Não lembrava desse tópico. Complicado dar indicações de "livros essenciais" pois isso é muito relativo, muito devido ao próprio nível espiritual/intelectual de cada um. O que é genial para um, pode ser irrelevante para outro ou pior, esse outro talvez nem entenda uma virgula dessa genialidade... em todo caso, vou deixar alguns comentários.
(13-05-2024, 10:37 AM)hjr_10 Escreveu: 2 - FLORES PARA ALGERNON - DANIEL KEYS ...
Livro profundo e ao mesmo tempo simples, conforme você observou. Me emocionou muito mais do que eu julguei ser possível e por isso, assino em baixo nessa recomendação. Você aí que tem filhos (ou enteados
) obrigue-os a ler essa obra ... é sério!
(13-05-2024, 10:37 AM)hjr_10 Escreveu: 3 - A METAMORFOSE - FRANZ KAFKA
Muito bom também... esse me lembra um bocado um outro, mais ou menos com a mesma "moral da história" e que eu já recomendei e presentei um par de gente, que é:
A Morte de Ivan Ilitch. Sujeito se dá conta de toda falsidade e tragicomédia que é a vida em sociedade quando está com o pé na cova, e já não serve mais de merda nenhuma para os familiares... aí toda a mesquinhes vem a tona e ele percebe que o que realmente importa da vida são, justamente, as coisas simples. Clichê em todos os tempos, mas sem dúvida vai fazer você aí refletir ... e refletir bastante, coisas como "o que diabos eu estou fazendo da minha vida miserável".
Da minha parte, por hoje, eu recomendaria a todos que dessem uma chance as "CRONICAS SAXÔNICAS" do Bernard Cornwell, por dois motivos simples:
1 - São fáceis e bastante divertidos de se ler; ou seja, qualquer semi analfabeto consegue absorver o que está sendo transmitido;
2 - São narrativas dos seres humanos na sua época áurea, e idade de ferro na Europa; tudo que aprendemos a admirar relacionado a honra e hombridade cristalizou-se nessa época. Contendas eram resolvidas corpo a corpo, homem a homem; seu sangue só tinha valor se você provasse, em campo de batalha, que tinha valor; sua palavra tinha valor; a glória era morrer ao lado dos companheiros... dentre outros ideias.
Mas tirando de lado essa parte fantástica e quase que mitológica da coisa toda, afinal de contas, felizmente ou infelizmente o mundo moderno é bem diferente, o valor dessas histórias (são 12 livros) se dá pela descrição do cotidiano das pessoas, de como a vida humana era mais simples, mais instintiva e principalmente, mais dura... esse contraste vai fazer você pensar duas vezes antes de chorar quando fica sem internet para falar merda no X, e também, e esse é a parte que mais diferencia esse autor dos demais, pela riqueza de detalhes descritas nos momentos de combate. Sinceramente, é impressionante e eu afirmo sem medo de errar que você vai se sentir no meio da confusão, da sujeira, do terror, do pânico, da loucura e do ranger de dentes, seu sangue vai borbulhar junto com o de Uthred.
Cornwell é um historiador fantástico, todas as histórias das crônicas tem um fundo de realidade factual - no final de cada livro tem uma breve descrição dos fatos da época, quais batalhas de fato ocorreram e como ocorreram, quais guerreiros tinham os nomes reais e quais foram mudados, etc - e ele já deu diversas entrevistas respondendo como consegue descrever com tanta minúcia o horror de uma "shildwall" (parede de escudos) se nunca esteve em uma. Eu diria que é esse tipo de detalhe que diferencia o artista do cara comum ... nesses livros eu aprendi uma das lições mais importantes de toda a minha vida: os melhores são os primeiros, os melhores tipos vão a frente, puxam a fila. Os covardes tramam na retaguarda, tem muito dó de si mesmos para se arriscar.
A única ressalva fica para você que talvez seja um fervoroso homem da igreja. Em todas as histórias o autor faz questão de representar o aspecto POLÍTICO e de controle social que a igreja sempre teve na sociedade ocidental, e que muitos cretinos tendem a fazer de conta que nunca existiu. Algumas histórias de como os Santos homens se tornaram Santos são até cômicas. Basicamente a maior parte dos sacerdotes são os fulanos que ficam na retaguarda, tramando. No meu ponto de vista limitado, essa ironia com os poderes extraterrenos é o que deixa ainda mais interessante a coisa toda. Fica o alerta ai.