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[REFLEXÃO] Linguagem não verbal ou ambígua
#1
Este post, como o título sugere, tem como objetivo falar brevemente sobre “o que as pessoas querem dizer, quando não dizem nada, ou quando respondem de forma ambígua”.
Essa questão é sempre levantada aqui nos relatos aqui no fórum, mas de forma pontual e dispersa. 
Porém a questão nunca é esgotada e se repete mais e mais.

A postagem destina-se 

Público alvo principal: Aspiras, Juvenas em geral e Anônimos leitores (vocês mesmo que fica lendo e não se registra, faz seu cadastro ai e nos conte sua história, não custa nada!).
Público secundário: Veteranos induzidos a reflexão pelo assunto e que queiram enriquecer a postagem. 
Menção Honrosa: Legião dos Castos da Real e apreciadores de coqueiros iluminados.

 
Introdução – “A sociedade é barulhenta”

O excesso de estímulos e poluição visual produzidos em nossa sociedade moderna, junto com o aparato tecnológico (celulares, outdoors, luzes malditas piscando o tempo todo em todo lugar, trânsito, corte de giro das motos e etc...), fez que com que nos desprendêssemos ainda mais do nosso “eu primordial”. O ser humano em seu estado natural, foi composto com diversos dispositivos de percepção mais subjetivos do que a visão e a audição imediata... sentimos cheiro, calculamos a periculosidade de um ambiente, reações subjetivas das pessoas (olhar, linguagem corporal e etc), somos muito mais aparelhados de recursos do que costumamos nos dar conta.
 
Consequências práticas em questões cotidianas

Esta falta de percepção interpessoal, nos tornou mais “burros” socialmente. Respondendo como animais irracionais a qualquer questão que seja minimamente mais complexa do que a tabela do brasileirão ou preço da Itaipava no Zé Delivery.
Obviamente as questões que levantei são passiveis de muito mais debate, mas não quero me alongar neste momento nos motivos, mas sim, nos efeitos.
Essa “burrice interpessoal”, gera confusões EXTRAORDINÁRIAS em coisas simples! Pois estamos MAL CONDICIONADOS e aleijados socialmente, perdendo a capacidade de interpretar de forma prática, sutilezas que praticamente mostram de forma INCONTESTÁVEL a opinião ou posicionamento de uma pessoa com relação a você.
 
Exemplos práticos

Sabe aquelas mensagens que a donzela dos seus sonhos visualizou e não respondeu, enquanto segue postando fotos no Instamerda A RODO em diversos eventos?
FOI PORQUE ELA NÃO QUIS RESPONDER!
 
Sabe aquela promessa de ser promovido em 3 meses, que não ocorre a dois anos?
SEU CHEFE NÃO ESTÁ LOUCO OU COM ALZHEIMER! SÓ ESTÁ TE ENROLANDO!
 
Sabe aqueles três perdidos que você tomou em um encontro marcado com ela?
ELA NÃO FOI PQ TINHA ALGUM MACHO MELHOR DISPONÍVEL PARA AQUELE MOMENTO!
 
Já escutou o argumento de que a mulher está confusa, refletindo sobre os próprios sentimentos ENQUANTO de maneira deliberada, mantém você preso a um fio de expectativa SEM NUNCA TRAZER UMA DEFINIÇÃO PARA SITUAÇÃO?
É DE PROPÓSITO! ESSA AMBIGUIDADE é somente para te manter preso a um impasse, a partir dele, você fará o resto do trabalho levantando as teorias mais alucinadas para justificar o injustificável, A PESSOA SÓ QUER TE MANTER COMO ESTEPE BOBALHÃO CASO ALGO DE ERRADO com os demais!

E olha, nem isso é garantia que você vai ao menos tirar alguma vantagem, MUITAS VEZES você só é o “ombro amigo” e ela NEM VAI COGITAR POR UM SEGUNDO QUE SEJA TRANSAR COM VOCÊ!
Sabe aquele amigo parasita que sempre tenta te incutir um sentimento de culpa de forma indireta e quase imperceptível (“ah, você não me respondeu rápido”, “ah, agora não preciso mais, já me virei aqui...”, ou até mesmo, não te responder em momento importantes)?

Também é de propósito, manipulação barata para te explorar em algum quesito!
 
Novamente, o que essas situações tem em comum?

A incapacidade do juvena de enxergar o obvio, preferem levantar teorias e mais teorias pois a esperança de PENSAR que algo pode acontecer, ainda é melhor do que a certeza de que pra você, no caso da mulher a buceta dela está seca como o deserto do Saara! Que seu chefe só está te enrolando, que o verme que você chama de amigo, só quer tirar vantagem!
A fala, é apenas uma das diversas formas com o qual nos comunicamos com as pessoas, porém, todo conjunto de atitudes, desde a linguagem corporal bem como a pessoa efetivamente procede, ou CORROBORAM ou “DESMENTEM” o que a boca diz!

Aprendam a transitar entre estas sutilezas, para realizarem um trabalho de contenção de danos mais eficiente!
É impossível nunca ser enrolado, mas atento a estes detalhes, você já corta o mal pela raiz e evita maiores danos emocionais e até mesmo financeiros!
Pratique desde já, uma observação mais apurada do todo e tenha seus protocolos para lidar com as situações, ou fique à vontade, para ser degrau para o EGO ou OBJETIVOS ESCUSOS dos outros.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#2
Bem acertado. Mas eu acrescento mais um motivo para essa falta de entendimento: a negação.
Acredito que muitos sabem o que de fato está acontecendo, porém preferem negar a realidade. Mentir para si mesmo é mais confortável do que aceitar a dura realidade.
A maioria das pessoas deve possuir essa incompreensão por inocência ou ignorância mesmo.
A sorte favorece os audazes
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#3
Concordo, @Wesley de Mileto .

Uma das maiores viradas de chave que dei na minha vida, foi este entendimento.

Apenas complementando o post, desta vez com uma referência profissional.

Em 2016, aceitei uma proposta de emprego de uma ex-gestora com a qual já havia trabalhado antes em um banco (do qual eu tenho grande estima, pois me deu uma grande oportunidade no passado), ganhando abaixo de mercado mas com a promessa de ser promovido em 3 meses após a experiência (a referência no post foi desta situação). Ela queria que eu arrumasse a casa e depois equipararia meu salário.

Pois bem, arrumei a casa com a experiência que eu tinha e foi bem difícil no início. A equipe dela ficou ressentida que já nos conhecíamos e sofri muita rejeição de todos, o ambiente era extremamente hostil e tive que suportar bastante grosseria das CUIÉres que me treinaram nas particularidades operacionais da empresa.
Depois de 8 meses consegui contornar a situação com a equipe, inclusive virou o extremo aposto! O pessoal passou a gostar de mim pra caramba, pois viram que eu não tirava vantagem do relacionamento com a chefe. O ambiente ficou extremamente saudável.

MAS, a promessa da promoção ficou no GELO!

Eu já estava completamente DESPERTO para a visão de mundo que articulei neste post, sabia que ela só estava me cozinhando ali e iria me enrolar sem limites!
Com esta referência em mente, chamei ela pra conversar, mas não para COBRAR a promoção, simplesmente avisei que a promessa não havia sido cumprida e falei pra ela O VALOR PELO QUAL eu sairia da empresa caso recebesse a oferta.

"Fulana de tal, por X a mais eu saio"

Ela me subestimou e ainda tentou desqualificar meu serviço, dizendo que eu não fiz o que ela esperava e tal. Não cai na pilha e simplesmente segui em frente.

Pois bem, passados 3 meses veio a tal oferta e praticamente caiu no meu colo, era até a mais do que tinha dito pra ela Gargalhada Gargalhada

Quando fui avisar ela que estava saindo, fui bem claro: "Lembra de nossa conversa a 3 meses, então, o valor chegou na minha mesa e estou saindo".
Meu amigo, essa mulher ficou maluca e só faltava cuspir fogo na mesa. Mas agradeci e sai da empresa umas 2 semanas depois sem olhar pra traz.

O pessoal que antes me odiava, ficou triste pela minha saída Gargalhada

A questão foi: A partir do momento que o prazo que ELA ESTABELECEU foi descumprido, e ela não me deu nenhuma satisfação, não tentei elaborar teorias ou conjecturas malucas! Considerei esta postura dela do "silêncio", uma resposta CONTUNDENTE, como se ela tivesse me dito com todas as palavras "VAI FICAR AI ONDE ESTÁ E SONHANDO POR TEMPO INDETERMINADO". E procurei mudar a rota pois aquele salário estava ruim.

Quando a proposta veio, já estava internamente completamente resolvido e convicto do que precisava fazer e fiz!

Precisamos exercitar esse princípio de interpretar "O DITO, DO NÃO DITO"

Antes deste emprego que sai, essa gestora me ajudou muito em uma oportunidade no passado, então pela gratidão, fui tão ético com ela quanto possível. Mas pensando no meu $ também.
Depois que fui para a nova oportunidade, demorei uns meses pra refazer a amizade com a gestora Gargalhada

Eu gosto muito dela, apesar disso.
Hoje nos falamos normalmente, mas não permiti que ela me enrolasse.
Certamente se um dia por ventura, trabalha-se novamente com ela, dificilmente ela me subestimaria de novo. Com essa postura, você estabelece limites e as pessoas passam a te respeitar mais.

Mas o mais importante, é que VOCÊ MESMO se respeita mais.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#4
Boa reflexão.

Realmente vivemos em relacionamentos com dinâmicas de ambiguidade. Geralmente a pessoa não tem objetividade pois assim consegue controlar a outra, não dando resposta definitiva, brincando com os opostos para que enrole o máximo possível. E isso nem é sobre mulheres, é uma dinâmica que acontece em todos os ambientes.

O motivo? olhando tanto sob uma perspectiva "altruísta" quanto "maquiavélica", a pessoa não quer te chatear, ou na cabeça dela achando que falar a verdade você automaticamente se virá contra ela, várias coisas. Em suma, a pessoa tem medo da sua reação ou então não é conveniente pra ela você saber o que se passa de baixo do tapete.

Isso ocorre com todo mundo. Mas uma coisa que inconscientemente eu adotei, e inclusive é indicado por Nessahan Alita, é de você quebrar a ambiguidade tomando partido do lado negativo. Ou seja, se a mina te enrola, não aceitando mas ao mesmo tempo dando esperanças, optar pela via negativa: ela não te quer, bobão! O mesmo vale pro trabalho, pros amigos, etc. Se há ambiguidade é porque não há concordância! é por isso que o sim é óbvio, mas o "talvez" não: temos a propensão a se auto-iludirmos (por meio do ego do orgulho)

As pessoas nunca dirão não explicitamente. Se ela disser sem o menor pudor, ela estará sendo autêntica. Coisa impossível de se encontrar no mundo atual
Responda-o
#5
Citação:"Se há ambiguidade é porque não há concordância! é por isso que o sim é óbvio, mas o "talvez" não: temos a propensão a se auto-iludirmos (por meio do ego do orgulho)"

Isso resume tudo!
"Paulistarum Terra Matter..."
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#6
Recordo-me que todos os "nãos" que eu tomei das mulheres brasileiras até hoje, não foram tomados, foram deduzidos, adivinhados. Eu quem tinha que adivinhar se a risadinha era um "sim" ou "não", se era uma risadinha de sem graça ou uma risadinha de safada. E todas as rejeições que passei por mulheres não-brasileiras, sempre eram negativas bem claras. 

Eu já passei tanta raiva com a subjetividade e ambiguidade cultural bostieira, que eu só me libertei quando decidi que todo "sim" é claro e todo resto é "não". Atrasou? Não quer. "Vou ver?" É não. Silêncio? Não. Postergou? Não. Colocou dificuldade demais, usou muitos argumentos, contou historinha... Não! Mimimi? Não.
Não me importo mais se vou perder venda, senão vou fechar o contrato, se vou perder a transa... Para o bem da minha sanidade mental eu decidi sair do jogo de adivinhação tupinambá.

No Canil é da seguinte forma:

“Você pode ir lá em casa amanhã resolver o encanamento?” 
Americano: Sim! 
Europeu: Não! 
Brasileiro: Então, tem que ver como vai ficar né, porque isso e aquilo, minha mãe, meu cachorro...

“Eu vou precisar de que material para tal tarefa?” 
Americano: 6m de fio 2mm, um medidor da puta que pariu, uma cola X. 
Europeu: não sei te informar, não trabalho com isso. 
Brasileiro: Ixi, tem que ver, esse negócio é complicado demais, uma vez na caso do fulano... (depois ele vai lá sem marcar hora, faz o orçamento, escreve tudo em código abreviado pra você decifrar...)

“Tem muitas pessoas na minha frente para ser atendido?” 
Americano: tem 5. 
Europeu: Não! 
Brasileiro: ah, acho que tem umas 2 só. (na verdade tinha 10)

“Meu sanduíche vai demorar quanto tempo?” 
Americano: 30 minutos. 
Europeu: 1 hora. 
Brasileiro: vai ser rapidinho, tem só 1 fulaninho aqui amigo da Jéssica que era irmã do amigo do meu irmão que morreu num acidente moto, 15 minutos no máximo e tá pronto seu lanche, viu chefe?! (demorou 1h30)

“Doutor o que eu tenho?” 
Americano: tem câncer e expectativa de vida em 6 meses. 
Europeu: inconclusivo, procure outro especialista. 
Brasileiro: então, a coisa é difícil, complicada, você tem uma vida muito estressante, toma esse remedinho aqui, não da pra saber o que causou isso. 
(O médico irá escrever uma receita a moda caralha num papel, prejudicando a vida do cliente e farmacêutico. E ao em vez dessa conduta ser vista como criminosa, é vista como cultural e sinal de poder. É bonito “ter letra de médico.”)

Aqui nesse lugar, empresa chama funcionário de família e colaborador. Pagador de imposto é chamado de "contribuinte", como se fosse algo benéfico e voluntário. Bandido é a vítima, e a vítima um fascista sem coração.  Tudo aqui é ambíguo e tem diversos significados. 

Só para ter ideia, houve um momento na minha vida que eu parei de convidar amigos para minha casa fazer social. Você convida a pessoa, e a resposta é sempre o "Vou ver, qualquer coisa apareço lá.". A pessoa é incapaz de te dizer um simples "Não!" ou "Sim!". E, puto com esta merda, você entende como não e não prepara coisa alguma, e do nada o palhaço aparece na sua casa. 

Vai sair com alguém? Quer sair as 22h? Tem que calcular o cu doce e o custo brasil num simples jantar. Então, para sair as 22h, tem que combinar o encontro as 19h, porque a pessoa entende que tem que atrasar. 

A dificuldade em ser claro nas palavras e se expressar corretamente, já vinha há muito tempo da cultura brazuca que busca por aceitação e simpatia do outro, e tem piorado com o avanço da tecnologia que está derretendo os cérebros das pessoas e com o método de ensino estatal, que vem castrando o vocabulário dos brasileiros e tornando a comunicação básica um verdadeiro exercício de advinhação.

Conversar com o brasileiro comum é fazer um exercício de conversar com um animal. Quem tem petzinho lindo e fofo que substitui filhos sabe do que estou falando. Você acha que o bicho quer beber água, e ele quer comer. Ele dá sinais de que quer comer, quando na verdade quer cagar. O brazuca médio é literalmente um animal. Assistam aquele podcast esquerdista PodPah e tentem entender alguma coisa. Vai ver que é mais fácil decifrar as tábuas sumérias do que entender a conversa. Como pessoas que falam a mesma língua não se entendem?

Alias, a própria constituição é a expressão da mentalidade cagada e cuspida do brazuca, expressa exatamente o que é o bostil: tudo é feito para ser ambíguo, subjetivo, para ter várias interpretações. Vivemos na dimensão plástica do umbral, seus olhos enxergam uma coisa e os olhos do outro enxergam outra, e os dois se comunicam entre si, mas na verdade estão conversando com eles próprios, e o outro é apenas um pano de fundo para própria conversa individual. Cada um entende o que quer, não o que o outro quis dizer. E responde baseado nesse entendimento subjetivo, e o outro também, e vira uma bola de merda de nada com nada. 

Eu lido com alguns gringos de vez em quando e a reclamação sobre a subjetividade do tupiniquim é unânime, aqui é uma terra do contrário. E isso prejudica até as negociações e fechamento de termos em contrato, porque o gringo nunca tem segurança se aquilo que o brasileiro quis dizer, é o que ele realmente quis dizer. Mesmo contratando escritórios de advocacia caros, não é garantido que o contrato realmente está nos termos combinados, porque os próprios advogados na tentativa de deixar as coisas claras conseguem deixar ainda mais obscuras. No próprio sistema judiciário-marxista, uma das práticas para demonstrar poder e intelecto é ser o mais subjetivo possível. O intelectual mais respeitado é aquele que fala bonito cheio de coisas subjetivas e ambíguos que não significam porra nenhuma. Isso é um câncer no Brasil, tanto nas classes altas de poder como na classe pobre. É generalizado.

E a coisa é tão suja, que se você é o cara que é claro e expressivo, você é o errado da história. Eu já tive confusões enormes por causa disso. Se você falar o simples "não" para funcionário, o cara te acha antipático, arrogante, faz macumba pra você, destrói sua empresa, arranha teu carro. Se você manda o funcionário fazer X, bem claro e definido. Ele faz Y, Z, A, B, C... Coisa que não era pra fazer, e a coisa que era pra fazer não fez.
E você olha pra si mesmo e se pergunta: eu preciso fazer um curso de liderança, eu não me expresso direito...
E você gasta dinheiro, tempo, pra aprender como falar com seus funcionários. E você descobre que não tem solução. Você desenha as coisas claramente e o cara simplesmente entende outra coisa. kkkkkkkkkkkkk

Lembro de uma vez que eu estava num namoro e a nega ficou pistola porque eu falei um simples “não quero”. A mulher me exigiu uma dissertação para fundamentar o motivo do por que eu não queria ir no lugar lá que ela queria. E no final, entendeu que eu estava fazendo “doce” e que na verdade eu queria sim, só estava com vergonha de falar.

Eu fui no RJ meses atrás. Meu amigo… Eu consigo entender um ÁRABE, mas não consigo entender o dialeto daquele lugar. Mesma coisa com Belo Horizonte… Acho que BH é ainda pior. É uma mistura de mineirês, com baiano e paulista com cultura do RJ… Que que isso pá! E não é por causa de sotaque, cultura... É simplesmente porque é tudo nada com nada. Todas as palavras são gírias com 500 significados. Você fala verde o cara entende azul, fala vaca o cara entende boi... Nós já estamos vivendo que nem tribais, literalmente, cada um faz seu som e o outro entende o que quiser, e se não entender a mesma coisa que você quis passar, resolve na violência e pronto.

Acho que a coisa mais honesta desse país são as igrejas pentecostais com a zubumba de falar em línguas. Puta que pariu. FDS. Quando o dialeto em língua neopencostal tem mais coerência... É porque estamos num caminho sem volta. Não tem como resolver isso aqui.
Responda-o
#7
@Del Rey teu comentário ficou melhor do que o meu post Gargalhada Gargalhada

Me vi em diversas situações que você descreveu e é isso mesmo.

Esse comportamento ambíguo é visto em duas "vertentes gerais": Pessoas pilantras que criam este ambiente para tirar proveito de forma deliberada, e culturas (como a bostileira) em que o nível de auto consciência é baixo, então as interações são praticamente animalescas mesmo (por média).

O pior é que somos inseridos neste contexto e temos que gastar energia com essa merda para não ser passado pra traz toda vez que precisamos sair de casa para resolver alguma coisa.
É o rabo abanando o cachorro.
"Paulistarum Terra Matter..."
Responda-o
#8
(30-05-2024, 12:46 PM)Del Rey Escreveu: Recordo-me que todos os "nãos" que eu tomei das mulheres brasileiras até hoje, não foram tomados, foram deduzidos, adivinhados. Eu quem tinha que adivinhar se a risadinha era um "sim" ou "não", se era uma risadinha de sem graça ou uma risadinha de safada. E todas as rejeições que passei por mulheres não-brasileiras, sempre eram negativas bem claras. 

Eu já passei tanta raiva com a subjetividade e ambiguidade cultural bostieira, que eu só me libertei quando decidi que todo "sim" é claro e todo resto é "não". Atrasou? Não quer. "Vou ver?" É não. Silêncio? Não. Postergou? Não. Colocou dificuldade demais, usou muitos argumentos, contou historinha... Não! Mimimi? Não.
Não me importo mais se vou perder venda, senão vou fechar o contrato, se vou perder a transa... Para o bem da minha sanidade mental eu decidi sair do jogo de adivinhação tupinambá.

No Canil é da seguinte forma:

“Você pode ir lá em casa amanhã resolver o encanamento?” 
Americano: Sim! 
Europeu: Não! 
Brasileiro: Então, tem que ver como vai ficar né, porque isso e aquilo, minha mãe, meu cachorro...

“Eu vou precisar de que material para tal tarefa?” 
Americano: 6m de fio 2mm, um medidor da puta que pariu, uma cola X. 
Europeu: não sei te informar, não trabalho com isso. 
Brasileiro: Ixi, tem que ver, esse negócio é complicado demais, uma vez na caso do fulano... (depois ele vai lá sem marcar hora, faz o orçamento, escreve tudo em código abreviado pra você decifrar...)

“Tem muitas pessoas na minha frente para ser atendido?” 
Americano: tem 5. 
Europeu: Não! 
Brasileiro: ah, acho que tem umas 2 só. (na verdade tinha 10)

“Meu sanduíche vai demorar quanto tempo?” 
Americano: 30 minutos. 
Europeu: 1 hora. 
Brasileiro: vai ser rapidinho, tem só 1 fulaninho aqui amigo da Jéssica que era irmã do amigo do meu irmão que morreu num acidente moto, 15 minutos no máximo e tá pronto seu lanche, viu chefe?! (demorou 1h30)

“Doutor o que eu tenho?” 
Americano: tem câncer e expectativa de vida em 6 meses. 
Europeu: inconclusivo, procure outro especialista. 
Brasileiro: então, a coisa é difícil, complicada, você tem uma vida muito estressante, toma esse remedinho aqui, não da pra saber o que causou isso. 
(O médico irá escrever uma receita a moda caralha num papel, prejudicando a vida do cliente e farmacêutico. E ao em vez dessa conduta ser vista como criminosa, é vista como cultural e sinal de poder. É bonito “ter letra de médico.”)

Aqui nesse lugar, empresa chama funcionário de família e colaborador. Pagador de imposto é chamado de "contribuinte", como se fosse algo benéfico e voluntário. Bandido é a vítima, e a vítima um fascista sem coração.  Tudo aqui é ambíguo e tem diversos significados. 

Só para ter ideia, houve um momento na minha vida que eu parei de convidar amigos para minha casa fazer social. Você convida a pessoa, e a resposta é sempre o "Vou ver, qualquer coisa apareço lá.". A pessoa é incapaz de te dizer um simples "Não!" ou "Sim!". E, puto com esta merda, você entende como não e não prepara coisa alguma, e do nada o palhaço aparece na sua casa. 

Vai sair com alguém? Quer sair as 22h? Tem que calcular o cu doce e o custo brasil num simples jantar. Então, para sair as 22h, tem que combinar o encontro as 19h, porque a pessoa entende que tem que atrasar. 

A dificuldade em ser claro nas palavras e se expressar corretamente, já vinha há muito tempo da cultura brazuca que busca por aceitação e simpatia do outro, e tem piorado com o avanço da tecnologia que está derretendo os cérebros das pessoas e com o método de ensino estatal, que vem castrando o vocabulário dos brasileiros e tornando a comunicação básica um verdadeiro exercício de advinhação.

Conversar com o brasileiro comum é fazer um exercício de conversar com um animal. Quem tem petzinho lindo e fofo que substitui filhos sabe do que estou falando. Você acha que o bicho quer beber água, e ele quer comer. Ele dá sinais de que quer comer, quando na verdade quer cagar. O brazuca médio é literalmente um animal. Assistam aquele podcast esquerdista PodPah e tentem entender alguma coisa. Vai ver que é mais fácil decifrar as tábuas sumérias do que entender a conversa. Como pessoas que falam a mesma língua não se entendem?

Alias, a própria constituição é a expressão da mentalidade cagada e cuspida do brazuca, expressa exatamente o que é o bostil: tudo é feito para ser ambíguo, subjetivo, para ter várias interpretações. Vivemos na dimensão plástica do umbral, seus olhos enxergam uma coisa e os olhos do outro enxergam outra, e os dois se comunicam entre si, mas na verdade estão conversando com eles próprios, e o outro é apenas um pano de fundo para própria conversa individual. Cada um entende o que quer, não o que o outro quis dizer. E responde baseado nesse entendimento subjetivo, e o outro também, e vira uma bola de merda de nada com nada. 

Eu lido com alguns gringos de vez em quando e a reclamação sobre a subjetividade do tupiniquim é unânime, aqui é uma terra do contrário. E isso prejudica até as negociações e fechamento de termos em contrato, porque o gringo nunca tem segurança se aquilo que o brasileiro quis dizer, é o que ele realmente quis dizer. Mesmo contratando escritórios de advocacia caros, não é garantido que o contrato realmente está nos termos combinados, porque os próprios advogados na tentativa de deixar as coisas claras conseguem deixar ainda mais obscuras. No próprio sistema judiciário-marxista, uma das práticas para demonstrar poder e intelecto é ser o mais subjetivo possível. O intelectual mais respeitado é aquele que fala bonito cheio de coisas subjetivas e ambíguos que não significam porra nenhuma. Isso é um câncer no Brasil, tanto nas classes altas de poder como na classe pobre. É generalizado.

E a coisa é tão suja, que se você é o cara que é claro e expressivo, você é o errado da história. Eu já tive confusões enormes por causa disso. Se você falar o simples "não" para funcionário, o cara te acha antipático, arrogante, faz macumba pra você, destrói sua empresa, arranha teu carro. Se você manda o funcionário fazer X, bem claro e definido. Ele faz Y, Z, A, B, C... Coisa que não era pra fazer, e a coisa que era pra fazer não fez.
E você olha pra si mesmo e se pergunta: eu preciso fazer um curso de liderança, eu não me expresso direito...
E você gasta dinheiro, tempo, pra aprender como falar com seus funcionários. E você descobre que não tem solução. Você desenha as coisas claramente e o cara simplesmente entende outra coisa. kkkkkkkkkkkkk

Lembro de uma vez que eu estava num namoro e a nega ficou pistola porque eu falei um simples “não quero”. A mulher me exigiu uma dissertação para fundamentar o motivo do por que eu não queria ir no lugar lá que ela queria. E no final, entendeu que eu estava fazendo “doce” e que na verdade eu queria sim, só estava com vergonha de falar.

Eu fui no RJ meses atrás. Meu amigo… Eu consigo entender um ÁRABE, mas não consigo entender o dialeto daquele lugar. Mesma coisa com Belo Horizonte… Acho que BH é ainda pior. É uma mistura de mineirês, com baiano e paulista com cultura do RJ… Que que isso pá! E não é por causa de sotaque, cultura... É simplesmente porque é tudo nada com nada. Todas as palavras são gírias com 500 significados. Você fala verde o cara entende azul, fala vaca o cara entende boi... Nós já estamos vivendo que nem tribais, literalmente, cada um faz seu som e o outro entende o que quiser, e se não entender a mesma coisa que você quis passar, resolve na violência e pronto.

Acho que a coisa mais honesta desse país são as igrejas pentecostais com a zubumba de falar em línguas. Puta que pariu. FDS. Quando o dialeto em língua neopencostal tem mais coerência... É porque estamos num caminho sem volta. Não tem como resolver isso aqui.

GargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhada
Responda-o
#9
(30-05-2024, 05:09 PM)eremita_urbano Escreveu: GargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhada

Pq apagou teu comentário? Gargalhada Gargalhada

Vim responder e quando cheguei:

Travolta
"Paulistarum Terra Matter..."
Responda-o
#10
(31-05-2024, 09:58 AM)Matuto Paulista Escreveu:
(30-05-2024, 05:09 PM)eremita_urbano Escreveu: GargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhadaGargalhada

Pq apagou teu comentário? Gargalhada Gargalhada

Vim responder e quando cheguei:

Travolta

Achei que ele tava ligeiramente mal escrito. Mas eu coloco aqui os dois casos e ainda acrescento mais um que me lembrei.


Quando comecei a estudar música clássica o que mais ouvi foi gente me perguntando sem eu ter dado liberdade para perguntar:

-Então, mas você estuda isso pra quê?

Uma vez passei por uma banca de livros usados e tinha uma mulher conversando com o dono da livraria. Peguei um livro de matemática e perguntei o preço. A mulher queria me incentivar a levar o livro e perguntou se eu estava fazendo faculdade ou algo do tipo. Eu respondi com simpatia:
-Não, só gostei do livro mesmo.

A mulher deu uma travada. Até hoje não sei se foi por que não entendeu porque eu tava comprando ou achou que eu fui grosso por ter dado uma resposta simples e direta. Ela falou de boas, então acho que  fui injusto no relato apagado.

O terceiro relato que acrescento agora é bem emblemático.

No ensino médio, tive uma professora de filosofia. Era uma boa professora, apesar de ser mais de esquerda que a Dilma. Ao perceber que eu lia, incentivou eu e mais uns outros ao estudo de filosofia e artes. Naquela época dava pro professor conviver com alunos, ir em eventos, etc. Hojé é inviável, porque costuma dar merda.

Por fim, eu sempre tive uma ligação mais direta com religião e fui fazer outras coisas da vida. Virei o pupilo que se perdeu no mundo, compartilhava autores de direita, enfim,fui pro lado negro da força.

Uma aluna dela foi fazer faculdade de artes mas percebeu que o meio acadêmico é uma merda e foi fazer um curso mais pragmático. 

Outra aluna foi fazer filosofia, seguindo os passos dela mas no meio do curso viu que o curso era uma merda, porque tinha que ler um monte de coisas e só aí a tal aluna percebeu que não gostava da parada. Se formou e foi virar professora. Pelo que eu sei, não virou uma professora tão simpática como a mestra.

E aí chegamos ao caso final. Ouvi um relato da professora de que foi um dia almoçar na casa de uma aluna. A aluna falou que até queria fazer faculdade de filosofia mas os pais desencorajaram. O pai e a mãe perguntaram no almoço para a professora o porquê de se fazer uma faculdade de filosofia ou dança. A professora falou que se sentiu estranha, como se não soubesse o que responder. Pelo contexto, os pais queriam que a filha trabalhasse e se fosse ficar estudando, fosse fazer um curso mais objetivo.

Depois de muito bater cabeça refletindo acho que a resposta que a professora deveria ter tido e que deixaria os pais tranquilos era que o curso ia dar a ela a profissão de professora, que sempre tem concurso para professor, e que licenciatura daria para ela estabilidade e uma renda mesmo sendo uma tarefa dura dar aula no Brasil. Mas o problema aqui é justamente a comunicação. Já o curso de Dança os pais realmente nunca entenderiam.
Responda-o
#11
Concordo plenamente, não sei se isso é inerente ao ser humano, mas aqui no BRASIL temos a mania de supervalorizar no nosso trabalho, desvalorizar o trabalho alheio e colocar dificuldade em tudo , esse comentário deu pra colocar quase todas as situações que passamos aqui. +1
Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.
Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.

1 Coríntios 11:8,9
Responda-o
#12
(31-05-2024, 02:46 PM)eremita_urbano Escreveu: Achei que ele tava ligeiramente mal escrito. Mas eu coloco aqui os dois casos e ainda acrescento mais um que me lembrei.


Quando comecei a estudar música clássica o que mais ouvi foi gente me perguntando sem eu ter dado liberdade para perguntar:

-Então, mas você estuda isso pra quê?

Uma vez passei por uma banca de livros usados e tinha uma mulher conversando com o dono da livraria. Peguei um livro de matemática e perguntei o preço. A mulher queria me incentivar a levar o livro e perguntou se eu estava fazendo faculdade ou algo do tipo. Eu respondi com simpatia:
-Não, só gostei do livro mesmo.

A mulher deu uma travada. Até hoje não sei se foi por que não entendeu porque eu tava comprando ou achou que eu fui grosso por ter dado uma resposta simples e direta. Ela falou de boas, então acho que  fui injusto no relato apagado.

O terceiro relato que acrescento agora é bem emblemático.

No ensino médio, tive uma professora de filosofia. Era uma boa professora, apesar de ser mais de esquerda que a Dilma. Ao perceber que eu lia, incentivou eu e mais uns outros ao estudo de filosofia e artes. Naquela época dava pro professor conviver com alunos, ir em eventos, etc. Hojé é inviável, porque costuma dar merda.

Por fim, eu sempre tive uma ligação mais direta com religião e fui fazer outras coisas da vida. Virei o pupilo que se perdeu no mundo, compartilhava autores de direita, enfim,fui pro lado negro da força.

Uma aluna dela foi fazer faculdade de artes mas percebeu que o meio acadêmico é uma merda e foi fazer um curso mais pragmático. 

Outra aluna foi fazer filosofia, seguindo os passos dela mas no meio do curso viu que o curso era uma merda, porque tinha que ler um monte de coisas e só aí a tal aluna percebeu que não gostava da parada. Se formou e foi virar professora. Pelo que eu sei, não virou uma professora tão simpática como a mestra.

E aí chegamos ao caso final. Ouvi  um relato da professora de que foi um dia almoçar na casa de uma aluna. A aluna falou que até queria fazer faculdade de filosofia mas os pais desencorajaram. O pai e a mãe perguntaram no almoço para a professora o porquê de se fazer uma faculdade de filosofia ou dança. A professora falou que se sentiu estranha, como se não soubesse o que responder. Pelo contexto, os pais queriam que a filha trabalhasse e se fosse ficar estudando, fosse fazer um curso mais objetivo.

Depois de muito bater cabeça refletindo acho que a resposta que a professora deveria ter tido e que deixaria os pais tranquilos era que o curso ia dar a ela a profissão de professora, que sempre tem concurso para professor, e que licenciatura daria para ela estabilidade e uma renda mesmo sendo uma tarefa dura dar aula no Brasil. Mas o problema aqui é justamente a comunicação. Já o curso de Dança os pais realmente nunca entenderiam.

Sobre a questão da compra, vai muito de encontro ao que o Del Rey falou.
No Brasil, ninguém leva em conta que uma pessoa pode desejar educar-se meramente pelo prazer de tornar-se mais sábio. Ou é para um objetivo concreto normalmente ligado a profissão, ou entrar em alguma faculdade (e chegando lá, ser "deseducado" completamente).

A questão da filosofia e da dança, os pais da moça pensaram de forma objetiva realmente. Qual o mercado para estas profissões, ainda mais em uma país como o Brasil?! Só tendo um amor incondicional por essas escolhas (dança ou filosofia), que valeria a pena.

Sobre a professora, acho que ela entendeu o que os pais queriam e sentiu-se estranha pois sabia que não teria uma resposta para satisfazer as expectativas deles.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#13
(01-06-2024, 01:09 AM)Luiz Escreveu: Concordo plenamente, não sei se isso é inerente ao ser humano, mas aqui no BRASIL temos a mania de supervalorizar no nosso trabalho, desvalorizar o trabalho alheio e colocar dificuldade em tudo , esse comentário deu pra colocar quase todas as situações que passamos aqui. +1

Realmente, qualquer afegão médio acha que exerce um papel FUNDAMENTAL nas empresas em que trabalha. Baseado, obviamente, na sua "percepção" de esforço.

Explicar para um sujeito qualquer, o conceito de oferta e demanda de mão de obra disponível para a atividade que ele realiza, é uma perca de tempo gigantesca.

No período em que trabalhei como gerente de uma equipe em um banco, eventualmente os donos realocavam os moças de trabalhavam na recepção para meu setor e era um problema enorme.
A intenção era boa, dar oportunidade para pessoas de dentro da própria instituição, para desenvolvermos os profissionais dentro de casa e alocarmos para outros departamentos.

Na prática, era uma merda completa.
Pois como eu não participava do processo seletivo para recepção, não tinha como escolher quem era contratado, dai normalmente a pessoa contratada estava completamente fora do padrão que eu estabelecia e perdia um tempo gigantesco gerenciando comportamento.

Um dos grandes problemas, era JUSTAMENTE esse. Esse senso distorcido de importância...
Realizavam atividades de baixo nível de complexidade com afinco (isso reconheço), mas já se achavam donas do mundo e cheias de exigências.

Tentava insistentemente explicar sobre a questão de entender o seu "tamanho" dentro da companhia, da importância de estudar para realizar trabalhos mais técnicos, de parar de levar qualquer coisa pro pessoal e criar um clima desagradável, falando que para o cargo que estavam exercendo, tinham um bom salário e benefícios e etc.

Tudo isso, obviamente EM VÃO!

O tempo passou e fui pra área de T.I, inclusive esse foi um dos motivos, estava desgastado tanto do setor financeiro/bancário, quanto do cargo de gestão.
No final das contas, essa galera foi demitida UMA a UMA após a minha saída. Hoje estão em subempregos ganhando menos da metade e sem folgas aos finais de semana.

Existem pessoas de todos os tipos em todos os níveis e ramos, mas uma coisa é certa, trabalhar com gente pouco qualificada e sem inteligência cognitiva e interpessoal, é SEMPRE a pior escolha.

O baixo nível de consciência e capacidade técnica, transformam qualquer trabalho em um verdadeiro inferno.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#14
(02-06-2024, 12:02 PM)Matuto Paulista Escreveu:
(31-05-2024, 02:46 PM)eremita_urbano Escreveu: Achei que ele tava ligeiramente mal escrito. Mas eu coloco aqui os dois casos e ainda acrescento mais um que me lembrei.


Quando comecei a estudar música clássica o que mais ouvi foi gente me perguntando sem eu ter dado liberdade para perguntar:

-Então, mas você estuda isso pra quê?

Uma vez passei por uma banca de livros usados e tinha uma mulher conversando com o dono da livraria. Peguei um livro de matemática e perguntei o preço. A mulher queria me incentivar a levar o livro e perguntou se eu estava fazendo faculdade ou algo do tipo. Eu respondi com simpatia:
-Não, só gostei do livro mesmo.

A mulher deu uma travada. Até hoje não sei se foi por que não entendeu porque eu tava comprando ou achou que eu fui grosso por ter dado uma resposta simples e direta. Ela falou de boas, então acho que  fui injusto no relato apagado.

O terceiro relato que acrescento agora é bem emblemático.

No ensino médio, tive uma professora de filosofia. Era uma boa professora, apesar de ser mais de esquerda que a Dilma. Ao perceber que eu lia, incentivou eu e mais uns outros ao estudo de filosofia e artes. Naquela época dava pro professor conviver com alunos, ir em eventos, etc. Hojé é inviável, porque costuma dar merda.

Por fim, eu sempre tive uma ligação mais direta com religião e fui fazer outras coisas da vida. Virei o pupilo que se perdeu no mundo, compartilhava autores de direita, enfim,fui pro lado negro da força.

Uma aluna dela foi fazer faculdade de artes mas percebeu que o meio acadêmico é uma merda e foi fazer um curso mais pragmático. 

Outra aluna foi fazer filosofia, seguindo os passos dela mas no meio do curso viu que o curso era uma merda, porque tinha que ler um monte de coisas e só aí a tal aluna percebeu que não gostava da parada. Se formou e foi virar professora. Pelo que eu sei, não virou uma professora tão simpática como a mestra.

E aí chegamos ao caso final. Ouvi  um relato da professora de que foi um dia almoçar na casa de uma aluna. A aluna falou que até queria fazer faculdade de filosofia mas os pais desencorajaram. O pai e a mãe perguntaram no almoço para a professora o porquê de se fazer uma faculdade de filosofia ou dança. A professora falou que se sentiu estranha, como se não soubesse o que responder. Pelo contexto, os pais queriam que a filha trabalhasse e se fosse ficar estudando, fosse fazer um curso mais objetivo.

Depois de muito bater cabeça refletindo acho que a resposta que a professora deveria ter tido e que deixaria os pais tranquilos era que o curso ia dar a ela a profissão de professora, que sempre tem concurso para professor, e que licenciatura daria para ela estabilidade e uma renda mesmo sendo uma tarefa dura dar aula no Brasil. Mas o problema aqui é justamente a comunicação. Já o curso de Dança os pais realmente nunca entenderiam.

Sobre a questão da compra, vai muito de encontro ao que o Del Rey falou.
No Brasil, ninguém leva em conta que uma pessoa pode desejar educar-se meramente pelo prazer de tornar-se mais sábio. Ou é para um objetivo concreto normalmente ligado a profissão, ou entrar em alguma faculdade (e chegando lá, ser "deseducado" completamente).

A questão da filosofia e da dança, os pais da moça pensaram de forma objetiva realmente. Qual o mercado para estas profissões, ainda mais em uma país como o Brasil?! Só tendo um amor incondicional por essas escolhas (dança ou filosofia), que valeria a pena.

Sobre a professora, acho que ela entendeu o que os pais queriam e sentiu-se estranha pois sabia que não teria uma resposta para satisfazer as expectativas deles.

Verdade, mas tem uma coisa sobre a sociedade brasileira que eu acho interessante.

Sempre incentivo a molecada a quando fazer 18, procurar independência financeira, mental e emocional. A família é fonte de apoio sim mas também são entrave e parte do problema. Quando o moleque é esperto e vai sair de casa pra tentar a vida, os pais são os primeiros a colocar impedimento e desestimular os moleques, principalmente por meio de joguinhos emocionais.

Nunca vi um moleque de 18 dizer que vai fazer algumas coisa em casa e que não foi desestimulado pela própria família, que costuma colocar dificuldade em tudo. E todos são mentalmente viciados a ficar em casa recebendo brinquedinhos dos pais como computadores, notebooks, etc, pra justamente não sair de casa e ir morar em uma kitnet só com uma cama.

Aí querem os filhos em casa, dando palpite na vida do moleque, manipulando-os, se intrometendo na vida e querendo dizer o que o moleque deve ou não fazer. Reclamam que estão sustentando um moleque e que os jovens são imaturos mas justamente atrapalham o moleque a virar homem e sair de casa.

Aqui no fórum aparece direto cara com 18 anos ou vinte reclamando que os pais são isso, ou aquilo, como se isso fizesse alguma diferença na vida do cara que não percebeu que o problema real é justamente ele não ter independência financeira pra sair de casa e pagar suas contas. Mas em vez de tá focado nisso, tá com atenção nos que o pai, a mãe e o irmão tão fazendo da vida e falando da vida pessoal pra família sem perceber que tá sendo manipulado. Aí vai passar a vida carente, preocupado com a mina bonita que não deu bola pra ele, prestando atenção demais em cultura pop, anime, ou política e o que vai de fato mudar a vida dele fica de lado.
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#15
(02-06-2024, 12:27 PM)Matuto Paulista Escreveu:
(01-06-2024, 01:09 AM)Luiz Escreveu: Concordo plenamente, não sei se isso é inerente ao ser humano, mas aqui no BRASIL temos a mania de supervalorizar no nosso trabalho, desvalorizar o trabalho alheio e colocar dificuldade em tudo , esse comentário deu pra colocar quase todas as situações que passamos aqui. +1

Realmente, qualquer afegão médio acha que exerce um papel FUNDAMENTAL nas empresas em que trabalha. Baseado, obviamente, na sua "percepção" de esforço.

Explicar para um sujeito qualquer, o conceito de oferta e demanda de mão de obra disponível para a atividade que ele realiza, é uma perca de tempo gigantesca.

No período em que trabalhei como gerente de uma equipe em um banco, eventualmente os donos realocavam os moças de trabalhavam na recepção para meu setor e era um problema enorme.
A intenção era boa, dar oportunidade para pessoas de dentro da própria instituição, para desenvolvermos os profissionais dentro de casa e alocarmos para outros departamentos.

Na prática, era uma merda completa.
Pois como eu não participava do processo seletivo para recepção, não tinha como escolher quem era contratado, dai normalmente a pessoa contratada estava completamente fora do padrão que eu estabelecia e perdia um tempo gigantesco gerenciando comportamento.

Um dos grandes problemas, era JUSTAMENTE esse. Esse senso distorcido de importância...
Realizavam atividades de baixo nível de complexidade com afinco (isso reconheço), mas já se achavam donas do mundo e cheias de exigências.

Tentava insistentemente explicar sobre a questão de entender o seu "tamanho" dentro da companhia, da importância de estudar para realizar trabalhos mais técnicos, de parar de levar qualquer coisa pro pessoal e criar um clima desagradável, falando que para o cargo que estavam exercendo, tinham um bom salário e benefícios e etc.

Tudo isso, obviamente EM VÃO!

O tempo passou e fui pra área de T.I, inclusive esse foi um dos motivos, estava desgastado tanto do setor financeiro/bancário, quanto do cargo de gestão.
No final das contas, essa galera foi demitida UMA a UMA após a minha saída. Hoje estão em subempregos ganhando menos da metade e sem folgas aos finais de semana.

Existem pessoas de todos os tipos em todos os níveis e ramos, mas uma coisa é certa, trabalhar com gente pouco qualificada e sem inteligência cognitiva e interpessoal, é SEMPRE a pior escolha.

O baixo nível de consciência e capacidade técnica, transformam qualquer trabalho em um verdadeiro inferno.

Um adendo importante sobre essa história que contei, conectando com o princípio que tentei articular neste post.
PERCEBER O DITO PELO NÃO DITO!

Neste caso, com o passar do tempo, cai na Real que meu departamento virou um "aterro sanitário" de funcionários problemáticos!
Motivo: Os investidores sabiam que eu iria dar um jeito!

Fui PUNIDO pela minha competência!
Todas as vezes em que alguma menina na recepção começava dar trabalho, ficava desmotivada, dava uns atestados e etc, era desovada para o setor "caminhão de lixo".

E o pior de tudo, fundamentado sob um argumento fortíssimo!
"Somos uma empresa que investe nos quadros internos, recorrendo ao mercado só em caso de necessidade"

E eu:
Mesa

Argumentei algumas vezes, e fui recebido com um "olha... veja bem...", "não é bem assim", "você é um líder nato, vai dar um jeito..."...
Ou também o fatídico "você é pago então se vira..." (não foi verbalizado desta maneira, mas entendi este contexto).

Além de gerenciar a equipe internamente (comportamento, metas, comissionamento e toda sorte de atestados que as guerreiras entregavam ao menor sinal de dor cabeça), eu tinha minha própria rotina interna e realizava muito o trabalho de visita em clientes. Sempre que me ausentava por um período do escritório SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE tinha alguma merda imbecil para resolver!

Voltava de visitas, merda de comportamento pra resolver.
Voltava de férias, merda de comportamento pra resolver.
Semana no escritório, merda de comportamento pra resolver.

Pois bem, claramente ninguém me disse explicitamente que eu ia absorver todos os equívocos nas contratações, mas como venho reiteradamente reforçando no post e nos comentários, NÃO PRECISA SER VERBALIZADO. Já estava claro, só restava tomar as decisões cabíveis.

Entre a decisão e a minha saída efetivamente, passou um ano!
Mas tudo começou pela visão sem vendas!

Não fosse isso, estaria neste contexto provavelmente até hoje.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#16
Lendo os textos sobre ambiente de trabalho e revendo minhas experiências, podemos concluir que a pior o lugar dentro de uma empresa privada é o intermédio do dono e do peão.

Já trabalhei numa empresa familiar como comprador e é isso mesmo como o Matuto disse

"você é pago então se vira..." (não foi verbalizado desta maneira, mas entendi este contexto)

Me lembro uma vez quando o dono, num tom severo, me proibiu de comprar parafusos para os mecânicos porque um desses parafusos estava espalhado pela plataforma na qual ele passou com sua tiguan 2023 e furou o pneu. Enquanto isso o gerente dos mecânicos me obrigava a desobedecer o dono e comprar os parafusos pois era necessário para a manutenção da frota da empresa.

A mesma coisa com outros departamentos: o pessoal do RH e segurança, sem ao menos me darem um aviso prévio, exigiam de mim 20 EPI's do nada pois os trabalhadores literalmente comecariam no dia seguinte. Não tinha organização, era tudo em cima de hora. Todas as manhãs eu tinha que mostrar um relatório pro dono do que eu comprei e quantos lugares eu cotei... mas isso era impossivel quando o pedido era "urgente", não faria sentido eu perder tempo, quando há uma necessidade iminente, vendo de empresa e empresa pra ver os melhores preços

as vezes os membros da própria família se desentendiam entre eles e eu atuava como diplomata. Se eu comprasse algo que um me solicitasse, automaticamente o outro, em sua autoridade soberba, exigia que dêsse explicações.

Tudo isso em uma linguagem indireta/ambígua. O mundo corporativa é um saco. Os caras fazem questão de atuar de forma passiva-agressiva, usando uma linguagem indireta, com ar de superioridade só por terem um cargo médio se acham os picas da empresa, sem saber que a qualquer hora podem ser jogados na rua.

Há uma necessidade maior e entender as entrelinhas quando se trabalha com pessoas. Por isso, Concurso público me parece bem mais atraente
Responda-o
#17
Pois bem @kidesgraca .

Essa situação que retratou é o "padrão" por ai.

Todo trabalho tem seus problemas e a convivência com as demais pessoas nunca será perfeita.
Porém, ser exposto de forma INCESSANTE a este tipo de dinâmica de ambiente (seja ela familiar, profissional, relacionamento com o sexo aposto, amizades e etc).
Vai minar as forças do sujeito com o tempo.

Então, na questão profissional, concurso público é uma saída.
Atuar em áreas mais técnicas (sendo uma mão de obra mais escassa, portanto, mais respeitada), outra saída!
É válido também cogitar, atuar em áreas que exigem menor nível de relacionamento interpessoal (TODAS praticamente precisam, estou falando de proporção).
Existem diversas saídas na verdade, cada um ajusta a sua personalidade e ramo de atuação.

Se estiver em algum contexto que detecte este tipo de convivência, planeje-se para SAIR FORA! Custe o tempo que custar.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#18
Só para complementar:

As pessoas pensam estar em uma era de pleno acesso a informação, especialmente mas eu vejo muita coisa fragmentada e maliciosamente controlada por algoritmos, é um universo de informação ruidosa, com ênfase em estímulos sensoriais, totalmente vazio de profundidades. No universo e na variedade maluca de assuntos nas timelines, cortes e reels as pessoas só estão mais mentalmente confusas e cada vez mais burras, um dano cognitivo em larga escala que vai refletir nas relações humanas como um todo.

Inclusive o nível intelectual do jovem que hoje possui internet full time continua ruim, senão pior do que o jovem que só tinha acesso enciclopédia na biblioteca da escola.

Responda-o
#19
@Fernando_R1
Justamente!

Iniciei a leitura da trilogia de "Duna", existe uma ordem de bruxas (por assim dizer), chamada "Bene Gesserit", que entre outras coisas, são mestres nas artes da observação (linguagem corporal e toda sorte de reações não verbais).
Lembrei deste teu comentário, pois esta é justamente a capacidade que as pessoas vem perdendo.

A questão de como esta ordem na história dos livros, se utiliza de manipulações políticas, também remete ao que você disse sobre "controle por algoritmos".

Ou seja, em várias escalas (pessoal e social), quem tem o domínio destas artes, sobrepuja quem não tem.

Minha intenção no post, foi explorar um contexto relacionado ao micro gerenciamento de nossas vidas (relacionamento com familiares, mulheres, profissional e etc), porém, é possível expandir esse conceito para nossa convivência em sociedade como você sugeriu, que tem total sentido!

Excelente comentário.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#20
Citação:

A questão foi: A partir do momento que o prazo que ELA ESTABELECEU foi descumprido, e ela não me deu nenhuma satisfação, não tentei elaborar teorias ou conjecturas malucas! Considerei esta postura dela do "silêncio", uma resposta CONTUNDENTE, como se ela tivesse me dito com todas as palavras "VAI FICAR AI ONDE ESTÁ E SONHANDO POR TEMPO INDETERMINADO". E procurei mudar a rota pois aquele salário estava ruim.
Citação: Eu já passei tanta raiva com a subjetividade e ambiguidade cultural bostieira, que eu só me libertei quando decidi que todo "sim" é claro e todo resto é "não". Atrasou? Não quer. "Vou ver?" É não. Silêncio? Não. Postergou? Não. Colocou dificuldade demais, usou muitos argumentos, contou historinha... Não! Mimimi? Não.

Não me importo mais se vou perder venda, senão vou fechar o contrato, se vou perder a transa... Para o bem da minha sanidade mental eu decidi sair do jogo de adivinhação tupinambá.

Muitas das vezes há muito mais coisas e muito mais verdades ditas no "silêncio" do que o que é dito sobre os telhados.


E não tem coisa mais libertadora que padronizar esse tipo de atitude. Vc acaba com conjecturas e para de ficar se preocupando com o que poderia ter acontecido se A ou B.


Citação: Fui PUNIDO pela minha competência!
Todas as vezes em que alguma menina na recepção começava dar trabalho, ficava desmotivada, dava uns atestados e etc, era desovada para o setor "caminhão de lixo".

E o pior de tudo, fundamentado sob um argumento fortíssimo!
"Somos uma empresa que investe nos quadros internos, recorrendo ao mercado só em caso de necessidade"

E eu:
[Image: mesa.png]

Argumentei algumas vezes, e fui recebido com um "olha... veja bem...", "não é bem assim", "você é um líder nato, vai dar um jeito..."...
Ou também o fatídico "você é pago então se vira..." (não foi verbalizado desta maneira, mas entendi este contexto).

Além de gerenciar a equipe internamente (comportamento, metas, comissionamento e toda sorte de atestados que as guerreiras entregavam ao menor sinal de dor cabeça), eu tinha minha própria rotina interna e realizava muito o trabalho de visita em clientes. Sempre que me ausentava por um período do escritório SEMPRE, SEMPRE, SEMPRE tinha alguma merda imbecil para resolver!

Voltava de visitas, merda de comportamento pra resolver.
Voltava de férias, merda de comportamento pra resolver.
Semana no escritório, merda de comportamento pra resolver.

Pois bem, claramente ninguém me disse explicitamente que eu ia absorver todos os equívocos nas contratações, mas como venho reiteradamente reforçando no post e nos comentários, NÃO PRECISA SER VERBALIZADO. Já estava claro, só restava tomar as decisões cabíveis.

Entre a decisão e a minha saída efetivamente, passou um ano!
Mas tudo começou pela visão sem vendas!

Não fosse isso, estaria neste contexto provavelmente até hoje.


Ambiente bancário é incrível... tenho uma história muito parecida, mas no meu caso a culpa era de um gerente geral mangina e incompetente.

Mangina porque o cara mudava de opinião umas 3x no dia, dependendo de quem sentava na mesa dele para conversar - e as molieres que trabalhavam lá faziam rodízio pra ficar tendo conversinha de pé de ouvido com ele.


Incompetente porque era um cara com mais de 20 anos de empresa e que não tinha NENHUM TINO COMERCIAL, baixíssimo domínio do operacional e para estar na posição tinha sido promovido apenas por antiguidade mesmo. 

Mas esses detalhes eu vou comentar melhor mais abaixo.

Já tinha uns 2 pra 3 anos que eu estava trabalhando lá quando eu caí na real que aquilo ali era sem futuro.. eu já estava trabalhando em desvio de função a quase um ano e pouco, recebendo como gerente assistente (um cargo acima de caixa, para vcs terem uma noção) e com responsabilidades de gerente de contas, tomando conta das carteiras de Pessoa jurídica - formalmente só existiam duas, mas pelo porte deveriam ser 3, ou seja, era trabalho para 3 gerentes, e não tinha nenhum gerente de fato, só eu quebrando o galho e me fudendo ganhando uma mixaria pra quantidade de trabalho. Comecei a fazer somente o mínimo, muito por descontentamento pela situação mas também por falta de braço e tempo.

Aí o cara ficava me cobrando empenho e falando que eu estava deixando o ritmo cair, mas TODA E QUALQUER OPORTUNIDADE de crescimento ele me segurava. Consegui umas 3 recolocações em outras agências e departamentos, com promoção, e o cara me travando. EDIT: E usava como argumento o fato de que eu era muito bom no operacional, que não teria como repor minha saída, etc. Ou seja, o cara não valorizava meu trabalho, mas reconhecia que se eu saísse seria uma perda. Ou seja, como disse o confrade acima, tem vezes que você é punido pela competência.

Já quase no fim da minha jornada nesse banco, surgiu uma oportunidade de promoção dentro da própria agência. Esse cara conversou comigo e aparamos algumas arestas, saí dessa conversa com a garantia de que ele iria pedir minha promoção. Ok, fui tocar as atividades do dia, e notei que o rodízio na mesa dele começava. Trabalhei normalmente e saí à tarde para resolver uns pepinos de um cliente nosso que estava com problema para emitir boletos, passei a tarde toda lá mas consegui resolver. Por coincidência, isso era no último dia útil do mês, onde o pessoal sempre se reunia para cantar os parabéns dos aniversariantes e ter uma conversa geral, no final do expediente. Eu cheguei após os parabéns (ou seja, nem me esperaram) e fiquei sabendo por outros que o cara tinha mudado de idéia e iria promover minha assistente (que também estava em desvio de função, pois ainda recebia como caixa), e eu ficaria onde estava.

Esperei a maioria do povo ir embora (a maioria dos funcionários era de 6h, e eu só sairia 1h depois) e chamei ele pra conversar novamente. O cara veio com a mesma ladainha de que não via comprometimento nas minhas ações e bla bla bla. Mostrei que ele só repetia as mesmas coisas, sendo que eu estava mostrando serviço e ele não tinha como cobrar nada de ninguém já que não tinha sequer mantido sua palavra por mais de 24h e ainda disse: "Você não conhece nada da empresa que você trabalha a 20 anos, você vai pedir essas promoções e o banco vai recusar. Você vai atrasar um mês da carreira de dois funcionários porque é cabeça dura quando convém mas extremamente manipulável por qualquer rabo de saia. Todo mundo que vê de fora sabe que quem manda aqui é a Fulana". Esse último detalhe eu coloquei de propósito nessa conversa pq realmente todo mundo sabia que quem mandava na agência era a gerente administrativa, que era subordinada a ele no papel mas manipulava-o como um marionete. Essa Fulana era uma das que fazia parte do rodízio e tinha sua panelinha de "protegidos", o que por consequência incluia a assistente, e que ela sempre tentava colocar para a frente em qualquer oportunidade de crescimento.

Enfim, uns 15 dias depois volta o retorno da matriz e adivinhem o que aconteceu? Yaoming


O cara não teve a decência de reconhecer que estava errado, só disse que a promoção da assistente tinha voltado recomendando me promoverem pro cargo de gerente e ela para o meu cargo (o que seguiria o rito normal das coisas e que eu já havia dito a ele que era o certo a se fazer). Só sorri e fiquei com aquela cara de "eu avisei".  Risada

Felizmente, algum tempo depois saiu minha convocação para o concurso que havia prestado a alguns anos antes e nem sequer me lembrava que tinha cadastro reserva.

Aí veio o pulo do gato: se eu digo que queria sair pq tinha sido chamado pra concurso, o otário não iria fazer a boa e me mandar embora sem justa causa. Inventei que tinha conseguido uma proposta na iniciativa privada e que como eu e ele não nos bicávamos mais a algum tempo, que ele me mandasse embora e eu seguiria meu rumo. Tirei férias, e quando voltei fui desligado. Tomei posse 10 dias depois.
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