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(Esta publicação foi modificada pela última vez: 10-04-2023, 09:54 AM por Guardião.)
Quando a cultura prejudica inocentes
Postado por The Truth na Terça-feira, 24 de maio de 2011.
Hoje eu vou falar sobre as acusações injustas que as pessoas recebem por causa de estereótipos culturais. Eu escrevi um post sobre os bombados e demonstrei a minha indignação acerca da cultura dos bombados. É importante salientar que a prática da musculação não tem relação com aquilo que as pessoas fazem dela! Ou seja, inevitavelmente há pessoas que usam a musculação para finalidades estéticas e há outras que pensam nos benefícios em termos de saúde e disciplina.
Mas infelizmente no Brasil, tudo o que vira cultura, vira potencialmente motivo de preconceito. Mas o preconceito não surge necessariamente como um acidente cultural, mas é reforçado pelo comportamento da maioria. Ou seja, o comportamento ridículo da maioria dos “bombados” reforça o preconceito cultural de uma forma geral e isso vitimiza muitos homens sérios e bons, que fazem musculação com uma boa motivação. Eu percebi isso recentemente na medida em que meus ganhos musculares aumentaram. Há uns dois anos atrás, eu andava na rua e era praticamente invisível e ninguém me notava. Mas hoje, eu ando na rua e sinto um olhar de desaprovação imediato das pessoas. Ou seja, as pessoas pensam as seguintes coisas quando vêem um homem forte na rua:
“O cara é cafajeste, promiscuo.”
“O cara é playboy, riquinho!”
“O cara é marrento, metido, arrogante!”
“O cara é narcisista, egoísta!”
“O cara é violento, agressivo!”
“O cara não vale nada!”
Notem bem uma coisa. As pessoas não falam isso diretamente, mas isso fica subtendido nas reações delas. E realmente eu não as culpo por isso, pois se eu encontrasse um bombado na rua, eu pensaria a mesma coisa, pois a maioria possui as características das frases descritas acima. Por outro lado, eu mesmo me vi no outro lado da situação, pois de alguma forma estou sendo acusado injustamente de uma coisa que eu não sou!
A cultura vitimiza inocentes de modo geral e as pessoas devem aprender a fazer escolhas perante isso. O homem que faz musculação deve saber de antemão, que ele certamente sofrerá muitos preconceitos, por causa da maioria dos acéfalos que usam a musculação como um meio agressivo de auto-afirmação perante as mulheres. Eu já pensei até em fazer uma camisa com os dizeres: “Sou forte, mas tenho bom caráter!” Mas não posso julgar as pessoas que pensam assim, pois a maioria dos musculosos são vulgares.
Só uma observação. Bombado aqui não é sinônimo de usuário de anabolizantes. Estou usando “bombado” num sentido mais amplo. Ou seja, bombados são homens mais fortes do que definidos.
Então, eu ando na rua e em qualquer lugar, acabo chamando a atenção sem desejar isso. Os homens em geral olham com raiva, inveja e ódio, como se eu fosse uma ameaça a eles. Uma vez, um casal de namorados atravessou para o outro lado da rua para não me encarar de perto. Naturalmente essas situações são estressantes e até mesmo fazer compras no supermercado pode ser estressante, pois todo mundo fica reparando no que você vai comprar.
Eu sou um grande crítico do uso da musculação apenas como meio de auto-afirmação perante as mulheres, porém acabei sendo vítima dessa cultura. Não sou vítima das pessoas, pois eu no lugar delas pensaria o mesmo, mas sou vítima da cultura, pois fui enquadrado num estereótipo sem qualquer chance de defesa.
Hoje em dia o homem precisa ser mentalmente forte para lidar com preconceitos. Desde que melhorei meus ganhos musculares, passei a sofrer preconceitos em todos os lugares. Sou mal atendido nos estabelecimentos e tratado como ogro pelos vendedores. Na academia os instrutores me olham com raiva, pois abandonei as séries fracas que eles passavam e fiz séries melhores sozinho. Já os “bombados” olham com raiva, pois me vêem como uma ameaça emergente e pensam que estou competindo com eles.
Estes efeitos são todos acidentais e são difíceis de administrar. Muitas vezes essas situações desagradáveis e constrangedores me levam a ter saudades da época em que eu era magrinho e ninguém me notava na rua. Ou seja, nem sempre os benefícios do poder compensam o estresse que ele traz. Atualmente não tive tantos benefícios além da melhora da auto-estima.
As mulheres olham mais na rua, principalmente as balzaquianas, que vêem os novos fortes como fetiches, porém esses olhares não significam nada. Para cada mulher que te olha na rua com desejo sexual vivo, há outros 10 homens que te olham com ódio e com desejo de te matar. Além disso, se você não for muito bonito, rico e extrovertido, não choverá mulher na tua horta. Ou seja, você precisa ter muita disposição e ir à luta. A musculação aumenta o teu poder perante as mulheres, mas não traz mulher de graça.
Para mim, que nunca fui promíscuo, os benefícios da musculação foram muito poucos. Eu diria que os efeitos colaterais sociais são maiores do que os benefícios sociais. A cultura dos bombados é tóxica e somente os mais insensíveis vivem nela sem sentir os efeitos desagradáveis do julgamento social. Ou seja, os bombados vulgares convivem bem com a condição deles porque simplesmente são insensíveis aos julgamentos.
Não desisti da musculação por causa dos efeitos colaterais sociais que ela produziu na minha vida, porém é cada vez mais difícil lidar com isso. Então, apenas adiei essa decisão para mais tarde. Mas não se sei se no futuro irei desejar ser forte como hoje. Talvez isso não seja mais necessário.
Além disso, após a musculação, a lógica social ficou clara. Os homens são muito mais competitivos do que as mulheres. Eles são muito mais agressivos e sentem muito mais raiva, ódio e inveja do que as mulheres. A competição feminina parece que tem apenas 5% da agressividade da competição masculina. Os homens literalmente querem te matar se você tiver mais recursos do que eles, independente de qual recurso esteja em questão. Os homens são menos amigos do que as mulheres e sentem mais inveja do que elas. É mentira, esse pensamento de que os homens são amigos. Eles são apenas amigos daqueles que não representam alguma ameaça ao poder deles. O homem por definição é um ser que compete por poder e por isso a amizade entre homens que disputam poder, mulher ou território é impossível. Ainda vou escrever um post criticando esse mito da superioridade da amizade masculina. Esse mito foi criado pelas mulheres, pois elas querem convencer os homens de que a vida delas é mais difícil.
A última coisa que eu tenho para falar hoje é que ocorre uma frustração inevitável depois de um tempo de musculação. A frustração não ocorre somente em relação às expectativas criadas anteriormente. A frustração é a revelação do que as mulheres valorizam. Muitos homens fraquinhos e magrinhos só são valorizados depois que os braços deles incham. Essa experiência do antes e do depois é mais frustrante do que edificante, porque ela prova que as mulheres não valorizam homens, mas sim fetiches. As mulheres não querem os homens bombados, porque os valorizam, mas sim porque eles são fetiches para elas. Se eles “perderem” os músculos, o amor delas acaba.
Mulheres que me ignoraram tornaram-se simpáticas. Outras mulheres passaram a me notar. Como eu não sou alienado, não consegui me convencer de que esses interesses recentes são sérios! O homem alienado fica maravilhado com o interesse feminino e fica achando que ele que está sendo valorizado, quando na verdade, ele é apenas um fetiche para as mulheres. Eu tenho pena desses homens alienados, pois o ego deles é extremamente frágil. Mal eles sabem, que o que as mulheres amam não é o interior deles, mas o fetiche de homem forte que eles representam.
É frustrante ter a certeza de que as mulheres valorizam os homens por razões unicamente fetichistas. O homem atualmente é totalmente dependente de uma situação artificial para ser valorizado. Mas quando esse cenário artificial acaba, o amor feminino acaba. Pior do que isso, para muitas mulheres, alguns fetiches possuem prazo de validade. Então não é espantoso que alguns bombados virem lixos humanos após o desprezo de uma namorada ou esposa. Eles apostaram tudo no poder dos músculos e esse poder não foi suficiente, pois ele perdeu o apelo fetichista para a companheira deles.
É frustrante saber que as mulheres te valorizam apenas porque você é forte ou rico. Isso me faz meditar sobre o amor feminino. Esses homens magrinhos e pobres são muito mais amados do que os homens ricos e bombados. No primeiro caso, esses homens não possuem poder, nem são um fetiche para as mulheres, mas mesmo assim são amados. Já os segundos são amados apenas porque são fetiches e produzem situações empolgantes para o ego feminino.
Antigamente, eu invejava o homem famoso, pois este teria inúmeras mulheres e seria “valorizado”. Hoje, eu tenho a certeza de que não existe amor entre uma mulher comum e um homem famoso. As mulheres tratam os famosos apenas como fetiches e troféus da competição feminina. Os homens mais amados são amados apesar da falta de poder deles. Homens comuns e simples são amados verdadeiramente, quando são amados. O homem que é amado apenas porque tem poder, nunca saberá a verdade sobre o amor feminino. Mas o homem que é amado, apesar de não ter poder, pode ter a certeza de que esse amor é mais convincente do que o amor de qualquer mulher por um homem poderoso.
Obs:. O post não é uma banalização da musculação. Ele na verdade faz uma crítica dos homens que usam a musculação exclusivamente como meio de auto-afirmação perante as mulheres. Muitos desses homens acabam tendo comportamentos narcisistas, egoístas e destroem indiretamente a reputação dos caras que treinam sério e são pessoas de bom coração.
Este texto faz parte do projeto: Segunda das Relíquias Perdidas.