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( Relato ) Um homem que não deu certo.
#1
Hoje, neste quarto escuro, distante de todos que um dia considerei familiares, amigos, mulheres da minha vida.

Pelo chão, sonhos espalhados, esperança que se esvaiu.

Olhando no espelho já não consigo me reconhecer, apenas ruínas e arrependimento. 

Como isso foi acontecer comigo?

Bom, tenho 30 anos e em breve farei 31 mas para entender o que aconteceu é preciso voltar no tempo.

Venho de uma família humilde, mãe divorciada, criado com irmãs mulheres mais velhas. Não sei o que eu fiz para Deus que me fez nascer em uma família de mulheres que conseguiram projetar em mim todas as frustrações, o controle que elas não tinham sobre a vida delas tentavam estabelecer sobre mim, minha mãe casou cedo com um cara que batia, traia e não dava a mínima pros filhos, vivia entre drogas, puteiros, amantes. Mas não se engane, ela não é uma coitada, teve chances de se casar com um cara decente mas preferiu casar com o zé droguinha do bairro. Contudo, ela compensava as frustrações dela com meu pai traindo ele com o CHEFE. Tudo isso era potencializado pela miséria a qual vivíamos. 

Minha infância foi uma bosta, minha mãe tentava compensar a vida de merda que tinha gastando tudo que ganhava nos empregos de merda que ela tinha investindo na imagem dela, roupas, sapatos, cabeleireiro e saindo direto para ver se arrumava um macho provedor, e adivinha, doutrinou minhas irmãs a fazer o mesmo. TODO o dinheiro que ganhavam, TODO tempo que tinham era empenhado nisso. Quantas vezes ficava sem ter o que comer em casa, com luz cortada, mas elas bonitinhas saindo para caçar macho.

E Eu, infância e adolescência um completo banana, não podia nem ao menos questionar, ficava em casa sozinho, com fome, no meio das nojeiras que elas largavam, roupas sujas espalhadas, louça suja na pia, banheiro com calcinhas molhadas, limbo.

Quando saiam só falavam "Dá um tapa na casa porque vou trazer vizita". Toca o molequinho trouxa fazer faxina na casa para que elas pudessem receber os machos. Quantas vezes presenciei todas elas aos amassos com homens diferentes. Já presenciei até um namorado batendo siririca na minha irmã no sofá por baixo da coberta. 

Um dia me largaram com uma caixinha de xá e um saco de feijão cru, no armário apenas um saco de farinha de mandioca e sal. Minha mãe foi deus sabe lá onde, minhas irmãs dar volta no shopping com um bando de amigos.

O Banana aqui quando tentava questionar ouvia um espetáculo de racionalização, de que elas tinham direito de fazer aquilo, e a única vez que tentei ser mais contudente levei um burro na boca.

Cheguei na adolescência um completo banana, indo mal na escola, não por ser burro, mas porque nunca consegui me concentrar, quantas vezes indo pra escola com fome, com roupas zuadas, sofrendo bullying.

Um dia que marco na memória foi o dia que minha mãe quis me vender pra uma prima de segundo grau solteirona que ofereceu 10 mil para ela para que ela pudesse me criar. (Já sabem o propósito?) Traduzindo, ser capacho dela como o irmão dela que morreu com 45 anos, virgem de ataque cardíaco de tanto fumar para não esganar ela.

Nessa discussão foi duro ouvir minha mãe dizer que se eu não aceitasse ela ia me entregar pro conselho tutelar porque aparentemente eu estava ATRAPALHANDO A VIDA DELA. Na mesma ocasião ela jogou na minha cara que quando ela estava grávida de mim tentou me abortar com overdose de remédios, injeções.

Eu voluntariamente buscando ser mais útil e não ser um fardo, larguei a escola e comecei a me virar, fazia de tudo, desde catar latinhas e mesmo jovem demais comecei a buscar trabalho. Mesmo numa família disfuncional, quando se tratava de dinheiro para elas foi conveniente eu começar a trabalhar cedo. Tive sucesso em minha busca pois mesmo com essa família de merda o perfil banana era útil.

Meu primeiro emprego foi em uma loja de 1,99 o qual eu fazia de tudo por 50 reais por semana, usava todo o dinheiro que ganhava para comprar comida, ainda tentava ganhar dinheiro de outras formas porque sempre ou a luz estava para cortar ou já cortada, ou a água.

Nem me importava se elas não mereciam, apenas queria amenizar as necessidades que passava, mas confesso que era revoltante ver o fruto do meu suor sendo esvaido quando elas para fazer bonito quando recebiam machos em casa, amigas e amigos ver muitas vezes a comida que serviria pro mês indo embora em um final de semana.

Arroz? Feijão? Porra nenhuma, pipoquinha pros casais assistir filme, cachorro quente prazamigas, coca cola.

E Eu? Quando não saia da loja 7, 8 horas da noite, andando sozinho tarde da noite por km para voltar pra casa e ver aquela cena deprimente, como não tinha quarto me agaixava em qualquer canto para ouvir um radinho de pilha que eu tinha.

Nunca tive um aniversário, para elas era data de celebração sair cazamigas, ou com os machos ou fazer o que não podiam para recebê-los em casa, muitas vezes contando com meu dinheiro para isso.

Mesmo sem estudos, pulando de um sub-emprego para outro sempre correndo atrás, porque sempre fui dedicado e aprendia coisas com facilidade.

Trabalhei em metalúrgica, serralheria, servente e todas as formas que eu pudesse fazer dinheiro, mas pelo controle que eu permitia que elas exercessem sobre mim, me impedia de ter vida social, tudo que ganhava elas gastavam.

Chegou ao ponto delas perderem o emprego e eu ter que sustentar sozinho todo mundo amontoado em dois cômodos.

Na época não queria pensar nisso, na ânsia de ser aceito pela família me submetia, mas hoje vejo que a verdade é que elas me impediam de ter vida social para que eu continuasse sendo útil. Era melhor que eu servisse elas do que gastasse com namoradinha ou sociabilizando com amigos. 

Eu nunca fui capaz de pensar só em mim, elas exerciam um controle psicológico tão forte de forma que qualquer sinal de que eu tivesse vontade própria resultava em um verdadeiro inferno emocional.

O Primeiro golpe foi quando eu trabalhava em uma empresa, ganhava cerca de 1000 reais por mês, e um dia antes do pagamento pegaram meu cartão enquanto eu dormia e no dia seguinte eu procurei como um louco antes de ir pro trabalho, não encontrava, revirei a casa então fui trabalhar, só que meu RG estava na carteira, nem ao menos poderia sacar com RG. Passei o dia aflito, já estava dando como perdido e já pensando na burocracia que seria para tirar tudo de novo e conseguir colocar as mãos em meu pagamento.

A noite quando cheguei a carteira estava jogada em cima do rack, NINGUÉM EM CASA, fui todo feliz pro caixa eletrônico num mercado 24hs e para minha surpresa SALDO INSUFICIENTE, isso mesmo, sacaram TODO meu pagamento, naquela época não tinha a segurança que tinha hoje como cartões de segurança, token, aviso por celular, nada. 

Voltei pra casa e fui num orelhão ligar pro banco, pensei ter sofrido um golpe ao que me informaram que tinha sido realizado um único saque de todo valor e não apenas isso, haviam sacado o limite LIS que correspondia a 2 salários, e ainda realizaram um empréstimo no caixa eletrônico de todo limite e transferido para uma conta de uma mulher que eu não podia identificar.

Aquilo acabou comigo, não sabia nem quem culpar.

Cheguei em casa PUTO, dando murros na parede, eu tentei perguntar quando elas chegaram se alguma tinha sido responsável por aquele desastre e falaram que eu tinha perdido minha carteira e alguém jogou no quintal, mentira óbvia. Dias se passaram, eu tentando reverter junto ao banco até que foi aberta uma investigação que resultou na imagem da MINHA PRÓPRIA MÃE JUNTO COM MINHA IRMÃ nas câmeras de segurança sacando meu dinheiro na minha agência.

Eu não tinha nem o que falar, cheguei em casa e tentei discutir mas minha voz foi suprimida por gritos, choro e racionalizações.

A Explicação?

Tinham utilizado o dinheiro para pagar dívidas de pessoas que elas tinham pego dinheiro emprestado, comprado roupas e cosméticos fiado.

Promessas que iam me pagar de volta cada centavo cada centavo gasto.

Pensei, bom ainda tenho um saldo sem vergonha de 400 reais no cartão de crédito que nunca tinha utilizado, dá pra fazer compras, ledo engano, tinham utilizado também em uma joalheria.

Isso mesmo confrades, aquela altura estava completamente fodido e não tinha ganho nem um beijo. Elas não pensaram no aluguel, na compra, nas contas atrazadas. 

O que o BANANA faz para evitar atritos? Deixa pra lá... Mas sem dinheiro e sem perspectiva de ver pagamento já que além de terem sacado meu pagamento do mês, o limite que correspondia ao pagamento dos próximos dois meses, o empréstimo que comeria parte do meu salário por meses que aquela altura já não teria chances de ver e o cartão de crédito. A situação começou a ficar insustentável, sem dinheiro pra comida, indo pro segundo aluguel atrazado, água e luz em iminência de cortar e elas não dando a mínima importância em ao menos tentar ajudar já que conseguir emprego não era fácil e elas não abriam mão dos machos e de sociabilizar. Eu já não via alternativas, então fiz acordo no emprego para receber uma ninharia e como sempre?

Numa tentativa desesperada de concertar o erro voltei

Só que foi o mais completo fracasso, conseguia comprar alguma comida pra casa, pagar o aluguel aos poucos para não ser despejado mas água e luz foram cortadas por causa da acumulação da contas que demoraria conseguir pagar.

Enquanto isso minha dívida no banco rolava, juros sobre juros aumentando o saldo devedor de forma assustadora, parcelas vencendo, juros do limite, tudo.

Ai cairam no desespero, uma das irmãs casou a toque de caixa com um idiota que a assumiu e a outra noivou, minha mãe logo depois.

Tinham vergonha do lugar que a gente morava, não dava para receber os futuros provedores em casa, ai começou meu mais doloroso inferno pessoal, não tinha um dia sem ter brigas em casa, minha irmã e minha mãe tendo atáques histéricos tentando esconder a condição vergonhosa em que se encontravam.

O que o imbecil faz? Pega empréstimo com agiota policial, aluga e mobilia um apartamento para elas receberem os pretendentes sob a promessa de que quando estivessem estabilizadas me ajudariam.

Novamente ledo engano.

Casaram e me deixaram com uma segunda dívida impagável que comia todo meus rendimentos em juros acompanhado de ameaças e me largaram sozinho.

Todo dinheiro que ganhava ia para pagar juros e já não conseguia pagar aluguel, água, luz, comida, NADA, era isso ou levar um tiro no meio da cara.

Pensei em fugir, me matar, mas a alternativa mais viável foi buscar abrigo na casa da minha vó onde fui humilhado até por prato de comida e banho, sendo tratado feito um estorvo, mesmo ajudando a pagar metade do aluguel, lavando louça, comprando comida, limpando a casa, levando-a ao médico mas sendo tratado feito um saco de merda inútil motivo de chacota para toda família já que ela falava mal de mim, muitas vezes coisas inventadas para todo mundo.

Tudo isso que estava acontecendo me deixou com um sério problema de auto estima que eu buscava compensar da maneira errada, agradando demasiadamente os outros, sendo excessivamente bom, porém para passar a imagem que tudo estava bem escondia de todos o quanto estava na mais absoluta merda.

Sabe quando você cria uma ilusão para amenizar o sofrimento em que está passando? A partir de então, minha vida passou a se basear em mentiras para sustentar aquela ilusão, mas o que aconteceu então foi a escolha mais perigosa que fiz, mentir para mim mesmo.

No trabalho, amizades, família vendo todos evoluirem, cada um a sua maneira e eu estagnado, parado no tempo por ter permitido que exercessem controle sobre mim e afetado minha vida e meu desenvolvimento, principalmente psicológico.

Da mesma maneira que tentava sair daquele buraco, mostrando para todos que eu estava bem por fora escondia que estava destruído por dentro.

Entrei em depressão e passei a ficar com a mente confusa, perdido, porque nada que eu fizesse parecia que estava me guiando para uma solução, e eu sozinho era incapaz de me abrir com qualquer pessoa ou buscar ajuda. 

Passei a não conseguir mais cumprir meus compromissos, não conseguir mais sociabilizar, trabalhar, ficava vagando nas ruas sem perspectiva para não ficar em casa.

A Ansiedade me fazia fumar 4 maços de cigarro por dia, as vezes um cigarro atrás do outro até que o pouco dinheiro que tinha simplesmente acabou e eu passei a pegar bitucas de cigarro no chão no meio da rua para fumar, muitas vezes ia de madrugada na porta de bares e em pontos de onibus do bairro que eu sabia que tinha muitas bitucas.

Naquele momento nem me considerava mais homem, minha dignidade tinha ido pro lixo. 

Quando minha vó descobriu que eu não tinha mais dinheiro e sequer estava trabalhando, atolado em dívidas, com nome sujo e em depressão o que ela fez?

Chamou meu tio, minha irmã e meu cunhado, explanou a situação e me expulsou de casa. Eu não tinha para onde ir, a quem recorrer, sequer forças para argumentar. Apenas comecei a chorar, arrumei minhas coisas em um canto quando realizei que como não tinha para onde ir, era inutil levar malas. 

Olhei para minha irmã que disse que o marido dela não me aceitaria em casa, então naquele momento tive um estreitamento de consciência, não havia saída, não havia futuro para mim. Deixei minha carteira com documentos em cima do rack, fui na cozinha, peguei uma faquinha afiada e fui pra rua, tinha dois cigarros no pacote, sai na porta de casa, fumei um cigarro e ali decidi que ia colocar um fim na minha vida. 

Sem falar nada para ninguém fui até um parque próximo, sentei num banco chorando, acendi meu último cigarro sem esperanças, as pessoas passando perguntando o que estava acontecendo, eu não tinha forças nem pra explicar, me falavam de deus, que a solução viria do céu, mas eu já não tinha fé nem em mim mesmo.

Tirei a faca do bolso e coloquei no pulso, buscava em minha memória tudo que me pudesse me dar ódio suficiente e coragem para acabar com minha vida até que um senhor de idade se sentou ao meu lado, com uma calma fora do normal me perguntou o que estava acontecendo, e eu sem mais lagrimas para chorar expliquei todas as injustiças que a vida tinha me proporcionado e tudo que me levou aquele momento em que queria dar cabo da minha vida.

Ele pediu para que eu não fizesse aquilo, que fosse com ele até uma lanchonete próxima que ele ia me pagar um café e no caminho foi fazendo várias perguntas sobre minha vida. 

Até que no meio do caminho ele fez uma coisa que guardo na memória até hoje.

Tinha uma barata no muro na calçada em que estavamos passando, e ele falou: Mate aquela barata.

Tirei o sapato e sem questionar fui e matei a barata.

Ele me perguntou: Porque você matou?

Eu falei: Porque você mandou.

Ele falou: Está vendo o porque você está desse jeito? Você fez a vida inteira tudo que te mandaram sem questionar, sem saber se ia ser bom para você, se eu te mandasse pular de uma ponte certamente pularia sem questionar.

E continuamos nosso caminho, eu fui, mas ainda com pensamento de que não passaria daquele dia. Fomos até a lanchonete e ele pediu que eu escolhesse algo para comer e eu pedi algo barato, ele me interrompeu e disse que eu de barriga vazia não pensava direito e pediu um lanche reforçado. Quando acabamos ele perguntou o que eu queria fazer, eu disse que voltaria ao parque para terminar o que tinha começado. Ele mandou eu acompanha-lo e eu recusei falando que não queria mais tomar o tempo dele, agradeci pelo café e pedi desculpas por não ter mais tempo de vida para retribuir. Ele falou para acompanha-lo, que iria providenciar um lugar para passar a noite, dormir e esfriar a cabeça e no dia seguinte se ainda quisesse me matar ele não atrapalharia. Parecia que tinha certeza que depois daquela noite minha vida mudaria.

Ele me levou até um pequeno hotel que tinha a alguns km dali e falou para o atendente me providenciar o quartinho que havia nos fundos, uma espécie de dependência de empregados que eles não estavam utilizando, sabonete, toalha. Falou para eu tomar banho e descansar. Eu agradeci muito, me despedi e fui pro quarto tomar banho e dormir.

No dia seguinte, umas 7h da manhã o atendente bateu na porta falando que o senhor tinha me mandado descer e tomar um café reforçado. Quando desci para minha surpresa ele estava lá em uma salinha atrás da recepção mexendo em papeis, eu achei estranho e perguntei o que ele estava fazendo ali. Ele se identificou, era o dono do hotelzinho. Jamais iria imaginar que aquele simpatico senhor seria o dono.

Sentei na mesa para tomar café e ele sentou comigo e começamos a conversar, mas toda vez que com tom de revolta relembrava meu passado ele me interrompia e dizia que ia me ensinar a viver, e contou sua vida o que me deixou com vergonha porque ele passou por muitas coisas ruins, injustiças até piores que a minha e por isso ele se identificava com minha história.

Ele mandou que eu ficasse mais uma noite, e eu relutante disse que não queria ser um fardo para ele, ele me mandou calar a boca e fazer o que ele estava mandando em um tom de bom humor, no final do dia ele vinha com uma marmitinha de comida caseira muito bem feita que ele disse que era da esposa dele, e assim foram os dias que se seguiram, porém eu me sentindo culpado perguntei ao atendente como poderia ser util, ele falou que o senhor disse que não era para eu fazer absolutamente nada, apenas descansar e esfriar a cabeça. Mas eu disse que fazia questão, peguei uma vassoura e fui varrer a calçada, lavava a louça, ajudava a passar pano no chão e outras pequenas coisas e todo dia ele vinha com ensinamentos diferentes que me faziam refletir sobre meus erros do passado, minha ingenuidade, minha bondade excessiva ao mesmo tempo que me ajudava a descobrir em mim potencial para sair daquela situação.

O mais interessante é que ele fez tudo aquilo sem ao menos saber quem eu era, se minha história era verdadeira, ele confiou em mim e disse que ia me proporcionar um novo começo.

Eu perguntei como poderia retribuir tudo o que ele estava fazendo por mim, ele disse que não esperava nada, que nem ao menos eu precisava ajudar no hotel, que eu tinha potencial para muito mais e para utilizar o que ele tinha ensinado para dar a volta por cima e se com o tempo e minha consciência mandassem no futuro voltasse para lhe pagar um almoço e também ajudasse outras pessoas que realmente merecessem assim como ele ajudou, mas que não ficasse ali indefinidamente, porém teria o tempo que julgasse necessário para arrumar um emprego e assim que tivesse em condiçõe seguir minha vida.

Lógico que boa vontade tem limites, então não me acomodei e passei a sair cedo para buscar algo que pudesse fazer e em menos de 15 dias já havia arrumado um emprego, modesto como lavador de carros que me permitia ganhar dinheiro diariamente, pouco mas já era um começo. Eu fui com minha primeira semana de salário e tentei entregar na mão dele, mas ele não aceitou, que eu utilizasse aquele dinheiro para estudar. Com mais disposição passei a abraçar todas as formas que podia para ganhar dinheiro, até engraxar porta de loja por 10 reais eu fazia. No segundo mês eu já tinha dinheiro suficiente para alugar um quarto e me virar. 

Agradeci ele mas ele não permitiu que eu fosse embora, então ele estabeleceu um valor simbólico que eu pagasse a ele pelo quarto. Apenas 100 reais por mês.

Então me matriculei em cursos profissionalizantes curtos, já que sem o colegial, sem ensino superior e sem saber fazer porra nenhuma dificilmente arrumaria um emprego decente.

Então fiz diversos cursos, informática, vendas, video aulas e cursos online em lan house e descobri que tinha facilidade em aprender, como um autodidata, dormia pouco, me esmerava no trabalho e coisas que fazia para ganhar dinheiro, no pequeno hotel só precisava me preocupar em manter o quarto limpo e até dava um pouco mais a cada mês já que eu sabia que estava gerando custos.

Quase de uma forma mágica eu bloqueei o termo família em minha mente, para mim é como se nunca tivessem existido, uma memória do passado que eu havia bloqueado na memória.

Não demorou muito para que meu esforço me rendesse dinheiro suficiente para estudar e começar a pagar minhas dividas, com a cara e a coragem fui até o policial agiota que devia, que até se assustou com a ousadia já que ele estava a muito tempo me procurando e expliquei toda realidade da situação, que se ele quisesse me acompanhar para comprovar e que eu poderia lhe pagar aos poucos, ele disse que eu pagasse como pudesse e não ia cobrar mais juros, mas que eu deveria quitar o saldo restante em menos de um ano. 

Foi uma mão na roda, a fórmula era simples, me dedicar mais, pagar minhas dívidas, estudar e o mais rápido possível sair da dependência de meu bem feitor que aquela altura considerava o pai que nunca tive e assim foi, depois que renegociei minhas dividas com parcelas a perder de vista mas que cabiam no meu bolso em pouco tempo já estava com nome limpo e tinha condições de alugar um lugar para mim. O velhinho ficou super orgulhoso.

Me mudei para um pequeno kitnet sobre-loja com aluguel baratinho e continuei trabalhando, estudando, poupando, pagando dívidas do passado e botando minha vida no eixo.

Mas com todos sabem o homem é empurrado pela sociedade a pensar que mulher é um fim e que sua felicidade está em viver as lindas ilusões de um relacionamento, então comecei a desviar do foco que o meu mentor fez tanto para enfiar em minha cabeça e comecei a sociabilizar em busca de uma namorada. Mas no mundo em que vivemos, um homem banana, que já havia se submetido a toda sorte de humilhações pelas mulheres de sua família, sem um desenvolvimento psicológico adequado ir para o mundo em busca de relacionamento é a receita de um desastre catastrófico. Mas é lógico que meu destino estava traçado. Em primeiro lugar descobrir que não se encaixa nos padrões de desejo da "mulher moderna", isso somado ao problema de autoestima e a repulsa que elas demonstravam já no primeiro contato me fizeram me desiludir, tentativa pós tentativa, murros em ponta de faca, gastando dinheiro com isso recebendo peidos de atenção até que eu simplesmente desisti, me sentia um emasculado. Então voltei novamente meu foco ao trabalho, juntar dinheiro, reduzir gastos ao mínimo a ponto de almoçar em restaurantes populares para poupar grana.

Não demorou muito e já estava começando a aportar dinheiro em investimentos bancários, não manjava muito e comecei a me aprofundar no assunto e fui aportando e distribuindo, investimentos modestos mas estava disposto a correr riscos, lógico que com a devida orientação dos corretores enquanto aprendia sobre o mercado.

Neste meio tempo conheci uma mulher no meu prédio, uma mãe solteira de 43 anos, divorciada com uma filha de maior, uma adolescente e um filho viado, ela viu que eu era solteiro, trabalhador e fechadão e começou a dar em cima de mim, e eu, solitário e vulnerável as artimanhas femininas me abri, permiti que ela visse meus pontos fracos e foi onde ela atacou, me dava atenção, vinha em casa conversar até o dia que nos beijamos e acabamos transando em meu apartamento. Isso mesmo perdi minha virgindade com uma mãe solteira de 43 anos. Foi uma foda inesquecível, e transávamos direto e eu pra fazer bonito comecei a me vestir melhor, levar ela pra passeios caros, shopping, cinema, dava presentes e comecei a aportar menos até chegar ao ponto de não aportar quase nada. Estávamos namorando. Já não era apenas uma foda, me apresentou pra família dela. Mas não demorou muito para que ela colocasse as garrinhas de fora e toda hora se sentia na liberdade de vir me pedir dinheiro emprestado, aquilo doia no coração, mas como um bom BETA eu não sabia falar não, ela convenceu as filhas e o filhão gay a gostar de mim e falava que eles eram meus filhos também. HUE, a que ponto chega a ingenuidade de um homem? E eu entrei no jogo dela, cada vez que ela precisava de algo me dava o que se chama aqui de "chá de boceta" inesquecível, e toda aquela ideia de família para um homem trouxa colava. Em suma já não aportava mais nada e estava começando a me enfiar em dívidas, já não conseguia chegar mais junto e suprir as necessidades dela, então começou o inferno emocional, os joguinhos, a frieza até o momento que ela simplesmente terminou comigo e numa velocidade arrumou outro trouxa e esfregava ele na minha cara, tanto em redes sociais quanto cada vez que nos encontrávamos, parecia que ela fazia de propósito.

Depois disso, me liguei que namorar com mulheres nesse perfil ia ser a mesma merda sempre, então estabeleci que deveria namorar com mulheres mais jovens.

Até aquele momento tinha perdido o cabaço, mas não tinha deixado de ser um.

O problema é que como todo bom otário carente, coloquei mulher como objetivo e desviei do foco, passei em investir na imagem achando que isso me tornaria mais aceitável e formas de sociabilizar. Só que o problema é que meu empenho nisso me fez desviar do foco no que se diz respeito a meu desenvolvimento pessoal.

Conheci algumas mulheres, inclusive por redes sociais e sites de encontro e no dia a dia, mas sempre acabava resultando no que elas denominavam como amizade colorida e breves namoros que nunca chegavam em um ponto crítico que resultava em sexo, sempre tentavam levar vantagens como podiam e acabava esfriando, não por mim, mas por elas.

Mas um detalhe interessante é que em todos eles eu me colocava como figura inferior, servil, fazia tudo como elas queriam, da forma que queriam achando que seria aceito, mas sem absolutamente nenhuma reciprocidade. O que fui me tocar tardiamente que foi reflexo de minha criação e de meu desenvolvimento psicológico, fui criado por mulheres como um homem inferior, isso fez com que eu perdesse minha auto-estima me submetendo novamente a mulheres em troco de nada.

Fiquei quase 2 anos sem conseguir emplacar nenhum relacionamento até o ponto que eu simplesmente desisti e comecei a me conformar que nesta área da vida eu era um FRACASSADO.

Então, acabei deixando esse assunto (MULHER) de lado e me voltei novamente ao meu desenvolvimento. Consegui um emprego melhor como vendedor de uma empresa que pagava uma ótima ajuda de custo porém o ganho principal estava nas comissões. E me esmerava para ser o melhor vendedor da empresa acumulando bons rendimentos em comissão que me permitiram voltar a aportar.

Meu tempo se dividia entre estudar, trabalhar nessa empresa e no meu tempo livre fazer dinheiro como podia, até mesmo vender panos de prato, sacos de lixo nos finais de tarde e finais de semana, muitas vezes saia de casa cedinho e ia a pé para o trabalho e no caminho ia vendendo.

E o dinheiro estava rendendo, aportando, todo dia eu sempre depositando alguma coisa, seja 10 reais, seja 100, seja 300, tudo que me sobrava.

Só que em várias vendas que nem meus patrões acreditavam que eu seria capaz de fazer, consegui fazer vendas e fechar contratos que excediam a capacidade de produção da empresa, na casa dos 2 milhões de reais o que me resultaram em promoção e uma quantia elevada em % de comissão.

Ninguém acreditava que um rapaz sem ter ao menos o ensino médio teria tamanha desenvoltura para conseguir fazer essas vendas, mas eu me dedicava a entender e atender as necessidades dos compradores e isso me gerava resultado mesmo porque eu não me prendia apenas ao tempo em que ficava na empresa, buscava prospectar e aumentar minha carteira de clientes até em meu tempo fora dela, ia visitar, conversar e aprendi o que é excencial na arte de vender, o convencimento.

Até então já tinha levantado uma boa quantia, pensei que já estava em tempo de retribuir aquele senhor que tinha me ajudado, a gente mantinha contato e eu ligava pra ele, passava lá sempre que podia mas já estava a algum tempo sem aparecer, mas tive a notícia que ele estava em estado terminal de câncer. E ele me escondeu isso.

Fui visita-lo no hospital e disse que queria retribuir tudo que ele havia feito por mim, e para minha surpresa ele não aceitou, disse que sua família não precisava de nada e que não lhe faltava nada e só minha presença ali e que a satisfação dele é saber que me salvou. Poucos dias depos ele veio a óbito, eu fui em seu enterro.

Só que eu fui burro, tinha aprendido muito sobre a vida mas joguei tudo no lixo quando não muito tempo depois num happy hour da empresa com colégas de trabalho uma atendente se aproximou de mim, sorrateira, mas já sabia que eu estava me desenvolvendo bem na empresa, meus êxitos recentes e era solteiro, presa fácil, começamos a nos conhecer, em poucos dias começamos a sair, mal sabia eu que aquela mulher me levaria ao fundo do poço em todos os sentidos e aspectos e a uma depressão sem precedentes. Começamos a sair, nos conhecer, mas ela não deixava eu entrar na casa dela, disse que tinha vergonha, mas para mim era a mulher perfeita, uma branca linda, cabelos lisos castanhos, recatada, nova apenas 24 anos, a primeira vista um sonho de mulher, mas com o tempo fui descobrindo os problemas que ela escondia.

No final de 2015 minha família vendo minha evolução observando nas redes sociais buscaram reaproximação, me adicionaram, textões e textões de pedidos de desculpas, minha mãe fazendo aquela chantagem emocional falando que estava doente, que a vida tinha ensinado muito pra ela no decorrer desse tempo que ficamos distantes e que todo esse tempo ela e minhas irmãs tinham me procurado, mas pelo fato de eu evitar qualquer forma de ser localizado, nem ao menos aceitando solicitações de amizade em redes sociais elas não conseguiam falar comigo. Minha mãe jogou o H do problema de saúde para um amigo do trabalho falando que precisava falar comigo e eu meio cabreiro acabei cedendo e adicionando.

A forma convincente, o arrependimento, o pedido emocionado para reaproximação da família, esquecer problemas do passado, o pedido de perdão me fizeram dar um voto de confiança e ir visita-la. Para minha surpresa (ou não) apenas uma irmã se deu bem no casamento, tanto minha mãe quanto minha outra irmã caíram no conto do vigário, namoro perfeito, casamento uma bosta, os caras não eram realmente quem mostraram ser na época do namoro. Minha mãe casou com um alcoolatra que judiava dela e mesmo casado queria viver vida de solteiro, minha mãe uma consumista inveterada conseguiu falir o cara a ponto de estarem devendo vários meses de aluguel, condomínio dentre outras dívidas e minha outra irmã casou com um descoladão mentiroso, megalomaníaco com planos mirabolantes que deram tudo errado, e o pior, estava em vias de ser despejada, grávida quase perto de ter a criança sem dinheiro nem pra comer. 

Enquanto isso meu relacionamento com a menina progredia, já pude conhecer sua família e com o tempo desvendando os problemas dela. Uma filha de 2 anos que a ex sogra dela criava porque essa menina teve uma juventude problemática, basicamente envolvendo drogas, putaria seguida de uma depressão e problemas psicológicos que fez com que ela perdesse a guarda da criança e ela fosse entregue para sogra dela porque o cara que a engravidou... bom já sabem.

Mas eu não escutei aquela voz da consciência chamada razão, o bom moço, coração mole novamente trazia para si os problemas do mundo sem nem terem cicatrizado as chibatadas que a vida deu nas minhas costas. Então o que o carente, cabaço, imbecil faz? Isso mesmo, abre o bolso para resolver os problemas de todo mundo. Lembra? Não sabia falar NÃO.

Enquanto isso tentava conciliar meu trabalho, fazer meu namoro com problemática dar certo lidando com seu problema emocional, suas dificuldades financeiras, e ela alimentou um desejo em mim de formar uma família o mais rápido possível para que ela pudesse lutar pela guarda da filha o que fez com que eu trouxesse ela para morar comigo para poupa-la de gastos e fazendo de tudo para agrada-la.

De repente me vi esvaziando todas minhas contas de investimento, me enfiando empréstimos tentando resolver os problemas de todo mundo sob uma falsa ilusão de união familiar ao mesmo tempo que me iludia que poderia ter um futuro com ela, que recuperariamos a filha dela e seríamos felizes para sempre. Mas comecei perceber sinais estranhos de que ela ainda tinha recaídas na droga. O pagamento dela que simplesmente desaparecia, já acumulava dívidas, ela vendendo roupas dela em grupos do facebook, me pedindo dinheiro toda hora cada vez com uma desculpa diferente.

Em poucos meses tudo que eu havia suado tanto para conquistar simplesmente desapareceu, não poupei esforços para resolver os problemas de todos mas era como secar gelo, pois não importa quanto eu desembolsasse e tentasse orienta-los para resolver seus problemas, tanto minha família quanto ela, parece que não conseguiam, sinceramente não sei o que faziam ou se era tudo invenção pra se aproveitar do trouxa.

Até que na metade do ano passado começou minha derrocada financeira, meu relacionamento com a menina um inferno, sonhos destruídos, sem dinheiro, pagamento não sobrando nem para comer porque novamente me vi atolado em empréstimos até o talo, tanto com banco, cartão de crédito e fiz a besteira de pegar um empréstimo com um amigo superior na empresa e outro com outro amigo que além de me foder na empresa e fazer ser demitido entrou com uma queixa de estelionato na polícia e o meu superior um processo cível com juros absurdos cujo a sentença saiu bloqueando minhas contas.

Aguentei até onde deu mas novamente me via no centro de um problema insolúvel, fui intimado sobre a queixa de estelionato e através de meu depoimento foi arquivada e foi aberta uma nova demanda de cobrança judicial resultando num segundo processo de execução.

Ai fodeu tudo, a mulher dos meus sonhos não pensou duas vezes em me abandonar levando vários pertences da casa após várias brigas cujo eu sem forçar pra rebater, me sentindo inferior permiti que ela levasse, minha famíla simplesmente já não atendia telefone, nunca estava em casa e quando finalmente consegui falar ouvi diversas desculpas seguidas da frase célebre: EU NÃO POSSO FAZER NADA

Finalmente tive aquele baque de realidade e me vi completamente sozinho, todas as ilusões que eu alimentava destruídas, financeiramente chegou em um ponto crítico que sequer podia me sustentar.

Peguei o último resquício de dignidade que eu tinha, abandonei o imóvel para não gerar uma dívida maior e fui para rua. Levando comigo apenas a tristeza de saber que minha miserável vida já não fazia sentido.

Utilizei o último dinheiro que tinha e fui para um hotel na primeira noite cujo tinha intenção de dar cabo de minha vida, foi uma noite difícil, lá pelas 4 da manhã peguei minha blusa, amarrei no chuveiro, fumei um cigarro e tomei coragem para me soltar e morrer. Só que a porra do cano do chuveiro era de plástico pintado de metálico, eu nem me atentei, arrebentou jorrando água pra tudo quanto é lado. Eu ao invés de tentar me matar de outra forma, avisei pra recepção mas não limpei a "prova do crime" no banheiro, a forca improvisada, ao ver a arte que eu tinha aprontado simplesmente descontaram o custo do chuveiro, me devolveram o resto e me jogaram pra fora.

[Na continuação vou relatar minha experiência na rua e como reagi]
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#2
Peço perdão desde já por possíveis erros, estremeço só de reviver toda essa merda que foi minha vida e até chorei enquanto escrevia.
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#3
Enquanto escrevo a continuação do relato de minha vida de merda deixo essa música que ilustra meu estado de espírito.



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#4
Ter consciência de sua própria vida é um privilégio de poucos. 

A maioria aqui já passou por esse deserto, em maior ou menor grau. A escolha de vencer é sempre sua, não importa o que dígamos. 

Está insatisfeito com a sua vida? Pois então, viva como um homem. 

Depois eu volto aqui para mais considerações, não li o texto todo ainda.
Em tudo dai graças.

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#5
Li o texto todo e apesar de todo o sofrimento que voce passou, sou obrigado a destacar e parabenizá-lo por toda a força de vontade e superação que voce demonstrou em alguns momentos da sua vida, muitos de nós não conseguiriamos ter a disciplina que voce teve nesses
momentos. Mas, o que pude perceber é que voce é uma pessoa de bom coração, que não sabe dizer não, voce quer ser aquele pai bondoso que mesmo com o erro do filho passa a mão em sua cabeça e corrige a cagada dele.

Além disso voce mantem em seu subconsciente a idéia de familia feliz e casamento perfeito, e tenta passar para as pessoas que voce busca por isso, e nesse momento quem está proximo percebe a sua ingenuidade e se aproveita. As pessoas são aproveitadoras, as pessoas só querem se dar bem, s pessoas não estão preocupadas com o proximo, ao contrario de você. Estas pessoas más estão certas e voce está errado em seu modo de pensar e de agir ? Claro que NÃO! Mas voce precisa aprender que enquanto voce for generoso ao extremo sempre vai ter alguem que se aproveitará.

Em relação aos relacionamentos eu não tenho experiencia para falar, mas voce infelizmente não foi preparado para o mundo atual, talvez até achou que as mulheres ruins estivessem somente na sua casa (mae , irmas) por isso partiu indefeso para os relacionamentos, e novamente por ter um coração mole foi facilmente seduzido, isso precisa mudar,

Mas o fato de voce estar aqui é um marco em sua vida, pois o tanto de texto, conselho e relato que ha neste fórum vai dar a voce a motivação e força necessaria para voce se tornar uma pessoa FORTE, leia tudo que puder, Eu sou muito novo aqui, tenho uma semana de registro, e cada dia leio algo que abre mais e mais a minha mente.

De qualquer modo, gostei muito de como voce se reergueu diversas vezes em, sua vida, tá na hora de se reerguer novamente.

Estou ansioso pela continuação de sua historia de vida. E por favor, nunca mais pense em se matar!

Abraços!
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#6
Achei Fanfic.

E dos com bastante drama inclusive.

Vou esperar os próximos episódios
"Compreendi o tormento cruciante do sobrevivente da guerra, a sensação de traição e covardia experimentada por aqueles que ainda se agarram à vida quando seus camaradas já dela se soltaram."  (Xeones para o rei Xerxes)

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#7
Resuma essa merda

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#8
(25-08-2017, 09:24 AM)Alberto Santos Escreveu: Resuma essa merda

-Mão vadia que descontava frustrações no filho (autor do tópico); 
-Problemas de auto estima por ter uma infância "traumática"; 
-Se fodendo na mão de todos por ser paspalho e não saber dizer não, família que o despreza por seu um fracasso;
-Pensamentos suicidas pela vida difícil, ai um velho conselheiro o salvou; 
-Arrumou uma m$ol que sugou tudo o que tinha (seja lá o que isso signifique) e o chutou também, por ele ser um fracassado x2; 
-Pensamentos suicidas x2; 

Roteiro bem comum diga-se de passagem...
"Compreendi o tormento cruciante do sobrevivente da guerra, a sensação de traição e covardia experimentada por aqueles que ainda se agarram à vida quando seus camaradas já dela se soltaram."  (Xeones para o rei Xerxes)

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#9
[Image: tenor.gif]
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#10
Sinceramente, isso parece fake de alguma mulher, e se for verdade, bem, pare de ter pena de si mesmo.
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#11
Continuando o relato, fui para rua, nem peguei minhas malas de roupas, não dava pra carregar, aquele momento já rezava por um milagre impossível, caminhei mais de 10km até o centro de São Paulo numa madrugada fria parando em caixas eletrônicos esperando que esse milagre se concretizasse com um dinheiro mágico que brotaria na minha conta. Com os trocados no bolso comprei um maço de cigarro, um bolo de fubá e um café em uma barraquinha na 25 de março, parando de telefone em telefone público tentando ligar para todos, familiares, amigos na esperança que alguém pudesse me ajudar. Mas meu objetivo implícito era conseguir um lugar para que pudesse concretizar o plano de tirar minha vida, mas dessa vez com privacidade e de uma forma efetiva.

Conforme o dia passava, meu desespero aumentava assim como minha fome e eu sem nenhum puto e sem coragem de pedir nada para ninguém, e com a noite turbulenta que tive minhas energias estavam chegando ao fim, minha vergonha não me permitia ao menos sentar no chão para descansar, então fui andando até a brigadeiro quando comecei a me sentir mal, em ponto de desmaiar pensei em ir até um viaduto e me jogar. Fui beirando a 23 até achar um viaduto com altura considerável que me permitisse morrer ou pela queda ou pelo impacto dos veículos que transitavam em alta velocidade na avenida.

Quando me debrucei para observar la embaixo senti um vento gelado em meu rosto, meu corpo estremeceu e minha mente se abriu, estava face a face com a morte em minha mente já visualizava meu corpo espativado no chão, minha vida passou como um filme em minha mente. Nada ao redor me importava mais, só que o sentimento que inconscientemente buscava que gerasse coragem e ódio suficiente pela vida para me jogar acabou gerando um efeito oposto. De repente tudo fazia sentido e pensei, foda-se tudo, foda-se todos, não vou morrer desse jeito enquanto aqueles que se aproveitaram de mim sequer estão se importando. Em minha mente uma guerra invisível de pensamentos sobre motivos para viver, motivos para morrer. Só que um sentimento perigoso me tomou. VINGANÇA!

Meu corpo já estava chegando a beira de um colapso e esse sentimento de revolta me deu energias para viver e fazer todos que me foderam pagar.

Me dirigi até o orelhão mais próximo e liguei para guarda municipal e uma mulher atendeu, expliquei tudo que tinha acontecido e ela debochou de mim no telefone falando que eu não parecia alguém em situação de rua, que eu era educado demais e que devia ligar para parentes, mesmo com minha insistência falando que estava prestes a apagar ela desligou na minha cara. Liguei novamente e um rapaz, com voz de jovem atendeu, bem solícito, expliquei novamente a história e disse que estava prestes a apagar de fraqueza e fome, que se não pudesse mandar alguém para me ajudar que pelo menos mandasse uma ambulância porque eu ia apagar. Ele falou para eu aguentar firme que iria mandar alguém me pegar mas que demoraria um pouco, para eu sentar, buscar um lugar e pedisse água com sal e açucar. E assim o fiz, a energia do meu corpo estava chegando ao fim, mas a revolta me deu energia extra para não apagar.

Nem 1 hora depois encostou uma perua da prafeitura com 2 rapazes e uma moça com coletes da prefeitura, muito bem educados pediram que eu explicasse a situação, a menina falou que compreendia mas que eu não era o tipo de pessoa que se encaixaria bem em um abrigo junto com mendigos e viciados, a menina fez algumas ligações para ver abrigos com vagas disponíveis e ela disse que estava torcendo para não me mandarem para o chuva de verão em guaianases, quando alguns minutos depois eu já sentado na perua veio a vaga no abrigo do jabaquara. Eu falei que só precisava comer algo, qualquer coisa e dormir.

Chegando no abrigo já não tinha mais comida, mas os atendentes vendo meu perfil me trataram na maior educação e providenciaram pão, bananas e chá, enquanto estava sentado comendo baratas correndo entre as mesas. Mendigos assistindo TV, mas o que me surpreendeu na hora era o número de pessoas ali que tinham celular. Alguns curiosos vieram conversar comigo. O público geral. Ex presidiários, moradores de rua e pessoas aguardando que a assistência social providenciasse passagem para voltar pra suas terra.

Na hora de dormir foi difícil, um ambiente fétido, um cobertor que dava coceira, cheiro de urina e fezes no ar. E a orientação de dormir abraçado com meu sapato ou coloca-lo embaixo do colchão para que não roubassem enquanto eu dormia. Foi uma noite difícil mas como estava sem energia acabei adormecendo.

No dia seguinte ganhei um passe que me garantia vaga no abrigo, mas teria que ir pra rua de dia e entrar a noite. Passei alguns dias vagando e pensando em tudo que tinha acontecido. Mas estabeleci um padrão de sobrevivência e tive que pedir o suficiente para comer em um restaurante popular do governo, pedia cigarros para pessoas nas ruas e voltava para o abrigo a noite. Fiz amizade com várias pessoas lá e pude conhecer a realidade deles, muitas histórias infinitamente piores que a minha.

Juntei as moedas que coletava e passei a ligar para algumas pessoas até que um cliente da empresa que eu trabalhava que nem considerava amigo me ofereceu trabalho e moradia para zelar de uma propriedade que ele ganhou de herança e tem por objetivo montar uma escola, o local por estar vazio e parte em obras sofria com invazões.

Ele me emprestou um notebook velho e um modem 3g cujo ele coloca crédito para que eu possa acessar a internet, mobiliou um quartinho com móveis usados e me paga um salário mínimo para cuidar da propriedade e ajudar o pessoal da obra.

O Sentimento de vingança eu acabei por controlar, a revolta ainda é grande, mas eu cheguei a uma conclusão. Me livrei de todas as ilusões desse mundo e agora sou livre.

Minha família, as mulheres vão se distruir pela propria forma com que vivem a vida, não terei que mover uma palha, o tempo é meu aliado.

Mas com 30 anos, quase 31, ilusões destruídas, como me motivar? Só de pensar em mulher, família já tenho arrepios.

O que me mantem vivo hoje é apenas um objetivo primitivo de sobrevivência, mas como foi tudo tão recente ainda tenho pensamentos suicidas.

Sou novo, mas não sou tão jovem, não tenho mais a energia que tinha a 12 anos atrás.
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#12
Confrades, eu nem queria relatar ou falar sobre minha vida, atingi o nível máximo da desgraça que um homem pode passar, tudo que falei são coisas que daria tudo para que deus apagasse da minha memória, mas deve ter algum propósito para isso. Não quero virar uma metralhadora disparando culpa, tentando achar responsáveis. Parte de mim acha que sou um homem que não deu certo e que minha vida foi uma ironia, uma piada de mal gosto com um final ruim, culpar Deus? culpar as mulheres? me culpar? ou apenas seguir em frente?
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#13
Culpar aos outros não vai resolver seus problemas atuais, nem apagar o passado ruim. Vc deve é responsabilizar a si mesmo e procurar melhorar.

Também não pense que é o mais fodido da face da Terra. Sempre existe alguém pior do que nós, sempre.

Siga em frente, estabeleça objetivos e os persiga. O homem sem objetivos na vida é um trapo, é vazio, errante. Pense onde vc quer chegar, o que vc quer fazer, e se dedique em nome disso.
"Primeiro vêm os sorrisos, depois as mentiras; por último, o tiroteio" - Roland de Gilead
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#14
Fanfic de user do pobretão
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#15
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk isso vai ser divertido!

Vá em frente champs, tire sua propria vida. Será mesmo que quer tirar ela??

Bom, se não for uma daquelas troladas...

Pare de drama, melancolia, pare ter dó de si mesmo. Ser bom de mais é excesso de vaidade. Quer se livrar do passado e de todas as amarras da vida? Então seja homem e lute contra si mesmo, CONTRA SI MESMO. Ficar se lamentando como uma garotinha do ensino médio beira a insanidade.
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#16
(25-08-2017, 10:26 AM)Roland Escreveu: Culpar aos outros não vai resolver seus problemas atuais, nem apagar o passado ruim. Vc deve é responsabilizar a si mesmo e procurar melhorar.

Também não pense que é o mais fodido da face da Terra. Sempre existe alguém pior do que nós, sempre.

Siga em frente, estabeleça objetivos e os persiga. O homem sem objetivos na vida é um trapo, é vazio, errante. Pense onde vc quer chegar, o que vc quer fazer, e se dedique em nome disso.

(25-08-2017, 11:56 AM)Jhon Capitão Escreveu: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk isso vai ser divertido!

Vá em frente champs, tire sua propria vida. Será mesmo que quer tirar ela??

Bom, se não for uma daquelas troladas...

Pare de drama, melancolia, pare ter dó de si mesmo. Ser bom de mais é excesso de vaidade. Quer se livrar do passado e de todas as amarras da vida? Então seja homem e lute contra si mesmo, CONTRA SI MESMO. Ficar se lamentando como uma garotinha do ensino médio beira a insanidade.

Insanidade, é uma palavra que descreve bem tudo isso. Você está fora, com uma visão fria, eu vivi e ainda vivo ou sou o centro nervoso da situação, e essa insanidade temporária, duradoura ou não impede de ver as coisas com clareza, você tem uma visão da atitude adequada, do que pensa ser certo movido pelo coração (emoções), não pensa com clareza e a realidade vem e bate com o pau na sua cara para te trazer de volta a razão. A diferença é que eu que vivo a situação e lidei com tudo da forma mais errada possível resultando em um fracasso colossal tomando decisões erradas. Quem nunca fez isso na vida que me atire a primeira pedra.

Quanto a questão de bondade excessiva ser na realidade excesso de vaidade estou inclinado a concordar, a arrogância que nos fazem acreditar que nosso juízo de mérito está correto sem considerar o fator na natureza humana primitiva que prioriza primeiro o próprio rabo, as próprias necessidades impedindo muitas vezes a retribuição esperada de acordo com nosso falso juízo de mérito. O ego e suas armadilhas. Vou ser bom, vou ser aceito e terei retribuição. ERRADO. Não se pode esperar reciprocidade.
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#17
Não vou ler isso tudo não sinto muito. Você não tem nada de especial que me faça perder tanto tempo de leitura. Força e Honra!
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#18
Procure um psicologo ou psiquiatra.

Se não tiver condiçoes, vai no SUS que o atendimento é gratuito.  

Fica dificil os confrades lhe ajudar diante destas condicoes, infelizmente.

O seu caso necessita desses profissionais citado acima.
"Amante das M$ois, quero" 
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#19
(25-08-2017, 12:33 PM)CR7 Escreveu: Não vou ler isso tudo não sinto muito. Você não tem nada de especial que me faça perder tanto tempo de leitura. Força e Honra!

(25-08-2017, 01:32 PM)Gângster Escreveu: Procure um psicologo ou psiquiatra.

Se não tiver condiçoes, vai no SUS que o atendimento é gratuito.  

Fica dificil os confrades lhe ajudar diante destas condicoes, infelizmente.

O seu caso necessita desses profissionais citado acima.

Amigo, obrigado pela oportunidade de colocar tudo pra fora. Independente de tudo foi bom colocar pra fora. Talvez pela minha condição psicológica atual transpareci vitimismo em meu relato carregado emocionalmente por conta de meu estado de espírito.

Confesso que me sinto perdido, sem motivação e o conhecimento da real já é um começo para que eu coloque as ideias no lugar e consiga me ajudar da forma apropriada, seja naturalmente, seja com ajuda profissional.

De qualquer forma, obrigado.
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#20
Você subconscientemente sabe o que deve fazer: morrer. Mas não morrer fisicamente(isso é o seu consciente te enganando), mas sim morrer a si mesmo. O homem que tu era e que fodeu seu passado. Tu sempre soube que matar aquele garoto que cresceu numa de casa mulheres era necessário. Tu só entendeu o conceito de morte de errado, associando a suicídio.

Arrume sua alimentação, largue essa merda de cigarro, faça exercícios, aumenta essa testo, larga essas músicas depressivas, larga esse pensamento de que tu tá velho com 30 anos porque tem idosos de 60 puxando ferro em academia, dirigindo empresas estressantes e comendo putas com mais energia do que você. Deixe o cara dessa merda de vida que tu teve pra trás, tu tá livre agora e pode ser o que quiser. Termine ensino médio (senão concluiu), tente um concurso, se aliste pra Legião Estrangeira, procure se espiritualizar, mate sua capacidade de se apaixonar por alguém, sei lá... Tua vida não acabou, não chegou nem na metade ainda. Não fica se considerando bonzinho e que as pessoas se aproveitam, tu só foi otário, mesmo. Quando tu deixa de ser otário, tu repele automaticamente quem se aproveita. Falo por experiência própria. E muitos dos caras aqui do fórum se fuderam na vida não porque eram bonzinhos, era porque eram otários e melhoram de vida quando mataram esse otário que eram.

E procure ajuda profissional de psicólogo HOMEM, de preferência mais velho que tu.

"Quando se ama não se raciocina. Quando se raciocina parece que não se ama. Quando se raciocina depois de haver amado, compreende-se porque se amava. Quando se ama depois de haver raciocinado, se ama melhor. Eis aqui o sendeiro do progresso das almas." E. Levi.
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