21-08-2020, 03:44 PM
@Mr. Mike,
As divisões que colocou e suas ramificações e a dificuldade de saber qual é o peso de casa situação e fazer uma comparação entre elas é o gatilho de observação do que chamamos de “realidade”, costumo dizer que a realidade é um velho com problema de coluna tentando dormir em uma cama dura, nunca há posição confortável, se o velho acha uma posição confortável logo em seguida ela se torna desconfortável e precisa mudar de posição de novo.
A realidade é assim, quando você está satisfeito, quando parece que esta dominando alguma informação ou processo, as peças do tabuleiro mudam e você precisa analisar tudo de novo e ver por onde vai encaminhar seus próximos passos, daí o problema do engessamento ideológico, político e etc. É uma situação que acaba sendo extremamente cansativa, mas é aquela coisa, para se manter no topo é preciso trabalho contínuo e para se manter consciente do que está ocorrendo é preciso se atualizar constantemente dos fatos e analisá-los.
Por isso faço uma outra colocação repetitiva, precisamos analisar as situações quadro a quadro, cada situação deve ser analisado em separado e contextualizada com o contexto maior, uma metáfora para isso é a do quadro pintado a tinta óleo, se aproximar demais você apenas vai ver uma imagem amorfa e sem nexo, se afastar 2 metros do quadro verá uma floresta, uma mulher ou cidade, enfim, esse trabalho de manutenção de uma visão consciente é muito trabalhosa.
Sei que não estou respondendo sua resposta de forma direta e objetiva, mas a realidade é como uma enguia, sempre difícil de mantér entre as mãos e sempre escorregadia, o problema de sistematizar e escalonar as coisas é que podemos nos enrijecer em um sistema de valores que na prática pode impedir entender o que realmente esta acontecendo, um exemplo disso é a diferença entre a justiça constitucionalista do Brasil e o direito consuetudinário da Inglaterra.
No Brasil se decide por legislação e tabelamento, na Inglaterra pelos costumes e julgados, é uma justiça que busca bater o martelo de maneira relativamente solta observando cada caso, sobre o tema do tópico e sobre a vida de uma maneira em geral, acredito que devemos ter uma maleabilidade e separar bem as coisas para no final das contas julgar a situação de maneira mais acertada, assim como a justiça inglesa, pegar leve ou pesado observando a situação concreta.
Indo para um campo subjetivo e espiritual, o que penso é o seguinte, se seu emocional oscila de acordo com eventos externos, a euforia de receber uma bolada na justiça, loteca ou herança, a tristeza de ser demitido, ser rejeitado ou sofrer qualquer tipo de decepção, esses extremos de uma mesma moeda demonstra que somos afetados por eventos externos a nós que não controlamos, quando isso ocorre mandamos uma informação ao mundo de que nossas emoções oscilam sem nosso controle, ou seja, somos manipuláveis.
Cavando isso bem fundo, e indo no âmago da coisa, ter prazer ou desprazer em relação a alguém ou algo é simplesmente descontrole, devemos saber agir nosso emocional como uma represa, abrir e fechar a comporta na hora certa, sendo claro, só grita depois que fizer o gol, só chora depois que enterrar o defunto, podemos ser emocionais, mas não o tempo todo, e a realidade mais funda ainda é que tudo que não diz respeito a seu desenvolvimento não deve ser foco do seu interesse, salvo ajudar o próximo e fazer caridade, espero ter contribuído com sua reflexão.
Assim, Davi prevaleceu contra o filisteu com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou sem que Davi tivesse uma espada na mão.