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[DEBATE] Escola particular vs escola pública
#41
o conhecimento científico e o artistístico não são antagônicos. Um não exclui o outro necessariamente. Podem ser complementares. A arquiteta é um exemplo disso. A modernidade também. A pintura, por exemplo, que antes da fotografia e da rev industrial tinha compromisso com a realidade, com a perspectiva renascentista (to falando de forma grosseira, inclusive, tudo aqui é dito sem compromisso acadêmico).
Após a rev industrial e a invenção da máquina fotográfica, a arte se torna mais abstrata, e isso se evidencia mais com as vanguardas modernas, que muitas, enaltecem a maquina e etc.

São exemplos de artes que fizeram parte de um tempo. Que se justificam pelos acontecimentos históricos e anseios de cada época. O desenvolvimento industrial, a gradual transferência do grosso da população do campo para a cidade (divisão do trabalho), entre outros fatores históricos e técnicos refletem na arte. A arte nos ajuda a compreender quem somos e onde estamos. Uma coisa não anula outra.
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#42
Melhoramos, mas ainda tá fraco. Já temos contribuições icônicas, bora fazer disso aqui algo legal, tá ficando bacana a discussão.

Você fala de colonialismo, mas isso de novo é lógica antagônica de classes pois presume que existem só dois tipos de países no mundo: os colonizadores e os colonizados.

O problema a meu ver é que essa lógica é simplista demais. Não é assim que o mundo funciona, povos migram pra lá e pra cá e há diversos conflitos bélicos e culturais o tempo todo. Essa lógida de colonizador / colonizado é uma ladainha sem tamanho. Na pressa para definir os opressores dos oprimidos (para logo achar os vilões e questionar o status quo, evidente) rapidinho começam a aparecer os vilões: Eurocentrismo, Coroa Inglesa, Imperialismo americano. Que merda, já diria o Alborghetti. Todo dia uma merda...

Essa lógica só favorece quem quer reivindicar alguma coisa. Rapidinho o português vira escravizador, sendo que ele nem começou com a porra da escravidão, nem foi quem mais fez, e ainda foi um dos primeiros a acabar (é só um exemplo hipotético). Pregam aquele besteirol falacioso de que português levou riqueza e por isso somos miseráveis, mas esquece de toda a contribuição e herança cultural riquíssima que recebemos.

Eurocentrismo? Daí vem o povo com "indigenismo" como se fosse "a verdadeira" identidade nacional pois eles estavam aqui primeiro, ou com identidade negra que nem esse mérito tem como algo mais verdadeiro. Besteira da maior espécie. Vivemos num ambiente de sincretismo, de miscigenação. É óbvio que uma cultura superior que vai englobar as outras(e sim, existe cultura superior sim na escala civilizacional, não estou julgando mérito artístico ou estético).

E na verdade isso É NECESSÁRIO para que haja coesão e paz, caso contrário vira uma merda fraturada e guerra civil se torna inevitável. Tá vendo aí a invasão islâmica batendo na porta de vários países, que não conseguem absorver imigrantes pois eles se recusam a se integrar na cultura local? Japão e outras países ultra fodidos em décadas passadas estão dando lição aí em tempo de pandemia por que a união e uniformidade da cultura deles está se pagando, eles tem senso de unidade, ao contrário de um Estados Unidos e dessa briga besta deles que os esquerdistas estão tentando trazer pro Brasil.

E nem vou falar sobre nações no geral pois é um saco misturado de muitas coisas. Há colônias e países fortemente influenciados culturalmente por outros que se deram muito bem, outros que não. De novo, é tudo muito mais complexo do que essa lógica preto e branca de oprimido-opressor. Pra mim essas ideologias são vis não por apontarem dominação onde há: em certas facetas ela existe de fato. Mas sim por todos os 99% dos casos onde ela está errada ou na melhor das hipóteses é uma análise incompleta.

É a mesma questão do masculinismo aqui. NA aponta por motivos X e Y que o homem deve liderar a relação (principalmente pelo seu poder de proteção, provisão, maior estabilidade emocional média, etc.). Liderar não é mandar, não é oprimir, não é ser autoritário. É uma questão de necessidade. Essa é uma relação onde uma parte precisa da outra, não uma de dominação. É que nem os peixes na barbatana do tubarão, os dois precisam estar em simbiose. Agora o peixe não pode viver de reclamar o tempo todo pra que lado o tubarão nada. Questionar demais as relações sem procurar entender o motivo que elas existem em primeiro lugar é o erro maior dos esquerdistas que se acham especiais e que queriam ter nascido tubarões, mas que não enxergam as desvantagens de ter que gastar sua energia nadando sem parar pra conseguir trazer alimento pra ambas as partes.

Se eu sou tecnocrata? Talvez eu seja. Mas acima de tudo defendo os valores civilizacionais mais básicos que ainda mantem esse barraco chamado Brasil em pé. As poucas coisas em comum que ainda nos unem. A gente tá ruim, mas pode piorar. Isso aqui precisa de uma reforma cultural e é pra ontem. A educação é uma delas, e com muito ou pouco Paulo Freire, isso já se mostrou que não vai pra canto nenhum. A gente não tem que virar brincando de bem-me-quer, mal-me-quer com opressores e oprimidos, procurando justificar nosso fracasso patético e sim criar vergonha na cara para aprender o que há de melhor no mundo pra ajudar a gente a resolver nossos problemas e sair desse buraco. E claro, é preciso de união. É nossa única chance.

Olha, tem muitos assuntos interessantes pra pegar aqui e discutir, não vou ter como lidar com todos. Mas desejo aos presentes uma boa discussão.
Citação:“Fortuna Perdida? Nada se perdeu... Coragem perdida?
Muito se perdeu... Honra perdida? Tudo se perdeu...”

(Provérbio Irlandês)
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#43
eu tb to de saco cheio dessa discussão

hj é sexta e tal

mas fica ai as msgs pra todos lerem e tirarem suas proprias conclusões
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#44
(17-12-2020, 06:18 AM)lokoman Escreveu: Após a rev industrial e a invenção da máquina fotográfica, a arte se torna mais abstrata, e isso se evidencia mais com as vanguardas modernas, que muitas, enaltecem a maquina e etc.

A abstração e a distorção forçada do conceito de "arte" não foram coincidências, e para variar um pouco, sofreu influência direta do pensamento revolucionário e marxista.

Reitero minha recomendação do documentário de Sir Roger Scruton, chamado "A Beleza Importa". Ele explica muito bem este fenômeno.
Um homem com escolhas é um homem livre.
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#45
obrigado pela recomendação. Vou assistir quando sobrar um tempo.

Outro fator fundamental para se ressaltar era o tipo de gente que consumia arte antes e depois "da influencia marxista".


Edit

so pra complementar, porque eu gosto muito desse assundo de estética, existia na academia Européia muitas discussões no século XIX questionando a industrialização... Temos o Arts and crafts, que era um movimento ingles, liderado por Ruskin, que batia na tecla de que tinhamos que "voltar um pouco e valorizar o artesanato" e também tiveram o art nouveau e o art decó, sendo o primeiro uma estética que tentava buscar a natureza, mas com recursos industriais de certa forma; e o segundo pode ser visto como um protomodernismo. É claro que dependendo do autor, esses termos mudam. Mas é importante ressaltar que a arte (do ponto de vista acadêmico) no Séc XIX estava saturada com o modelo estético greco romano.

Eu acho esse assunto muito foda Gargalhada
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#46
Ironicamente, veio do país derrotado na lww, a Alemanha, a escola arquitetônica e construtiva que melhor ''entendeu'' a necessidade de obras mais simples, funcionais, que a Europa precisava naquele período de reconstrução.

Talvez a Bauhaus tenha sido a maior influência estética desse século XX, que perpassou também às linhas do veículos, que migravam da madeira (mais artesanal) para monoblocos e carrocerias em aço estampado.

Do lado norte-americano o Fordismo atendeu a essa necessidade de viabilizar economicamente mercadorias novas, simples, de construção simples e com preços competitivos.

O primeiro terço do séc. XX era, de fato, muito promissor. É de lamentar que o Brasil tenha esperado tanto pra se modernizar - e quando o fez foi muito por constrangimento dos Estados Unidos, que tinham que expandir seus mercados para além da Europa Ocidental.

Senão esse imenso país seria um fazendão - de certo modo ainda o é, mas era só isso - até hoje.

"Só os canalhas precisam de uma ideologia que os absolva e justifique." (Rodrigues, Nelsson)
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