As pseudo-seguidoras de Nietzsche

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As pseudo-seguidoras de Nietzsche

(Por The Truth)

Nesse tópico vou ser bastante breve. Como se sabe, Nietzsche é um autor que está na moda. Está na moda principalmente porque causa do crescimento do ateísmo no mundo e também por causa da popularização da filosofia, graças ao ensino da filosofia nos colégios e nas faculdades. Contudo, vivemos na cultura do pedantismo, na qual os argumentos de autoridade são usados com frequência e a sabedoria consiste basicamente em interpretar melhor o que um guru cultural disse ou diz (quando esse guru é uma personagem midiática influente ainda viva). Para algumas pessoas, o que Nietzsche disse é verdade absoluta, mesmo que ele tenha cometido inúmeros equívocos ao longo da sua obra. Equívocos que só podem ser encontrados por um leitor perspicaz. A maioria irá apenas menear positivamente com a cabeça, enquanto lê.

A cultura de massa é ridícula porque consegue em si mesma ser uma alternativa crítica apenas a nada. Exemplo disso, é que a cultura de massa faz de Nietzsche uma suposta alternativa à religião, mas as pessoas o citam sem entender as consequências desse pensamento, como se ele flutuasse sobre o nada. Isso é comum, porque simplesmente é mais fácil repetir do que pensar e no Brasil, tudo o que se faz é repetir e imitar, com raras exceções.

Por pior que seja o uso que se faça de Nietzsche atualmente, ele continua sendo um bom filósofo, não por causa de sua popularidade atual, porque se dependesse disso ele seria o pior de todos os filósofos, mas devido às questões importantes que ele colocou. Apesar das críticas ácidas ao cristianismo, a obra de Nietzsche não é necessariamente o resultado de uma crise emocional, nem somente um conjunto de desabafos enervados. Na verdade há em Nietzsche um irracionalismo racionalizado, crítica que também é feita a outros autores do século XX. Alguns conceitos chamam a atenção, principalmente o eterno retorno e o amor fati. Mas lembrem-se que esses conceitos não foram sistematizados por Nietzsche, esse processo foi feito por intérpretes da obra dele que recolheram citações.

Sobre o amor fati, Nietzsche disse:

“Minha fórmula para a grandeza no homem é amor fati: não querer nada de outro modo, nem para diante, nem para trás, nem em toda eternidade. Não meramente suportar o necessário, e menos ainda dissimulá-lo – todo idealismo é mendacidade diante do necessário –, mas amá-lo...” (Ecce Homo Porque sou tão esperto!).

O que é espantoso nessa frase é que muitas pessoas que seguem Nietzsche e usam Nietzsche o tempo todo, vivem entrando em contradição. Elas dizem que são nietzcheneanas, mas no fundo são apenas parasitas de saber, que se escondem atrás de um autor pra esconder inseguranças e a fragilidade do pensamento delas.

Mas espantoso que isso, são as mulheres que usam Nietzsche pra afirmar umarevolução sexual. Elas citam Nietzsche de boca cheia, citam passagens de "Assim Falou Zaratustra" e outros textos pra afirmarem a devoção que elas tem ao corpo. Muitas mulheres usam Nietzsche, numa cruzada anti machismo, mas a única coisa que elas conseguem transparecer é hipocrisia.

Os verdadeiros seguidores de Nietzsche jamais vão negar o desejo deles e nem o passado deles. E afirmar o passado é para Nietzsche não negar nada do que foi feito, seja isso um erro ou não. Eu fico pensando: por que as mulheres nietzscheneanas mudam ou se tornam hipócritas?

A verdade é que muitas mulheres nietzscheneanas são hipócritas. Poucas possuem a coragem de afirmar o passado depois de um período de glória, após uma promiscuidade intensa. As mulheres infelizmente, em matéria de discurso e prática, vivem entrando em contradição. Vou relembrar às mulheres a passagem citada: "amor fati: não querer nada de outro modo, nem para diante, nem para trás, nem em toda eternidade." Não é preciso mais do que algumas poucas situações pra que as mulheres mudem radicalmente o discurso! A mesma menina que usava Nietzsche pra defender o uso ilimitado do corpo, será a mesma que pregará a virtude da alma anos depois. Essa negará seu passado e mentirá sobre sua vida apenas pra manter uma credibilidade falsa diante de um potencial parceiro de longo prazo.

A questão que fica e que me fez meditar sobre isso é: por que as mulheres defendem uma coisa que elas irão negar depois? Elas frequentemente mentem sobre a promiscuidade que viveram, frequentemente inventam virtudes que nunca tiveram! Ou seja, se a mulher quer ser promíscua, então que tenha coragem de assumir isso por toda a eternidade e tenha coragem de não negar o passado, independente de qualquer circunstância. Elas dizem que mentem sobre o passado porque ficam com medo do machismo dos homens! E quando lucravam com a promiscuidade, por que não tinham medo do machismo?

Praticamente não existe nenhuma mulher realmente coerente pra dizer que segue o pensamento de Nietzsche. Qual é a mulher que assume o amor fati?

A verdade é que a mesma mulher que se diz nietzscheneana nega seu passado muitas e muitas vezes em pouquíssimo tempo e nega principalmente o desejo que ela costumava a afirmar com toda a segurança do mundo.

Na cultura de massa, a relação com o saber se dá por parasitismo. As mulheres usam os filósofos quando querem e os desprezam logo depois, quando é igualmente oportuno. É claro que esse não é um comportamento exclusivo das mulheres, mas hoje destaquei principal essa moda intelectual feminina incoerente.

Este texto faz parte do projeto: Segunda das Relíquias Perdidas.