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Notas sobre o desenvolvimento masculino
(Postado por The Truth na Quarta-feira, 25 de abril de 2011)
![[Image: 14vdYkG7_t.jpeg]](https://thumbs2.imgbox.com/03/c9/14vdYkG7_t.jpeg)
Algumas pessoas reclamam que o blog não fala de desenvolvimento masculino. A minha dica sobre isso é a seguinte: ganhe poder e não se torne um ser humano imoral. Agora a questão de como o homem vai ganhar poder, isso é de cada um. O meio mais fácil é através do dinheiro.
Mas algumas pessoas vão insistir: “isso é muito pouco”, “isso é insuficiente”, “você falou o óbvio”. Mas o honesto é afirmar o pouco efetivo do que o muito enganoso. Há fórmulas e fórmulas de sucesso com as mulheres que são pura enganação. Além disso, o blog tem um filtro e esse filtro tem como objetivo espantar os homens imorais e ajudar os homens de bom caráter. A sociedade já está extremamente imoral e por que eu vou ajudar a piorar o que está ruim? Ainda que isso seja um processo inevitável, não quero contribuir com isso.
A realidade brasileira é diferente da realidade americana. As dicas de sedução dos americanos funcionam muito pouco no Brasil. Por exemplo, o Mystery Method tem dicas muito boas, mas elas precisam de muitas adaptações. A eficiência do “poder comportamental” preconizado pelo método de Mystery é mais baixa no Brasil do que nos Estados Unidos. Não é tão importante ser bombado e rico nos Estados Unidos quanto no Brasil, pois o contraste social não é tão forte lá quanto aqui. O poder nos Estados Unidos só é importante quando ele é absurdamente maior num contexto. Nesse caso, os sedutores chamam esses ultra poderosos de zilionários. Ou seja, os poderosos que se destacam nos Estados Unidos são zilionários.
No Brasil, você não precisa ser zilionário para fazer sucesso com as mulheres. Basta ter um pouco mais de poder do que os outros num contexto social. Obviamente isso não é fácil, porque o país é cheio de travas para o sucesso do homem. No Brasil a realidade é diferente. Um homem bombado ganha destaque numa festa. As mulheres vão olhar muito mais para o bombado do que para os magrelos de braço fino. Na Europa e nos Estados Unidos, ser bombado não é tão importante. Olhe fotos de sites de eventos de outros países. Na maioria das fotos, os homens não são bombados. Agora olhe fotos de site de eventos do Brasil, 99% dos homens nas fotos são bombados. Ou seja, o glamour no Brasil passa totalmente pelo destaque social. Nenhum povo é tão vulgar, inseguro e exibicionista quanto o brasileiro e isso vale tanto para os homens quanto para as mulheres.
Sei que isso é absurdo, mas a mulher te julga pela grossura do teu braço. No Brasil, os homens de braços mais grossos farão mais sucesso com as mulheres do que os magricelas, cujos braços não preenchem a manga da camisa. Da mesma forma, um homem que ostenta mais riqueza chamará mais a atenção das brasileiras do que um homem que aparenta simplicidade. Há uma dinâmica de contrastes muito maior no Brasil do que nos países desenvolvidos. Por exemplo, o carro é um destaque no Brasil, mas é banal nos EUA, pois lá todo mundo tem carro. O poder não comportamental é o maior desenvolvimento no Brasil. E é disso que estou falando aqui o tempo inteiro. Só que os leitores não estão preparados para essa verdade e buscam fórmulas comportamentais mágicas que não funcionam aqui.
Outra razão da sedutologia não ser uma boa referência é que ela apóia claramente uma ética do sexo e valoriza muito mais o sexo do que os relacionamentos. Isso de alguma forma começa a corromper o leitor de sedutologia a adotar uma ética, que não era a intenção inicial do mesmo. O cara só quer uma namorada legal, mas acaba se convencendo de que ser cafajeste é um ideal de vida.
Como separar as pessoas que vão usar a sedução para o bem daquelas que vão usar a sedução para o mal? Não há como separar na prática. Nessahan Alita é usado como manual de sedução por muitos cafajestes hoje em dia. É claro que ele deve odiar esse efeito acidental da obra dele, pois ele claramente defende os relacionamentos e critica a ética do sexo dos manuais de sedução. Não quero que o blog seja usado como pretexto para a misoginia ou para a cafajestagem. Há muitas opções para essas pessoas na blogosfera, só que aqui não é uma opção.
Um grande desenvolvimento masculino é o ganho de poder por meios legais. Não incentivo à violência, nem o crime. Não estimulo a agressividade que produz homens obsessivos e praticantes de crimes passionais. Além disso, sempre questiono o uso do poder que os homens fazem. Ou seja, ganhe poder dentro dos limites legais. Não fique embriagado com o sucesso. Mantenha os pés no chão, porque o poder é uma conquista ilusória. Não existe poder masculino absoluto. O poder ganho pode ser perdido a qualquer momento da vida.
Outra coisa importante. Leia sobre sedução, porém depure a ética do sexo embutida na sedução. Se você não sabe separar um conhecimento prático de uma ética, então não leia sedutologia. Se o teu objetivo é transar com o maior número de mulheres, então esse blog não é o ideal, pois a ética desse blog valoriza os relacionamentos e você só está preocupado em colecionar mulheres. Agora, se o teu objetivo é ter uma namorada legal, então leia a sedução tendo isso como foco e não o sexo casual com o maior número de mulheres! No final das contas, isso é uma decisão do homem. Porém, o homem que adota a ética do sexo, perdeu totalmente a credibilidade para criticar as mulheres, pois ele está afirmando valores que são compatíveis com todos os valores da promiscuidade feminina e do liberalismo sexual feminino.
Essa ética do sexo “imoraliza” os homens progressivamente. Depois de um tempo, você perderá totalmente a sensibilidade para relacionamentos. O homem “hipnotizado” pela sedutologia não suportará qualquer restrição sexual e a segurança dele dependerá exclusivamente do sucesso dele com as mulheres. Uma vez que a sedutologia falha, o mesmo homem entra em pânico. Não é incomum que muitos cafajestes tornem-se extremamente violentos e perigosos quando sofrem restrição sexual. O cafajeste é um homem de ego frágil e vive anestesiado por um poder ilusório. A segurança dele é a anestesia produzida pelo poder artificial. Muitos cafajestes possuem o dom da dinâmica social, mas também estão anestesiados por esse dom. Na medida em que o poder deles falha, o ego fraco deles explode em impulsividade destrutiva.
A sedutologia não educa ninguém. O homem jamais terá o controle das paixões deles através dela. Pelo o contrário, ele será escravo da ética do sexo e quando essa ética for frustrada por uma razão maior, ele poderá tornar-se uma pessoa violenta e ressentida. O homem viciado no sucesso ilusório não suporta perder esse sucesso. E a sedutologia vende um sucesso que não é garantido. O homem pode transar com várias mulheres, porém ele ficará refém de um padrão que ele conquistou e não aceitará viver abaixo desse padrão. O cafajeste é muito mais inseguro do que o homem desapegado, aparentemente mais limitado. O primeiro é escravo da ética do sexo, enquanto o segundo controlou as suas paixões. O primeiro entra em pânico quando perde o sucesso ilusório que conquistou e o segundo não tem medo de perder um sucesso que nunca o embriagou.
No Brasil, a principal sedução é ter poder. Por quê? Porque a desigualdade brasileira é forte e isso gera um contraste intenso entre os homens que possuem muito poder e os homens que possuem pouco poder. O poder do homem tem um destaque tão forte no contexto brasileiro que ele é muito mais valorizado do que o comportamento. Na verdade, o poder é a segurança do homem no Brasil. Não é a segurança plena, porque essa segurança o homem jamais terá diante da mulher. Porém, o poder é um patamar mínimo de segurança. O homem sem poder no Brasil vive na indeterminação pura e não tem segurança alguma. Ele poderá ser abandonado e traído a qualquer momento, porque ele não tem atributos de poder, as únicas coisas realmente importantes para as mulheres de hoje.
O poder do brasileiro é mais um fator não comportamental do que um fator comportamental. A mulher brasileira não se ilude com discursos e procura evidências práticas e não comportamentais do poder do homem. Ela quer mais um homem com carro e com uma boa profissão do que um homem extrovertido e engraçado, porém totalmente limitado financeiramente. Porém, homens extremamente acomodados e ingênuos podem destruir todas as vantagens do poder não comportamental. O comportamento não é o “principal” no Brasil, porém uma dinâmica excessivamente ingênua pode anular totalmente a função do poder não comportamental. Em outras palavras, o poder não comportamental exige um mínimo de coerência comportamental!
No Brasil, poder é moeda de troca imediata. Infelizmente é assim. Não estou escrevendo isso com orgulho. Porém ter algum poder é melhor do que não ter. Qual é o desenvolvimento masculino no Brasil? Primeiro, é ter desapego. Sem desapego, o homem não sobrevive no Brasil. O homem sem poder vai ficar nervoso, estressado e angustiado, porque ele não tem segurança alguma. Muitos homens estão apelando para violência, porque eles estão desesperados, uma vez eles são escravos das paixões e da ética do sexo. O brasileiro não tem para onde correr. Ou ele tem poder, ou ele surta, porque ele será desvalorizado totalmente na dinâmica social. Essa é a realidade dos brasileiros. O desapego vem antes de tudo. Se o homem é escravo da ética do sexo e não agüenta ficar um ano sem sexo, então ele não está preparado viver na sociedade brasileira de hoje. Ele não tem condições psicológicas de viver na sociedade atual. O homem é muito mais fraco psicologicamente do que a mulher, porque o psicológico do homem é totalmente destruído pela restrição sexual, enquanto a mulher convive bem com essa restrição.
Depois do desapego, o poder é fundamental. Mas o poder no Brasil é usado para afirmar todo tipo de imoralidade e isso infelizmente tem o consentimento das mulheres. Vivemos numa sociedade desigual, onde o homem que tem poder é imoral, porque não é limitado socialmente pelas mulheres e os homens que não possuem poder idealizam a imoralidade dos poderosos. O problema do poder é que ele corrompe facilmente e o homem fica facilmente inebriado com o sucesso ilusório que o poder traz. Mas não tem jeito, a segurança do homem brasileiro depende de um patamar mínimo de poder.
O homem de bom caráter hoje em dia tem que ter poder para sobreviver no Brasil e isso significa que ele tem que ter muito mais atributos valorizados pelas mulheres do que o cafajeste. Ele tem que ser mais rico, mais bonito e mais forte do que o cafajeste. Se ele não for assim, infelizmente o caráter dele será banalizado e a imoralidade do cafajeste será mais valorizada.
O que é o poder? Poder designa todos os atributos masculinos valorizados pelos “instintos” femininos. Exemplos desses atributos são: Beleza, riqueza, fama, status, profissão de prestígio, extroversão, corpo musculoso e definido. O homem tem que melhorar em todos esses aspectos para ganhar poder e conquistar o mínimo de segurança perante as mulheres. Mas cada um possui uma realidade diferente. Cada um tem limitações diferentes e precisa encontrar seus próprios meios de melhorar em todos os aspectos possíveis sem perder o desapego de vista e sem tornar-se um ser humano desprezível.
Outra coisa fundamental no poder, é que o poder permite uma dinâmica social com as mulheres mais relaxada. Ou seja, os alfas são muito relaxados com as mulheres porque o poder deles ameniza todas as falhas e limitações comportamentais deles. Enquanto o cara sem poder terá que ser o mago da dinâmica comportamental, o esforço do cara poderoso é significativamente menor. O poder permite que o homem fique menos estressado com as mulheres. O poder dá uma segurança ilusória, porém ele permite que o homem relaxe com as mulheres. Já o homem sem poder vive estressado, porque a dinâmica dele é muito mais paranóica. Ele precisará ter uma eficiência comportamental muito maior do que o alfa. Ganhar poder permite que você tenha menos estresse com as mulheres e possa desenvolver dinâmicas mais tranqüilas e mais saudáveis. O poder do homem alivia um pouco as exigências femininas e permite que o homem demonstre mais limitações comportamentais sem ser desprezado como um homem sem poder.
Este texto faz parte do projeto: Segunda das Relíquias Perdidas.
