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Dostoiévski - O Eterno Marido
#1
Resolvi ler o livro do titulo por pura curiosidade, queria ver como um escritor renomado descreveria um marido, e me deparo com os seguintes trechos que me fizeram arregalar os olhos.

Citação:Nenhum facto era capaz de a levar a consciencializar a sua depravação. "Pelos

vistos, acredita sinceramente na sua virtude"—pensava Veltchanínov ainda em T...
(Observemos, a propósito: ele próprio era participante dessa depravação.) "É uma
daquelas mulheres—pensava Veltchanínov—que parecem ter nascido para ser
infiéis. Tais mulheres nunca perdem a inocência em solteiras: a sua lei da natureza
exige que se casem para tal. O marido é o seu primeiro amante, mas só depois do
casamento. Ninguém sabe casar-se com mais facilidade e esperteza do que elas.
Quando a seguir surge um amante, a culpa é sempre do marido. E tudo acontece
com toda a sinceridade: estas mulheres sentem-se sempre com razão e, claro,
absolutamente inocentes."(Pagina 29 Terceiro Paragrafo)
 
Veltchanínov estava convencido de que existia, de facto, este tipo de mulheres e,
também, de que existia o tipo correspondente de maridos, cujo único destino seria
precisamente o de corresponder a este tipo feminino. Na sua opinião, a essência de
tais maridos consiste em serem, por assim dizer, "eternos maridos" ou, melhor,
serem na vida apenas maridos e mais nada. "Um homem assim nasce e desenvolvese
unicamente para se casar e para, depois do casamento, se tornar imediatamente
num apêndice da sua mulher, mesmo no caso de ter um carácter individual
incontestável. A principal característica deste marido é um enfeite bem conhecido.
Não pode deixar de ser cornudo, do mesmo modo que o sol não pode deixar de
brilhar; mas não só nunca sabe disso, como também, de acordo com as leis da
própria natureza, é incapaz de sabê-lo." Veltchanínov(Pagina 29 Quarto Paragrafo)

O que me fez arregalar os olhos não foi de fato o que foi dito, mas a época, é impressionante como achamos que as coisas mudaram com o tempo, mas na realidade, não mudaram tanto assim.
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#2
O mundo é mundo desde sempre, o problema da geração atual, globalizada e conectada graças a tecnologia é a velocidade.

Antes para trair, era necessário todo um processo desde o flerte com o candidato a amante, até a oportunidade de consumar o ato e as conversas que se limitavam a poucas conversas olho no olho e, no máximo, através de cartas.
A facilidade contemporânea para o adultério e infidelidade apenas trouxeram à tona toda a podridão feminina que SEMPRE existiu (lado obscuro). Os estudos presentes aqui no fórum são atemporais, ou seja, se aplicam ao passado, ao presente e tendem a se acentuar no futuro.
Um homem com escolhas é um homem livre.
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#3
(15-06-2018, 07:43 AM)Gorlami Escreveu: O mundo é mundo desde sempre, o problema da geração atual, globalizada e conectada graças a tecnologia é a velocidade.

Antes para trair, era necessário todo um processo desde o flerte com o candidato a amante, até a oportunidade de consumar o ato e as conversas que se limitavam a poucas conversas olho no olho e, no máximo, através de cartas.
A facilidade contemporânea para o adultério e infidelidade  apenas trouxeram à tona toda a podridão feminina que SEMPRE existiu (lado obscuro). Os estudos presentes aqui no fórum são atemporais, ou seja, se aplicam ao passado, ao presente e tendem a se acentuar no futuro.

De fato, mas mesmo assim me impressionei com a assertividade do que foi falado em um livro do século XIX, por isso é bom ler livros antigos, você consegue ver as coisas como elas são, pois o que é atemporal, cedo ou tarde, será relatado nesses livros também.
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#4
Está surpreso por ver a Real sendo metida em um texto do século 19?
Certamente você não conhece o Velho Testamento, que já metia a Real a mais de 2000 anos atrás. E não é por acaso que autores bíblicos escreveram esses textos.
Segue o link: Compilação de Textos Bíblicos Realistas - UP NO POST!
Spoiler Revelar
A morte é certa, a vida não.      [Image: tumblr_mgk3h53KQS1rqv473o1_1280.jpg]
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#5
A diferença da geração atual não é a ausência do comportamento: neste caso a promiscuidade, ela sempre existiu.

O problema hoje é a promoção da promiscuidade como virtude moral e a justificação dos comportamentos promíscuos a partir do ponto de vista de uma naturalidade fisiológica.

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#6
(15-06-2018, 01:28 PM)Fernando_R1 Escreveu: A diferença da geração atual não é a ausência do comportamento: neste caso a promiscuidade, ela sempre existiu.

O problema hoje é a promoção da promiscuidade como virtude moral e a justificação dos comportamentos promíscuos a partir do ponto de vista de uma naturalidade fisiológica.
Isso já aconteceu em outras oportunidades no passado. Gregos, Romanos, Egípcios, Mesopotâmios, entre outros. E qual a consequência da depravação para tais civilizações? Ruína! Desapareceram. Cabe todo um artigo sobre isso, que não vem ao caso, mas a médio prazo, é o futuro certo do ocidente que perde seus valores morais.
Um homem com escolhas é um homem livre.
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#7
Navalha chegou como um ze boceta filho da pita juvena.
Com sua análise torna se o realista ideal cara que tolera ler. Algo exemplar.
Encara a sua leituras com homidade.
Dostoiévski pagou pau.

Ganhou meu respeito e admiração
Queria eu ter essa coragem.
Força e honra.
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