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[PSICOLOGIA] O Complexo de Édipo
#1

   


[Image: c3a9dipo.jpg]


             
            O mito de Édipo Rei, originou o famoso “Complexo de Édipo”, o livro escrito por Sófocles, é considerada a maior tragédia do teatro grego, por reunir elementos daquela cultura e também pelo texto, brilhantemente escrito, que faz com que o leitor se envolva com a narrativa.


            O mito Édipo Rei conta a história do rei Laio, marido de Jocasta, que após uma consulta aos oráculos, lhe é revelado que seu filho o matará e se casará com a rainha. Para evitar o parricídio e o incesto, Laio ordena ao seu servo que abandone a criança no alto da montanha com os pés amarrados. Porém, o servo do rei fica comovido e decide entregar a criança a Polípio, rei de Corinto, para que ele e sua esposa Mérope cuidem dela.

             
         E assim é feito, Polípio leva o menino para sua casa e lhe dá o nome de Édipo. Passam-se os anos e Édipo, em uma curiosa consulta aos oráculos, descobre que ele matará seu pai e se casará com sua mãe.


            Sem saber que Polípio e Mérope não são seus pais biológicos, Édipo decide sair de Corinto, pensando que assim, evitaria a consumação das profecias oraculares.


          Na fuga de Corinto, Édipo é atacado pela tropa do rei Laio e, em legítima defesa, acaba matando o rei. Édipo chega à Tebas, vence a esfinge, se torna tirano e casa-se com Jocasta, ou seja, desconhecendo a sua história, Édipo vai ao encontro do seu trágico destino: mata o próprio pai e casa-se com a mãe.


[Image: edipoesfingevaticano.jpg]



         A tragédia de Sófocles, por sua vez, inicia-se com Tebas sendo atingida por uma peste, e Édipo sendo suplicado pelo sacerdote para que descubra o motivo pelo qual o terrível mal está atingindo àquela terra. Édipo, como rei, já havia enviado seu cunhado Creontes para consultar os oráculos.  Creontes retorna a Tebas com a seguinte notícia: para que Tebas se libertasse daquela praga, o assassino do rei Laio, tinha que ser descoberto e expulso da cidade.


           Após a revelação de Zeus, Édipo se compromete, perante os tebanos, descobrir o assassino do seu antecessor e expulsá-lo de Tebas. Nessa busca pelo responsável por tirar a vida do rei Laio, Tirésias, o sacerdote, revela após Édipo muito insistir: “Afirmo que és o matador buscado”. Com essa revelação de Tirésias, Édipo acusa-o de ser cúmplice de Creontes, para tirá-lo o trono. Incomodado com a revelação do sacerdote, Édipo decide ir em busca da história do assassinato de rei Laio que, consequentemente, o leva a sua verdadeira origem.


      A tragédia de Sófocles, envolve o leitor tanto pelo texto brilhante, quanto pelas características dos personagens, principalmente de Édipo, que ao mesmo tempo em que se mostra como arrogante também é dotado de extrema inteligência, características próprias dos heróis gregos.








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        O Complexo de Édipo se desenvolve ao longo da vida do indivíduo. Premido pelo escolha entre as exigências impostas pelas forças exógenas da Família, sociedade, religião, leis, etc..., de continência ao prazer individual, e o desejo do indivíduo pelo prazer sem limites; o conflito do Édipo mal resolvido pode ser fonte de angustias, neuroses, perversões e outras formas de distúrbios psíquicos e de comportamento.


      No seu processo de amadurecimento, Paradoxalmente, o indivíduo opta em limitar o seu prazer pela garantia de manutenção do próprio prazer, ou, pelo menos, de parte do prazer que lhe é permitido por essas mesmas forças exógenas (Do convívio social, da aceitação, integração no grupo a que pertence, etc....). Assim, para garantir o pouco prazer que lhe é permitido, passa o indivíduo a limitar-se, abrindo mão dos prazeres que lhe são proibidos. Essa submissão é uma das possíveis saídas do Édipo. A negação do prazer proibido e da submissão às forças exógenas encontra o seu ague na infância; sendo essa fase chamada de latência; pois os desejos de satisfação dos prazeres negados se encontram latentes e reprimidos no Id.

 
         Através da abstinência, ou a da continência dos prazeres (Ou de situações prazerosas), abstendo-se de obter prazer de modos e em condições que não lhe são permitidos, o indivíduo mantém a possibilidade de obter prazeres que não lhe são negados; ou até mesmo oferecidos, em contrapartida aqueles que ele se abstêm de obter voluntariamente.
 

          No modelo do Édipo, criado por Freud, a busca do prazer é representada pelo desejo para com a mãe; e a sua negação pelas forças exógenas é representada pela figura paterna; que, detentora do poder, que afasta a criança da mãe (Sua fonte de prazer). Dessa forma criam-se duas figuras: Uma potente e capaz de satisfazer os próprios desejos; que é o pai; e outra impotente, mesmo que não totalmente satisfeito, que submete ao poder do pai, buscando assim garantir o carinho da mãe, que é o filho.


       Dessa forma, as situações de negação de prazer por forças externas, é remetido à situações vivenciadas na infância de disputa da criança com o pai pelo tempo e atenção que lhe é dada pela mãe.


         No clássico grego, a saída do Édipo se dá quando o filho (Édipo) mata o próprio pai (Lion) e toma a própria mãe (Jocasta). Esse ato tem como conseqüência o condenar de Édipo a vagar sozinho sem rumo, após ele mesmo ter furado os seus próprios olhos em castigo.

 
        Assim, o clássico de Édipo Rei, nos remete ao aviso de que, a procura do prazer sem restrições, sem considerar o outro (Nos tornando cegos para o mundo à nossa volta) nos leva em exoravelmente à solidão pela exclusão do convívio social, o qual deixamos de respeitar na nossa procura por esse mesmo prazer.


        A saída saudável para o Édipo, é o indivíduo, ao se tornar adulto, entender que as regras (Forças exógenas) não tem caráter onipotente; ou seja: As regras são referenciais feitas pelos Homens (Seres humanos ADULTOS) para a manutenção do convívio social e podem (E devem) ser negociadas entre os membros de uma mesma sociedade. Ao tomar o seu lugar na sociedade, como ser humano adulto, a ex-criança, agora adulta, se torna também PAI (Inclusive no sentido biológico), emanador das regras negociadas com seus iguais.



         Síndrome do Pai Ausente: Se dá quando, ao sentir-se impotente para a manutenção da disciplina da prole, a mãe evoca a presença de um PAI VIRTUAL, que passa a existir dentro da família. 


         Frases como: "Se o seu pai estivesse aqui..." ou "O seu pai mandou...." ou "Nem parece que é filho de fulano..." e assim por diante, incutem na criança um PAI VIRTUAL sempre presente e muito mais "castrador" do que um pai físico, com o qual ele possa se confrontar na procura de seus limites e identidade.
 


         Dessa forma, o Pai ausente se torna na verdade um PAI ONIPRESENTE; existente em todo o lugar; virtuoso e sem defeitos, incansável e imbatível; que o filho, por nunca poder derrotar ou superar, se rende e se submete. Esse "Super Pai" acompanha o seu filho por toda a vida; que procurando "agradá-lo", para obter a sua aprovação (Que nunca conseguirá), se torna o exemplo de "Bom Filho"; sempre obediente às regras, as leis, aos horários; se submetendo à imposição das forças exógenas; gerando o que se pode chamar da "Síndrome do Eterno Filho".



       A Síndrome do Eterno Filho, na vida adulta, é reforçada com elogios tais como: "Seu pai ficaria orgulhos de você"."Você é um modelo para os seus irmãos e colegas". "Queria ter um filho assim". "Você é o filho que eu nunca tive"; e assim por diante. Além de reforços externos, o indivíduo se vê compelido a continuar como Eterno Filhho pelas vantagens que isso lhe trás; tais como:




Citação:
1) Ele não tem que assumir uma posição de adulto; fazendo escolhas (Uma escolha sempre implica em não realizar uma das possibilidades- Aquela preterida- E por isso gera um sentimento de perda).

2) O indivíduo NUNCA É CULPADO; pois se sempre faz o que lhe pedem, ele não pode ser culpado pelas conseqüências do que advém de errado na sua vida. Assim o culpado é SEMPRE O OUTRO.

3) O indivíduo não necessita pensar; somente obedecer. Alguém sempre lhe dirá o que fazer.

4) Sentimento de impotência para resolver os problemas sociais e institucionais (Afinal a sociedade e as instituição são o grande "pai" , e não se deve desafiar o pai).






         Nos dias de hoje, o pai está AUSENTE. Isso se dá não somente por condições de morte ou separação. Em muitas famílias, hoje, temos pais que, mesmo vivos e casados, se encontram ausentes; não participando da vida familiar; repassando esse modelo para os seus filhos. O pai ausente é uma das poucas condições que não permitem a saída completa do Édipo; podendo desencadear esses e outros problemas da síndrome acima; fazendo com que a pessoa se torne o eterno filho; sem assumir a sua posição de adulto responsável e SUJEITO do próprio DESTINO.


          É o sentenciar do sujeito à eterna posição de vítima; de objeto e força de manobra das instituições que, em nossa sociedade, se encontra tomada por forças inenarráveis.


        Assim, por ser potencialmente benéfico aos sistemas (Que são PAIS SEMPRE PRESENTES), a "síndrome do pai ausente" pode estar sendo introjetada dentro da nossa sociedade por grupos que tem muito a ganhar com isso (Creio que mesmo que inconscientemente, todos nós procuramos aquilo que nos traz prazer e felicidade). Fica aqui um ponto de alerta e reflexão para os realistas: Estamos formando uma sociedade de "ETERNOS FILHOS".







        Freud também afirma que quando o Complexo de Édipo fica “mal resolvido” podem existir várias consequências, tais como: A identificação com o progenitor do sexo oposto (homossexualidade, comportamento submisso, dependência excessiva ao sexo feminino, etc.), já que o menino sem pai, vai querer ser como a mãe. No extremo oposto, temos o menino que teve uma mãe (embora possa o pai estar presente) incapaz de se “separar” e de se impor limites a si e seu filho, passa a opressora e controladora, massacrando-o psicologicamente.


          O menino vai então replicar e generalizar a todas as mulheres o que vivenciou com a mãe. Assim, não vai conseguir amar as mulheres, curiosamente, Freud afirma que pode tornar-se também homossexual, não por querer ser como uma mulher, mas por não conseguir ama-la, mostrando pouco interesse e desprezando o sexo oposto.


      Por curiosidade, nas biografias de serial killers, encontram-se frequentemente Complexos de Édipos mal resolvidos (progenitores inexistentes, submissos, etc.).





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