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O Perigo da Revolta
#1
O Perigo da Revolta
(Postado por The Truth na Quarta-feira, 26 de março de 2011)

[Image: 584Vf1HS_t.jpg]


Hoje eu falar sobre o tema da revolta. O homem que sofre uma forte frustração amorosa geralmente fica revoltado. Num primeiro momento, a revolta é útil. Mas se a revolta se prolonga demais, ela se torna inútil. A revolta é um estado impulsivo que dura semanas, meses ou anos. 

Quando o homem descobre coisas “desagradáveis” sobre a natureza feminina, ele se revolta. Num primeiro momento, ele tinha fantasias românticas demais, que foram destruídas após uma forte decepção amorosa . Num segundo momento, ele está com tanta raiva das mulheres que se torna um cético “nervoso”, que interpreta tudo o que as mulheres fazem com raiva e rancor. A questão é que a revolta não é um processo de esclarecimento somente, mas uma alucinação progressiva. Assim como um remédio, a revolta possui uma dose saudável. Quando a revolta se prolonga, a dose se torna nociva. 

O homem revoltado descobre a verdade e exagera essa verdade continuamente. Em pouco tempo, ele cria um mundo paranóico de desvantagens. Tudo está contra ele, nada funciona, a felicidade é impossível e todas as mulheres são felizes e realizadas. O mundo lá fora parece belo. Todas as outras pessoas são felizes e ele é o único infeliz da estória. Esse mundo paranóico é conseqüência direta de uma revolta que perdeu o foco e se tornou inútil e desnecessária. Depois de um período de revolta, a verdade torna-se tão intensa e exagerada que se transforma numa ficção. 

A revolta precisa ser descontinuada, porque o objetivo dela é destruir fantasias ilusórias e inúteis, mas não construir outro mundo de fantasias ilusórias. Antes que você enlouqueça com a verdade, descanse a mente disso tudo. Evite as terapias coletivas. Evite as discussões de gêneros. Tudo isso produz alucinação e distorce a verdade progressivamente. A transição entre o mundo das ilusões e o mundo das verdades tem que ser feita de forma lenta. Muitos homens descobrem a verdade sem estarem preparados para ela, logo eles distorcem a verdade e entram rapidamente na fase alucinatória da revolta. A cura dessa fase alucinatória é tão difícil quanto a perda das verdades românticas. 

A revolta é o caso do homem que se choca com a verdade e entra numa fase de frieza e ceticismo. Ele adquire uma frieza glacial e perde o ânimo para qualquer tipo de relacionamento. Esse estado não deveria ser contínuo. Da mesma forma, o sistema imunológico não deve produzir anticorpos desnecessariamente. O homem revoltado continua produzindo anticorpos para uma “doença” que teoricamente já havia sido curada. 

Alguns homens saem de um mundo de ilusões para outro mundo de ilusões. Se o primeiro mundo é falso, o segundo é igualmente falso, pois esse segundo mundo é uma verdade distorcida. O exagero é tão perigoso quanto a mentira. Porque o exagero nos afasta da verdade da mesma forma que a mentira. O exagero parece ser menos perigoso, mas não é. O exagero combinado com a revolta torna os seres humanos paranóicos. 

O que fazer para evitar a alucinação? É fundamental manter a distância e o afastamento temporário daquilo que origina a revolta. O homem que não está preparado para lidar de forma saudável com a verdade precisa de um tempo para recuperar-se. Ele precisa digerir a verdade aos poucos. Imaginem um remédio. O remédio é tomado num intervalo de tempo para evitar o risco de intoxicação. A verdade em excesso intoxica. 

A verdade em excesso produz alucinação. Paradoxalmente, o blog produz acidentalmente esses efeitos indesejáveis. Nem o próprio autor escapa desses efeitos, porque lida o tempo inteiro com uma verdade potencialmente “alucinógena”. Quem escreve sobre o tema sofre muito mais riscos de intoxicação do que quem lê. Por isso, manter a mente na realidade e não criar um mundo delirante é também uma situação difícil para quem escreve sempre sobre as mulheres. 

Se você perceber que está ficando revoltado e não consegue sair disso, então pare de ler sobre esses assuntos de relação de gênero até se recuperar dos efeitos colaterais da descoberta da “verdade em excesso”. Pare de pensar em relacionamentos durante algum tempo e concentre sua vida em coisas menos estressantes, pois relacionamentos são estressantes. Tire um pouco o peso da obrigação de ter uma vida afetiva feliz a qualquer custo. Se você fica nervoso, estressado, com fantasias negativas sobre a vida, as mulheres e o mundo, então você não está bem e as verdades ditas aqui não estão de te fazendo bem, pelo o contrário, você está ficando revoltado e substituindo um problema por outro. 

O que estou dizendo é que os homens não podem querer entender tudo o que acontece no mundo de uma vez só. Eles precisam de um tempo para digerir a verdade e o processo acontece naturalmente em todas as atividades intelectuais. Ninguém faz uma faculdade em seis meses, porque ninguém consegue absorver tamanha carga de conhecimento. Os conhecimentos sobre o amor e as mulheres também exigem amadurecimento contínuo. Nenhuma pessoa entenderá a profundidade dessas questões se não absorver corretamente as implicações de cada coisa. Mas para interpretar corretamente o amor e as mulheres, é preciso absorver aos poucos os ensinamentos sobre estes assuntos. Quem tenta entender tudo de uma hora para outra, certamente criará uma teoria delirante sobre as mulheres e o amor. 

Não ser acomodado é diferente de ser revoltado. Tenha paciência com você, não tente consertar os erros que você cometeu de maneira afobada. O processo é lento. Ninguém cura uma doença com superdosagem. Alguns tratamentos são lentos e chatos, mas são necessários. A revolta é um sintoma da impaciência do homem que tenta resolver tudo de maneira desesperada. Tenha paciência para superar as frustrações amorosas aos poucos. Quem tenta resolver os problemas afetivos na base da afobação apenas comete mais erros e fica mais frustrado e revoltado. 

A revolta é um processo de intoxicação, porque ela é acumulativa e só pára quando o homem revoltado encontra um limite. O perigo da revolta é o homem substituir a tragédia de uma frustração amorosa pela criação de um mundo paranóico e negativista.


Este texto faz parte do projeto: Segunda das Relíquias Perdidas.
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