10-09-2017, 06:11 PM
Salve confrades, tudo na paz?
Não costumo expor normalmente minha vida pessoal por ser um sujeito discreto (ou low profile, como preferirem), mas considerando que estou albergado pelo anonimato e que este relato pode ajudar confrades que estejam necessitando de ajuda, resolvi compartilhar com vossas senhorias minhas "cousas".
A ideia desse relato surgiu numa conversa que tive com uma amiga num jantar com outros dois amigos. Papo vai, papo vem até ela tocar no nome dela. Você acha que venceu as paixões, mas descobre que ela estava lá, dentro de você, hibernando. E de repente você se pega com aquele aperto no estômago e todas aquelas memórias felizes que você teve um dia com aquela mulher inundam sua mente só para te torturar e te lembrar que você está longe de ter o desapego tão pregado pelo mestre N.A.
Costumo dizer que a forma mais eficaz de assimilar a real é se fodendo quebrando a cara. E isso aconteceu com o escriba que vos dirige a palavra.
Essa história aconteceu em meados de 2008~2009, quando eu ainda era uma ovelhinha perdida num covil repleto de lobos. Mas, por mais doloroso que tenha sido, sou profundamente grato. Se não fosse essa terrível experiência, talvez eu não tivesse conhecido a Real e me curado com as doses homeopáticas do legado deixado por grandes baluartes da Real, tais como o Doutrinador, SK (o original, claro) e tantos outros. Legado esse que pretendo passar adiante e que espero que passem adiante.
Primeiro dia do 7º semestre de faculdade, se não me engano. Geralmente era o primeiro a chegar na sala de aula. A universidade ainda estava deserta. Eu gostava de sentar na segunda/terceira carteira para refletir sobre minha vida naquele silêncio quase sepulcral. Mas nesse dia em específico, eu não havia sido o primeiro a chegar. Sentada a um canto, lá estava ela. Não sabia se era uma deusa, um anjo ou simplesmente a mulher mais maravilhosa e linda que vi em toda minha vida. E não falo com exageros: ela era modelo. Já tinha saído no jornal da cidade e tudo mais.
Depois de três anos de faculdade sendo alvo de inúmeras rejeições, preterido em favor dos bombermen, bad boys, canalhas e cafajestes de faculdade, você já sabe qual é o seu lugar e CERTAMENTE não é ao lado de uma mulher daquele tipo. Mas há uma boa razão para isso: órfão de pai e mãe desde os sete anos de idade, tento enfrentado uma longa batalha judicial ainda na minha infância/adolescência, eu já tinha provado muito do amargor da vida e adquirido prematuramente uma maturidade que eu arriscaria dizer poucos da minha idade tinham. Sou profundamente grato aos meu tios por terem me dado o necessário para ter uma vida confortável. Mas estava longe de rivalizar com os chads da faculdade. Tinha os dentes todos separados, óculos ridículos, era magricela e me vestia com as roupas que eu ganhava no meu aniversário e no Natal. A maioria dos livros que tenho foram herdados do meu primo, que não os queria mais. Em resumo, eu era um legítimo nerd, não porque eu queria, mas porque era o que a vida tinha a me oferecer.
Para mim ela só era mais uma patricinha que não me enxergaria, pois todo macaco velho da Real já sabe que medianos aparentemente vem cobertos de uma capa de invisibilidade, pois as mulheres parecem não nos enxergar. Só que para minha grande surpresa, ela me notou, não ignorou minha presença e sabia que eu existia. Pronto, eu tinha ganhado o dia. Para facilitar, chamarei ela aqui simplesmente de Ana.
Ana: "Ah, vou sentar um pouco mais pra frente. Não tem tomada aqui perto."
Über: *Olhando para um lado e para outro para ver se era com ele mesmo.*
Ana: "Meu nome é Ana."
Über: "Meu nome é Über. Prazer em conhecê-la!"
O meu lance com a Ana começou assim: com um papo inocente mas deveras supreendente. Ana parecia flertar comigo: lança piscadinhas de canto de olho, às vezes me fazia um carinho, aplaudiu uma pergunta boba que fiz ao professor, provocar, fazia caras e bocas que só ela sabia fazer e dava a ela aquele ar de menina levada. O tempo foi passando, e uma paixão avassaladora tomou conta do meu coração. Delimitei um objetivo na vida: casar com a Ana, amá-la e adorá-la como uma deidade, ter filhos com ela, construir a família que nunca tive.
Fiquei extasiado: enfim, havia encontrada a minha mulher exceção. Aliás, para mim ela era mais do que uma mulher, tão entorpecido eu estava pelo álcool da paixão. Para mim só faltava uma coisa a ser feita: aceitar meu papel de homem e pedi-la em namoro. Foram dias a fio com um assomo de medo e ansiedade: será que ela diria sim ou não? Lutando contra a timidez, contra a falta de tato social, tropeçando nas palavras, disse que gostava dela e que queria estar ao lado dela. A coisa começou antes da última aula começar.
Über: "Ana, preciso conversar com você sobre uma coisa."
Ana: "Sobre o que?"
Über: "Não posso dizer agora. É particular. Depois da aula falo com você."
Não preciso dizer que foi uma aula perdida. O nervosismo mesclado com o medo e ansiedade impedia qualquer cognição de minha parte. A aula acaba. O coração acelera. A Ana parece levantar, como se quisesse fugir.
Über: "Não, pera... preciso te dizer aquela coisa."
Ana: " Ok."
Começo a andar junto com a Ana rumo ao pátio da faculdade. Não sei bem como usar as palavras, então dou a mão para ela. Andamos um pouco de mãos dadas Talvez essa fosse a forma de dizer que eu a amava sem fazer uso de palavras. Ana de desvencilha da minhão mão.
Über: "Bom, o que eu quero te dizer é que eu... hum... gosto muito de você. Gosto muito mesmo viu? E..."
Ana: "Ah, Über... sabe o que é... é que eu já tenho namorado"
Tente imaginar uma jibóia gigantesca se revirando no fundo do seu estômago: acho que essa é a melhor descrição da sensação que tive quando escutei essas palavras. O chão parecia ter fugido aos meus pés e meu corpo parece ter sido completamente anestesiado. Tudo isso acompanhado de uma dor lascinante no coração.
Über: "Hm... estão OK. Desculpa."
Ana: *Falou que tinha namorado um cara por X tempo e agora tava namorando outro.*
Über: "Ah... Ana, você pode me dar um abraço?"
Ana: "Claro."
E a Ana me abraçou. Eu não conhecia o que era um abraço há anos. E o abraço da Ana era quente, envolvente, reconfortante. Se pudesse, congelaria aquele momento e passaria o resto da minha vida naquele eterno abraço. Lembro-me até hoje da roupa que usava naquela dia. A Ana se despede de mim, fico observando ela se distanciar por algum momento e tomo o rumo do outro estacionamento onde tinha deixado meu carro.
***
No dia seguinte peço à Ana que as coisas não mudem entre nós. Ela concorda e seguimos sendo amigos. Concordo que continuava mantendo um interesse romântico nela mas respeitava o suposto namoro que ela dizia manter. Um determinado dia Ana reclama que o namorado enchia a cara e colocava ela para dirigir. Óbvio que fiquei puto da cara... um cara que enchia a cara e ainda por cima fazia a namorada de chofer não era digno do amor dela, porque eu jamais faria uma coisa dessas com ela. Ela defende o namorado dizendo que isso era normal.
Tempos depois eu pergunto para ela se ela namoraria comigo se ela não tivesse namorado e ela responde "Não" na lata. A "mulher maravilha" que eu tinha conhecido não parecia mais tão maravilhosa.
Nós estavamos brigados a essa altura, mas o que se sucederia iria piorar as coisas mais ainda. Em outra ocasião ela me diz que fez uma caminhada com o namorado, mas em outra ela disse que tinha feito uma caminhada com um amigo. Sim, ela conseguiu se desmascarar.
Über: "Ué, ele não era teu namorado? Agora virou amigo foi?"
Ana: *Inventou uma desculpa qualquer.*
Fiquei puto da vida, claro. Ela enganou toda minha sala porque tinha uma galera que devia colocar pilha dizendo que eu era bom partido e ela queria passar a imagem de boa moça que só não estava comigo porque já era comprometida. Mentira.
Daí por diante as coisas desandaram, eu alucinado por ela e ela me rechaçando cada vez mais. Rolou um esquenta pré-formatura, ela aparece por lá, tive que sair porque a presença dela agora me fazia mais mal do que bem. Tive que deixar meu colega na mão de uma carona, porque ele queria ficar naquela festa de merda, estava a ponto de regurgitar o almoço e a última coisa que eu queria era ver ela doida de tequila se agarrando com um marginal.
Voltei para casa numa depressão fodida, forçando risinhos para a visita quando cheguei em casa. No dia seguinte levo um sapo da menina dizendo que eu tinha saído e abandonado meu amigo. Abro meu coração, disse para ela que não queria ver ela se agarrando com um cara que não a merecesse.
O tempo passou. Foram dois malditos anos lutando por essa mulher. Fizemos um cursinho para OAB com desconto na faculdade... lamento a ela dizendo que nunca mais voltariamos a nos ver, que deveríamos nos encontrar e tudo mais. Mas a essa altura ela já me odiava, pasme, por eu amá-la demais. Pedi, supliquei, implorei por alguma migalha do amor dela e ela manifestava cada vez mais o ódio dela. Parecia que existia algum sadismo da parte dela. Com os olhos carregados de lágrimas e o coração destruído, subi no último andar do bloco de Direito. Era o point dos suicidas. Cogitei pular, para acabar de uma vez com aquela dor terrível no meu coração, mas no fim acabei mudando de idéia, me tranquei no meu carro e o inundei de lágrimas. No caminho para casa pensei em jogar meu carro em alguma pilastra, mas não tive coragem.
Nos vemos novamente na formatura. Minhas amigas, alheias do que havia se passado entre nós, convida Ana para uma foto junto conosco. Espero ansioso para que ela fique na ponta do meu lado, mas ela vai na ponta oposta e aí eu percebi que não havia mais sequer amizade entre nós.
Imploro pela ajuda, pela companhia, pela amizade dela. Ela me nega, talvez com um sorriso sádico no rosto, vai saber. Me bloqueia no FB, no celular, diz que era ela que implorava dessa vez para que eu a deixasse em paz.
E é exatamente o que eu faço, deixo ela em paz, não volta a incomodá-la. Nesses 8 anos que se passaram eu tratei de recompor meu coração que foi destruído por ela. Nesse meio caminho conheci o PUA (que tem sua parcela de charlatanice), tentei uma abordagem mais científica do amor e, por fim, cheguei aos escritos de Alita e à comunidade da Real.
Mas sabe o que mais dói nisso tudo meus confrades? Anos atrás eu havia lido O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry e nesse livro tem uma frase muito marcante que a raposa diz ao Pequeno Príncipe: "Tu és eternamente responsável por aqui que cativas". Ela me disse essa frase e dizia que me cativava. E eu também, no fundo, cativava ela. Eu sabia que não importa o que acontecesse, eu estaria lá para ajudar ela e ela para me ajudar. Mas na primeira vez em que eu precisei daquele abraço milagroso dela, mesmo ela senso solteira, ela me negou e me abandonou.
Nesses oitos anos, após superar a fase da revolta e assimilar boa parte da Real, me vejo uma pessoa bastante diferente. Egoísta, indiferente, implacável, movido por interesses. Perdi a capacidade de amar. É como se em algum momento dessa trajetória eu tivesse perdido meu coração e minha alma para nunca mais ter que passar o inferno que passei. Não consigo mais ver as mulheres como alguém para amar mas apenas como um objeto para saciar minha luxuria. E não me sinto culpado, porque são elas que começam nos vendo como objetos e nos vemos obrigados a retaliar. Digo isso com propriedade porque nenhuma que eu conheci até hoje se apaixonou por mim, mesmo eu sendo um cara livre de vícios, carinhoso, romântico, trabalhador, estudioso etc.
Mas essa experiência de vida foi marcante para que eu assimilasse grande parte da real vivenciando-a na prática. Não vou ser arrogante de dizer que não sinto mais nada por ela porque à simples menção do nome dela, meu coração parece sangrar. Bem menos que antes, de forma bem mais contida, mas continua....
Amor não existe, confrades. Mulheres são utilitaristas e sádicas. Não terão misericórdia nem clemência de um homem que verdadeiramente a ame. Então, baixem o espírito OLX e desapeguem. As mulheres bonitas não são dignas do nosso amor, apenas de nossa luxuria. Não digo isso com base exclusivamente na minha experiência de vida, mas vejo muito cara inocente arranjando matrimônio com mulheres que não o merecem.
Bom, é isso. Texto longo mas que merece a leitura e atenção.
Força & Honra, hoje e sempre!
Não costumo expor normalmente minha vida pessoal por ser um sujeito discreto (ou low profile, como preferirem), mas considerando que estou albergado pelo anonimato e que este relato pode ajudar confrades que estejam necessitando de ajuda, resolvi compartilhar com vossas senhorias minhas "cousas".
A ideia desse relato surgiu numa conversa que tive com uma amiga num jantar com outros dois amigos. Papo vai, papo vem até ela tocar no nome dela. Você acha que venceu as paixões, mas descobre que ela estava lá, dentro de você, hibernando. E de repente você se pega com aquele aperto no estômago e todas aquelas memórias felizes que você teve um dia com aquela mulher inundam sua mente só para te torturar e te lembrar que você está longe de ter o desapego tão pregado pelo mestre N.A.
Costumo dizer que a forma mais eficaz de assimilar a real é se fodendo quebrando a cara. E isso aconteceu com o escriba que vos dirige a palavra.
Essa história aconteceu em meados de 2008~2009, quando eu ainda era uma ovelhinha perdida num covil repleto de lobos. Mas, por mais doloroso que tenha sido, sou profundamente grato. Se não fosse essa terrível experiência, talvez eu não tivesse conhecido a Real e me curado com as doses homeopáticas do legado deixado por grandes baluartes da Real, tais como o Doutrinador, SK (o original, claro) e tantos outros. Legado esse que pretendo passar adiante e que espero que passem adiante.
Primeiro dia do 7º semestre de faculdade, se não me engano. Geralmente era o primeiro a chegar na sala de aula. A universidade ainda estava deserta. Eu gostava de sentar na segunda/terceira carteira para refletir sobre minha vida naquele silêncio quase sepulcral. Mas nesse dia em específico, eu não havia sido o primeiro a chegar. Sentada a um canto, lá estava ela. Não sabia se era uma deusa, um anjo ou simplesmente a mulher mais maravilhosa e linda que vi em toda minha vida. E não falo com exageros: ela era modelo. Já tinha saído no jornal da cidade e tudo mais.
Depois de três anos de faculdade sendo alvo de inúmeras rejeições, preterido em favor dos bombermen, bad boys, canalhas e cafajestes de faculdade, você já sabe qual é o seu lugar e CERTAMENTE não é ao lado de uma mulher daquele tipo. Mas há uma boa razão para isso: órfão de pai e mãe desde os sete anos de idade, tento enfrentado uma longa batalha judicial ainda na minha infância/adolescência, eu já tinha provado muito do amargor da vida e adquirido prematuramente uma maturidade que eu arriscaria dizer poucos da minha idade tinham. Sou profundamente grato aos meu tios por terem me dado o necessário para ter uma vida confortável. Mas estava longe de rivalizar com os chads da faculdade. Tinha os dentes todos separados, óculos ridículos, era magricela e me vestia com as roupas que eu ganhava no meu aniversário e no Natal. A maioria dos livros que tenho foram herdados do meu primo, que não os queria mais. Em resumo, eu era um legítimo nerd, não porque eu queria, mas porque era o que a vida tinha a me oferecer.
Para mim ela só era mais uma patricinha que não me enxergaria, pois todo macaco velho da Real já sabe que medianos aparentemente vem cobertos de uma capa de invisibilidade, pois as mulheres parecem não nos enxergar. Só que para minha grande surpresa, ela me notou, não ignorou minha presença e sabia que eu existia. Pronto, eu tinha ganhado o dia. Para facilitar, chamarei ela aqui simplesmente de Ana.
Ana: "Ah, vou sentar um pouco mais pra frente. Não tem tomada aqui perto."
Über: *Olhando para um lado e para outro para ver se era com ele mesmo.*
Ana: "Meu nome é Ana."
Über: "Meu nome é Über. Prazer em conhecê-la!"
O meu lance com a Ana começou assim: com um papo inocente mas deveras supreendente. Ana parecia flertar comigo: lança piscadinhas de canto de olho, às vezes me fazia um carinho, aplaudiu uma pergunta boba que fiz ao professor, provocar, fazia caras e bocas que só ela sabia fazer e dava a ela aquele ar de menina levada. O tempo foi passando, e uma paixão avassaladora tomou conta do meu coração. Delimitei um objetivo na vida: casar com a Ana, amá-la e adorá-la como uma deidade, ter filhos com ela, construir a família que nunca tive.
Fiquei extasiado: enfim, havia encontrada a minha mulher exceção. Aliás, para mim ela era mais do que uma mulher, tão entorpecido eu estava pelo álcool da paixão. Para mim só faltava uma coisa a ser feita: aceitar meu papel de homem e pedi-la em namoro. Foram dias a fio com um assomo de medo e ansiedade: será que ela diria sim ou não? Lutando contra a timidez, contra a falta de tato social, tropeçando nas palavras, disse que gostava dela e que queria estar ao lado dela. A coisa começou antes da última aula começar.
Über: "Ana, preciso conversar com você sobre uma coisa."
Ana: "Sobre o que?"
Über: "Não posso dizer agora. É particular. Depois da aula falo com você."
Não preciso dizer que foi uma aula perdida. O nervosismo mesclado com o medo e ansiedade impedia qualquer cognição de minha parte. A aula acaba. O coração acelera. A Ana parece levantar, como se quisesse fugir.
Über: "Não, pera... preciso te dizer aquela coisa."
Ana: " Ok."
Começo a andar junto com a Ana rumo ao pátio da faculdade. Não sei bem como usar as palavras, então dou a mão para ela. Andamos um pouco de mãos dadas Talvez essa fosse a forma de dizer que eu a amava sem fazer uso de palavras. Ana de desvencilha da minhão mão.
Über: "Bom, o que eu quero te dizer é que eu... hum... gosto muito de você. Gosto muito mesmo viu? E..."
Ana: "Ah, Über... sabe o que é... é que eu já tenho namorado"
Tente imaginar uma jibóia gigantesca se revirando no fundo do seu estômago: acho que essa é a melhor descrição da sensação que tive quando escutei essas palavras. O chão parecia ter fugido aos meus pés e meu corpo parece ter sido completamente anestesiado. Tudo isso acompanhado de uma dor lascinante no coração.
Über: "Hm... estão OK. Desculpa."
Ana: *Falou que tinha namorado um cara por X tempo e agora tava namorando outro.*
Über: "Ah... Ana, você pode me dar um abraço?"
Ana: "Claro."
E a Ana me abraçou. Eu não conhecia o que era um abraço há anos. E o abraço da Ana era quente, envolvente, reconfortante. Se pudesse, congelaria aquele momento e passaria o resto da minha vida naquele eterno abraço. Lembro-me até hoje da roupa que usava naquela dia. A Ana se despede de mim, fico observando ela se distanciar por algum momento e tomo o rumo do outro estacionamento onde tinha deixado meu carro.
***
No dia seguinte peço à Ana que as coisas não mudem entre nós. Ela concorda e seguimos sendo amigos. Concordo que continuava mantendo um interesse romântico nela mas respeitava o suposto namoro que ela dizia manter. Um determinado dia Ana reclama que o namorado enchia a cara e colocava ela para dirigir. Óbvio que fiquei puto da cara... um cara que enchia a cara e ainda por cima fazia a namorada de chofer não era digno do amor dela, porque eu jamais faria uma coisa dessas com ela. Ela defende o namorado dizendo que isso era normal.
Tempos depois eu pergunto para ela se ela namoraria comigo se ela não tivesse namorado e ela responde "Não" na lata. A "mulher maravilha" que eu tinha conhecido não parecia mais tão maravilhosa.
Nós estavamos brigados a essa altura, mas o que se sucederia iria piorar as coisas mais ainda. Em outra ocasião ela me diz que fez uma caminhada com o namorado, mas em outra ela disse que tinha feito uma caminhada com um amigo. Sim, ela conseguiu se desmascarar.
Über: "Ué, ele não era teu namorado? Agora virou amigo foi?"
Ana: *Inventou uma desculpa qualquer.*
Fiquei puto da vida, claro. Ela enganou toda minha sala porque tinha uma galera que devia colocar pilha dizendo que eu era bom partido e ela queria passar a imagem de boa moça que só não estava comigo porque já era comprometida. Mentira.
Daí por diante as coisas desandaram, eu alucinado por ela e ela me rechaçando cada vez mais. Rolou um esquenta pré-formatura, ela aparece por lá, tive que sair porque a presença dela agora me fazia mais mal do que bem. Tive que deixar meu colega na mão de uma carona, porque ele queria ficar naquela festa de merda, estava a ponto de regurgitar o almoço e a última coisa que eu queria era ver ela doida de tequila se agarrando com um marginal.
Voltei para casa numa depressão fodida, forçando risinhos para a visita quando cheguei em casa. No dia seguinte levo um sapo da menina dizendo que eu tinha saído e abandonado meu amigo. Abro meu coração, disse para ela que não queria ver ela se agarrando com um cara que não a merecesse.
O tempo passou. Foram dois malditos anos lutando por essa mulher. Fizemos um cursinho para OAB com desconto na faculdade... lamento a ela dizendo que nunca mais voltariamos a nos ver, que deveríamos nos encontrar e tudo mais. Mas a essa altura ela já me odiava, pasme, por eu amá-la demais. Pedi, supliquei, implorei por alguma migalha do amor dela e ela manifestava cada vez mais o ódio dela. Parecia que existia algum sadismo da parte dela. Com os olhos carregados de lágrimas e o coração destruído, subi no último andar do bloco de Direito. Era o point dos suicidas. Cogitei pular, para acabar de uma vez com aquela dor terrível no meu coração, mas no fim acabei mudando de idéia, me tranquei no meu carro e o inundei de lágrimas. No caminho para casa pensei em jogar meu carro em alguma pilastra, mas não tive coragem.
Nos vemos novamente na formatura. Minhas amigas, alheias do que havia se passado entre nós, convida Ana para uma foto junto conosco. Espero ansioso para que ela fique na ponta do meu lado, mas ela vai na ponta oposta e aí eu percebi que não havia mais sequer amizade entre nós.
Imploro pela ajuda, pela companhia, pela amizade dela. Ela me nega, talvez com um sorriso sádico no rosto, vai saber. Me bloqueia no FB, no celular, diz que era ela que implorava dessa vez para que eu a deixasse em paz.
E é exatamente o que eu faço, deixo ela em paz, não volta a incomodá-la. Nesses 8 anos que se passaram eu tratei de recompor meu coração que foi destruído por ela. Nesse meio caminho conheci o PUA (que tem sua parcela de charlatanice), tentei uma abordagem mais científica do amor e, por fim, cheguei aos escritos de Alita e à comunidade da Real.
Mas sabe o que mais dói nisso tudo meus confrades? Anos atrás eu havia lido O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry e nesse livro tem uma frase muito marcante que a raposa diz ao Pequeno Príncipe: "Tu és eternamente responsável por aqui que cativas". Ela me disse essa frase e dizia que me cativava. E eu também, no fundo, cativava ela. Eu sabia que não importa o que acontecesse, eu estaria lá para ajudar ela e ela para me ajudar. Mas na primeira vez em que eu precisei daquele abraço milagroso dela, mesmo ela senso solteira, ela me negou e me abandonou.
Nesses oitos anos, após superar a fase da revolta e assimilar boa parte da Real, me vejo uma pessoa bastante diferente. Egoísta, indiferente, implacável, movido por interesses. Perdi a capacidade de amar. É como se em algum momento dessa trajetória eu tivesse perdido meu coração e minha alma para nunca mais ter que passar o inferno que passei. Não consigo mais ver as mulheres como alguém para amar mas apenas como um objeto para saciar minha luxuria. E não me sinto culpado, porque são elas que começam nos vendo como objetos e nos vemos obrigados a retaliar. Digo isso com propriedade porque nenhuma que eu conheci até hoje se apaixonou por mim, mesmo eu sendo um cara livre de vícios, carinhoso, romântico, trabalhador, estudioso etc.
Mas essa experiência de vida foi marcante para que eu assimilasse grande parte da real vivenciando-a na prática. Não vou ser arrogante de dizer que não sinto mais nada por ela porque à simples menção do nome dela, meu coração parece sangrar. Bem menos que antes, de forma bem mais contida, mas continua....
Amor não existe, confrades. Mulheres são utilitaristas e sádicas. Não terão misericórdia nem clemência de um homem que verdadeiramente a ame. Então, baixem o espírito OLX e desapeguem. As mulheres bonitas não são dignas do nosso amor, apenas de nossa luxuria. Não digo isso com base exclusivamente na minha experiência de vida, mas vejo muito cara inocente arranjando matrimônio com mulheres que não o merecem.
Bom, é isso. Texto longo mas que merece a leitura e atenção.
Força & Honra, hoje e sempre!
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chá de abraços é ótimo.
![[Image: hqdefault.jpg]](https://i.ytimg.com/vi/mWjPBmzBlHQ/hqdefault.jpg)