19-12-2022, 03:08 AM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 19-12-2022, 03:41 AM por Guardião.)
Sobre os problemas de Estilo de Escrita do Truth (Off-Topic)
(Postado por The Truth na Quarta-feira, 7 de janeiro de 2011)
Alguns leitores (principalmente leitoras) reclamaram em alguns posts que os posts estão muito agressivos, fortes, pesados. Como alguns temas são mais polêmicos do que outros, eles produzem certamente um mal-estar muito grande! E se o estilo de escrita for muito direto, o mal-estar é maior ainda. O que para alguns pode parece ser um erro de argumentação é apenas um problema de estilo. Esse problema também foi enfrentado por outros autores que falaram da natureza feminina. Algumas verdades precisam passar por mil suavizações pra terem credibilidade hoje em dia.
Quando se quer escrever um livro, ou um artigo acadêmico, suavizar uma verdade e argumentar trecho por trecho é muito útil, mas acaba sendo inviável para o formato de um blog. Verdades diretas economizam tempo e espaço, mas podem ser ao mesmo tempo inconvenientes e pouco didáticas. Alguns benefícios do estilo acabam sendo prejudicados por outros malefícios. Um estilo curto, direto e incisivo pode ser extremamente agressivo quando o tema em questão é polêmico. Por outro lado, a argumentação exaustiva, tornaria a leitura do texto impossível para a maioria dos leitores, que desistiriam após o quinto parágrafo!
Muitos filósofos tiveram problema de estilo. Um exemplo disso foi Nietzsche. Muitas coisas que Nietzsche disse foram altamente prejudicadas pelo seu estilo. O grande prestígio que Nietzsche goza hoje em dia se deve principalmente ao fato de que as coisas que ele disse se harmonizaram com o espírito do secularismo e do relativismo do século XX.
Em outras palavras, um autor, por mais nervoso e agressivo que seja, pode virar um gênio, se aquilo que ele escreve se harmoniza com a cultura da sua geração ou da próxima geração. A diferença entre Nietzsche e outros autores foi justamente essa. Os sentimentos da nossa cultura se identificam com as coisas que Nietzsche disse, mas não se identificam com outros autores. Então Nietzsche virou ídolo, guru, herói da nova geração.
Nessahan Alita, que pode ser considerado um gênio do anonimato, também sofreu todo tipo de distorção e calúnia. Ele mesmo acrescentou inúmeras advertências e notas de rodapé pra evitar distorções e más interpretações nos seus livros, mas mesmo assim, continuou sendo mal interpretado.
O que eu quero dizer para o leitor é: não leia as coisas do ponto de vista estritamente literal. Perceba os estilos de linguagem que estão por trás da escrita dos textos. Que estilos de linguagem são esses? Há muitos, mas aqui no blog são basicamente 3: caricatura, hipérbole, generalização didática. Eu uso as 3 coisas constantemente no blog.
Uma hipérbole é um exagero não literal. Ou seja, a hipérbole é uma metáfora de ênfase, que ajuda pra destacar a importância de um tema, ou mesmo enfatiza a polêmica de um texto.
Por exemplo, quando eu coloquei como título de um post: O homem “comum” vive na depressão. Esse “vive” é uma hipérbole, um exagero proposital, pra dar ênfase e ressaltar a polêmica do tema. Eu sabia do que estava escrevendo quando escrevi aquilo. Mas algumas pessoas no orkut entenderam isso de maneira literal, como se o homem vivesse 24 horas por dia e todos os dias do ano na depressão.
A caricatura é outro estilo que uso muito aqui no blog. Quando eu digo que as mulheres se atraem pelos alfas e descrevo o que é um alfa, não esperem alfas exatamente idênticos à descrição. Existem milhares de variações de alfas, que envolvem contextos, regiões e até mesmo, as diferentes noções femininas de alfismo. Um homem que pode ser beta numa região pode ser alfa na outra. A dinâmica varia muito. Mas o que é fundamental são as características do alfa mais estáveis possíveis. A caricatura tenta dar conta do alfa menos instável.
A generalização também tem a mesma função didática. Ou seja, existem mulheres que não se atraem por alfas e preferem os betas? Pode até existir, mas é impossível aceitar que a existência delas possua valor estatístico significativo.
Por exemplo, é fato que os homens não se atraem pelas mulheres mais ricas e mais velhas do que eles. Os exemplos que vão contra isso, são estatisticamente desprezíveis e, portanto, a generalização tem sim, uma função didática fundamental aqui.
Falar verdades que vão contra o politicamente correto acaba sendo um problema muito grande. Ainda que a sensibilidade do autor esteja treinada pra não se sentir mal com a crítica da natureza feminina, a sensibilidade do leitor não está. Portanto, verdades que não me ofendem podem ser extremamente agressivas para o leitor, principalmente se a pessoa em questão for leitora.
As feministas podem argumentar quase qualquer coisa com uma liberdade incrível. Hoje, ninguém prenderá uma feminista, ou tentará censurar o blog dela, pelo simples fato dela ser feminista. Ela pode até pregar misandria, com uma linguagem camuflada, que jamais será censurada. Não conheço um único caso recente e atual de feminista que foi presa por preconceito contra os homens.
Mas conheço vários casos de censura contra os homens, pelo simples fato deles falarem a verdade. As feministas negam a natureza feminina e dizem que isso tudo é construção histórica e social e que todos os nossos comportamentos sexuais são práticas de controle, de poder, de dominação de um sexo sobre o outro.
O blog não concorda com isso e por isso, falar que as mulheres são naturalmente utilitaristas parece um crime, um machismo absurdo, inaceitável. Por isso, o estilo de escrita é um problema crítico. O contexto é desfavorável pra se escrever qualquer verdade que vá contra o politicamente correto.
Ou seja, hoje é necessário mil suavizações, mil argumentações indiretas, mil percursos pra se chegar a uma verdade e mesmo assim, com muitas ressalvas. Qualquer coisa diferente disso parece agressivo, violento, emocional, sem lógica ou sem credibilidade.
Daqui pra frente irei suavizar por meio de mais percursos indiretos as verdades ditas, mesmo que isso duplique ou triplique o tamanho dos posts. O leitor que tenha paciência, pois em alguns casos é impossível cortar ou dividir o texto sem prejudicar a argumentação.
Este texto faz parte do projeto: Segunda das Relíquias Perdidas.