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O mercado sexual e a ética do sexo - Parte 1
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O mercado sexual e a ética do sexo - Parte 1
Postado por The Truth na Sábado, 4 de junho de 2011.

[Image: tcHyvzaN_t.jpeg]

Muitas pessoas certamente não entenderam a seguinte tese: as mulheres criaram o mercado sexual. Tal tese parece absurda, pois as mulheres aparentemente estão tendo vários prejuízos com o mercado sexual. Inicialmente, as mulheres livres realmente assustaram os homens com os valores delas, mas isto está mudando. Na verdade, o elitismo do mercado sexual não exclui mais os homens somente, mas exclui também uma parcela das mulheres. O objetivo do mercado sexual é a transferência de poder dos homens para as mulheres. A ideia é simples. Nesse mercado, o homem precisa aceitar as exigências de uma mulher independente e exigente para fazer sexo, logo, a pressão é maior do lado masculino. Essa é a ideia do mercado sexual. A mulher livre tem mais poder sexual do que o homem, então ela controla o homem, porque a iniciativa do sexo é quase sempre masculina. Então, o homem precisa aceitar as restrições femininas para transar. Desse modo, ele transfere poder para as mulheres. A mulher livre controla o sexo e desse modo ela controla o homem!

A ênfase do mercado sexual está no sexo e não nos relacionamentos. As mulheres criaram um modelo que dá poder a elas, mas o grande problema é que elas não valorizam tanto o sexo quanto imaginam. Na verdade, a ideia do mercado sexual é conciliar a promiscuidade feminina com um ideal monogâmico utilitarista. A ideia era promover a possibilidade das mulheres transitarem livremente entre a promiscuidade e a monogamia quando isso fosse conveniente. Então, as mulheres livres decidiriam de maneira caprichosa e egoísta, quando elas transariam à vontade e quando elas casariam. O mercado sexual enfatiza o sexo, apenas porque o sexo é o meio pelo qual as mulheres controlam os homens.

A ética do sexo não era o fim do mercado sexual, mas o meio. Só que isso fugiu do controle feminino e a ética do sexo tornou-se o fim do mercado sexual. As mulheres só queriam usar a liberdade sexual delas para controlar os homens, só que elas ficaram reféns dessa ética. As mulheres usaram a ética do sexo para controlar os homens, mas elas perderam parcialmente o controle sobre os homens. Os homens apoiaram a ética do sexo, simplesmente porque eles supervalorizam o sexo. O que aconteceu é que a própria promiscuidade feminina acabou com o controle feminino do sexo. Então, a mulher que usa o sexo como meio de barganha, precisa ser mais interessante do que as mulheres disponíveis para sexo no contexto social dela. Não somente isso, ela precisa contar com o fato do homem não ter nenhuma outra opção sexual além dela.

A promiscuidade feminina democrática quebra a lógica do mercado sexual. Então temos uma situação paradoxal. A mulher livre possui mais poder de barganha do que o homem, mas ela perde esse poder numa sociedade onde o homem possui inúmeras outras ofertas de sexo. O mercado sexual não funciona do jeito que a mulher quer numa sociedade onde há mais oferta de sexo do que restrição. Nesse sentido, a otimização do mercado sexual depende da diminuição da oferta de sexo. E isso não aconteceu na Europa. Ou seja, a Europa tornou-se promíscua e a promiscuidade lá é muito mais igualitária e democrática do que a promiscuidade nos países de terceiro mundo. A distância entre o mais rico e o mais pobre na Europa é menor do que nos países de terceiro mundo. Logo, não há o tipo de desigualdade material que favorece uma minoria de homens. A desigualdade de poder é menor entre os europeus do que entre os homens brasileiros.

O mercado sexual na Europa está longe de afirmar a supremacia feminina. Pelo o contrário, as mulheres europeias estão cada vez mais acuadas, porque a promiscuidade feminina tornou a oferta de sexo na Europa muito maior do que a restrição, logo as mulheres europeias não ganharam muito poder com o mercado sexual. Em muitos casos, elas perderam poder. Há mais mulheres do que homens na Europa. Na Europa, a promiscuidade feminina aumentou muito a oferta de sexo para os homens. Logo, a ética do sexo produziu os seguintes efeitos paradoxais na Europa:

1. A ética do sexo aumentou a promiscuidade feminina e a mulher promíscua não deixou de ser desvalorizada para relacionamento sério.

2. O homem não sofreu tanta restrição sexual quanto as mulheres imaginavam. As mulheres promíscuas democráticas aumentaram a oferta de sexo.

O mercado sexual é uma grande ilusão para a mulher europeia promíscua, pois ela só será valorizada para relacionamento sério se ela tiver um controle gigantesco sobre os homens. Para que o controle feminino funcionasse “corretamente”, as mulheres promíscuas teriam que existir num número muito menor do que a quantidade de homens disponíveis. Há mais mulheres do que homens na Europa e a oferta de sexo promíscuo é muito alta lá. Logo, não há tanta restrição sexual para que a mulher livre use o maior desejo sexual masculino a seu favor. A mulher europeia não tem poder para ficar transitando livremente entre promiscuidade e monogamia. Logo, a ética do sexo significará o fracasso monogâmico delas, pois elas não conseguirão nenhum relacionamento estável com essa postura durante muito tempo.

Na Europa, a ética do sexo serviu apenas para destruir a monogamia. Os homens que já supervalorizavam sexo ficaram mais felizes, pois agora há muitas mulheres promíscuas disponíveis para sexo e os homens que valorizavam a monogamia começaram a adotar a ética do sexo como estilo de vida. O saldo disso é que nessa sociedade, quem valoriza mais o sexo acaba sendo mais feliz. Então, as mulheres que usavam o sexo apenas como um meio de controle dos homens acabaram tendo que aceitar o sexo em si como um fim insosso da vida delas. Ou seja, elas usaram o sexo para controlar os homens, mas elas viraram apenas objetos sexuais.

As mulheres só terão lucro com a ética do sexo num país onde os homens vivem sob restrições sexuais intensas. E esse é o caso brasileiro. A sorte da mulher brasileira é que os homens brasileiros são muito pobres e limitados em termos de recursos. Se os homens brasileiros fossem todos ricos, o poder da mulher brasileira cairia absurdamente. Ou seja, a mulher brasileira é elitista porque o contexto social também favorece isso. O elitismo feminino é proporcional ao tamanho da desigualdade material. Esse elitismo acaba sendo um meio de controle, pois os homens excluídos sexualmente são uma horda de reservas carentes, que estão dispostos a namorar as mulheres mais promíscuas e egoístas da sociedade.


Este texto faz parte do projeto: Segunda das Relíquias Perdidas.
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