornam possessivo, são um dos motivos que obrigam as mulheres a dissimularem a conduta. Portanto, aquele que os supera, recebe a exclusividade no sexo e desobriga a mulher da necessidade de dissimular), elas fingem ser assim para nos agradar. O resultado é que namoramos, nos comprometemos, e nos casamos com uma máscara, com uma pessoa que não existe, por nossa própria culpa.

É esta a razão pela qual os maridos dificilmente conhecem suas esposas verdadeiramente e, obviamente, sofrem com isso a vida inteira. Sempre parece haver um mistério, uma interrogação na cabeça: "Como esta mulher reagiria se fosse deixada a sós com outro homem? Qual é o limite de sua fidelidade? Até que ponto sou detentor exclusivo de seus desejos e de sua sexualidade?".

Ao contrário dos maridos, que costumam ser rígidos e moralistas com as esposas, os libertinos e imorais conhecem e desfrutam justamente do lado feminino que é ocultado no lar e vivido no limbo, na penumbra e na clandestinidade. Isso acontece porque elas acreditam que seus atos proibidos não serão reprovados pelo libertino mas, ao contrário, aprovados, incentivados e dirigidos por aqueles que se posicionam diametralmente em oposição à função marital. Resulta, portanto, que somente se formos imorais e incentivarmos os comportamentos femininos socialmente proibidos é que saberemos quem é realmente a mulher.

Ao menor sinal de conservadorismo ou proibicionismo nosso, a mulher se retrairá e passará a simular um comportamento politicamente correto e socialmente louvável por nossa exigência. Vemos, assim, que a melhor maneira de conhecê-las é demonstrando que somos justamente o contrário.

Se você conquistar em si mesmo a capacidade de aceitação total, revelando- se um homem totalmente liberal, daqueles que gostam que suas mulheres viajem sozinhas, tenham amigos machos "sem maldade", visitem clubes de mulheres, bares etc. e se conseguir fazê-la realmente perceber isso, ficará sabendo quem é sua companheira de verdade e o que dela pode ser esperado. Mas deve demonstrar com perfeição ou será enganado. Para tanto, é necessário não estar apaixonado.

Como corretamente demonstrou Eliane Calligaris, as mulheres tem uma forte necessidade de viver o lado da vida que lhes foi proibido. É este um dos motivos pelos quais os imorais, os libertinos, os cafajestes, os playboys, os Don Juans etc. as atraem tanto. Eles são a viva possibilidade de vivenciar aquilo que os pais e os maridos lhes negam.

Jamais sua parceira irá se revelar se perceber que você é moralista. Entretanto, nós, homens, somos, por instinto, territorialistas. Queremos, obviamente, nossa fêmea somente para nós e esse é um direito legítimo. Mas não está correto forçar e nem proibir ninguém de fazer o que quer porque cada pessoa deve ter o direito de mandar em sua própria vida. Se mesmo crendo que somos
absolutamente amorais nossa parceira ainda assim permanecer firme em sua dedicação exclusiva, rejeitando os comportamentos "modernos", isso indicará que ela possivelmente tem vocação para ser boa esposa pois nos ofereceu sua fidelidade sem que a exigíssemos, sem que pressionássemos.

Quase todo homem heterossexual é, no fundo, moralista. Mesmo os libertinos mais imorais costumam preferir para esposa mulheres que mantenham os demais machos bem afastados. Acontece que os libertinos fingem, fazendo-se passar por muito compreensivos e tolerantes. Na verdade, os machos humanos são exclusivistas por natureza. Tendem a proibir, o que dá as fêmeas motivos bem
justos para enganá-los e burlarem suas proibições ridículas, zombando das mesmas em seus íntimos. A solução é não sermos proibicionistas mas aceitarmos tudo o que vier para descobrirmos quem é verdadeiramente a pessoa que temos ao lado.

Uma vez descoberta a realidade, poderemos tomar uma decisão que mais nos pareça acertada.

Quando mentem, as mulheres espertinhas o fazem defendendo o contrário do que conhecemos. Por exemplo, se o marido procura a esposa no local A em um horário que, por costume, ela deveria estar e posteriormente a notifica, ela possivelmente se defenderá com a seguinte mentira: "Não, hoje minha rotina mudou e eu permaneci no local B". Portanto, para induzí-la a uma mentira escancarada indissimulável, que não possa ser negada e da qual não se possa escapar, basta que o esposo, ao invés de comunicar-lhe a verdade de que esteve no local A (fato verdadeiro), oculte tal informação e transmita em seu diálogo convictamente a idéia de que não a encontrou no local B ou em outros locais (fatos falsos), ainda que não tenha lá estado. 

Então, para enganá-lo e escapar, a dissimulada tentará mentir dizendo que esteve no local A (o ponto em que ela acha que o homem não esteve) e será pega em flagrante. Em outras palavras, devemos levar as espertinhas premeditadamente a mentir acerca de algo cuja verdade já conhecemos previamente para pegá-las no pulo. Isso somente será possível se não as deixarmos descobrir o que na verdade sabemos e o que na verdade ignoramos. A esposa espertinha em questão deve acreditar que o marido verificou sua presença no local B e não no local A. Uma vez que acredite que o mesmo não verificou sua presença no local B, será justamente este o lugar utilizado em sua mentira. Este é apenas um exemplo em milhares.

A dificuldade em se flagrar as mentiras reside na natural especialização delas na arte de mentir, ludibriar e dissimular. Portanto, temos que superá-las até mesmo nesta arte (Sem aplicá-la de forma injusta ou para fins egoístas) se quisermos conhecê-las. A inteligência feminina no campo da ocultação é imensa e lhes permite mover-se com desenvoltura entre fatos falsos e verdadeiros, sendo muito poucos os homens que as superam e encurralam. A melhor forma de flagramos uma mentira é induzindo a espertinha mentirosa a mentir mais. Pela própria lógica do ato enganador, o falseamento deve se dar sobre pontos que ela acredita que sejam desconhecidos para nós. 

Em outras palavras, temos que superar a mentirosa no ato de enganar, ludibriando-a de forma a induzí-la a crer que nos está enganando. Apenas quando aceitamos as mentiras e somos mais caras-de-pau do que a pessoa que tenta nos enganar é que descobrimos a verdade por trás de suas intenções. Infelizmente, como diz Schopenhauer, a mentira se tornou uma lei neste mundo. Portanto, para descobrir uma mentira, basta aceitá-la ao invés de enfurecer-se.

O ato de mentir e enganar é um jogo psicológico. O mais hábil vence. A habilidade consiste em conduzir as crenças do outro. No caso das espertinhas, aquele que quer descobrir a verdade incentiva, estimula e induz a a outra parte a mentir justamente a respeito do que já é conhecido, levando o ato enganador até um ponto em que as afirmações falsas se tornem ridículas por sua obviedade. Obviamente, se a pessoa estiver sendo sincera do início ao fim, o que é difícil, você deve retribuir tal nobreza de caráter à altura.

Esta tática para desarticular mentiras por meio da aceitação das mesmas servem para ambos os sexos e podem também ser utilizadas por esposas que queiram desmascarar maridos mentirosos. Estou tratando das mulheres que mentem apenas por uma questão de foco, já que o livro é sobre o sofrimento amoroso do homem.

A mentira não é algo louvável, porém não vejo melhor forma de demascarar pacificamente pessoas mentirosas do que levá-las a mentir mais. Ainda assim, porém, estaremos do lado da verdade: as verdades que omitirmos nesta manobra contra-manipulatória serão reveladas à pessoa mentirosa quando ela se descobrir apanhada na mentira. De modo que, em última instância, não caímos tão baixo no abismo vil da mentira ao buscarmos a revelação das falsidades.

Uma característica comum às mentiras e que muitas vezes permite sua rápida detecção é a tendência em evitar determinado assunto e sua resistência em abordá-lo, dar explicações etc. Se você mencionar determinado fato, local ou pessoa e a espertinha rapidamente tentar desconversar ou mudar de assunto, isso indica que há alguma coisa errada relacionada com o mesmo e que algo está sendo escondido. A insistência em evitar um ponto é forte indício de que uma mentira está em curso ou prestes a ser emitida.

A dissimulação feminina é e sempre foi o grande problema para o homem por não permitir saber com quem se está lidando, o que se deve esperar, que expectativas nutrir etc. Pelo caminho que aqui apontado, entretanto, pode-se vencê-la se tivermos a calma necessária. Devo acrescentar que homens descontrolados acabam dando motivos para serem enganados. Felizmente, as espertinhas são mais especializadas em atenuar as desconfianças do que em sustentar as mentiras.

O raciocínio pelo absurdo e a desarticulação das mentiras 

O procedimento que algumas vezes defendo para lidar com mentiras (“incentivar a pessoa mentirosa a mentir ainda mais”, como costumo dizer) enquadra-se filosoficamente no que se chama “raciocínio pelo absurdo”. Uma forma de lidar com pessoas supostamente mentirosas ou que simplesmente defendem, intencionalmente ou não, idéias falsas e errôneas, é raciocinar com elas em sua forma de pensar absurda:

Lalande Escreveu:Raciocínio pelo absurdo [F. Raisonnement par l’absurde], o que prova a verdade ou a falsidade de uma proposição pela falsidade de uma conseqüência. Há, pois, duas classes que se devem distinguir: 1o Prova pelo absurdo [F. Preuve par l’absurde] (Lat. Probatio per absurdum, per incommodum; por ex. em Bacon, De Dignit., V, IV, parág. 3): raciocínio que prova a verdade de uma proposição pela evidente falsidade de uma das conseqüências que resultam de sua contraditória; - 2o Redução ao absurdo [F. Réduction a l’absurde] (...) (Lat. Reductio ad absurdum): raciocínio que conduz a rechaçar uma asserção fazendo ver que daria por resultado uma conseqüência conhecida como falsa ou contrária à própria hipótese” (LALANDE, 1967, pp. 10-11, tradução minha) 

Considero esta forma de raciocinar portadora de utilidade prática em certos casos. É a este tipo de raciocínio que me refiro quando proponho que estimulemos os mentirosos a mentirem mais ainda até que suas mentiras se tornem ridiculamente evidentes. Mas para tanto, é necessário enganar a pessoa mentirosa que está tentando nos enganar (enganar o enganador me parece justo e legítimo), fazendo-a supor que estamos realmente acreditando em suas mentiras.

Para evitar confusões desnecessárias, convém esclarecer que emprego a palavra “absurdo” no seguinte sentido:

Lalande Escreveu:“Propriamente, o que viola as regras da lógica. Uma idéia absurda é uma idéia cujos elementos são incompatíveis. Um juízo absurdo é um juízo que contém ou implica em uma inconseqüência. Um raciocínio absurdo é um raciocínio formalmente falso. O absurdo, nesse sentido, é, pois, mais geral do que o contraditório, e menos geral do que o falso. Estritamente falando, o absurdo deve ser distinguido do não-sentido.” (LALANDE, 1967, p. 10, tradução minha)

“ ‘No sentido corrente, absurdo designa tudo o que é contrário ao sentido comum ou até a nossos hábitos espirituais; porém, em filosofia, se recomenda que se entenda por absurdo somente o que é contrário à razão; os princípios da razão podem, por outra parte, ser definidos de maneira mais ou menos ampla.’ ” (Nota de J. Lachelier e F. Rauh à primeira edição da obra de LALANDE, 1967, p. 10, tradução minha)

Portanto, raciocinar pelo absurdo em comunhão com um mentiroso é aceitar as incoerências do seu pensamento e levá-las até as últimas conseqüências. Se estivermos enganados a respeito da pessoa que consideramos mentirosa, por serem suas idéias tão complexas que ultrapassam nosso entendimento em lógica, nosso engano poderá se revelar.
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#18
15. A busca pela continuidade as leva à insinuação


Somente quando pressentem que o interesse masculino está quase desaparecendo é que certas mulheres se insinuam sobre os homens. 

A insinuação, principalmente a insinuação explicitamente sexual, é o último e mais desesperado recurso a que recorrem, quando não vislumbram outra alternativa. Como elas não gostam muito de sexo, somente em último caso recorrem a ele.

O que as motiva a se insinuarem é o desejo de continuidade do interesse masculino, o qual é extremamente forte e cuja satisfação interfere diretamente na auto-estima feminina. O desejo da continuidade parece ser o desejo feminino mais forte e o fator que as leva a se oferecem aqueles que as rejeitam, desprezam ou simplesmente não as notam. Qualquer homem que já tenha se relacionado alguma vez em sua vida com uma mulher que não lhe desperta atração alguma saberá disso. 

Ao invés de castigar aquele que a despreza com o mesmo desprezo, como seria lógico, sensato e correto, a mulher quase repelida insistentemente o persegue, tenta dobrá-lo e fazê-lo inverter a forma como a trata, tentando desesperadamente ser amada. O mais interessante é que, se realmente consegue a inversão, passa a evitá-lo de forma dosada e calculada, pois sua meta de ser objeto de interesse foi alcançada e, para que este interesse seja contínuo, ela agora necessita excitar-lhe os desejos sem satisfazê-los, preservando-lhe as esperanças. A espertinha joga com a esperança do homem e sua meta não é amá-lo mas ser amada.

Uma mesma mulher que perseguir um homem que a repeliu por despertar-lhe aversão, muito provavelmente repelirá outro que a perseguir por despertar-lhe paixão, interesse e desejo. O que definirá a perseguição ou a fuga será a satisfação ou não do violento desejo feminino de preservar a continuidade do interesse masculino. Ela somente deseja mantê-lo preso, desejando-a, e mais nada.

O desejo da continuidade é o desejo de exercer o poder sobre a alma do homem por meio de suas necessidades sexuais e afetivas, as quais devem ser incendiadas ao máximo e nunca satisfeitas.

É este desejo de continuidade que o sedutor ativa para que as mulheres o persigam. As mulheres parecem ser altamente vulneráveis à rejeição masculina, assim como nós somos vulneráveis a decotes, minissaias e à conduta feminina voluptuosa. A vulnerabilidade feminina principal é o desejo de continuidade do interesse masculino. Obviamente, há outras vulnerabilidades fortes, tais como os desejos de proteção contra aquilo que temem, de ter dinheiro, de humilhar as rivais, de vingar-se dos rejeitantes e de satisfazer a curiosidade, mas o desejo de continuidade parece ser a vulnerabilidade dominante, à qual as demais se somam. A inveja das rivais é o que as mobiliza a conquistarem um homem que estiver acompanhado por uma mulher linda. 

A curiosidade as mobiliza a tentarem atrair um homem misterioso. O desejo de poder as leva a se insinuarem para os mais ricos. O medo as leva a procurar os protetores e liderantes. Mas todos esses casos são perpassados pelo desejo da continuidade. As várias vulnerabilidades femininas se reforçam mutuamente, desenhando um panorama das fraquezas emocionais por onde as mulheres podem ser tomadas por homens vadios e inúteis, mal intencionados, mas também por onde poderiam ser arrebatadas por homens bons, se estes prestassem mais atenção no que estamos apontando.

Normalmente, a mulher pressupõe, inconscientemente, que sempre há algum desejo masculino, ainda que tênue, direcionado para ela. Acredita, sem dar-se conta, que o desconhecido que está passando do outro lado da rua não recusaria uma oferta sexual caso fosse feita. Ela se acredita desejada. Imagina que, caso se oferecesse sexualmente, sua oferta seria prontamente aceita pelo estranho. Algumas chegam até mesmo a acreditar que todo homem é um violador em potencial e, portanto, alguém que as deseja. Esta crença inconsciente lhes dá estabilidade emocional. É uma crença na continuidade do interesse masculino e uma necessidade do psiquismo feminino.

Quando a crença inconsciente na continuidade é abalada, um mal-estar emocional impele a mulher a restabelecê-la, mobilizando-se em direção ao homem que a abalou.

Por que elas desejam tanto a continuidade? Simplesmente porque a continuidade lhes dá garantias presentes e futuras em favor daquilo que elas desejam e contra aquilo que elas temem ou detestam. A mulher vê o homem de um ponto de vista pragmático e funcional. Sua frieza, no que diz respeito a ser solidária com o sofrimento emocional masculino, não implica em indiferença em relação aos benefícios e garantias que este mesmo sofrimento proporciona e, para dizer a verdade, quanto mais sofrermos por amor, tanto mais garantias de continuidade estaremos lhe dando. O nosso tormento amoroso e frustração sexual demonstram que estamos presos, acorrentados pela paixão e em contínuo interesse por aquela que nos acorrentou. 


16. Uma forma de reverter a continuidade


Há um procedimento muito eficiente para prender a nós uma mulher dominadora que queira nos submeter pela paixão, seja ela uma namorada ou uma esposa. Consiste em praticarmos periodicamente sexo intenso e selvagem, sem sombra alguma de sentimentalismo passional, aliado à uma postura liderante protetora e a ausências mais ou menos prolongadas, sem a menor sombra de assédio.

Com este procedimento, podemos inverter a continuidade do interesse, tornando a mulher continuamente interessada em nós (não era isso o mesmo que ela queria para nós?) e devolvendo-lhe o feitiço que tentou nos lançar. Entretanto, não recomendo que o utilizem com várias mulheres simultaneamente e nem tampouco com mulheres casadas; lembre-se que o marido é um homem como você, que sofre dores emocionais, e que, além disso, o casal pode possuir filhos que terão o seu lar destruído. Além disso, a poligamia parece ser uma cadeia em que o homem vai se tornando escravo de um número cada vez maior de mulheres, buscando a satisfação sem nunca encontrá-la. 

Neste círculo vicioso, o polígamo vai roubando mulheres que deveriam estar destinadas a outros homens. Também não recomendo que apliquem este procedimento se a mulher estiver colaborando e se mostrando compreensiva e solidária com suas necessidades emocionais. Este procedimento deve ser destinado somente a desarticular as artimanhas das trapaceiras. Considerando que, no caso em que estamos pressupondo, as intenções de escravizar-nos pela paixão existem desde o início, parece-me lícito devolver a desonestidade, oferecendo-nos como escravos apaixonados ao mesmo tempo em que nos recusamos terminantemente a sê-lo, frustrando os planos da espertinha.
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#19
17. As retaliações aos rebeldes


Na guerra da paixão, o homem que não se deixa dominar de forma alguma por uma fêmea predadora provocará todo tipo de retaliação e deve estar preparado para suportar o pior. Ferida no desejo da continuidade, a frustrada retaliará com birras, pirraças e vingancinhas idiotas, na tentativa de castigar o rebelde e forçá-lo a ceder ("Como ele ousa? Se todos sempre fizeram o que eu quis, por que é que ele não faz?").

As retaliações começam sutilmente e vão aumentando à medida em que não surtem o efeito esperado. As formas de retaliar são as velhas e conhecidas artimanhas infernizantes: desaparecer subitamente, ficar sem telefonar, não atender os telefonemas, não responder aos recados, aceitar cantadas de outros homens, sair com amigas, viajar sem que saibamos com quem, tentativas de provocação de ciúmes etc. Se a mulher for muito histérica, poderá gritar desesperadamente, fazer ameaças e até cometer agressões físicas. Poderá ainda fazer alguma denúncia caluniosa contra você à polícia.

Em alguns casos, as retaliações indicam que a mulher perdeu o seu prazo de validade e a relação terminou. São os casos em que a frustrada já não é capaz de nenhuma ação agradável e somente nos fornece "tormentos". Em outros, ainda há chance de se aproveitar alguma coisa por mais algum tempo. Tudo dependerá da mulher e do grau de seu desejo de poder. Se formos capazes de administrar este desejo, simulando entregar o coração sem entregá-lo efetivamente (como elas fazem conosco), prolongaremos o tempo de suportabilidade da relação.


18. Sobre a beleza


Fala-se muito que as mulheres desejam ser belas e que os homens preferem sempre as mais belas. Com efeito, a beleza é um poderoso componente indutor da paixão amorosa no homem, motivo pelo qual as mulheres a desejam, mas devemos tecer algumas considerações a respeito, principalmente no tocante à definição e relativização do belo. O que seria a beleza? Segundo Lalande, o belo seria:

Lalande Escreveu:“Um dos três conceitos normativos fundamentais aos quais podem reduzir-se os juízos de apreciação. (...) Se designa assim o que causa nos homens certo sentimento sui generis chamado emoção estética. Este conceito e seu contrário se aplicam mais ou menos na ordem de sensibilidade afetiva como o Bem e o Mal no da atividade, o Verdadeiro e o Falso no da inteligência.” (LALANDE, 1967, p. 112, tradução minha)

O belo é visto como relativo por muitos filósofos, ou seja, como algo que não existe em si e por si mesmo:

Lalande Escreveu:“Alguns filósofos até negam que seja possível encontrar caráter objetivo às coisas chamadas belas; esta palavra já não designaria, neste caso, senão o que agrada a tal classe social ou a tal época. Tal é, por exemplo, o ceticismo estético de Tolstói em O que é a Arte?” (LALANDE, 1967, p. 112, tradução minha)

Sinto-me inclinado a concordar com o ceticismo estético de Tolstói e a discordar, neste ponto específico, da seguinte concepção de Kant:

Lalande Escreveu:“O que agrada universalmente e sem conceito.” (Kant, Crítica do Juízo, I, parágrafo 9, citado por LALANDE, 1967, p. 112, tradução minha)

Esta é uma concepção parcial, já que Kant nos oferece outras definições. Ainda assim, sou incapaz de compreender, pelo menos até este momento, como algo poderia agradar universalmente. A universalidade do belo implicaria na existência de algo de absoluto e, até onde me é compreensível, na negação da relatividade da beleza. É possível, entretanto, que Kant tenha pressentido alguma determinação arquetípica por trás dos padrões estéticos, possibilidade que não descarto. Talvez seja a esta determinação arquetípica que se referiu Sócrates ao afirmar a existência de um “belo por si mesmo”.
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#20
19. A espertinha trapaceira


Uma trapaça amorosa é o ato de abusar da sinceridade e dos sentimentos de outra pessoa, induzindo-a ao apaixonamento com finalidade de satisfazer o egoísmo, o sadismo, elevar a auto-estima, obter benefícios, vingar-se etc. e não de corresponder-lhe igualmente com os mesmos sentimentos.

Ela é linda de morrer. Seus peitos às vezes lembram duas melancias. Os olhos lembram as estrelas cintilantes da noite. O perfume dos seus cabelos são como o aroma das flores na primavera. E você se desespera da paixão!

Ela sabe que é linda e gostosa, você não precisa dizer-lhe. Ela sabe também qual é a sua intenção: você quer sexo, carinho e amor sem obstáculos.

Por outro lado...

Ela simulou estar interessada em você, mas era tudo mentira. Permitiu que você nutrisse esperanças, apenas para testar o próprio poder de sedução e de domínio.

Ela pede o seu número mas não te telefona. Você pede o número dela, ela te fornece mas não atende quando você liga. Marca encontros mas não comparece ou os adia, inventando desculpas esfarrapadas e ingênuas. Ela te prende em um círculo vicioso de sucessivas derrotas na guerra da paixão.

Você se arrasta feito um verme enquanto ela zomba de sua miséria sentimental. Corre atrás dela feito um idiota por toda a Terra, até perceber que deu a volta por todo o planeta e andou em círculo, voltando sempre ao mesmo lugar várias vezes.

Você pode estar se relacionando com ela há vários anos, ainda assim é a mesma coisa. A conduta dela é ambígua: demonstra interesse e desinteresse, atração e repulsa simultâneos. A fragilidade é a força, a delicadeza é a arma e a não-racionalidade é a inteligência que te desconcertam. Você sempre perde, já que é sincero e ela é insincera.

Ela é a espertinha trapaceira, que joga desonestamente no amor e está acostumada a ser amada por todos e não amar a ninguém. Sempre está com um sorriso cínico no rosto.“O que você quer de mim?” é a pergunta que ela jamais responderá de forma clara e objetiva porque quer impedir que resolvamos nossa vida. Não há como ser muito amigável e carinhoso porque não há correspondência de sentimentos mas sim oportunismo. Ao que parece, o único caminho possível é ser severo, direto, curto, grosso, frio e contundente, tratando-a quase como uma estranha e com boa dose de desconfiança, antecipando-nos às inevitáveis frustrações e exigindo garantias antes das promessas e compromissos que, inevitavelmente, não serão cumpridos se o peso de nossa determinação não for sentido. 

Enfurecer-nos e maltratá-la não resolverá o problema: estaremos lhe dando muita importância, além de perdermos a razão. Se perdermos a calma, perderemos o jogo da paixão também. Se ficarmos calmamente passivos, igualmente o perderemos. Se chegarmos ao ponto de estarmos prestes a explodir, é melhor nos afastarmos e deixar a interação para um outro dia. Caso tenhamos feito a besteira de “correr atrás”, é melhor interrompermos o contado por um tempo até que a aversão criada por nós se dissipe.

A espertinha tem a habilidade de encurralar o homem pelos sentimentos, forçando-o a “perseguí-la”. Sua elevada inteligência emocional, direcionada de forma egoísta, a torna extremamente hábil para manipular situações de forma a nos lançar em um estado de estresse emocional que nos obriga a “correr atrás” como se fôssemos uns completos idiotas. Não obstante, ela não é nossa inimiga: é nossa professora, já que nos inicia na realidade dos infernos amorosos. A espertinha é nossa treinadora emocional, a “oponente” sem a qual não poderíamos nos desenvolver e é assim que devemos enxergá-la: não como uma inimiga, mas sim como uma parceira de treinamento que nos revela realisticamente as estratégias e artimanhas da guerra da paixão que devem ser vencidas no caminho para o nascimento do homem verdadeiro em nós.

Toda a estratégia é interior, absolutamente interior. Descobrir suas intenções reais de forma a dissipar todas as irritações da dúvida assinala um vitória real, porém não tão profunda. Se quisermos uma vitória mais profunda, teremos que virar o barco por meio da seriedade e da severidade amigavelmente desmascaradoras. Se ela dissesse a verdade (“Não, não sinto nada por você, só estou curiosa, não se apaixone por mim porque gosto de outro tipo de homem etc.”) não haveria problema, não é mesmo? Se ela revelasse sua verdadeira intenção desde o começo, não haveria transtorno algum. A sinceridade poderia resolver as coisas e tudo seria diferente. Mas ela esconde a verdade e cria uma situação ambígua estressante. Normalmente, a verdadeira intenção da espertinha é somente satisfazer seu desejo de continuidade do interesse masculino e não se dedicar, por interesse sincero, à nossa pessoa.
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