19-10-2016, 10:00 AM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 19-10-2016, 10:19 AM por Héracles.)
Eu passei por um caso curioso que eu gostaria de relatar aqui pq tem tudo haver com essa questão de oração. Espero que não me entendam mal.
Pois bem, como eu sempre sugiro as pessoas, vc deve experimentar por conta própria as coisas para saber o que é melhor ou pior para vc e a sua realidade. Na questão espiritual minha, eu sempre usei do mesmo princípio. Estudei, participei, me aprofundei um certo ponto nas mais diversas "crenças" por assim dizer, para tentar encontrar a verdade e algo me fisese sentir completo. Numa dessas "peregrinações espirituais" eu estudava e frequentava um determinada igreja de orientação católica numa cidade aqui perto, e eles tinha uma espécie de retiro com alguns desafios, não vou entrar em detalhes da experiência em si, pq isso é coisa minha e eu não posso divulgar sobre isso pq é uma espécie de responsabilidade com a igreja de manter isso em sigilo, para não estragar e experiência das pessoas que não experimentaram ainda. Talvez algum confrade mais atuante saiba do que se trata mas enfim, um caso que eu passei lá me chamou a atenção e vem de encontro com esse tópico.
Formávamos uma equipe e tínhamos um determinado desafio lá que não achava-mos jeito de resolver. É importante salientar que as vagas pra esse evento são limitadas, e as pessoas que foram/vão nesse "retiro" são na sua maioria, pessoas machucadas espiritualmente, que se veem com problemas sem solução, doenças terminais, mortes na família, etc. Não era o meu caso e eu entrei pq minha BM conseguiu uma ficha pra mim, já que ela tinha participado num anterior. Não tenho nenhum tipo de problema grave na família ou comigo mesmo. Alias isso foi outra surpresa que eu tive. Achei que ia nesse negócio e só ia ver manginas manginando, paspalhos emasculados chorões, vadias pagando de santas, padres imbecis e frouxos mas eu estava enganado. E muito. Só das pessoas que eram do mesmo grupo que o meu, tinha só um cara meio igual eu, e uma garota que também era "norma" (bem bonita inclusive e que tinha uma personalidade forte meio áspera como a minha, nós até brigamos uma vez mas ela estava com a razão, enfim, ficamos bons amigos no final, mas isso fica pra outro tópico), sem problemas graves, os outros estavam enfrentando problemas como, morte do marido, do filho, doenças terminais incuráveis, etc. Ou seja, as emoções estavam e flor da pele a constantemente, e cada prova que tínhamos que passar era uma provação contundente. Os fracassos nas provas eram sentidos de forma profunda como uma derrota na vida mesmo, justamente por todo o ambiente ali ser planejado para fazer com que vc retire sua vestimenta, sua máscara que usa no mundo normal e seja só vc mesmo. Ali eu não era treinador, o fulano não era empresário, ciclano não era médico, etc, eu só era o "hércules" e a única coisa que eu tinha a oferecer, assim como todos os outros, era a minha personalidade, o meu emocional, e minha determinação e coragem. Você se vê espiritualmente nu lá, sem poder se refugiar na sua posição social como forma de parecer mais valoroso do que realmente é.
Dado esse cenário, como eu já disse, nós estávamos numa prova que não achávamos solução e que tem tempo para ser resolvida, os nervos já estavam a flor da pele, uns chorando, outros discutindo, outros apáticos e eu e mais uns dois querendo dar um jeito a todo custo de resolver o problema. Racinando rápido, estressado por estar fracassando e o tempo se esgotando eu não via mais nada na minha frente, só o problema e como resolver. Porém a maioria não era como eu e eles tiveram outra ideia. Eles (maioria, incluindo os mais machucados emocionalmente) resolveram parar tudo o que nós estávamos fazendo para orar. Sim, simplesmente dar as mãos e orar e pedir a Deus uma luz para resolver o problema. Acho que não preciso dizer que eu fiquei irritadíssimo nesse hora e quase mandei todo mundo tomar no cu, não fiz isso por educação com os mais velhos e porque o pessoal me via como um "porto seguro" (obrigado real) do grupo. Logo eu me descontrolar emocionalmente não seria legal e iria me atrasar espiritualmente. Eu concordei em orar, mesmo nunca tendo orado de verdade na vida. Nem sabia como se fazia isso. Só fiquei em silencio ouvindo. E eles oram, uma, duas, três vezes na quarta eu não aquentei e disse que "orar era importante mas o problema não ia se resolver sozinho, vamos tentar de novo". Os que pensavam parecido comigo concordaram na hora, e os mais emotivos e apáticos, meio que relutantes concordaram, mas já não se via mais na expressão e olhar deles a convicção que poderíamos vencer essa. Óbvio que fracassamos nessa prova e o sentimento de derrota foi o pior entre todas as outras provas. Pq cada prova tinha dois objetivos, um prático, palpável e um espiritual/emocional. Nessa fracassamos nos dois, diferente de outras que fracassamos só no prático devido a inépcia física das pessoas, mas isso não vem ao caso agora.
Na conferência após prova que cada um fala o que percebeu, o que achou, sentiu etc, eu disse que "a desunião do grupo foi evidente e que isso se deu, principalmente pela decisão da maioria em orar num momento crítico. Eu nunca fui católico e respeito a crença de vcs, mas oração sem ação não adianta de absolutamente nada. Os problemas não serão resolvidos pelo além. O mais certo seria vcs orarem de forma intrapessoal, para si mesmos para ter força para não desistir, e não parar tudo e esperar as coisas caírem do céu". Os tutores concordaram. Na verdade, isso é obvio mas na hr o medo e falta de controle emocional e firmeza nas convicções fez a maioria sucumbir e desistir e esperar que o além os salvasse em quanto simplesmente esperavam.
Uma das características minhas lá, que eu era sempre questionado era o fato de nunca fazer "oração" falada (quem é católico sabe que isso é importante na doutrina). Eu simplesmente permanecia em silêncio pq tenho a convicção que isso é uma coisa muito pessoal e não diz respeito ao exterior. Mas enfim, a lição que ficou é que oração sem ação não adianta absolutamente nada. Tanto que em outras provas que o pessoal orou, mas enquanto agia (foi uma coisa muito incrível nessas oras, eu até me arrepiei aqui) tudo foi diferente, inclusive a sentimento de vitória e união no final, mesmo não tendo cumprido a prova "prática.
Pra finalizar, eu só quero deixar claro que não sou católico, nunca fui de verdade na verdade, mas essa experiência do retiro me fez crescer muito espiritualmente (teve um prova que foi pescadíssima pra mim, talvez relate alguma hr) pq fez com que eu visse as coisas de outros modos, e também fez eu ME conhecer melhor. Por isso eu prezo pela experiência e que cada um encontre o seu caminho e por isso também, respeito quem é e quem não é religioso. Cada pessoa tem um percepção diferente da realidade e a regra deve ser sempre buscar e evolução como ser humano.
Pois bem, como eu sempre sugiro as pessoas, vc deve experimentar por conta própria as coisas para saber o que é melhor ou pior para vc e a sua realidade. Na questão espiritual minha, eu sempre usei do mesmo princípio. Estudei, participei, me aprofundei um certo ponto nas mais diversas "crenças" por assim dizer, para tentar encontrar a verdade e algo me fisese sentir completo. Numa dessas "peregrinações espirituais" eu estudava e frequentava um determinada igreja de orientação católica numa cidade aqui perto, e eles tinha uma espécie de retiro com alguns desafios, não vou entrar em detalhes da experiência em si, pq isso é coisa minha e eu não posso divulgar sobre isso pq é uma espécie de responsabilidade com a igreja de manter isso em sigilo, para não estragar e experiência das pessoas que não experimentaram ainda. Talvez algum confrade mais atuante saiba do que se trata mas enfim, um caso que eu passei lá me chamou a atenção e vem de encontro com esse tópico.
Formávamos uma equipe e tínhamos um determinado desafio lá que não achava-mos jeito de resolver. É importante salientar que as vagas pra esse evento são limitadas, e as pessoas que foram/vão nesse "retiro" são na sua maioria, pessoas machucadas espiritualmente, que se veem com problemas sem solução, doenças terminais, mortes na família, etc. Não era o meu caso e eu entrei pq minha BM conseguiu uma ficha pra mim, já que ela tinha participado num anterior. Não tenho nenhum tipo de problema grave na família ou comigo mesmo. Alias isso foi outra surpresa que eu tive. Achei que ia nesse negócio e só ia ver manginas manginando, paspalhos emasculados chorões, vadias pagando de santas, padres imbecis e frouxos mas eu estava enganado. E muito. Só das pessoas que eram do mesmo grupo que o meu, tinha só um cara meio igual eu, e uma garota que também era "norma" (bem bonita inclusive e que tinha uma personalidade forte meio áspera como a minha, nós até brigamos uma vez mas ela estava com a razão, enfim, ficamos bons amigos no final, mas isso fica pra outro tópico), sem problemas graves, os outros estavam enfrentando problemas como, morte do marido, do filho, doenças terminais incuráveis, etc. Ou seja, as emoções estavam e flor da pele a constantemente, e cada prova que tínhamos que passar era uma provação contundente. Os fracassos nas provas eram sentidos de forma profunda como uma derrota na vida mesmo, justamente por todo o ambiente ali ser planejado para fazer com que vc retire sua vestimenta, sua máscara que usa no mundo normal e seja só vc mesmo. Ali eu não era treinador, o fulano não era empresário, ciclano não era médico, etc, eu só era o "hércules" e a única coisa que eu tinha a oferecer, assim como todos os outros, era a minha personalidade, o meu emocional, e minha determinação e coragem. Você se vê espiritualmente nu lá, sem poder se refugiar na sua posição social como forma de parecer mais valoroso do que realmente é.
Dado esse cenário, como eu já disse, nós estávamos numa prova que não achávamos solução e que tem tempo para ser resolvida, os nervos já estavam a flor da pele, uns chorando, outros discutindo, outros apáticos e eu e mais uns dois querendo dar um jeito a todo custo de resolver o problema. Racinando rápido, estressado por estar fracassando e o tempo se esgotando eu não via mais nada na minha frente, só o problema e como resolver. Porém a maioria não era como eu e eles tiveram outra ideia. Eles (maioria, incluindo os mais machucados emocionalmente) resolveram parar tudo o que nós estávamos fazendo para orar. Sim, simplesmente dar as mãos e orar e pedir a Deus uma luz para resolver o problema. Acho que não preciso dizer que eu fiquei irritadíssimo nesse hora e quase mandei todo mundo tomar no cu, não fiz isso por educação com os mais velhos e porque o pessoal me via como um "porto seguro" (obrigado real) do grupo. Logo eu me descontrolar emocionalmente não seria legal e iria me atrasar espiritualmente. Eu concordei em orar, mesmo nunca tendo orado de verdade na vida. Nem sabia como se fazia isso. Só fiquei em silencio ouvindo. E eles oram, uma, duas, três vezes na quarta eu não aquentei e disse que "orar era importante mas o problema não ia se resolver sozinho, vamos tentar de novo". Os que pensavam parecido comigo concordaram na hora, e os mais emotivos e apáticos, meio que relutantes concordaram, mas já não se via mais na expressão e olhar deles a convicção que poderíamos vencer essa. Óbvio que fracassamos nessa prova e o sentimento de derrota foi o pior entre todas as outras provas. Pq cada prova tinha dois objetivos, um prático, palpável e um espiritual/emocional. Nessa fracassamos nos dois, diferente de outras que fracassamos só no prático devido a inépcia física das pessoas, mas isso não vem ao caso agora.
Na conferência após prova que cada um fala o que percebeu, o que achou, sentiu etc, eu disse que "a desunião do grupo foi evidente e que isso se deu, principalmente pela decisão da maioria em orar num momento crítico. Eu nunca fui católico e respeito a crença de vcs, mas oração sem ação não adianta de absolutamente nada. Os problemas não serão resolvidos pelo além. O mais certo seria vcs orarem de forma intrapessoal, para si mesmos para ter força para não desistir, e não parar tudo e esperar as coisas caírem do céu". Os tutores concordaram. Na verdade, isso é obvio mas na hr o medo e falta de controle emocional e firmeza nas convicções fez a maioria sucumbir e desistir e esperar que o além os salvasse em quanto simplesmente esperavam.
Uma das características minhas lá, que eu era sempre questionado era o fato de nunca fazer "oração" falada (quem é católico sabe que isso é importante na doutrina). Eu simplesmente permanecia em silêncio pq tenho a convicção que isso é uma coisa muito pessoal e não diz respeito ao exterior. Mas enfim, a lição que ficou é que oração sem ação não adianta absolutamente nada. Tanto que em outras provas que o pessoal orou, mas enquanto agia (foi uma coisa muito incrível nessas oras, eu até me arrepiei aqui) tudo foi diferente, inclusive a sentimento de vitória e união no final, mesmo não tendo cumprido a prova "prática.
Pra finalizar, eu só quero deixar claro que não sou católico, nunca fui de verdade na verdade, mas essa experiência do retiro me fez crescer muito espiritualmente (teve um prova que foi pescadíssima pra mim, talvez relate alguma hr) pq fez com que eu visse as coisas de outros modos, e também fez eu ME conhecer melhor. Por isso eu prezo pela experiência e que cada um encontre o seu caminho e por isso também, respeito quem é e quem não é religioso. Cada pessoa tem um percepção diferente da realidade e a regra deve ser sempre buscar e evolução como ser humano.
"Compreendi o tormento cruciante do sobrevivente da guerra, a sensação de traição e covardia experimentada por aqueles que ainda se agarram à vida quando seus camaradas já dela se soltaram." (Xeones para o rei Xerxes)