18-07-2021, 04:19 AM
Copia cola de um lugar obscuro da internet, mas que achei válido, fala sobre a literatura russa e "domesticação" da burguesia.
Só fazendo outra divagação, essa ainda mais imprecisa, tem uma linha hereditária mais pra trás que é possível traçar para os personagens Stavroguinescos:
Lendo a literatura russa mais a fundo, você fica com a impressão de que houve uma certa pacificada na nobreza russa lá pelo início do século XIX. Dubróvski, do Púchkin, lembra literatura brasileira sobre o nordeste como S. Bernardo, ou no conto O odnodvóriets Ovsiánikov, de Turguêniev:
>[…] os tempos mudaram. Os pequenos fidalgos ou estão no serviço público, ou não estão em suas terras; os grandes, não há quem os conheça. Dei uma olhada nele, nos grandes, em casos de demarcação. E devo lhe dizer que meu coração se alegrou ao contemplá-los: são gentis e corteses. Só uma coisa me espantou: eles estudaram todas as ciências e falam tão bem que comovem a alma, mas não tem a menor ideia de seus negócios, e não percebem nem seus próprios interesses: o administrador, um servo, faz com eles o que quer, como se fossem sua montaria.
Nesse conto (e em outros), as festas da geração passada são narradas como pantagruélicas (a cena da proposta de compra do cachorro é um exemplo). O nobre moderno, em contrapartida, é contido, "acadêmico" e ponderado, quase indiferente.
Algo mais figurado aparece nA Filha do Capitão, de Púchkin. No caso, "o passado" são os cossacos de Pugatchóv.
É, no fim, o grande dilema da Ásia x Europa. Isso é uma ideia fixa dos russos.
Neste cenário de domesticação da alma, onde cabe o Grande Homem? Uma linha do tempo seria a seguinte:
>Brigas entre nobres por terra, pseudofeudalismo;
>Guerras napoleônicas. Centralização do Império Russo;
>Expansão Russa para o sul e leste. Crimeia, Great Game, etc (aqui entra Pietchórin);
>Movimento revolucionário (aqui entra Stavroguin).
Esse processo de burocratização e contenção acaba inevitavelmente na União Soviética.
Stavróguin nasceu para a grandeza de um Cavaleiro-poeta que não pode existir mais.
Só fazendo outra divagação, essa ainda mais imprecisa, tem uma linha hereditária mais pra trás que é possível traçar para os personagens Stavroguinescos:
Lendo a literatura russa mais a fundo, você fica com a impressão de que houve uma certa pacificada na nobreza russa lá pelo início do século XIX. Dubróvski, do Púchkin, lembra literatura brasileira sobre o nordeste como S. Bernardo, ou no conto O odnodvóriets Ovsiánikov, de Turguêniev:
>[…] os tempos mudaram. Os pequenos fidalgos ou estão no serviço público, ou não estão em suas terras; os grandes, não há quem os conheça. Dei uma olhada nele, nos grandes, em casos de demarcação. E devo lhe dizer que meu coração se alegrou ao contemplá-los: são gentis e corteses. Só uma coisa me espantou: eles estudaram todas as ciências e falam tão bem que comovem a alma, mas não tem a menor ideia de seus negócios, e não percebem nem seus próprios interesses: o administrador, um servo, faz com eles o que quer, como se fossem sua montaria.
Nesse conto (e em outros), as festas da geração passada são narradas como pantagruélicas (a cena da proposta de compra do cachorro é um exemplo). O nobre moderno, em contrapartida, é contido, "acadêmico" e ponderado, quase indiferente.
Algo mais figurado aparece nA Filha do Capitão, de Púchkin. No caso, "o passado" são os cossacos de Pugatchóv.
É, no fim, o grande dilema da Ásia x Europa. Isso é uma ideia fixa dos russos.
Neste cenário de domesticação da alma, onde cabe o Grande Homem? Uma linha do tempo seria a seguinte:
>Brigas entre nobres por terra, pseudofeudalismo;
>Guerras napoleônicas. Centralização do Império Russo;
>Expansão Russa para o sul e leste. Crimeia, Great Game, etc (aqui entra Pietchórin);
>Movimento revolucionário (aqui entra Stavroguin).
Esse processo de burocratização e contenção acaba inevitavelmente na União Soviética.
Stavróguin nasceu para a grandeza de um Cavaleiro-poeta que não pode existir mais.
