08-08-2017, 08:03 PM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 28-04-2020, 11:08 AM por Libertador.)
@Aragons
Interessante o texto sobre o filósofo, não conhecia. Mas acho muito simplório querer rotular as pessoas em apenas três grupos e de uma maneira tão engessada, tão 8 ou 80, tão preto e branco. Tirando algumas exceções (como fundamentalistas religiosos) ninguém funciona dessa maneira. As pessoas em suas individualidades estão num campo cinzento e não em um preto e branco. Você mesmo me rotulou na categoria "estética" porque segundo você possuo "ansiedade da morte". Pergunto: Você é psicólogo, psicanalista ou psiquiatra? E mais importante: me conhece pessoalmente?
Me mostre alguém que não sofra de depressão profunda e/ou que não tem idade avançada (ou seja um fundamentalista relioso que acha que existe uma "recompensa" do outro lado), que esteja totalmente disposto a morrer hoje. Tirando esses casos, ninguém quer morrer, todo mundo acha que tem algo mais a dar e experimentar. Acho que até quem é bem idoso e cheio de problemas de saúde e dores quer continuar vivendo. Nem você, meu caro Aragons, está pronto pra morrer hoje. Você pode até negar, mas lá no fundo sabe que eu tenho razão. Nosso cérebro é feito pra funcionar assim. Sobreviver é o instinto mais básico que temos.
Eu não quero entrar no assunto à respeito das "leis de Deus", este é um assunto impossível de se comentar aqui no forum de maneira aberta e sincera, porque vai ofender 90% dos membros e postei essa artigo pra falarmos sobre a morte em si e não religião. Mas o que quer dizer com não se preocupar com os ditames da sociedade? Eu respeito leis, não cometo crimes, não apoio quem comete e sempre tento ser empático com as pessoas, respeitar o espaço delas como indivíduos. E além disso quero desfrutar dos frutos do meu trabalho. Seja indo viajar pra lugares distantes, seja adquirindo bens materiais, seja comendo aquela puta de revista de vez em quando, etc. É por isso que sou fã do capitalismo, que me dá a liberdade de desfrutar tudo isso como prêmio pelo meu esforço. Eu não apenas me preocupo com os ditames da sociedade como sigo todas as convenções morais, só não sigo regras estabelecidas por nenhuma religião. Percebe agora que os rótulos do Kierkegaard são falhos?
Pessoalmente acho que se eu morresse hoje, seria um desperdício, porque dos meus 33 anos de idade, aproveitei realmente pra fazer e experimentar muitas coisas que eu queria, apenas 8 ou 9 desses anos. Salvo algum acidente fatal, ou doença, acredito que ainda tenho mais 40 anos de existência nesse planeta, o que vier além disso é lucro. Nesses anos restantes quero aproveitar bastante e pretendo trabalhar por mais uns 10 ou 15. Aliás, para alguém, que segundo você, sofre de "ansiedade da morte", parece que eu aceito bem a possibilidade. Afinal estou no auge da minha saúde mental e física mas mesmo assim possuo um testamento. Sabe como é, shit happens. Nunca se sabe se chegaremos respirando no fim do dia hoje. Ainda mais vivendo num local violento como São Paulo.
Agora comentando sobre o seu segundo equívoco (o primeiro foi querer me rotular). O meu avô citado (e não apenas meu amigo). Meu avô veio para o Brasil com menos de 10 anos, vindo de uma cidade do norte italiano. Meu avô sempre quis distância da igreja. Ele tinha a fé dele (acho eu), acreditava em Deus, em inferno, etc. Tanto é que ele queria um céu com todos os cachorros dele. E vou te contar porque ele queria distância da igreja católica (e de todas as outras). Meu bisavô, pai dele, também mantia distância da igreja. Simplesmente porque no local em que viviam na Itália (e provavelmente era assim no país todo), os padres e membros da igreja tinham uma relação estreita com a máfia. Não sei se faziam isso por sobrevivência ou por vontade própria, mas é fato que socializavam até demais com os criminosos. E pelo que ele contava pra mim e meus irmãos (que o pai dele contava pra ele), os fiéis que não faziam parte de uma coisa nem outra tinham que se submeter às vontades dos "Dons".
Sei que muitos confrades aqui romantizam os mafiosos italianos (tem até um ai com nickname de mafioso), por causa dos livros e filmes fantásticos, como a trilogia do Godfather ou até mesmo filmes mais recentes como Casino (adoro todos esses filmes, confesso), mas temos que aprender a diferenciar realidade de ficção. No fim, a mafia nunca passou de um bando de criminosos e assassinos (e ainda é). Não existe aquela lealdade, cosa nostra, respeito à família, à bons costumes, temer a Deus e à igreja, etc, que aparecem nos filmes. Nada disso. Isso é uma romantização da literatura e do cinema. Veja o que a mafia italiana está fazendo hoje em dia, por exemplo. Estão por trás do negócio de cruzar africanos naquelas jangadas pelo Mediterrâneo. Como é que a máfia protege os interesses da família e dos bons costumes italianos fazendo isso? Eles só conhecem a linguagem do dinheiro. Se dá dinheiro, eles vão fazer. E sempre foi assim. Os motivos do meu avô e bisavô se distanciarem da igreja é diferente dos meus. E é claro, muito provavelmente a máfia e a igreja na Itália nos dias de hoje não devem manter os mesmos laços de 80, 90, 100 anos atrás. A sociedade hoje é muito diferente do que era. Mas fica ai o registro para que você e os outros confrades possam entender essa parte do texto que você destacou.
Se me avô fosse vivo e você explicasse pra ele esse negócio de estádio estético, religioso, etc, ele riria na sua cara e diria que o único estádio que ele vai é no palestra.
No mais agradeço a atenção e tempo que você dedicou ao meu texto, indo procurar e analisar cada pedacinho dele. Respeito a sua opinião apesar de discordar quase que inteiramente dela. Mesmo quando não concordamos entre nós aqui na Real, aprendemos uns com os outros e é por isso que vale tanto a pena esse espaço.
@Basphore
Não acho que seja perda de tempo. Religião tem muitos pontos positivos para a sociedade, e é muito benéfica quando usada de maneira inteligente. Ela pode ajudar muitas pessoas à encontrar um rumo. Mas não se pode deixar que ela tome conta da sua vida, se torne maior que seu eu individual, é preciso aprender a pensar por si próprio, aprender a formar e ter suas próprias opiniões e não deixar que outros decidam qual serão suas opiniões.
Tem pessoas que não necessitam de nenhum tipo de religião, vejo que você é uma delas e eu também estou nesse grupo. Entretanto não podemos deixar de perceber a importância que ela teve e ainda tem pra manter nossa sociedade coesa.
@Challenger
Sem problemas em não concordar. Mas por quê? Você acredita que nada que acontece pra você, seja bom ou ruim, seja fruto de suas ações anteriores?
Quero dizer, por exemplo, que se você tentar atravessar a Marginal Pinheiros de olhos vendados às 6 da tarde e for atropelado, não foi culpa sua? Estava escrito nas estrelas? Ou outro exemplo, se você ganhar um aumento e subir de cargo na empresa que trabalha, não foi devido ao seu esforço e bom desempenho, ou ter puxado bastante o saco do chefe, foi meramente obra do acaso?
Tem tudo a ver o que eu disse. Tudo na nossa vida é fruto de ação e reação.
Ai está o texto. Serve para os confrades refletirem e deixarem suas opiniões sobre a morte e o que ela significa pra cada um.
E espero que não se ofendam comigo e fiquem frios. De maneira nenhuma eu quero causa discordia e brigas aqui. Morte, religião e política são assuntos que geralmente acabam em quebra pau por essas bandas. Mas quando discutidos com calma e respeito, dá pra tirar ganho e aprender muito.
Interessante o texto sobre o filósofo, não conhecia. Mas acho muito simplório querer rotular as pessoas em apenas três grupos e de uma maneira tão engessada, tão 8 ou 80, tão preto e branco. Tirando algumas exceções (como fundamentalistas religiosos) ninguém funciona dessa maneira. As pessoas em suas individualidades estão num campo cinzento e não em um preto e branco. Você mesmo me rotulou na categoria "estética" porque segundo você possuo "ansiedade da morte". Pergunto: Você é psicólogo, psicanalista ou psiquiatra? E mais importante: me conhece pessoalmente?
Me mostre alguém que não sofra de depressão profunda e/ou que não tem idade avançada (ou seja um fundamentalista relioso que acha que existe uma "recompensa" do outro lado), que esteja totalmente disposto a morrer hoje. Tirando esses casos, ninguém quer morrer, todo mundo acha que tem algo mais a dar e experimentar. Acho que até quem é bem idoso e cheio de problemas de saúde e dores quer continuar vivendo. Nem você, meu caro Aragons, está pronto pra morrer hoje. Você pode até negar, mas lá no fundo sabe que eu tenho razão. Nosso cérebro é feito pra funcionar assim. Sobreviver é o instinto mais básico que temos.
Citação:"respeitar as leis estatais mas não se preocupar com os ditames da sociedade e com as leis de Deus."
Eu não quero entrar no assunto à respeito das "leis de Deus", este é um assunto impossível de se comentar aqui no forum de maneira aberta e sincera, porque vai ofender 90% dos membros e postei essa artigo pra falarmos sobre a morte em si e não religião. Mas o que quer dizer com não se preocupar com os ditames da sociedade? Eu respeito leis, não cometo crimes, não apoio quem comete e sempre tento ser empático com as pessoas, respeitar o espaço delas como indivíduos. E além disso quero desfrutar dos frutos do meu trabalho. Seja indo viajar pra lugares distantes, seja adquirindo bens materiais, seja comendo aquela puta de revista de vez em quando, etc. É por isso que sou fã do capitalismo, que me dá a liberdade de desfrutar tudo isso como prêmio pelo meu esforço. Eu não apenas me preocupo com os ditames da sociedade como sigo todas as convenções morais, só não sigo regras estabelecidas por nenhuma religião. Percebe agora que os rótulos do Kierkegaard são falhos?
Pessoalmente acho que se eu morresse hoje, seria um desperdício, porque dos meus 33 anos de idade, aproveitei realmente pra fazer e experimentar muitas coisas que eu queria, apenas 8 ou 9 desses anos. Salvo algum acidente fatal, ou doença, acredito que ainda tenho mais 40 anos de existência nesse planeta, o que vier além disso é lucro. Nesses anos restantes quero aproveitar bastante e pretendo trabalhar por mais uns 10 ou 15. Aliás, para alguém, que segundo você, sofre de "ansiedade da morte", parece que eu aceito bem a possibilidade. Afinal estou no auge da minha saúde mental e física mas mesmo assim possuo um testamento. Sabe como é, shit happens. Nunca se sabe se chegaremos respirando no fim do dia hoje. Ainda mais vivendo num local violento como São Paulo.
Agora comentando sobre o seu segundo equívoco (o primeiro foi querer me rotular). O meu avô citado (e não apenas meu amigo). Meu avô veio para o Brasil com menos de 10 anos, vindo de uma cidade do norte italiano. Meu avô sempre quis distância da igreja. Ele tinha a fé dele (acho eu), acreditava em Deus, em inferno, etc. Tanto é que ele queria um céu com todos os cachorros dele. E vou te contar porque ele queria distância da igreja católica (e de todas as outras). Meu bisavô, pai dele, também mantia distância da igreja. Simplesmente porque no local em que viviam na Itália (e provavelmente era assim no país todo), os padres e membros da igreja tinham uma relação estreita com a máfia. Não sei se faziam isso por sobrevivência ou por vontade própria, mas é fato que socializavam até demais com os criminosos. E pelo que ele contava pra mim e meus irmãos (que o pai dele contava pra ele), os fiéis que não faziam parte de uma coisa nem outra tinham que se submeter às vontades dos "Dons".
Sei que muitos confrades aqui romantizam os mafiosos italianos (tem até um ai com nickname de mafioso), por causa dos livros e filmes fantásticos, como a trilogia do Godfather ou até mesmo filmes mais recentes como Casino (adoro todos esses filmes, confesso), mas temos que aprender a diferenciar realidade de ficção. No fim, a mafia nunca passou de um bando de criminosos e assassinos (e ainda é). Não existe aquela lealdade, cosa nostra, respeito à família, à bons costumes, temer a Deus e à igreja, etc, que aparecem nos filmes. Nada disso. Isso é uma romantização da literatura e do cinema. Veja o que a mafia italiana está fazendo hoje em dia, por exemplo. Estão por trás do negócio de cruzar africanos naquelas jangadas pelo Mediterrâneo. Como é que a máfia protege os interesses da família e dos bons costumes italianos fazendo isso? Eles só conhecem a linguagem do dinheiro. Se dá dinheiro, eles vão fazer. E sempre foi assim. Os motivos do meu avô e bisavô se distanciarem da igreja é diferente dos meus. E é claro, muito provavelmente a máfia e a igreja na Itália nos dias de hoje não devem manter os mesmos laços de 80, 90, 100 anos atrás. A sociedade hoje é muito diferente do que era. Mas fica ai o registro para que você e os outros confrades possam entender essa parte do texto que você destacou.
Se me avô fosse vivo e você explicasse pra ele esse negócio de estádio estético, religioso, etc, ele riria na sua cara e diria que o único estádio que ele vai é no palestra.
No mais agradeço a atenção e tempo que você dedicou ao meu texto, indo procurar e analisar cada pedacinho dele. Respeito a sua opinião apesar de discordar quase que inteiramente dela. Mesmo quando não concordamos entre nós aqui na Real, aprendemos uns com os outros e é por isso que vale tanto a pena esse espaço.
@
Não acho que seja perda de tempo. Religião tem muitos pontos positivos para a sociedade, e é muito benéfica quando usada de maneira inteligente. Ela pode ajudar muitas pessoas à encontrar um rumo. Mas não se pode deixar que ela tome conta da sua vida, se torne maior que seu eu individual, é preciso aprender a pensar por si próprio, aprender a formar e ter suas próprias opiniões e não deixar que outros decidam qual serão suas opiniões.
Tem pessoas que não necessitam de nenhum tipo de religião, vejo que você é uma delas e eu também estou nesse grupo. Entretanto não podemos deixar de perceber a importância que ela teve e ainda tem pra manter nossa sociedade coesa.
@Challenger
Sem problemas em não concordar. Mas por quê? Você acredita que nada que acontece pra você, seja bom ou ruim, seja fruto de suas ações anteriores?
Quero dizer, por exemplo, que se você tentar atravessar a Marginal Pinheiros de olhos vendados às 6 da tarde e for atropelado, não foi culpa sua? Estava escrito nas estrelas? Ou outro exemplo, se você ganhar um aumento e subir de cargo na empresa que trabalha, não foi devido ao seu esforço e bom desempenho, ou ter puxado bastante o saco do chefe, foi meramente obra do acaso?
Tem tudo a ver o que eu disse. Tudo na nossa vida é fruto de ação e reação.
Ai está o texto. Serve para os confrades refletirem e deixarem suas opiniões sobre a morte e o que ela significa pra cada um.
E espero que não se ofendam comigo e fiquem frios. De maneira nenhuma eu quero causa discordia e brigas aqui. Morte, religião e política são assuntos que geralmente acabam em quebra pau por essas bandas. Mas quando discutidos com calma e respeito, dá pra tirar ganho e aprender muito.
