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O secularismo, a finitude e as mulheres
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O secularismo, a finitude e as mulheres
Postado por The Truth na Terça-feira, 4 de outubro de 2011.

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É extremamente difícil escrever um blog como esse. Mas o politicamente correto não é o maior obstáculo, mas sim a ética secular. A ética secular é fundamentada num pragmatismo radical. Segundo essa ética, devemos fazer tudo antes de morrer. A vida está passando e as pessoas estão preocupadas, porque elas possuem a certeza absoluta de que vão morrer e nunca mais voltarão.

Esse pensamento da finitude radical é a razão de todo relativismo moral. Se a mulher usar o argumento da finitude, ela vence qualquer discussão. Por que ela vai evitar uma vida fetichista, se ela tem certeza absoluta que vai morrer e tudo acabará? A vida dela segue uma lógica de aproveitamento. Ela vai querer fazer tudo e isso faz parte da lógica secular. Nenhuma moral pode impedir as pessoas de viverem a vida.

Querem o ápice desse pensamento da finitude? Nietzsche. Ele é o autor desse pragmatismo radical que exalta todas as experiências hedonistas. Segundo ele, nós não podemos renunciar nenhuma experiência sexual ou prazerosa em prol de uma moral religiosa ou uma crença metafísica. Ou seja, segundo Nietzsche, a negação radical da vida após a morte é a única forma do ser humano ter uma vida autêntica.

A ética de Nietzsche é quase uma ética naturista. Ele quer que o homem seja o mais animal possível, não no sentido da bestialidade, mas no sentido da afirmação da vida instintiva. Ou seja, você quer fazer sexo? Então faça. Você quer usar drogas? Então use. E por aí vai. O ser humano simplesmente viveria conforme as próprias necessidades e paixões. Ele praticamente seguiria fielmente tudo o que seus instintos promovessem.

Nós somos os herdeiros dessa ética. Hoje, finalmente concluí que é impossível debater com uma ética fundamentada na finitude. Depois disso, o sentimento de desorientação é muito grande. Eu realmente não tenho nada a dizer a uma pessoa que acredita radicalmente na finitude. Minhas palavras não terão valor algum. Talvez algumas coisas desse blog tenham valor nesse mundo de finitude radical, mas a maioria é claramente incompreensível de acordo com a ética secular.

O blog está falando em línguas estranhas. Então é compreensível que as mulheres me censurem. A ética secular delas diz que eu estou tentando boicotar o aproveitamento delas da vida . Elas acham que vão morrer a qualquer momento e possuem pressa. Estou sendo um obstáculo. Estou causando problemas. Estou gerando culpa. Estou afastando as mulheres do corpo. Logo, elas não estão aproveitando a vida radicalmente finita como deveriam.

É claro que não tenho esse poder todo. Estou levando em consideração a hipótese de alguma mulher realmente levar esse blog a sério. Mas hoje reconheço que o mundo é radicalmente preocupado com a finitude. As pessoas querem aproveitar a vida. Elas querem o máximo de prazer no mínimo de tempo. Elas estão lutando contra um cronômetro regressivo. Essa ansiedade em relação a morte talvez seja mais terrível do que a própria abnegação de algumas pessoas religiosas.

Do ponto de vista secular, não existem argumentos contra a promiscuidade feminina. Existem argumentos médicos. Existem medidas de cautela e prevenção. Ou seja, use camisinha, cuidado com as DSTs. Isso está mais próximo de uma ética médica do que qualquer outra coisa. Ninguém deixa de fazer sexo por causa das DSTs. Existe uma ansiedade nas mulheres, porque elas querem ter experiências fetichistas. A mulher nova possui um potencial fetichista absurdo. No contexto secular, a mulher vai fazer tudo mesmo. E se ela acha que vai morrer em 30 anos, quem irá convencê-la de que ela está errada?

As revistas femininas, o marxismo cultural, todos eles se apoiam na ética secular. Todos esses movimentos apostam na finitude radical. A religião não é um mal porque produz guerras e coisas desse tipo. Ela é um mal porque impede as pessoas de curtirem a vida no seu potencial máximo. Ninguém deveriam renunciar um segundo de prazer em prol da religião. Esse é o pensamento secular. Por que você vai deixar de transar ou usar drogas? Você vai morrer de qualquer jeito.

A religião seria uma forma de censura que impediria as pessoas de curtirem sua vida finita da melhor forma possível. E esse blog seria desse modo, tão chato quanto as religiões, pois eu estaria impedindo as mulheres de curtirem a finitude. Não posso contradizer tudo o que já escrevi apenas para agradar a ética secular. Por mais que as pessoas busquem o orgasmo e o prazer de qualquer transgressão, não acho que a busca aleatória e imediatista pelo prazer seja a melhor coisa do mundo.

Fazer sexo o máximo possível pode ter consequências piores do que um pouco mais de seletividade. A sociedade de hoje perdeu o rumo e tomou o excesso como parâmetro da felicidade. As pessoas buscam mais e mais e se esquecem que o excesso não tem limites. Uma hora, a pessoa entra numa loucura e não sai mais disso. Uma coisa é aproveitar a vida, a outra é buscar o excesso, como se o excesso em si fosse suficiente para criar a ilusão de uma vida mais longa, ou melhor aproveitada.

Se a mulher não consegue perceber nenhuma vantagem na restrição, ela terá que abandonar certamente a ideia de controle de qualquer experiência amorosa. A impulsividade feminina permite que a mulher curta mais a vida, porém essa impulsividade impede a mulher de conseguir êxitos em coisas que demandam estabilidade e confiança. A lógica do carpe diem praticamente obriga a mulher a esquecer a ideia de um relacionamento estável e duradouro. Ou melhor, na lógica secular esse relacionamento depende muito mais da sorte do que dos méritos femininos.

Se a mulher não quer aceitar nenhuma restrição, por achar que isso a impede de curtir a finitude da melhor forma possível, então ela terá que assumir o risco de não conseguir um amor verdadeiro após um número grande de experiências. A liberdade sexual excessiva aumenta a insegurança e a instabilidade nos relacionamentos. A liberdade excessiva tem um preço. A mulher precisa estar disposta a aceitar isso.

O amor feminino na lógica secular é uma relação de custo/benefício. As mulheres procuram garantias para uma vida caprichosa. Talvez o lucro da finitude aproveitada com excessos já seja suficiente. Muitas mulheres atualmente já pensam assim e trocam regularmente de namorado sem qualquer problema. Numa sociedade marcada pela liberdade sexual, existe a ilusão de que essa liberdade democratizará a felicidade para todos. Mas não é isso que vemos. Quem tem poder tira proveito melhor da liberdade, enquanto outras pessoas permanecem reprimidas, pois não podem fazer nada sem recursos.

As mulheres que seguem a lógica secular vão descobrir mais cedo ou mais tarde se o estilo de vida delas vale a pena. Muitas querem apenas brincar de prender o homem difícil. Se a mulher leva uma vida transgressora, é provável que ela não consiga passar credibilidade a qualquer homem. Portanto, nesse caso, a mentira vira a condição necessária do amor feminino. A mulher só conseguirá compatibilizar a promiscuidade com um ideal de amor caprichoso, na medida em que ela mente. O carpe diem feminino e a curtição da finitude radical precisam da mentira em algum momento. O amor não é compatível com a liberdade excessiva. Um dia, elas negarão a ética secular que supervalorizam.


Este texto faz parte do projeto: Segunda das Relíquias Perdidas.
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