06-11-2015, 01:11 PM
Este é um relato entremeado a todo o momento por reflexões que foram produzidas em decorrência dos fatos e ações nele aludidos. Nele, abordarei as mudanças psicológicas e práticas que vêm ocorrendo em minha vida, desde que conheci a Real e passei a estudá-la com afinco, aplicando-a prontamente à medida que eu descobria e aprendia algo novo. Aliás - deve-se frisar - continuo consagrando-me a este processo denodadamente, haja vista que estou sempre aprendendo e descobrindo coisas novas por aqui.
Para tanto, procederei a comparações dos meus aspectos existenciais diversos, entre o modo como se configuravam antes do conhecimento realístico e a maneira em que agora são concebidos, após a ciência e o discernimento da Real. Este método se justifica para efeito de melhor comparação entre o antes e o depois da prática orientada pelas diretrizes realísticas.
1. ANTES DA REAL
Conheci a Real bem por acaso, em setembro de 2014. Quando procurava por páginas interessantes no facebook, deparei-me com a página Metendo a Real, a qual não me pareceu muito interessante inicialmente, mas que por estar entre as páginas curtidas de um amigo que muito admiro por sua argúcia e inteligência, passei a acompanhar com mais cuidado.
De fato, não foi muito proveitoso o que li naquela página, em termos de conteúdo. Mas devo a ela a descoberta da existência do fórum Mundo Realista, o qual passei a ler assiduamente, desde então.
No fórum o nível das discussões era altíssimo, bem como a extensão e a profundidade dos temas tratados lá era admirável. Ali se encontrava de tudo: de marxismo cultural a fisiologia humana; de lida com as mulheres a organização financeira.
Mas, desde o princípio, o que mais chamou a minha atenção foi uma expressão que era repetida e decantada como um mantra por todos os usuários mais participantes: desenvolvimento pessoal.
A partir disso, fui me inteirar mais acerca de o que era o desenvolvimento pessoal para este grupo de homens e o movimento que acabara de conhecer: a Real.
Simplesmente devorei toda a seção homônima do fórum, que abordava, dentre outros assuntos, a saúde masculina no geral, musculação, dieta, finanças pessoais, crescimento profissional, literatura e até mesmo atividades práticas da vida diária, tais como fazer um nó corretamente ou armar uma barraca improvisada (sem trocadilhos, por favor ).
Em suma, para não me alongar mais do que já o fiz, este espaço foi simplesmente o achado do ano, que - fui percebê-lo somente mais tarde – desencadeou o processo de mudança pessoal mais profundo de toda a minha vida. A começar pela minha estrutura psicológica. Tudo o mais que mudou decorreu daí.
Em setembro de 2014 eu estava às vésperas de concluir o curso de Direito, tendo o feito bem meia boca mesmo, apenas para ter o “diproma”. Em 2010, quando o iniciei, não tinha a menor ideia do que fazer da vida. Como havia feito o Enem e conseguido uma bolsa integral, pelo Prouni, para estudar em uma Universidade privada, acabei me matriculando e cursando o Direito mesmo.
O curso de Direito não me era interessante, sobretudo as matérias iniciais, exceção feita à cadeira de Filosofia do Direito. Foi nesta matéria que fui apresentado ao marxismo, em sua mais pura essência. Foram doses cavalares de doutrinação marxista ao longo de períodos e períodos de curso. Conseguiram imprimir esta marca nociva em matérias como: direito do consumidor; direito do trabalho (ah vá); direito penal (ressocialização/ prevenção especial positiva... pfui); direito constitucional; etc.
As únicas matérias que passaram a largo desta doutrinação foram as de direito civil e empresarial, mas não pelo próprio conteúdo tradicional das mesmas, como se poderia crer, mas pelo “peito” dos professores que as ministravam.
Logicamente, só pude realizar este diagnóstico depois de curado da praga vermelha, o que se deu em grande medida pelo apoio da Real.
Durante quase todo o curso me alinhei fortemente à esquerda, entrei de corpo e alma no movimento esquerdista, de modo que passei a partilhar de tudo que lhe dizia respeito.
Primeiramente, sob a orientação do professor de Filosofia, ingressei no programa de iniciação científica financiado pelo meu Estado, começando a minha produção científica na linha de pesquisa marxismo/direito. Produzi inúmeros artigos, participei de incontáveis congressos científicos por todo o país e América Latina, sobretudo México e Cuba, nos quais apresentei a minha produção científica marxista, em tudo atacando a propriedade privada, demonizando os empresários, defendendo trabalhadores, integrantes de movimentos sociais, “intelectuais” e líderes dos partidos de esquerda, dentre outras inúmeras boçalidades.
Como única vantagem granjeada neste período, além da própria experiência de vida que, por si só, é bastante relevante, acabei por descobrir e desenvolver um certo talento natural para liderar. Organizei e liderei dois movimentos marcantes na cidade onde vivo, que é de pequena para média em número de habitantes.
A primeira delas foi em junho de 2013, aproveitando-se daquela onda de manifestações que percorreram todo o país, em que cerca de 10% da população local estava nas ruas, conforme os dados da Polícia Militar, manobradas pela direção de esquerda da cidade. A segunda foi no próprio âmbito universitário, onde cerca de metade dos alunos da faculdade de direito participaram de um movimento pela queda do reitor da Universidade, unicamente pelo fato de ser um “conservador reacionário coxinha da direita”.
O fato é que a liderança bem sucedida dos movimentos (não na assunção à finalidade de ambos, mas sim no que respeita à arregimentação e organização das massas), juntamente com a vasta produção científico-acadêmica e a influência alcançada nos corredores de toda a faculdade, angariou-me um respeito e prestígio de que nunca desfrutara, até então.
Isso se refletiu duplamente: primeiro, na forma em que todos os funcionários, professores e direção da faculdade de Direito me tratavam. Tudo de que eu precisava me era prontamente oferecido. Todas as portas se abriram. Mãos se estenderam em minha direção. Isso já foi para mim uma dose razoável de realidade, que posteriormente passei a entender; segundo, na maneira com que as mulheres passaram a me tratar. É impressionante como tudo se deu - apesar de que na época eu não tinha noção das razões do porque assim se dava.
O destaque que ganhei em virtude da liderança do movimento estudantil me deixava sempre à vista, e num dado momento em diante as mulheres do curso passaram a me parar nos corredores, a perguntar sobre os projetos, próximos passos, etc.; na sequência convites para o bar durante a aula passaram a surgir, um após o outro; por fim, as bocetas, antes inacessíveis, passaram a sorrir-me e se abrirem em sucessão avassaladora, de modo que até o fim daquele ano (2013) comi mais mulheres do que jamais supus comer em toda a minha vida. O detalhe é que minha beleza física era apenas mediana, tanto facial, quanto corporalmente. Na época não entendia o status de um líder local.
Mas com o tempo, o que era motivo de exaltação do ego, sobretudo pelo motivo de eu nunca ter tido, até aquele momento, um acesso franqueado às bocetas de um modo mais fácil, acabou se tornando algo enfadonho e chato.
Ademais, o prestígio outrora usufruído fora sendo destruído na mesma velocidade com que se erigira, a partir do momento em que as movimentações foram arrefecendo. Foi aí que uma nova surpresa me arrebatou: retornei ao ponto inicial. Nada de festas, nada de bar, nada de bocetas risonhas, nada de portas abertas. E me perguntava qual a razão de toda essa volatilidade social (bendita Real, que esclareceu-me mais tarde).
Enfim, dessa maneira encontrava-me em setembro de 2014, com o curso de Direito por findar, sem perspectivas profissionais oriundas dele, vazio emocionalmente e de certo modo solitário - só não totalmente devido ao fato de minha família ser foda pra caralho e sempre poder contar com os meus pais.
Mas ah, aquele fórum foi mesmo um achado!
2. DEPOIS DA REAL
Apesar de ser um envolvimento totalmente virtual, eu percebia ali no fórum a amizade, o companheirismo e a disposição em ajudar dos confrades participantes. Eu não participava, apenas lia. Mas a leitura de tudo aquilo já era (e foi) mais do que o suficiente.
Portanto, de setembro de 2014 até agora, novembro de 2015, fiquei lendo todo o material realístico, tanto as obras básicas (Alita, Vilar, Doutrinador, Koerich, Truth, etc), quanto o material produzido nos próprios fóruns, em tópicos e comentários de uma qualidade fascinante.
Mas não somente li. Eu li e apliquei. Ora com sucesso, ora sem sucesso. Mas a experiência sempre ficou. E sempre colaborou para que a próxima aplicação fosse mais bem sucedida. E no que consistiu esta aplicação? Ou melhor, o que a Real fez por mim?
Primeiramente, por óbvio, tirou-me grossas escamas dos olhos, permitindo-me ver para muito além do que as minhas vistas turvas contemplavam outrora. Passei a encarar o mundo como ele é e as pessoas tais quais elas são.
Livrei-me definitivamente do engodo que é o marxismo, muito embora o processo de desvincular a minha imagem dele tenha sido bastante trabalhoso. E neste ponto devo o meu agradecimento a dois confrades em especial: o Zeta Libertário e o Roberto. Hoje sou um ávido estudante do libertarianismo e da ciência econômica em razão da influência destes dois confrades. Minha perene gratidão a vocês!
Isso porque foi a partir do momento em que passei a estudar a economia de uma forma aprofundada que percebi, a pouco e pouco, as contradições, impropriedades e, por fim, as perversidades de todo o combo vermelho (socialismo, comunismo, marxismo, feminismo, etc.).
Num momento inicial adveio a revolta, clássica fase do processo de formação do realista. Nesta fase, que comigo se deu no período final do curso de Direito, simplesmente me fechei em mim mesmo. Não conversava com os colegas, não emprestava material, não ajudava ninguém nas matérias (como fazia antes, em razão da facilidade com o estudo), principalmente as mulheres. Eu as execrava, essas vadias... tudo puta!
Com o tempo e a leitura constante do material da Real, a revolta foi retrocedendo e a reflexão foi tomando o seu lugar. Passei a questionar a motivação profunda de as pessoas agirem tal como agem. Comecei a compreender que somente poderia controlar-me a mim mesmo, neste mundão vaginante. Neste ponto, cabe o agradecimento especial ao confrade Azoth pelo exemplo de serenidade que infunde, presente em cada letra do que escreve.
A solidão me foi bastante útil neste período. Aprendi a conviver comigo mesmo, a me conhecer. Não é em vão que esta sentença é das mais conhecidas em todo o mundo e todas as épocas por sua sabedoria: conhece-te a ti mesmo. É impressionante o efeito prático do autoconhecimento. No processo de autoconhecimento e busca interior a compreensão me felicitou o espírito.
Agora todas as pontas estavam amarradas, toda a unidade se restabelecera, mas desta vez observada em sua realidade. Daí para a aceitação foi um pulo. Eu já podia aceitar o lado obscuro, não somente o do sexo feminino, mas o do ser humano em sua generalidade. Passei a identificar a manifestação deste lado obscuro, tanto na lida com as mulheres, como nas relações sociais em geral. Não apenas identificava-lhes a exteriorização, mas, sobretudo, estava preparado para neutralizar-lhes a influência perniciosa. Aqui eu agradeço aos conselhos valorosos de inúmeros confrades, ficando inviável a citação nominal.
Após todo o tempo de solidão e reflexão, eliminação da revolta e construção da compreensão, estava me sentindo “limpo”, “zerado”, tábula rasa novamente, pronto para me reconstruir como indivíduo, interna e externamente. Algo de peso fora-me tirado e agora se fazia necessário preencher este vazio com algo de substancial, que favoreceria meu crescimento como pessoa.
Então, lembrei-me do mantra, tantas vezes lido e estudado: desenvolvimento pessoal. Deveria buscar o desenvolvimento pessoal em todos os seus aspectos, assim como aprendido. Cabia a mim, agora, cuidar do meu físico, da minha profissão, das minhas finanças, do meu intelecto, do meu emocional e do meu espiritual. Busquei desenvolver-me em todas estas áreas, a pouco e pouco. E, aqui, começou a minha real evolução, a qual se prolongará indefinidamente.
Para tanto, procederei a comparações dos meus aspectos existenciais diversos, entre o modo como se configuravam antes do conhecimento realístico e a maneira em que agora são concebidos, após a ciência e o discernimento da Real. Este método se justifica para efeito de melhor comparação entre o antes e o depois da prática orientada pelas diretrizes realísticas.
1. ANTES DA REAL
Conheci a Real bem por acaso, em setembro de 2014. Quando procurava por páginas interessantes no facebook, deparei-me com a página Metendo a Real, a qual não me pareceu muito interessante inicialmente, mas que por estar entre as páginas curtidas de um amigo que muito admiro por sua argúcia e inteligência, passei a acompanhar com mais cuidado.
De fato, não foi muito proveitoso o que li naquela página, em termos de conteúdo. Mas devo a ela a descoberta da existência do fórum Mundo Realista, o qual passei a ler assiduamente, desde então.
No fórum o nível das discussões era altíssimo, bem como a extensão e a profundidade dos temas tratados lá era admirável. Ali se encontrava de tudo: de marxismo cultural a fisiologia humana; de lida com as mulheres a organização financeira.
Mas, desde o princípio, o que mais chamou a minha atenção foi uma expressão que era repetida e decantada como um mantra por todos os usuários mais participantes: desenvolvimento pessoal.
A partir disso, fui me inteirar mais acerca de o que era o desenvolvimento pessoal para este grupo de homens e o movimento que acabara de conhecer: a Real.
Simplesmente devorei toda a seção homônima do fórum, que abordava, dentre outros assuntos, a saúde masculina no geral, musculação, dieta, finanças pessoais, crescimento profissional, literatura e até mesmo atividades práticas da vida diária, tais como fazer um nó corretamente ou armar uma barraca improvisada (sem trocadilhos, por favor ).
Em suma, para não me alongar mais do que já o fiz, este espaço foi simplesmente o achado do ano, que - fui percebê-lo somente mais tarde – desencadeou o processo de mudança pessoal mais profundo de toda a minha vida. A começar pela minha estrutura psicológica. Tudo o mais que mudou decorreu daí.
Em setembro de 2014 eu estava às vésperas de concluir o curso de Direito, tendo o feito bem meia boca mesmo, apenas para ter o “diproma”. Em 2010, quando o iniciei, não tinha a menor ideia do que fazer da vida. Como havia feito o Enem e conseguido uma bolsa integral, pelo Prouni, para estudar em uma Universidade privada, acabei me matriculando e cursando o Direito mesmo.
O curso de Direito não me era interessante, sobretudo as matérias iniciais, exceção feita à cadeira de Filosofia do Direito. Foi nesta matéria que fui apresentado ao marxismo, em sua mais pura essência. Foram doses cavalares de doutrinação marxista ao longo de períodos e períodos de curso. Conseguiram imprimir esta marca nociva em matérias como: direito do consumidor; direito do trabalho (ah vá); direito penal (ressocialização/ prevenção especial positiva... pfui); direito constitucional; etc.
As únicas matérias que passaram a largo desta doutrinação foram as de direito civil e empresarial, mas não pelo próprio conteúdo tradicional das mesmas, como se poderia crer, mas pelo “peito” dos professores que as ministravam.
Logicamente, só pude realizar este diagnóstico depois de curado da praga vermelha, o que se deu em grande medida pelo apoio da Real.
Durante quase todo o curso me alinhei fortemente à esquerda, entrei de corpo e alma no movimento esquerdista, de modo que passei a partilhar de tudo que lhe dizia respeito.
Primeiramente, sob a orientação do professor de Filosofia, ingressei no programa de iniciação científica financiado pelo meu Estado, começando a minha produção científica na linha de pesquisa marxismo/direito. Produzi inúmeros artigos, participei de incontáveis congressos científicos por todo o país e América Latina, sobretudo México e Cuba, nos quais apresentei a minha produção científica marxista, em tudo atacando a propriedade privada, demonizando os empresários, defendendo trabalhadores, integrantes de movimentos sociais, “intelectuais” e líderes dos partidos de esquerda, dentre outras inúmeras boçalidades.
Como única vantagem granjeada neste período, além da própria experiência de vida que, por si só, é bastante relevante, acabei por descobrir e desenvolver um certo talento natural para liderar. Organizei e liderei dois movimentos marcantes na cidade onde vivo, que é de pequena para média em número de habitantes.
A primeira delas foi em junho de 2013, aproveitando-se daquela onda de manifestações que percorreram todo o país, em que cerca de 10% da população local estava nas ruas, conforme os dados da Polícia Militar, manobradas pela direção de esquerda da cidade. A segunda foi no próprio âmbito universitário, onde cerca de metade dos alunos da faculdade de direito participaram de um movimento pela queda do reitor da Universidade, unicamente pelo fato de ser um “conservador reacionário coxinha da direita”.
O fato é que a liderança bem sucedida dos movimentos (não na assunção à finalidade de ambos, mas sim no que respeita à arregimentação e organização das massas), juntamente com a vasta produção científico-acadêmica e a influência alcançada nos corredores de toda a faculdade, angariou-me um respeito e prestígio de que nunca desfrutara, até então.
Isso se refletiu duplamente: primeiro, na forma em que todos os funcionários, professores e direção da faculdade de Direito me tratavam. Tudo de que eu precisava me era prontamente oferecido. Todas as portas se abriram. Mãos se estenderam em minha direção. Isso já foi para mim uma dose razoável de realidade, que posteriormente passei a entender; segundo, na maneira com que as mulheres passaram a me tratar. É impressionante como tudo se deu - apesar de que na época eu não tinha noção das razões do porque assim se dava.
O destaque que ganhei em virtude da liderança do movimento estudantil me deixava sempre à vista, e num dado momento em diante as mulheres do curso passaram a me parar nos corredores, a perguntar sobre os projetos, próximos passos, etc.; na sequência convites para o bar durante a aula passaram a surgir, um após o outro; por fim, as bocetas, antes inacessíveis, passaram a sorrir-me e se abrirem em sucessão avassaladora, de modo que até o fim daquele ano (2013) comi mais mulheres do que jamais supus comer em toda a minha vida. O detalhe é que minha beleza física era apenas mediana, tanto facial, quanto corporalmente. Na época não entendia o status de um líder local.
Mas com o tempo, o que era motivo de exaltação do ego, sobretudo pelo motivo de eu nunca ter tido, até aquele momento, um acesso franqueado às bocetas de um modo mais fácil, acabou se tornando algo enfadonho e chato.
Ademais, o prestígio outrora usufruído fora sendo destruído na mesma velocidade com que se erigira, a partir do momento em que as movimentações foram arrefecendo. Foi aí que uma nova surpresa me arrebatou: retornei ao ponto inicial. Nada de festas, nada de bar, nada de bocetas risonhas, nada de portas abertas. E me perguntava qual a razão de toda essa volatilidade social (bendita Real, que esclareceu-me mais tarde).
Enfim, dessa maneira encontrava-me em setembro de 2014, com o curso de Direito por findar, sem perspectivas profissionais oriundas dele, vazio emocionalmente e de certo modo solitário - só não totalmente devido ao fato de minha família ser foda pra caralho e sempre poder contar com os meus pais.
Mas ah, aquele fórum foi mesmo um achado!
2. DEPOIS DA REAL
Apesar de ser um envolvimento totalmente virtual, eu percebia ali no fórum a amizade, o companheirismo e a disposição em ajudar dos confrades participantes. Eu não participava, apenas lia. Mas a leitura de tudo aquilo já era (e foi) mais do que o suficiente.
Portanto, de setembro de 2014 até agora, novembro de 2015, fiquei lendo todo o material realístico, tanto as obras básicas (Alita, Vilar, Doutrinador, Koerich, Truth, etc), quanto o material produzido nos próprios fóruns, em tópicos e comentários de uma qualidade fascinante.
Mas não somente li. Eu li e apliquei. Ora com sucesso, ora sem sucesso. Mas a experiência sempre ficou. E sempre colaborou para que a próxima aplicação fosse mais bem sucedida. E no que consistiu esta aplicação? Ou melhor, o que a Real fez por mim?
Primeiramente, por óbvio, tirou-me grossas escamas dos olhos, permitindo-me ver para muito além do que as minhas vistas turvas contemplavam outrora. Passei a encarar o mundo como ele é e as pessoas tais quais elas são.
Livrei-me definitivamente do engodo que é o marxismo, muito embora o processo de desvincular a minha imagem dele tenha sido bastante trabalhoso. E neste ponto devo o meu agradecimento a dois confrades em especial: o Zeta Libertário e o Roberto. Hoje sou um ávido estudante do libertarianismo e da ciência econômica em razão da influência destes dois confrades. Minha perene gratidão a vocês!
Isso porque foi a partir do momento em que passei a estudar a economia de uma forma aprofundada que percebi, a pouco e pouco, as contradições, impropriedades e, por fim, as perversidades de todo o combo vermelho (socialismo, comunismo, marxismo, feminismo, etc.).
Num momento inicial adveio a revolta, clássica fase do processo de formação do realista. Nesta fase, que comigo se deu no período final do curso de Direito, simplesmente me fechei em mim mesmo. Não conversava com os colegas, não emprestava material, não ajudava ninguém nas matérias (como fazia antes, em razão da facilidade com o estudo), principalmente as mulheres. Eu as execrava, essas vadias... tudo puta!
Com o tempo e a leitura constante do material da Real, a revolta foi retrocedendo e a reflexão foi tomando o seu lugar. Passei a questionar a motivação profunda de as pessoas agirem tal como agem. Comecei a compreender que somente poderia controlar-me a mim mesmo, neste mundão vaginante. Neste ponto, cabe o agradecimento especial ao confrade Azoth pelo exemplo de serenidade que infunde, presente em cada letra do que escreve.
A solidão me foi bastante útil neste período. Aprendi a conviver comigo mesmo, a me conhecer. Não é em vão que esta sentença é das mais conhecidas em todo o mundo e todas as épocas por sua sabedoria: conhece-te a ti mesmo. É impressionante o efeito prático do autoconhecimento. No processo de autoconhecimento e busca interior a compreensão me felicitou o espírito.
Agora todas as pontas estavam amarradas, toda a unidade se restabelecera, mas desta vez observada em sua realidade. Daí para a aceitação foi um pulo. Eu já podia aceitar o lado obscuro, não somente o do sexo feminino, mas o do ser humano em sua generalidade. Passei a identificar a manifestação deste lado obscuro, tanto na lida com as mulheres, como nas relações sociais em geral. Não apenas identificava-lhes a exteriorização, mas, sobretudo, estava preparado para neutralizar-lhes a influência perniciosa. Aqui eu agradeço aos conselhos valorosos de inúmeros confrades, ficando inviável a citação nominal.
Após todo o tempo de solidão e reflexão, eliminação da revolta e construção da compreensão, estava me sentindo “limpo”, “zerado”, tábula rasa novamente, pronto para me reconstruir como indivíduo, interna e externamente. Algo de peso fora-me tirado e agora se fazia necessário preencher este vazio com algo de substancial, que favoreceria meu crescimento como pessoa.
Então, lembrei-me do mantra, tantas vezes lido e estudado: desenvolvimento pessoal. Deveria buscar o desenvolvimento pessoal em todos os seus aspectos, assim como aprendido. Cabia a mim, agora, cuidar do meu físico, da minha profissão, das minhas finanças, do meu intelecto, do meu emocional e do meu espiritual. Busquei desenvolver-me em todas estas áreas, a pouco e pouco. E, aqui, começou a minha real evolução, a qual se prolongará indefinidamente.