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[REFLEXÃO] Reflexões acerca dos homens desprezados do subsolo
#1
Salve, camaradas.

Divagando acerca de algumas obras que li no decorrer dos anos, principalmente após terminar o Flores Para Algernon, me veio à memória algumas outras grandes histórias. A Metamorfose, Memórias do Subsolo, A Morte de Ivan Ilitch, entre outras desgraceiras.

Charlie Gordon, Gregor Samsa, o homem do subsolo (Dostói não atribui um nome a ele, pois “não quero ser lido), Ivan Ilitch. Temas, histórias e personagens diferentes. Mas com alguns pontos em comum entre eles. Dois desses pontos podem ser: NEGLIGENCIAR A SI MESMO e o DESPREZO, seja pela família, pelos amigos, pela sociedade... todos desprezados de alguma forma e por algum motivo.

Uns por inércia própria, outros pela condição, física ou mental, que lhes foram impostas.

Para tanto, faz-se necessário contextualizar, mesmo que superficialmente – e deixo a recomendação aos senhores para que leiam as obras mencionadas, são excepcionais –  os personagens:
 
FLORES PARA ALGERNON (DANIEL KEYS) – CHARLIE GORDON

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Em Flores Para Algernon, Charlie Gordon, numa passagem extremamente densa e emocionante, percebe:
Citação:“Aprendi muito nos últimos meses – declarei. – Não apenas sobre Charlie Gordon, mas sobre a vida e as pessoas, e descobri que ninguém realmente se importa com Charlie Gordon, seja ele um imbecil ou um gênio. Então, que diferença faz?"

Gordon era desprezado por ser retardado (termo que o próprio livro utiliza). Zombavam dele por sua condição. Riam dele.

Gordon também foi desprezado após se tornar um super-humano, com Q.I. 200. Sentia-se solitário, pois todos o achavam arrogante e se sentiam inferiores, pois Charlie sempre sabia de tudo.

Duas faces de um mesmo rosto angustiado.

Cirurgia, pesquisas, Q.I, ciência, métodos, testes... nada disso conseguiu dar à Charlie Gordon o que ele sempre quisera: se sentir amado. Seja como um imbecil, seja como um gênio.

Diferente dos demais, Charlie queria aprender, queria ser inteligente e esperto, mas as condições não lhe permitiam.
Não se pode ter tudo, não é mesmo?

Não obstante, apesar de ser diferente dos outros personagens por ter muita vontade de aprender, foi igualmente desprezado. Na burrice e na genialidade.

A METAMORFOSE (FRANZ KAFKA) – GREGOR SAMSA

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Já em A Metamorfose, Gregor Samsa, apesar de ser o filho, sustentava a casa onde morava com os pais e a irmã.
Até que, certa vez...

Citação:“Certa manhã, ao acordar de sonhos intranquilos, Gregor Samsa se encontra em sua cama metamorfoseado em um inseto monstruoso”.

Como Gregor era viciado no trabalho, só fazia isso da vida. Como nunca se atrasava, seu chefe achou estranho e mandou um gerente em sua residência para ver o que havia acontecido com o excelente e dedicado funcionário.

Quando a família descobre no que ele tinha se transformado, ficam, por obviedade, perplexos.
Num primeiro momento, apenas sua irmã continua o tratando com alguma normalidade e dignidade, tentando alimentá-lo a cada dia.

Com o passar do tempo, sua família vai o deixando de lado, não o alimenta, não o vê, não fazem absolutamente nada. Gregor Samsa já não é mais Gregor Samsa. É apenas um inseto qualquer.

O ponto chave acontece quando sua família se reúne e chega na seguinte conclusão: Samsa é um estorvo, um peso, um saco de lixo que deve ser colocado à lixeira. Seria melhor que ele morresse, dando assim sossego a todos, que até pouco tempo eram sustentados por ele.

A situação piora ainda mais. Devido a um acontecimento em que ele acabou assustando sua mãe, seu pai fica bravo e arremessa uma maçã em sua direção, que o machuca e fica grudada em suas costas. Aquilo vai apodrecendo, machucando Gregor Samsa e, pela infecção, ele vai comendo cada vez menos.

Gregor Samsa morre em seu quarto claustrofóbico e solitário, completamente sozinho e com fome.
Samsa foi útil enquanto tinha utilidade. Descartado quando ficou inválido.

Quando Samsa, no início, percebe que virou um inseto, sua preocupação não era reverter o quadro e se tornar um humano novamente, mas apenas o que ele poderia fazer para não faltar ao trabalho e como explicaria o ocorrido ao seu chefe.

A MORTE DE IVAN ILITCH (LIEV TOSTÓI) – IVAN ILITCH

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Já em A Morte de Ivan Ilitch, temos novamente a figura do desprezo. Ilitch é mais um homem que dedicou a vida à burocracia do trabalho na área do direito (se tornando juiz de instrução, ponto alto da carreira) e morreu à mingua, sendo renegado pela própria família, principalmente pela sua donzela querida, também chamada de esposa.

Mesmo com um sucesso profissional considerável e uma vida confortável, Ivanovich se vê sozinho e solitário quando é acometido por uma doença no fígado (situação completamente banal, o que corrobora com a caricatura desprezível do personagem). Num momento, enquanto gritava de dor, sua esposa procurava se esconder em um cômodo mais distante da casa para não ser incomodada.

Ilitch, numa espécie de auto retrospectiva, percebe que seus “amigos” não eram tão amigos assim. Que sua família não gosta tanto dele também. Era perceptível, mas Ilitch estava ocupado demais em levar uma vida acomodada, levando tudo com a barriga.

A cada vez que seu status aumentava, Ivan ficava ainda mais acomodado em sua posição.

Precisou a morte bater em sua porta para poder perceber que foi enganado por si mesmo acerca da vida que levava. Vida de mediocridade, de reclamações, de más escolhas, de fazer coisas sem vontade alguma, de um casamento de merda. Mas como isso importava aos que estavam ao seu redor, acabava se submetendo.

MEMÓRIAS DO SUBSOLO (FIÓDOR DOSTOIÉVSKI) – “HOMEM DO SUBSOLO”, SEM NOME

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Aqui temos um ex-funcionário público aposentado num monólogo contando algumas passagens de sua vida miserável, amargurada e rancorosa.
Por muitas vezes ficamos com raiva do personagem sem nome, tamanho seu egocentrismo e ao mesmo tempo carência de ansiar, a todo custo, ser reconhecido pelas pessoas que ele mesmo despreza.

O homem do subsolo se acha melhor do que todo mundo, superior, ninguém está a sua altura e, por isso, ele se acha no direito de humilhar a todos. Esse livro é excelente pois traz a ambiguidade da vida: ao mesmo tempo, o que o homem sem nome mais desejava era ser reconhecido pelas mesmas pessoas que ele humilhava. Ele queria pertencer a um grupo, a alguma coisa, mas nunca conseguiu.

O homem do subsolo não é burro, muito menos inocente. Ele sabe que negligenciou sua vida, tem consciência plena de tudo isso. Você não sabe se ele abraçou a solidão por gostar dela ou por se acostumar com ela.

Por muitas e muitas vezes, ele imaginava sua vida, o que poderia fazer ou que poderia ter feito, mas nunca agia. Viu sua vida passar. Viveu de imaginação, mas não de ação.
Esse livro é golpe bem conectado do Mike Tyson no auge na cara dos realistas – e eu, principalmente eu, incluso –, pois o fato de ficarmos putos com o personagem revela que, na verdade, muitas vezes NÓS SOMOS o homem do subsolo.

Nós temos acesso a conteúdos que as “pessoas comuns” do dia a dia não têm. Quantas vezes eu mesmo não me sentir superior aos outros por saber quem é Alita, Real, comunismo, e todas essas coisas.

Vamos falar a verdade: muitas coisas que passamos horas e horas debatendo aqui, são completamente inúteis no nosso dia a dia. Mas é esse o preço a se pagar.
A consciência anda de mãos dadas com a angústia.

Citação:"O que é melhor: uma felicidade barata ou um sofrimento elevado?"

Mais um que jogou o potencial fora e viveu uma vida medíocre e de mentira.

Diz ele:

Citação:"Vou dizer-vos solenemente que, muitas vezes, quis tornar-me um inseto. Mas nem disso fui digno”.


OS PONTOS:

NEGLIGENCIAR A SI MESMO E O DESPREZO

De alguma maneira, nossos ilustres personagens negligenciaram a si mesmos durante suas vidas. Uns mais, outros menos.

Submeteram-se a condições difíceis, que não queriam estar, por puro e simples comodismo ou importância com quem e o que não devia.

A nossa preocupação deve ser sempre em estar em concordância com nossos princípios e valores, ainda mais nos tempos de hoje, onde vivemos basicamente pisando em ovos.
A atenção e a vigília deve ser intensa.

Emprego, físico, mente, espírito. Qualquer área negligenciada terá consequências futuras.

Gregor Samsa se negligenciou quando esteve mais preocupado com os outros do que com ele próprio.

Ilitch se negligenciou quando se submeteu a amizades de merda e um casamento fracassado onde sua esposa sequer se importava com ele nos momentos de dor extrema. Cercou-se de falsas pessoas por puro comodismo. E Ivanovich possuía um excelente emprego, uma vida confortável.
Negligenciar a si mesmo é o primeiro passo para a ruína: a salvação é individual.


EU

Sempre gostei de ler livros dessa densidade de amargura, rancor, sofrimento e solidão.
É muito fácil ler todas essas histórias e observar as falhas e a mediocridade dos personagens.

Ultimamente (talvez pela idade) venho pensando mais nisso e percebi que muitas vezes a minha raiva dos personagens não é exatamente dos personagens, mas de mim mesmo.

Quantas vezes – e muitas vezes até hoje – eu não fui Charlie Gordon, Samsa, Ilitch e principalmente, PRINCIPALMENTE MESMO, o Homem do Subsolo?

Sou um extremo “negligenciador” de mim mesmo. Não posso nem me comparar a Ivanovich Ilitch, pois ele ainda não negligenciava sua área profissional, como podemos perceber no início da obra, onde ele consegue o mais alto grau de sua carreira (juiz de instrução).
Mas esse não é o único ponto.

Confesso que  ter descoberto a matrix do dinheiro (matrix econômica, matrix fiduciária, e por aí vai) recentemente me fez começar a enxergar as coisas de uma nova perspectiva. O atordoamento foi tanto que ainda não assimilei os golpes. Encontro-me cambaleando no octógono depois de levar um cruzado de esquerda.

Obviamente que eu não cheguei nesse nível, mas eu entendo o Renato Trezoitão dizendo que quando saiu dessa matrix, ficou com vontade se matar GargalhadaGargalhada.

A matrix dos relacionamentos nunca pegou. Naturalmente, quando ainda era adolescente, já sabia que as coisas não eram como a maioria achava. Óbvio que me ferrei em algum momento (e não estou imune de me ferrar de novo), mas esse conhecimento natural e inconsciente já me abria os olhos. Quando conheci Alita e a Real, não foi algo que me deixou atordoado, só me confirmou algo que eu já imaginava que acontecia.
 
Enfim, voltando às situações das obras, quantas vezes nos preocupamos demais com coisas inúteis, enquanto o que realmente é útil está ficando de lado?
Todas as nossas ações – ou a falta delas – terão consequências no nosso presente/futuro.

Por mais que tenhamos justificativas – também conhecidas como desculpas –, a culpa não é de Deus, não é do universo, não é da vida. A vida, inclusive, não nos deve nada.
Vários desses personagens só conseguiram perceber a vida medíocre e miserável que tiveram quando já estavam mais no bico do corvo do que saudáveis. Quando o arrependimento bate à porta já é tarde demais. A vida já passou e o tempo é curto.

Um final ao estilo Gregor Samsa e Ivan Ilitch é nossa responsabilidade.

Vou aproveitar as reflexões e tentar vigiar mais.
Deixo uma última citação:

Citação:E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai. – Marcos 13:37
Mateus 21:22
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#2
Mais um post denso que consegue ao mesmo tempo ser um conforto e uma voadora no peito.

@"hjr_10" , me identifiquei com cada ponto que mencionou, mesmo sem ter os livros citados como base (fiquei interessado em ter essa experiência literária, dado o entusiasmo das suas menções).

Quando descobrimos (ou confirmamos, que seja), as questões sobre a matrix romântica, em um primeiro momento, pensamos ter adquirido um poder divino e que "tudo faz sentido agora",  Gargalhada Gargalhada.

É simplesmente humilhante com o passar do tempo perceber que até mesmo este "estágio", nada mais é do que acabar de sair da fraldas e da infância emocional. LITERALMENTE o buraco é mais em baixo Delícia


A questão sobre a matrix fiduciária que já foi levada à superfície TANTAS vezes, principalmente pelo @Trglodita, foi TAMBÉM a pancada mais recente que tomei! Realmente, só é possível se sentir um idiota por não ter se dado conta disso antes Gargalhada.

Claro que diferente dos personagens citados, não descobrimos "tarde demais". Temos trabalho duro a realizar.
Costumo pensar que estes esclarecimentos também, abrem espaços em branco em nossas vidas, prontos para serem preenchidos com ações lastreadas pelos novos conhecimentos, isso traz entusiasmo mesmo a esta altura do campeonato. É uma forma de enxergar as coisas também.

Parabéns, mais uma vez, pela reflexão AUTORAL referente às obras citadas, confrade.
Seus textos são um dos maiores incentivos à leitura no LR.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#3
Gostei bastante das recomendações, principalmente do primeiro livro. Já coloquei na minha lista de leitura desse ano. Obrigado, confrade!
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#4
Todos os que evoluíram já se viram nesses personagens, ou ainda se vêem.

A matriz fiduciária é mais dolorosa, descobrir que é um escravo a tantos anos, e que será por mais alguns é bem intragável, além disso, todos sabem que a liberdade financeira promove todas as outras.

"Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar." 1 Pedro 5:8
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"Use o sistema contra o sistema, parasite o parasita"
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#5
Eu li quase todos esses livros, com exceção apenas do Flores para Algernon. 
E o livro do Ivan Illitch e da Metamorfose estão entre os meus livros favoritos já lidos.

Todos eles sofreram algum tipo de alienação da sociedade, seja voluntária ou não e cada um lida de um jeito diferente com isso (as 12 camadas da personalidade de Olavo). O Gregor é alienado físico e emocionalmente da sociedade e da família de forma involuntária por conta da sua nova forma física e o Charlie por conta da sua inteligência. O Ivan vai se isolando gradualmente conforme sua doença avança porque percebe que ninguém compreende sua dor e angústia. Já o homem do subsolo se auto-isola, rejeitando a sociedade e suas normas. Sua alienação é tanto auto-imposta quanto resultante de seu desprezo pelos outros (algo que afeta mais diretamente os realistas).

É interessante que todos eles passam por uma transformação pessoal significativa: Charlie e Gregor sofrem transformações físicas, e Ivan e o Homem do Subsolo experimentam transformações filosóficas e emocionais.

Sobre as 12 camadas da personalidade, dá pra ver que cada um deles fica preso em uma das camadas no seu livro, assim como aqui no fórum é curioso de se reparar que tem realistas que ficam presos em camadas específicas também, chegam em um ponto e nunca mais evoluem daquele ponto em diante. 

O link das 12 camadas: https://olavodecarvalho.org/wp-content/u...lidade.pdf

Charlie Gordon, conforme descrito no tópico fica preso na camada da afetividade. Após a cirurgia, se torna altamente inteligente, mas sua capacidade de formar e manter relações afetivas profundas continua prejudicada. Sua transformação intelectual não resolve suas necessidades emocionais, deixando-o preso em uma busca incessante por aceitação e amor genuíno.

Gregor Samsa, fica preso na camada da sensibilidade porque depois que vira inseto ele desenvolve uma sensibilidade extrema tanto física quanto emocional. Ele fica preso nessa camada porque fica incapaz de superar a dor e o sofrimento causados pela sua nova condição e pela rejeição de sua família.

Ivan Ilitch fica preso na camada da atenção, já que ele fica obcecado com sua dor e sua condição terminal, direcionando toda sua atenção para esses aspectos de sua vida. Ele fica fixado na sua doença e sofrimento o que impede que ele encontre paz ou significado além de sua situação imediata.

Homem do Subsolo fica preso na camada do subconsciente. Fica dominado por traumas, arrependimentos e desejos reprimidos. Sua incapacidade de se libertar dessas forças internas o mantém em um ciclo autodestrutivo e de auto-análise obsessiva, impedindo qualquer progresso significativo em direção à individuação.

Vale lembrar que, segundo o Olavo de Carvalho e o Ítalo Marsili quase todos os bonobos médios ficam presos A VIDA INTEIRA nas camadas afetividade e sensibilidade, nunca saindo desses pontos, impedindo o desenvolvimento pessoal pleno. 

A título de curiosidade segue abaixo o que isso significa estar preso em cada uma das duas na prática:
Afetividade: Ficar preso nesta camada significa que a pessoa está excessivamente focada em suas próprias emoções ou nas emoções alheias, muitas vezes à custa de uma perspectiva mais ampla e racional sobre a vida. Pessoas presas na camada de afetividade podem ter dificuldades em tomar decisões racionais, ser excessivamente dependentes emocionalmente de outras pessoas, e encontrar dificuldades em se relacionar de maneira saudável.
Sensibilidade: Estar preso nesta camada implica uma hipersensibilidade a críticas, ambientes ou experiências, levando a reações exageradas e, muitas vezes, irracionais.  Indivíduos que ficam presos na camada de sensibilidade podem sofrer de ansiedade elevada, estresse crônico, e dificuldade em lidar com situações adversas de maneira equilibrada.
“A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” Educação, Pág 57.
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#6
Vou indicar um ensaio da Revista Unamuno nessa linha:

https://unamuno.com.br/o-belo-e-o-sublim...o-subsolo/

Todos os personagens desse "subsolo" sofrem no mesmo cenario: por possuirem algum talento eregiram expectativas para si proprios, se nao inalcansaveis, exageradamente distantes e, sem o impeto e o esforco necessario pra conclusao delas, acabaram caindo na melancolia de uma vida que poderia ter sido e nao foi, numa lesao irrevesivel da vontade que, de tao exigida sem proveito, acaba definhando e atrofiando irreversivelmente.
"Mas o homem é a tal ponto afeiçoado ao seu sistema e à dedução abstrata que está pronto a deturpar intencionalmente a verdade, a descrer de seus próprios olhos e ouvidos apenas para justificar sua lógica."


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#7
Caralho! Baita texto e tópico!

Desse ainda não li Flores Para Algernon e Memórias do Subsolo (o que agora desejo reverter com premência!).

Muito foda ver um tratamento tão atencioso com essas obras gigantes!
"Portanto, se há  na alma um caráter nobre e no corpo algo equiparável a beleza, estando com a alma harmonizando (de modo que ambos participam do mesmo modelo), não seria essa a mais bela visão a ser experimentada por todos aqueles capazes de ver?"
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#8
Primeiramente, parabéns pelo tópico.

Li por cima, vou ler com mais calma e refletir sobre. Nunca li os livros mencionados, mas o que mais me chamou a atenção, o homem do subsolo, não sei se é algo irônico ou alguma consequência da nossa subconsciência, mas o que podemos observar é como cada vez mais 'homens do subsolo' estão surgindo e como isso pode ser algo benéfico ou maléfico, tudo dependerá como estes serão encaixados nas engrenagens da sociedade e da matrix.

A matrix fiduciária é de longe a mais revoltante, se não até mais que a dos relacionamentos, essa primeira opera em conjunto com a matrix política que parece ser uma verdadeira hidra. Quero muito fazer um tópico a respeito de como se libertar da matrix fiduciária, pretendo escrever algo quando tiver um tempo.
Louvado seja o SENHOR, minha rocha; ele treina minhas mãos para a guerra e dá a meus dedos habilidade para a batalha. Ele é meu aliado infalível e minha fortaleza, minha torre segura e meu libertador. Ele é meu escudo, em quem me refugio; faz as nações se sujeitarem a mim. Salmos 144:1-2

強さと名誉と尊厳
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