03-03-2018, 01:52 PM
(28-02-2018, 10:15 PM)Ogro Escreveu: O Governo Federal registrou um déficit primário de R$ 124,4 bilhões em 2017. Isso significa que as despesas do governo federal no ano passado superaram as receitas (impostos e tributos) em R$ 124,4 bilhões. Nessa conta não estão incluídos os gastos com os juros da dívida pública, dívida esta que já está no patamar de R$ 4,837 trilhões, ou seja 74,4% de todo o valor do PIB brasileiro.
Em outras palavras, o Estado brasileiro é uma sangue-suga gigante que por mais que chupe uma quantidade insuportável do sangue do povo, não consegue se pagar e gasta mais do que arrecada.
Essa conta não fecha e pelo caminho que está se seguindo, o Brasil vai "falir".
Já está acontecendo com vários estados da federação, e o próprio governo federal está na alça de mira.
A maior despesa do governo é a dívida, seguida pela Previdência Pública.
O que eu vou escrever agora é opinião pessoal. Se existirem opiniões contrárias, serão bem-vindas:
Eu não tenho nenhum apreço pelo vampirão do Michel Temer, vice da presidenta anta, mas o cara tentou fazer da resolução desse problema a marca do governo dele. Talvez por ser raposa velha na política, ele sabe que até pra mamar nas tetas do governo elas tem que ter algum leite.
Ele conseguiu que o congresso aprovasse o teto dos gastos, o que foi algo positivo para evitar que a gastança sem regras do Estado aumentasse cada vez mais.
Apesar disso, para que essa medida funcione é necessário outra série de medidas.
Uma reforma total na estrutura desse Estado sangue-suga e gastador (mal-gastador) é primordial, mas aí vai mexer em muitos interesses de setores que estão acostumados com uma boquinha garantida e uma série de privilégios. E nesse país a gente sabe que é só falar em cortar boquinhas que a choradeira é generalizada.
Outra reforma necessária é a da Previdência.
Temer tentou fazer com que o Congresso aprovasse uma espécie de mini-reforma da previdência que aliviaria um pouco os gastos sem sequer resolver o problema por completo. Mas quando tudo indicava que a reforma passaria, veio o Joesley Day, e Temer teve que passar o restante do ano de 2017 tentando sobreviver no governo.
Outro motivo é que todo mundo sabe que a reforma é impopular. Foi impopular em outros países que tiveram que fazer algo parecido e aqui não seria diferente. Os deputados e senadores não querem se desgastar aprovando essa reforma, ainda mais quando se aproxima as eleições.
Mas por que a reforma é impopular?
Porque o povo tem uma visão esquerdista incutida dentro da cabeça. Quando a maioria das pessoas ouvem falar em reforma da Previdência, tudo o que elas pensam é: "isso não é problema meu, eu não vou trabalhar por mais tempo e me aposentar mais velho pra resolver um problema que não fui eu que criei!"
Pra essas pessoas eu responderia: o que está diante de vocês é uma escolha, ou vocês aceitam a reforma e continuam tendo o direito de receber aposentadoria ainda que demore mais tempo, ou não haverá de onde tirar dinheiro pra pagar vocês.
Outra coisa que as pessoas ignoram é que o sistema é injusto, pois as maiores aposentadorias são pagas para ex-funcionários públicos que se aposentam mais cedo que a média e ainda recebem mais. As famosas boquinhas garantidas pelo Estado.
A demografia não está mais igual à décadas atras. A expectativa de vida das pessoas está aumentando, e por outro lado a taxa de natalidade está diminuindo. No caso do Brasil essa virada da natalidade foi extremamente rápida, de uma geração pra outra e de repente a natalidade diminuiu drasticamente.
Como resultado a população jovem vem diminuindo e a população de idosos aumentando.
E a previdência pública não é uma poupança onde o trabalhador deposita o seu dinheiro gradualmente para mais tarde fazer uso dele. A coisa funciona de maneira que quem trabalha e contribui hoje, paga a aposentadoria de quem está aposentado hoje. Em outras palavras, os jovens pagam aos velhos. Mas como eu disse, a população de jovens em idade de trabalho está menor e diminuindo e a população idosa está ficando maior e aumentando.
Enfim, a conta não fecha. Ou se mexe nesse ninho de gato, ou a fonte vai secar, as tetas não darão leite, e o Brasil vai falir.
Funcionário público, tá bom aí essa estabilidadezinha? Aproveita enquanto é tempo.
Você paga imposto e quer ver o governo investir em saúde, educação, segurança, infra-estrutura? Tenho más notícias.
Aposentado? Sinto muito mas vai ficar difícil de você receber.
O Rio já faliu, outros estados também. Quem é de algum desses lugares viu que o negócio é feio. Mas ainda tem o governo federal pra socorrer. Mas quem vai socorrer o governo federal?
Prezado,
Vc se ateve a reforma previdenciária dos servidores públicos, esquecendo-se a da iniciativa privada. O estudo mais serio e imparcial que li sobre o déficit é o relatório de auditoria feito pelo tribunal de contas da união (no site do tcu vc encontra. Recomendo a leitura, porque a mídia manipula demais nesse tema de reforma). Nele, constata-se que há déficit na previdência publica e na privada, sendo que na publica o déficit é muito menor, tendo em vista que já foram feitas reformas anteriores e hoje servidor publico contribui com 11% sobre todo o salario, aposenta pelo teto do inss e se quiser mais, tem que pagar fundo de previdência a parte. Já no sistema privado a coisa está pior e o corte tem que ser maior. Essas reformas são necessárias na previdência publica e privada, mas o papo de que o país não vai sair da crise sem a reforma é manipulação da população. Qualquer reforma previdenciária por mais ferradora que seja, no curto prazo gera uma economia pequena, porque os efeitos dela só se consolidam no médio e longo prazo, a partir de novas aposentadorias dentro do sistema novo. Assim, quem já tem direito adquirido não é afetado. Quem é afetado sao os trabalhadores da ativa que irao se aposentar um dia. Se o caboclo for aposentar em 10 anos e a reforma que for feita aumentar para 15, por exemplo, a economia só sera vista depois dos 10 anos, pois o trabalhador teria que trabalhar mais 5 para aposentar. Só a partir desses 5 anos a mais de trabalho haveria economia para o governo e não agora. Reforma previdenciária dá retorno financeiro de longo prazo e o pais esta quebrado é agora, não daqui a 10 ou 20 anos. O que é urgente para o curto prazo é acabar com a roubalheira que impera no pais e políticos sérios.
