06-09-2020, 06:28 PM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 09-09-2020, 07:42 PM por Bastardo.)
Citação:Com o objetivo de trazer conteúdos para essa casa e enriquecer cada vez mais, trarei alguns post de alguns da blogosfera Realista na qual não consta nesse fórum. E como já existe um projeto para tal, o Projeto das Relíquias Perdidas, deixarei ele como parte do projeto. Informo ainda, que o texto foi editado tirando as partes na qual foi direcionado para o blog ou local de escrita do presente autor. Resaltando mais uma vez que o presente texto foi adaptado para o fórum, deixando poucas referências feitas no texto ao seu original, bem como alterado as imagens da época pois não encontrei as mesmas. O nome do autor se encontrará sempre ao final do tópico e se for usuário desta casa o marcarei. Obs: O tópico não é para ser feita criticas ao autor por outros motivos já debatidos nessa casa, favor atentar-se ao conteúdo do artigo e se houver qualquer tipo de critica que seja por essa postagem.
Seja o melhor que você puder ser
Com esse artigo, também começo uma nova "série", ou tag, ou tópico para artigos do mesmo assunto. Essa série decidi chamar Homens de Valor. Por que Homens de Valor? Porque nessa série eu vou dar exemplos de homens que se superam no quesito desenvolvimento pessoal e nos servem como bons exemplos à seguir.
Eu estou ciente que falta na nossa sociedade apoio aos homens. É isso mesmo. As mulheres tem os apoios de umas com as outras, são mais protegidas por lei que os homens e são consideradas como o "sexo frágil" (grande bobagem). Ou seja, a sociedade não julga duramente se uma mulher tem dificuldades para achar seu caminho na vida. Mas infelizmente julga os homens. Nós sempre temos que saber o caminho, temos sempre que saber o que estamos fazendo. Temos que ser rochas. Temos que ter sucesso para ser respeitados e não sermos invisíveis. Não temos o direito de nos sentir deprimidos e tristes, de sentar, levar as mãos ao rosto e chorar. Os homens por medo de serem julgados pelos próprios homens, geralmente não tem com quem se abrir, pedir um conselho, reclamar. Muitos homens não tem uma boa figura paterna para seguir. Nós somos obrigados a engolir sapos e ficar quietos, firmes, porque é isso que esperam de nós. A sociedade espera que façamos tudo sozinhos e tiremos coelho da cartola a cada momento.
Existem sim movimentos masculinistas como a Real (do qual participo), como o MGTOW (Men Going Their Own Way), entre outros, que aconselham os homens em tudo, onde os homens se ajudam e se aconselham. Algo dedicado apenas para os homens. Já escrevi alguns artigos apenas para aconselhar nossos irmãos de bunda peluda, como os artigos sobre marriage strike/casamento. Mas como sempre digo, o negócio é focar no desenvolvimento pessoal, mulher nunca deve ser fim nem objetivo na vida de um homem.
E que as leitoras do PFL (Ex blog do Rover) não me levem a mal. Não sou machista e nem misógino. Acho que o conteúdo do blog tem muita coisa para ajudar ambos os homens e as mulheres, mas vocês mulheres tem muito lugar onde procurar ajuda e conselhos. Nós não temos.
Como primeiro artigo dessa série, quero destacar dois homens que admiro, dois atores. Sim, eles são celebridades, são ricos e famosos. Mas quer saber? Eles merecem ser, porque eles são absolutamente mestres no que fazem, que é atuar. São muito talentosos, é claro. Mas o que faz com que eles estejam no topo de suas profissões é o esforço e trabalho duríssimo que colocam em cima, não dependem apenas do talento. E eles é que serão nossos dois exemplos aqui.
Daniel Day-Lewis
Com certeza muitos que leem aqui (BLOG) conhecem Daniel Day-Lewis. Ele simplesmente é vencedor de três Oscars de melhor ator em papel principal, e é o único por enquanto. Você com certeza também já viu muitos filmes onde ele atuou. Mas não é dos prêmios (merecidos) que ele recebeu que quero falar.
Quero falar da ética de trabalho dele. Daniel é o chamado "method actor". O sistema do method actor foi criado por Lee Strasberg que foi ator, diretor e professor de atuação. Resumindo, esse sistema exige que o ator viva o momento da atuação como verdade. Isso inclui muitas técnicas diferentes. Algo que não vou explicar porque não é minha área, não manjo nada de atuação.
Mas é por ser um method actor que ele eleva seus níveis de trabalho e preparação à patamares muito elevados. Vamos ilustrar isso um pouco com o tipo de preparação que ele fez para alguns dos seus filmes.
A Insustentável Leveza do Ser (The Unbearable Lightness of Being de 1988)
Para esse filme, Daniel Day-Lewis aprendeu tcheco e agiu como o personagem dele no filme por todos os 8 meses da filmagem. Dentro e fora do set. Por 8 meses ele deixou de ser ele e agiu como Tomas, seu personagem. O cara aprendeu um novo idioma (um que é difícil de aprender) para gravar um filme.
Meu pé esquerdo (My Left Foot de 1989)
Enquanto ele deu vida ao poeta irlandês Christy Brown, que era deficiente e viveu numa cadeira de rodas, não saiu da cadeira de rodas e a equipe das filmagens tinha que carregá-lo de um lado para outro. Por causa disso, acabou fraturando duas costelas. Ele também fez com que todas as suas refeições fossem dadas para ele em uma colher, direto na boca. Ganhou um Oscar por essa atuação.
O Último dos Moicanos (The Last of the Mohicans de 1992)
Para se preparar para esse papel, ele aprendeu sozinho a viver como um sobrevivencialista e aprendeu a caçar animais para comer. Ele se recusava a comer qualquer coisa que não fosse caçada por ele, seja com seu mosquete ou com seu tomahawk (machado indígena), ambos dos quais ele aprendeu a usar de forma precisa. Ele também aprendeu a construir canoas.
Época da Inocência (The Age of Innocense de 1993)
Para se preparar pra esse papel, um cavalheiro dos anos 1870, ele simplesmente se hospedou no Plaza Hotel em New York, usando o nome do personagem, e andou vestindo as roupas de época pela cidade e no seu dia a dia durante as filmagens.
Em Nome do Pai (In The Name of The Father de 1993)
Para poder parecer real no papel de um homem condenado injustamente, ele dormiu muitas noites numa solitária gelada na prisão abandonada onde filmaram o filme. Para fazer a cena de interrogatório do filme, ele ficou acordado três dias seguidos. E pediu para que o staff das filmagens jogasse água fria e ficasse sempre xingando ele, para que a experiência de um prisioneiro do IRA (Exército Republicano Irlandês - grupo terrorista) fosse o mais realista possível.
As Bruxas de Salém (The Crucible de 1996)
O cidadão simplesmente não tomou banho durante toda a duração da filmagem. Para poder perceber como era viver no Século XVII, como era a higiene pessoal naquela época. Ele também construiu a casa em que o personagem dele viveu no filme e ajudou a montar o set de filmagens. Pra finalizar ele ficou vivendo alguns dias na casa em que construiu. Não tinha nem água nem energia elétrica na casa.
O Lutador (The Boxer de 1997)
Ele não apenas treinou forte na academia como treinou todos os dias por um ano e meio com o antigo campeão peso pesado Barry McCuigan, para se tornar um boxeador de nível profissional. E chegou ao extremo de auto tatuar a próprias mãos, com agulhas e tinta.
Gangues de Nova Iorque (Gangs of New York de 2002)
Para o papel de Bill, the Butcher (Bill, o açougueiro), Day-Lewis teve lições em açougue para aprender a cortar carnes. No set ele permanecia dentro do personagem. Afiava suas facas entre as tomadas, falava com o sotaque carregado da Nova Iorque da época e decidiu que não ia usar nenhuma roupa quente (o filme foi gravado no inverno) porque segundo ele, não era assim na época. Isso fez com que ele pegasse pneumonia. Ele recusou os tratamentos modernos e exigiu que o tratassem a moda da época, mesmo correndo riscos. Maluco? Talvez. Mas não saiu do papel.
O Mundo de Jack e Rose (The Ballad of Jack and Rose de 2005)
Esse filme foi dirigido pela mulher dele, Rebecca Miller. Ela ofereceu o papel principal pra ele. Ele aceitou e imediatamente saiu de casa. Para poder viver a solidão e isolamento do personagem, abandonou a mulher e foi morar sozinho durante as filmagens (voltou pra casa depois, é claro).
Sangue Negro (There Will be blood de 2007)
Para começar, o ator coadjuvante decidiu abandonar o filme, pois ele não conseguiu lidar com o Day-Lewis em seu papel em tempo integral (na frente e atrás das câmeras). O cara substituto, Paul Dano, levou boladas de boliche de verdade em uma das cenas. E por fim, Daniel aprendeu a usar equipamento de extração de petróleo real para o filme.
Lincoln de 2012
Ele exigiu que todos no set, incluíndo o Steven Spielberg, que o chamassem de "Sr. Presidente" e não deixou que os atores ingleses falassem com ele com seu sotaque britânico (Daniel Day-Lewis também é britânico), para não prejudicá-lo em acertar a voz que Lincoln teria.
Bom, o Daniel Day-Lewis é realmente um cara que leva o seu trabalho ao extremo, talvez até além do limite da sanidade. Eu diria que até as vezes de maneira perigosa para a própria saúde, mas não dá pra deixar de admirar o cara. Ele é uma pessoa que faz as coisas da melhor maneira possível, ele se dedica o máximo que consegue. Desde 2012, quando filmou o Lincoln, não fez outro filme. Talvez esteja se preparando pra outro projeto, pois eu não duvidaria que ele pararia por vários anos para se preparar pra um único filme.
Agora vamos falar de outro ator. Este não é extremo como o DDL. Mas é igualmente talentoso e um cara que trabalha extremamente duro pra ser bom do jeito que é.
Anthony Hopkins
Sir Anthony Hopkins é um grande ator, todos nós sabemos disso. Ele é um homem de vários talentos, não é apenas ator como é compositor
Só a cara de louco assassino que ele consegue fazer como Hannibal Lecter já faz por merecer o salário milionário.
Mas vamos voltar para a profissão pela qual ele é conhecido. Ele não faz os "malabarismos" de preparação do Daniel Day-Lewis, mas quando recebe um script em que se interessa, lê esse script entre 150 e 200 vezes. É isso mesmo que você leu. Imagine que ele tivesse participado dos filmes do Senhor dos Anéis, que provavelmente teve scripts gigantescos (aliás, quase todo filme tem um script gigante). Bom, ele teria lido tudo aquilo mais de 100 vezes até conhecer e memorizar cada parte do conteúdo.
Ele é famoso por gravar suas cenas apenas uma vez. Isso pode ser problemático para alguns atores e diretores, mas é o preço a pagar pra ter Anthony Hopkins no seu elenco. Simplesmente porque quando ele chega lá pra trabalhar, já sabe suas falas e as falas dos outros atores, além disso já está totalmente preparado para fazer reagir emocionalmente como cada cena pede. Ele não precisa que o diretor diga para ele como agir, já que conhece o personagem e o scrip de trás para frente.
Então esses dois caras são os exemplos de hoje. Agora você deve se perguntar:
"Mas você quer que eu vire ator, Rover?"
Não, claro que não. Caso você queira, ótimo, vá ser ator, é uma boa profissão. Mas não é esse o ponto aqui.
O que quero dizer é que você deve trabalhar duro, pra ser o melhor que puder ser no que faz. Esses dois atores são ótimos exemplos de trabalho duro, dedicação. Bruce Lee (que também era ator) dizia que não existem limites para o que podemos fazer. Existem patamares, platôs. Uma vez que atingimos esses patamares, devemos continuar trabalhando para melhorar e atingir a próxima plataforma.
"Ah Rover, mas pra que eu vou querer melhorar no que eu faço? Eu odeio meu emprego, só faço isso por causa do dinheiro mesmo."
Se você chegou nesse ponto, é melhor começar a pensar em fazer outra coisa
Sim, compreendo. Mesmo com a parada que dei de escrever no blog, ainda continuo recebendo muitos emails de pessoas (na sua maioria homens) me contando como estão sem rumo na vida e odeiam o que fazem.
Sabe o que eu digo para eles?
A mesma coisa que vou dizer aqui agora. Trabalhar é algo que você vai ter que fazer na vida. Mesmo que você nasça em berço de ouro, extremamente rico e sem precisar trabalhar, uma hora você vai querer iniciar um projeto, algo pessoal, algum tipo de trabalho. Na vida você vai ter três caminhos. Ou você vai trabalhar com algo que gosta, ou algo que não gosta ou algo que suporta, mas largaria quando pudesse. Se trabalhar com algo que gosta e for extremamente sortudo, um ponto fora da curva, você vai ganhar muito dinheiro com isso. Se não for tão sortudo, vai trabalhar com algo que te completa como pessoa, mas não traz retorno financeiro. Por outro lado a grande maioria trabalha com algo que odeia, mas trabalha porque precisa do dinheiro pra sobreviver. E temos aqueles que trabalham em algo que suportam apenas, mas não hesitariam em largar isso. Acho que eu faço parte desse grupo.
O que eu sempre digo pra esse povo sem rumo no email é o seguinte: Se você não trabalha em algo que gosta, se você odeia seu trabalho ou apenas o suporta, então que ele dê dinheiro. Se você faz o que gosta mas não está ganhando dinheiro o suficiente, talvez seja porque você ainda não é bom o suficiente pra merecer uma recompensa financeira melhor. Trabalhe duro para melhorar, seja lá o que você faz.
"Ahh Rover, mas eu odeio meu trabalho e ele paga pouco, salário de fome."
ENTÃO PEÇA DEMISSÃO FILHO DA PUTA!
Vai vender pastel na feira. Vai vender cachorro quente na porta da faculdade. Abra um negócio. Procure outro emprego. Vire pedreiro. Tente outra coisa. Se seu emprego é uma merda e te paga pouco, oras caralho, procure outro emprego merda que pague mais ou vá fazer o que você gosta, já que é pra receber um salário merda, então pelo menos trabalhe com algo que é prazeroso pra você. Você trabalha de terno e gravata num escritório fazendo planilhas de Excel o dia todo pra ganhar R$ 2 mil por mês, levar esporro do chefe e está de saco cheio? Sim, isso é uma merda. Vá vender pipoca no parque. Deve ser uma merda também, mas com certeza você vai tirar mais do que R$ 2 mil e vai mudar de ares.
Bem melhor, não? Seu trabalho tem que ter um sentido. Se você não o faz porque gosta, então tem que ter outro tipo de recompensa. Se você conseguir aliar as duas vantagens num só, ótimo, mas se não conseguir, você PRECISA ganhar de um lado. Não dá pra perder dos dois. Se você faz isso, ESTÁ JOGANDO SUA VIDA NO LIXO. E o que você faz realmente não importa muito. Só é preciso que você tenha uma motivação e disciplina para fazer. Como eu disse em muitos artigos passados, é preciso ter OBJETIVOS na vida. Tenha SONHOS, METAS À CUMPRIR.
Se o seu trabalho não é um desses objetivos, sonhos e metas, que ele seja uma ferramenta que vai te ajudar a realizá-los. E procure se tornar o melhor que puder no que você faz. Porque quando você se torna muito bom em algo, mesmo que não goste desse algo, será recompensado. Eu sei disso, porque mesmo não morrendo de amores pelo que eu faço, me tornei muito bom nisso e agora estou colhendo os frutos do esforço. Faça o mesmo.
Autor: @Mr. Rover
Passei, vi e, ao contrário deles, venci.