A Real sobre a Gnose (Por Orlando Fedeli )

[SteveMcQueen]

De fato Nessahan descreveu muitas coisas que vivi, então dei uma espécie de "voto de confiança" e li os autores das notas de rodapé, incluindo os gnósticos no "Tratado de Psicologia Revolucionária".
esse se tornado dúvida.

Justamente por isso perguntei no outro tópico, comecei a buscar mais , mas tive receio quando fui mais afundo em questões da gnose  e sobre os livros do eliphas. Mas eu aprendi muito sobre e creio que o bastante, Nessahan fez um execelente  trabalho mastigando tudo pra gente e outros autores também, querendo ou não entrar em assuntos ocultos tem um preço, e talvez pode ser caro demais. Contundo é inegável que ocultistas tem o conhecimento do que não foi dado ao homem. Por isso eu digo, orem sempre.

Ocultismo é caminhar no labirinto com tudo apagado.

Seu perigo está em misturar coisas reais e verdadeiras com mentiras e enganações ao mesmo tempo. Pode levar a loucura, psicopatia e coisas afins.

Por isso acredito que a evolução psicológica embasada no cristianismo (ritualísticas, meditações e auto observação) seja ideal.

O problema é que nunca estudei a fundo na doutrina cristã. Daí vem o hábito da linguagem gnóstica ao falar em auto observação, morte do eu, exercícios respiratórios, mantras* e afins.

Na linguagem cristã seria, respectivamente: Exame de consciência, eliminação dos próprios defeitos/falhas + busca de virtudes, meditação, oração e afins.

Por isso no curso do Pe Paulo senti que muita coisa batia com o que era dito por alguns mestres gnósticos.

Onde vi diferença?

Na Gnose:

- Busca conhecimento de todos detalhes e nuances interiores, visando auto observação completa para atingir a própria essência e ?Deus Interior?. Há uma lista de "Eus" que devem ser combatidos similar à lista de pecados: gula, luxúria, vaidades e outros.

- No que tange a "Morte do Eu", tenho a impressão que na gnose Deus é encontrado dentro de si, na essência humana, quando o indivíduo consegue desfazer-se de todos os Eus, se tornando um "Grande Mestre".

Isso foi impossível de praticar, pois se "tudo" pode ser fruto do "ego", todas as coisas perderiam a importância, trazendo apatia generalizada, depressão.

E se tudo pode ou não ser ego, quem dita é quem está no controle; ou seja, um mestre pode manipular os iniciados.

A única saída prática seria substituir os egos por algum racionalismo ou vontade pessoal. Quem estuda e pratica gnose por muitos anos é capaz de conhecer muito de si e dos outros, controlando várias fraquezas e problemas interiores.

Como a "verdade" é interior, ele a julgará (e se auto julgará) da forma que melhor convir; logo, sua ideia de evolução é agradar a própria vontade. Por isso essas pessoas não tem regras morais fixas, por isso alguns "Mestres" caíram em escândalos sexuais, financeiros, etc.

Além disso, por participarem de círculos de conhecimento superior, fechado, há risco da soberba, arrogância e outros sentimentos de superioridade, levando a justificativa de qualquer abuso ou maldade feita contra pessoas que não tenham tanto conhecimento ou recursos.

A gnose é estudada e praticada dentro de "seitas esotéricas". Não é por menos que alguns controlam a política nacional e metem no rabo do cidadão sem nenhum remorso.

Então vem o pulo do gato: praticam ritualísticas em círculos fechados, mas pregam Estado Laico e Ateísmo para as massas; logo, querem a população cega espiritualmente para que a "religião" deles prevaleça.

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Já a ideia de matar os próprios pensamentos, como diz Osho, também achei impraticável, pois o pensamento tem a função de verbalizar a consciência, raciocínio, deduções, indagações e filtrar impulsos e desejos. Isso pode levar a uma cegueira absurda ou atos impensados, pois se o indivíduo não o utiliza, pode agir de forma impulsiva e instintiva.

(Pode-se cessar ou diminuir os pensamentos temporariamente para fins de auto observação, auto conhecimento, auto controle e meditação).

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Na Igreja Católica:

- A auto observação (Exame de Consciência) é na tríade: intenção-ação-resultado. Em seguida Oração, Confissão e Busca Sincera por Auto Melhoria Comportamental, ditada por elementos externos: regras morais, empatia com o próximo e busca de virtudes. (Não é o indivíduo que dita o caminho).

- A busca de virtudes e evolução é para agradar a Deus e servir o próximo, havendo lista de ações constantes a serem praticadas em comunidade: caridade, humildade, boa vontade, se colocar no lugar do outro, etc. O que dá um sentido realista e concreto às mudanças interiores, evitando extremismos, isolamento, loucuras acentuadas e até sentimento de superioridade.

Por exemplo: Pe Paulo estava dando uma palestra sobre feminilidade e masculinidade, citou atitudes concretas que os fiéis podem tomar para melhorar essas virtudes, modificando vestimentas, atividades do dia a dia e posturas a serem tomadas. 

Na gnose, um "Mestre" provavelmente diria para o indivíduo se auto observar e tentar eliminar de si pensamentos, sentimentos e impressões que seriam egóicas. Como não descrevem com clareza o que é ou não é egóico, acaba que tudo pode ser. Portanto, a gnose seria mais: negação que afirmação; manipulação que direção; Egos ocultos do que Essência da Personalidade.

Também não encontrei o que seria a "bondade", "moralidade" e "correição" dentro da gnose, não havendo um referencial externo de comportamento "ideal".


*Mantra seria som, palavra ou conjunto de frases com intenção de trabalhar a própria mente e transcender (elevar-se) a algum estado específico. 

A oração também tem essa função, no sentido de trabalhar para mudar algum comportamento e elevar-se do estado comportamental atual para outro mais virtuoso com ajuda Divina.

Mantra vem do sânscrito: "Instrumento do Pensamento, fórmula ou conselho sagrado, hino, oração". Deriva do Sânscrito "Man" = Pensar.