06-07-2019, 01:22 PM
Spoiler Revelar
(05-07-2019, 06:40 PM)Dallas Escreveu:Não adianta se martirizar à toa, isso já passou, e a coragem que te fez dizer "Só vira e me beija" para a moça, use-a para passar um borrão nisso e não lembrar mais de absolutamente nada, evite frisar essa imagem na mente, evite associações não é esse o princípio básico da meditação? Frequentemente vejo você postando coisas relacionadas ao ego e hoje, olha só, você está integralmente vivendo a manifestação real da egolatria humana, primeiro pelo envergonhamento de si mesmo, segundo pela sensação de ter sido rejeitado e terceiro por desejos suprimidos, por não ter conseguido o que queria. Você está experienciando um misto de sensações que causam desconforto, raiva de si mesmo e vontade de poder voltar no tempo, aproveite, sinta cada precioso minuto dessa agonia que está lhe desmoronando por dentro, é isso que promove o desenvolvimento, que faz crescer. Nenhuma informação secreta ou especial, nenhuma seita, grupo oculto ou associação restrita lhe fará um indivíduo desenvolvido. A sensação de que só por ter acesso a um vasto material sobre relacionamentos e dinâmicas sociais, nem aqui e muito menos em Marte fará sua evolução positiva aflorar, é nesse momento que devemos ter humildade suficiente para reconhecer que somos completamente vulneráveis àquilo que mais estudamos e debatemos. O conhecimento liberta mas liberdade tem preço, não acredite em refeições gratuitas. Veja esse causo como uma espécie de punição, um teste da vida, tenho quase certeza de que você foi à festa por uma pura e simples ilusão de sua própria mente que te fez acreditar no mito do resultado imediatista, lendo a própria descrição do ambiente me fez chegar a essa pressuposição, não passou pela sua cabeça a ideia de que você seria uma espécie de divindade na festa? Bem quisto, respeitado e desejado?
Já que você teve coragem e humildade suficiente para expor uma infelicidade sua e não tentou se sair por cima na situação (acredite, muitas pessoas passam por isso e por coisas muito mais escabrosas mas no outro dia saem repetindo falaciosamente absurdos inventados por uma mente em busca de autoafirmação, são verdadeiras mentirosas descaradas mesmo quando pegas pela realidade), irei contar um relato meu. Sou introspectivo e bem abaixo da média no campo do desenvolvimento físico por ainda ser bem magro, também sou averso a ambientes muito movimentados e desde muito novo tenho uma espécie de complexo de inferioridade, algo que só fui conseguir contornar em meados de quando conheci a real, também tenho estatura baixa e me considero um sujeito não muito adequado aos parâmetros estéticos (me encaixo mais ou menos no estereótipo do homem médio que é invisível socialmente, mas não é feio ou bonito, talvez por ainda parecer com um adolescente, eu não seja tão repulsivo às mulheres que estão acima de mim na pirâmide social, de certo modo eu não estou no jogo delas), não sou tímido mas por conta de inseguranças emocionais, as vezes deixo transparecer isto em minha linguagem corporal, principalmente quando estou em situações desconfortáveis como subir em um ônibus muito movimentado ou entrar em um auditório na mesma situação, fora disso, e por ter estudando oratória, consigo me sair muito bem em quase todas as situações e evoluí bastante nos últimos anos, ah e também sou Low Profile, ultimamente venho tentando entrar no minimalismo. Fui a minha primeira festa no ano passado, embora relutado bastante, tive que ir por ter prometido a um amigo e por que estava realmente me desafiando a fazer coisas novas, coisas que me causassem embrulhos estomacais. Era uma festa universitária e como bem sabemos, há níveis estratosféricos de hipergamia no ar aqui, são as piores para um sujeito típico mediano ir e ademais não sabia nem o local do festejo, tive que ir a casa de meu amigo e me guiando por um endereço eletrônico no celular.
Ao encontrar meu amigo em sua casa depois de ter ido de mototáxi por não ter locomoção para aquelas bandas, posteriormente pegamos algumas garotas que eram amigas dele e fomos direto pro festejo e ao chegar lá notei que duas das garotas estavam meio que mais receptivas para mim, intuí também que uma em especial estava muito mais do que a outra, aqui classificaríamos as duas como submedianas e as outras duas eram medianas arrumadas na qual de cara saquei por qual motivo elas realmente iam, é difícil categorizar pois o que é bonita pra mim pode não ser pra você, eu achava as medianas bem acima da média mas classificarei como medianas para entrar em um consenso. Éramos seis comigo incluso, fui respeitoso e falei de forma igualitária com todas elas mas percebi que uma das medianas, a que eu achei mais arrumadinha, estava tentando jogar com meu valor oscilando entre receptividade e frieza e me tocando de forma ambígua nos ombros, mais tarde quando ela estava dançando funk, ela meio que jogou o quadril na parte lateral da minha cintura para me empurrar, como se estivesse brincando ou me incitando para que eu revidasse. Eu defendo que a intuição é a melhor arma de um homem nesse mundo caótico e minha intuição estava me dizendo para fugir daquilo, para abrir meus olhos e eu sei que mesmo diante de inúmeros avisos, isso não é fácil. Ao entrar no clube, vejo a musicalidade ambiente, pessoas dançando e flertando, outras bebendo..., o típico ambiente estereotipado que a maioria aqui conhece e claro, eu fiquei admirando a beleza das universitárias meio como um sertanejo que vislumbrado pelos prédios da cidade grande fica extasiado olhando tudo. Pegamos as bebidas e reunimos um grupinho que amealhou uma quantidade razoável de pessoas - mas nos atentemos apenas as principais pois muitas transitavam de grupo em grupo - e lá começamos a beber, aqui abro o detalhe que eu particularmente detesto beber mas tive que fazer para não parecer um alienígena, nessa época eu estava saindo de um período de isolamento direcionado, mas por ter estudado e até colocado em prática alguns itens de oratória e persuasão, estava me saindo muito bem, ressalvo que a mente nos tenta enganar a todo instante fazendo-nos de trouxa, não existe contradição maior no desenvolvimento individual de um homem do que fazer algo simplesmente para se adequar a algum ambiente, a um ambiente que não é o seu ou de tentar ser alguém que você não é por pura aceitação social.
Mesmo travado e ainda me sentindo um pouco deslocado, estava analisando o ambiente com aquele olhar enquadrado e minucioso em todos os detalhes, tive aqui a constatação bruta e total de muitas coisas que aqui debatemos, pude perceber como ninguém o tamanho da superioridade da real no que tange a análise e o estudo das relações sociais, foi incrível, literalmente. As duas medianas arrumadas estavam na procura do macho superior e uma delas estava dançando sensualmente na tentativa de fisgar uma vítima pelo canto da sereia. Uma das submedianas, eu não sou muito de julgar a aparência das pessoas até porque não me considero neste patamar, mas ela não combinava absolutamente nada comigo, era muito maior do que eu e não me causava excitação alguma, não era gorda mas tinha proporções corporais muito acentuadas pra mim e também não tinha traços atrativos, na minha concepção claro. A outra era-me mais convidativa pois além de magrinha, era baixa e me atraia fácil, porém, como a primeira desde o princípio estava muito próxima de mim e eu percebi que havia meio que um conluio delas duas a meu respeito, não tive como me aproximar da que me atraia e logo ela sumiu de minha visão, restando apenas as medianas e a submediana. Fiquei bebendo e conversando com meu amigo e com as duas medianas que estavam no período de descanso da labuta pelo macho superior - acho que elas não acharam nenhum nessa noite - contudo, ao tocar uma música de funk meio que famosa na época, quase todo mundo se exaltou e ao som de uivos e gritos uma espécie de ritual de acasalamento mútuo se iniciou. Fiquei na mesma situação do autor do tópico pois uma das medianas e a submediana começaram a se enroscar em mim e no meu amigo e já sob o efeito nefasto dos lícitos, meio que comecei a entrar na onda. Nesse momento a submediana se aproveitando de mim, tentou me tascar um beijo mas eu inventei que estava muito bêbado e apenas abracei ela, foi engraçado pois tive que ter jogo de cintura pra fingir pois nunca fiquei completamente bêbado na vida, nessa noite eu colocava mais refrigerante do que álcool na mistura lícita do copo e nessa altura do campeonato meu amigo e até a submediana estavam muito alterados enquanto eu ainda estava nos estágios iniciais dos efeitos da bebida desgraçada, e pra ser sincero, eu nem vi as medianas bebendo. Aqui fica uma ressalva, elas não encontraram nenhuma vítima e mesmo conversando com alguns homens, não vi elas cederem, em alguns momentos a mediana falava comigo e até brincava um pouco me empurrando e puxando conversa mas eu não cedi, sabia que ela não estava interessada em mim apenas viu um comportamento incongruente no fato de que eu não a bajulei. Os homens que chegaram nas duas, saíram com as mãos nos bolsos, elas rejeitaram todos. Eu até tentei tocá-la no ombro e espelhar o comportamento dela comigo mas percebia uma frieza sutil, era estranho, então eu simplesmente me afastei e do meio para o final da festa ela começou a me olhar ruim como se estivesse me ignorando, tentando me destratar.
A submediana começou a dançar e rebolar no meu pau e nesse momento a outra submediana chegou, justamente a que eu queria pegar, ela passou um tempo considerável fora e eu acho que sabemos bem o que ela foi fazer..., ela começou a dançar do meu lado virando o quadril em minha direção enquanto a outra estava na desesperada tentativa de me fisgar, confesso que estava gostando bastante daquilo e você se sente meio que poderoso, desejado, assim como no caso do autor do tópico, mas nesse caso eu poderia facilmente ter dirigido-me, se existisse, a uma delegacia de polícia dos homens alegando aliciação sexual pois literalmente eu não senti desejo sexual algum nisso talvez até por minha introspecção, por uma espécie de barreira, não considero isso como algo ruim. Eu agradeço por ter tido bastante atenção ao tópico da farsa das baladas, li e reli várias vezes aquele tópico e extrai muita coisa boa dali, tive cuidado com muitos detalhes que passam despercebido por quem sai faminto pra esses lugares e inclusive rejeitei bebida quando me ofereciam, fiquei ao lado do meu copo em todos os momentos e mantive-me sempre com uma garrafinha de água e com bastante refrigerante próximo, mas mesmo tomando todos as devidas precauções, em um determinado momento senti que estava começando a ficar tonto e foi nesse instante que sai de perto do grupo e fui a uma espécie de jardim dos fundos do lugar, quase uma mata. Nesse lugar eu me lembrei bastante de muita coisa que li e que ouvi ao longo de minha breve vida, o cheiro da promiscuidade exalava no ar, vi pessoas bêbadas e caídas no chão, outras sentadas cabisbaixas provavelmente lamentando algum fora tomado, vi pessoas sendo levadas pelos braços pois estavam completamente desmaiadas, pessoas se pegando publicamente, outras estavam se preparando para vomitar, vi pessoas provocando escândalos pois mesmo muito bêbadas, não queriam sair da festa, eu particularmente achei tudo isso muito triste. Inclusive quando eu estava travadão lá apenas balançando o corpo de um lado para o outro e bebendo a mistura de álcool com refrigerante, uma das medianas viu a submediana dançando perto de mim e me disse "ela tá dançando na tua frente, chega junto", eu apenas me aproximei e dei aqueles tapinhas falsos nas nádegas dela assim como fazem em clipes de funk, só colocando a mão e imitando o movimento, e ela realmente queria que eu fizesse isso.Depois de ter saído de perto do grupo, fiquei sentado por alguns instantes olhando o ambiente quando fui arrastando de volta pra danceteria pela submediana e por meu amigo que estavam visivelmente alterados e foram me buscar, eu já não poderia contar com ele para voltar pra casa e essa era mais uma das minhas maiores preocupações junto com o fato de que eu provavelmente teria que cuidar de bêbado no restante da noite, tentei me divertir mas confesso que não consegui muito pois não via sentido algum em ficar dançando e bebendo e ainda tentando me esquivar das tentativas da submediana, para me beijar. Passei o resto da noite tendo que encarnar um personagem para não me passar por esquisitão, continuei bebendo mais um pouco e percebi que as medianas foram embora no zero a zero, apenas dançaram e beberam, muito pouco pelo que vi. Meu amigo estava tentando pegar a outra submediana que tinha saído e depois voltou e de vez em quando ele me falava isso no meu ouvido, que ia ficar com ela, eu apenas soltava um sorrisinho discreto e assentia com a cabeça concordando com aquelas palavras, eles ficaram dançando por bastante tempo mas quando ele investia um movimento de que ia beijá-la, ela meio que se saia daquilo mas educadamente pelo que percebi visto que ela estava razoavelmente sóbria e ele não. Enquanto isso a submediana me abraçava e queria que eu ficasse ali abraçado com ela..., a festa se desenrodilhou até próximo do amanhecer quando fomos embora junto com o pessoal, eu já estava bem sóbrio e já sob o efeito da famigerada ressaca moral que me deixou meio caladão em meio aos demais. Deixei meu amigo na casa dele e tive que ficar lá porque ainda estava escuro e eu estava com receio de voltar sozinho pra casa - ele morava relativamente próximo do clube, coisa de algumas quadras então dava pra ir a pé mesmo - meio que já estava com esse receio desde que percebi que ele estava bebendo muito, fomos em grupo na garoa da madrugada, com as ruas completamente desérticas e ainda correndo risco de vida, mas ainda sim ele relutava no caminho, queria retornar ao ambiente da festa que a essa altura já estava sendo organizado pelo pessoal da limpeza. Tive que ficar controlando ele e ainda o pus pra dormir, sorte que ele não deu muito trabalho para isso. Esperei os primeiros relances de luz solar no horizonte e vim pra casa no frio, a pé e literalmente perdido, depois de uma baita caminhada e refletindo profundamente sobre a noite e principalmente sobre minha vida, vi por experiência própria que não é essa a vida que eu quero pra mim. No caminho eu via os trabalhadores abrindo suas lojas, os catadores de papelão empurrando as carrocinhas, garis varrendo a rua, pessoas caminhando e correndo, praticando exercícios físicos nas pracinhas, vi que enquanto há uma legião de pessoas que fingem viver e que acham que estão se divertindo, há outras que buscam algo maior, pessoas empenhadas em suas próprias vidas, empenhadas no trabalho.
Existe um provérbio budista que diz mais ou menos assim "dor agora, prazer depois", se você optar por prazer agora, acostume-se com a dor no dia posterior, seja com ressaca, sensação de agonia, vergonha alheia e uma série de outros sentimentos e lembranças ruins, a conta não fecha com exatidão. Do contrário, se escolher a dor agora, acostume-se com um futuro promissor, colha os frutos de seus esforços, os verdadeiros frutos, a verdadeira evolução. Cheguei em casa depois de bastante caminhar todo sujo, sem dinheiro e me sentindo muito mal lembrando de tudo aquilo, tomei um banho bem demorado, fiz um lanche pois estava com muita fome e passei o resto da semana inteira com vergonha alheia lembrando da noite que tinha se passado, nunca mais vi as pessoas que conheci na festa e vejo muito pouco o meu suposto amigo, tudo acabou ali, acho que todo mundo foi pra inúmeras outras festas depois desse dia e esse ciclo se repetiu por inúmeras vezes até hoje, eu, na contramão, nunca mais fui a festa alguma e me sinto bem melhor no meu habitat natural, agradeço bastante por ter tido acesso a muito conteúdo bom e muita informação de qualidade, isso me evitou muita coisa desagradável mas talvez eu nunca tivesse a constatação de como realmente é essa vida de boêmia se eu não tivesse ido para uma, se eu não fizesse esforço algum pra sair da minha zona de conforto eu nunca chegaria a esse pensamento, hoje eu sei que devo passar longe desses lugares, aquilo não é pra mim, eu não nasci pra ser pegador e muito menos para festejar naturalmente com qualquer um e em qualquer lugar. Se eu tivesse que deixar uma mensagem pro autor do tópico, tudo que você tá sentindo é normal e acredito firmemente que você não foi o único então bola pra frente e creia que agora de fato você aprendeu a lição. Existem pessoas que aprendem com os livros, outras que aprendem com a vivência e existem o pior grupo, as pessoas que não aprendem nem com os livros e nem com a vivência, espero de verdade que você tenha aprendido a lição. Largue de besteira e não se preocupe com a opinião das moças e nem dos que estavam lá, eles nem lembram mais do que aconteceu e talvez nem lembram mais do seu rosto apenas certifique-se de ter aprendido a lição e siga em frente com extremo cuidado para não repetir os mesmos erros, a real perdoa mas a vida não.
Porra de textao e não comeu ninguém

"Há um amplo fosso de aleatoriedade e incerteza entre a criação de um grande romance – ou joia, ou cookies com pedaços de chocolate – e a presença de grandes pilhas desse romance – ou joia, ou sacos de biscoitos – nas vitrines de milhares de lojas. É por isso que as pessoas bem-sucedidas em todas as áreas quase sempre fazem parte de um certo conjunto – o conjunto das pessoas que não desistem." O andar do bêbado.