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[RELATO] Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio
#7
Na primeira parte falei da cidade e das pessoas. Nesta segunda parte vou contar um pouco mais da cidade e arredores, pessoas que conheci e as coisas que fiz. Nota: todas as fotos são minhas, economia de caracteres.


Fui para Seattle na primeira semana de Abril de 2012. Saí de Guarulhos numa quinta feira. Cheguei no começo da noite em Guarulhos para pegar o voo as 10 da noite. Estava um calor filho da puta e aquele lugar estava bufando, um verdadeiro inferno. Depois das despedidas da família, choro da mãe, entrei na área de embarque e relaxei. Só da área não ser considerada tecnicamente como Brasil, já começou a melhorar a coisa, nada de multidão e calor (e impostos, porque é free shop).


Como eu disse na parte 1, não existem voos diretos para lá. Peguei um voo de Guarulhos até Dallas/Forth Worth no Texas e de lá para Seattle. Não vou perder meu tempo falando de aeroporto. A única coisa digna de nota é que eu sai de São Paulo com 30ºC e sai para a rua, no aeroporto em Tacoma, no dia seguinte, com 5ºC. Essa diferença, aliada ao cansaço da viagem te deixa quebrado.


Na primeira semana não tive aulas, minhas aulas de inglês começariam no início da segunda semana de Abril. Tive alguns dias para descansar e aprender algumas coisas sobre a cidade, como usar o transporte público e ir comprar algumas coisa úteis, como uma jaqueta impermeável, um celular daqueles descartáveis e um cartão Orca Card para usar no transporte público.


Eu contratei junto à escola uma homestay. Para quem não está familiarizado com intercâmbios, homestay é uma casa de família onde você pode ficar e compartilhar a experiência de viver com uma família do país. Essa homestay eu contratei para apenas duas semanas. O plano inicial era ficar na homestay por 15 dias e depois me mudar para uma residência estudantil.


Acho que não tem problemas em contar um pouco da homestay, não vai prejudicar meu anonimato. Eu fui ficar na casa de um cara divorciado de 46 anos (hoje ele deve estar com 48). O nome dele é Mark e tem um filho que estava com 14 anos (hoje 16) morando com ele.


Cara simples, muito gente boa, assim como o filho dele. Já faziam 6 anos que ele recebia estudantes de todos os cantos do mundo na casa dele. Segundo ele, nem era muito pelo dinheiro mas sim por ter sempre gente interessante na casa. A casa tinha ficado vazia quando a mulher dele simplesmente enjoou dele, do filho e da vida que levavam e foi embora. Baita vadia, na minha opinião. Mark além de ser um cara simples, boa pessoa e cuidar muito bem do filho dele, não era um vagabundo, muito pelo contrário, trabalhava muito. Sua profissão era de piloto das chamadas gantry cranes.
Mark trabalhava, e ainda trabalha, naqueles enormes guindastes que carregam e descarregam contêineres de navios, no porto de Seattle. Um trabalho honesto, de responsabilidade e que proporcionava boa vida para os dois.

Fato é que eu gostei tanto do cara e do filho dele, me trataram tão bem e me deixaram tão a vontade na casa deles, que acabei ficando lá por um mês ao invés de quinze dias.


Provavelmente eu teria ficado lá o tempo todo do intercâmbio se não tivesse feito amizade com um coreano muito gente fina que conheci na escola. Chamarei ele de LIN (nome fictício). Ele precisava de um roommate, pois alugou um apartamento de dois quartos. Como o valor do aluguel dividido era um pouco mais baixo que a homestay, o apê era novo e a vista do local e acessibilidade era bem legal, deixei a casa do Mark e fui me instalar com meu novo amigo asiático. E mesmo dizendo para o cara que só iria ficar lá por 2 meses (Lin foi para Seattle ficar um ano inteiro), ele disse que não havia problemas. Posso dizer que dei sorte e achei muitas pessoas boas nessa experiência. Na parte 1 do artigo tem uma foto da vista do apê, vai te ajudar a entender porque eu acabei mudando Lin. Era simplesmente FODA a vista das Olympic Mountains no horizonte.


As atrações visitadas dentro da cidade


Na primeira semana em Seattle visitei o Space Needle e o museu chamado Experience Music Project and Science Fiction Museum and Hall of Fame.


O Space Needle é aquela conhecida torre da cidade que parece um disco voador. O observation deck de 360º da torre fica a 160 metros do chão, então dá pra ter uma boa vista da cidade inteira, do Puget Sound (braço de mar), dos lagos, das montanhas à leste e oeste, além de uma visão do Mt. Rainier. Infelizmente como havia um pouco de nuvens no dia em que fui, a visão do Mt. Rainier estava encoberta. Veja como é a vista lá de cima.

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Space Needle vista de baixo.


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Downtown visto da Space Needle.

Já o EMP é o museu da música e da ficção científica. Para quem gosta de musica é um prato cheio. Há exibições permanentes de objetos e instrumentos do Jimi Hendrix e do Nirvana. Além de outras coisas muito interessantes, como uma árvore feita de guitarras, baixos, violões, violoncelos, etc. Eu que toco guitarra e violão fiquei pirado na escultura.


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Árvore de instrumentos.

Na semana seguinte eu queria muito, mas muito ir visitar a fábrica da Boeing em Everett, ao norte de Seattle. Mas tinha que colocar o nome em uma lista de espera. Como o tempo era curto, decidi largar mão. Felizmente em Seattle, para quem gosta de aviação, existe ao sul da cidade o Museum of Flight, que foi o antigo campo da Boeing. Neste museu há tantas mostras que é preciso ir com um dia inteiro para poder apreciar com calma. Existem aviões inteiros para você entrar e explorar, como um Concorde e um antigo Força Aérea Um (avião presidencial). Existem muitos aviões antigos, como o famoso DC-3, caças militares e o melhor: aviões de combate das WW I e WW II. Sem contar com a área espacial, com direito a módulo de treinamento dos astronautas do programa Apollo, Lunar rover, um traje espacial usado no programa Apollo e uma réplica de um dos módulos da ISS (Estação Espacial Internacional) onde é possível entrar.


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Visitei também o Seattle Aquarium que é o aquário localizado no píer 59, bem atrás do Pike Place Public Market, local que eu ia quase diariamente para comer e beber. É muito bonito e bem organizado. Recomendo.


Outro local interessante para quem gosta de leitura e visitar lugares com arquitetura surreal é a Seattle Public Library. O prédio do EMP e a biblioteca são tipos de arquitetura que eu nunca tinha visto na vida, e olha que antes desse intercâmbio eu já tinha viajado bastante nos EUA e na Europa. Vale a pena a visita.


Isso é algo que pode deixar alguns ai com raiva, não em si pelas bandas, mas pelo preço dos ingressos. No começo de Maio eu fui em um show do Snow Patrol e em um do Van Halen, com direito a David Lee Roth no line up. No show do Snow Patrol paguei US$ 30 dólares e no Van Halen paguei US$ 60. Quanto será que eu teria pagado em ingressos dessas duas bandas aqui no Brasil. Nota: não peguei fila nenhuma.


Um dos programas bons foi o clube de striptease. Eu fui para rir e tomar umas cervejas. Nada como tomar uma cerveja, rir com caras agradáveis enquanto uma gostosa dança pelada na sua frente. O strip club que eu fui se chama Deja Vu Showgirls. Fica quase na entrada do Pike Place Market. Eu não cheguei a pagar nenhuma dança particular, fui só pra curtir o ambiente mesmo. A mulherada realmente é bem bonita. Não me lembro muito bem, porque estava bêbado e já fazem muitos anos, mas me disseram que algumas delas chegaram a dançar como cheerleaders para os Seahawks.


Aliás, foi uma pena não poder ter assistido um jogo da NFL. Era offseason na época em que fui. Me contentei em ir ver o time de baseball da cidade, os Mariners. O estádio Safeco Field é foda, o acesso é fácil. Não tem brigas e nenhum perigo. Mas o time é ruim e baseball, apesar de eu saber as regras do jogo, não desce. Acho chato. O bom do estádio é o cachorro quente e a cerveja enorme que eles vendem. As mocinhas das barracas de souvenirs devem ser escolhidas a dedo, porque todas eram de parar o trânsito. Apesar de achar baseball chato, fui pela experiência mesmo, que terminou sendo agradável.

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Existem vários parques como o Gas Works Park, Fremont Park, Green Lake Park, Kerry Park, etc. Acho que existem na área metropolitana da cidade em torno de 100 parques. Alguns grandes, outros pequenos, mas todos lugares agradáveis pra ir fazer uma caminhada ou corrida, piquenique, fazer uma rodinha de violão, levar seu cachorro, ou simplesmente ir lá ficar vendo a grama crescer. Perto do apartamento que dividi com o Lin fica o enorme Woodland Park, que é um anexo ao zoológico de mesmo nome. Não entrei no zoo porque não gosto de zoológicos, odeio ver animais enjaulados, mas eu aproveitei o parque para dar umas relaxadas.


Para quem gosta de barcos, o Argosy Cruise, que fica ao lado do Aquarium é uma boa, ainda mais quando o dia está ensolarado. Este cruzeiro de uma hora de duração te leva para dar uma volta pelo Puget Sound. Bom pra fazer umas belas fotografias. E tem o Ferry Boat também, que te leva à Vancouver e à Vancouver Island se você puder entrar no Canadá.

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Eu sou fã do Bruce Lee e da sua filosofia de vida. Acho o cara um exemplo a ser seguido. Fui visitá-lo no cemitério (Lakeview Cemetery) onde está enterrado junto ao filho Brandon. Foi verdadeiramente uma honra visitar o local de descanso de um cara tão sábio.


Como última atração dentro da cidade que acho que vale a pena mencionar, sem contar as baladas que fui, os restaurantes, lanchonetes e cafés, fiz algo muito legal. Considerei caro mas valeu a aventura e o cagaço. Paguei US$ 100 para sobrevoar a cidade em um hidroavião. Fui com a empresa Kenmore Air. Valeu cada centavo. Abaixo um vídeo (que não é meu) para você ter ideia de como é.






Você acha que escrevo e descrevo bem? Que nada. Acho que descrevi uns 40% de tudo que visitei na cidade. Essa cidade tem MUITA coisa pra fazer. São atividades para todos os gostos, bolsos, idades e tempo. Não ache que o que você leu até agora é tudo que existe por lá, aliás, eu deixei de visitar muitos lugares interessantes também, tanto por falta de tempo quanto por preguiça.


O rolo


Bom, quando fui pra Seattle, ainda estava a uns meses de começar a namorar a atual namorada. Estava livre para a putaria. E morando naquele apartamento bem localizado, limpo e mobiliado com o Lin, era uma bela oportunidade para tentar arrastar umas putas para lá. Lin apesar de asiático, era um cara esperto, ou como gostam de dizer aqui no Brasil, liso. Não era aquele asiático estereotipado que conhecemos com cara de nerd, óculos e que é tímido. Foi com esse cara que fui no strip club, nos shows, nas baladas e ele estava se dando bem por lá. Eu não estava preocupado se ia pegar alguma mulher ou não e nem planejava pagar por nenhuma garota de programa. Quando viajo sozinho não fico me preocupando com essas coisas, se acontecer de achar alguém, ótimo, deixo rolar naturalmente. Putas pego no Brasil mesmo, que tem o melhor custo benefício do mundo.


Foi em uma dessas baladas que conheci uma universitária estudante da UW, que se encantou por mim e pelo fato de eu ser brasileiro. Não quero entrar muito em detalhes de como rolou, o fato é que depois de uma semana, dois encontros para um café, muita conversa e duas ou três tentativas furadas minhas de dar um beijo nela, estávamos meio que ficando/namorando. Eu não contei para ela que iria embora dali a pouco mais de dois meses, mas nem sempre é necessário contar toda a verdade, não é? Se você visse a mercadoria, enganaria até o Papa, então me dê um desconto.


Aliás, ela era uma menina bonita mesmo. Pense em uma garota jovem que veio de uma cidade pequena do interior de Washington para estudar em Seattle. Tinha cabelos lisos na altura dos ombros de uma cor algo entre o castanho e o loiro, magrinha e com tudo no lugar (jogava softball na universidade), rosto muito bonito e lindos olhos azuis, 22 anos na ocasião. Considero minha atual namorada uma mulher muito bonita, mas acho que a mulher mais bonita com quem me relacionei na vida sem ser uma única ficada/pegada (e sem pagar), foi essa. Ela realmente tinha um rosto sensacional e mesmo não sendo bunduda nem peituda, era impossível não ficar atraído pela sua aparência. Vou chamá-la de Karen, que obviamente não é o nome real dela.

Se você acha que estou mentindo sobre isso, o problema é seu. Fato é que essa região do pacífico noroeste dos EUA é muito pouco miscigenada. Lembra que na primeira parte desse artigo eu disse que a maioria das pessoas da região são brancos de origem escandinava e asiáticos, quase nada de hispânicos e negros? Pois bem, então uma branca de rosto bonito e olhos claros não é algo raro de se ver como é no Brasil, que é um país muito miscigenado.


Aliás as mulheres nessa região, mesmo as mais bonitas, são mais simples e tem o ego menos elevado que as brasileiras que tem padrão e origem europeia. Alie isso ao fato de eu ser um gringo, ser bem apessoado (eu já me cuidava nessa época) e além de educado (sem ser capado), saber falar o idioma dela bem o suficiente para se comunicar sem enganos e problemas. Peguei mesmo, foda-se. Update: Peguei porque ela foi com a minha cara. É sempre a mulher que escolhe.



É muito necessário que você saiba do meu rolo com a Karen, porque foi ela quem me levou em alguns pontos turísticos dentro da cidade e me acompanhou na maioria das minhas road trips para fora da cidade. Eu nunca tive problemas em viajar sozinho, mas viajar com uma mulher que você esta se relacionando (leia-se comendo) e ainda mais linda e divertida, é muito melhor. Agora que você sabe da Karen, vamos finalmente falar das road trips.


As road trips


Foram quatro road trips no total. Uma delas foi feita no meu período de aulas, algo que me arrependi amargamente porque me impediu de explorar com mais calma. As outras três foram feitas quando eu estava sem compromissos com escola.


Road trip até a cidade de Portland, Oregon


Depois de uma semana morando com o Lin, decidimos visitar Portland, no estado do Oregon. Portland é a terceira maior cidade da região pacífico noroeste, depois de Seattle e se formos contar, Vancouver no Canadá.


Eu diria que Portland é uma versão menor de Seattle. Não é uma cidade costeira, apesar de ser cortada por um rio, o Willamette River. Esse rio Willamette desagua no rio Columbia que fica alguns quilômetros ao norte do centro da cidade. O rio Columbia é a linha divisória entre o estado do Oregon e de Washington. Eu sempre brinco que como não tinha visto para entrar no Canadá nessa oportunidade, não pude visitar Vancouver. Mas ai digo que se não vi Vancouver, Canadá, vi Vancouver, Washington. Vancouver é a cidade que fica do outro lado do rio Columbia e é considerada um subúrbio de Portland.


Como citei, a cidade de Portland é uma versão menor de Seattle. Mas tão bonita, limpa, organizada, moderna, barata e cheia de atrações quanto Emerald City (um dos apelidos de Seattle). Eu moraria em Portland sem problema nenhum. Update: Hoje em dia eu não moraria. Esquerdismo rampante por lá. As coisas mudaram de 2012 pra cá infelizmente.


A natureza e vista da cidade não é tão exuberante como Seattle, mas tem seus pontos positivos. É possível ver o Mt. Rainier de Portland também. E junto dele é possível ver o Mt. St. Helens, que é aquele vulcão que explodiu em 1980. O clima é praticamente o mesmo de Seattle, muita chuva durante o ano.


A road trip para Portland começou numa sexta feira na hora do almoço, depois da aula. Com previsão de volta para casa na noite de domingo para segunda. Fui eu, Lin e mais um coreano que também estudava na escola. Alugamos um carro barato (Ford Focus) no qual rachamos o aluguel, eu dirigi na ida e ele na volta. O outro amigo não dirigiu, portanto não pagou pelo carro, mas ele concordou em pagar por metade do valor do combustível da viagem toda.


A viagem de carro dura pouco mais de 3 horas se você dirigir tranquilo e não ultrapassar nenhum limite de velocidade. Chegamos lá no meio da tarde. Fomos até o motel onde já tínhamos feito uma reserva online e depois saímos explorar a cidade.


Para evitar a chatice de escrever (e de ler) sobre cada local que visitamos e como foi, só vou citar alguns dos locais que visitamos nesses dois dias e meio de visita. Foram eles o Evergreen Aviation and Space museum (semelhante ao Museum of Flight), Saturday Market, memoriais do Holocausto, da guerra da Coreia e dos veteranos do Vietnam, USS Blueback que é um submarino aberto a visitação pública, Mount Tabor Park, etc. Além de visitar as cervejarias Hair of the Dog e Widmer Brothers. Na noite de sexta fomos à um pub que não lembro do nome, no sábado também terminamos em outro pub que me falha a memória.


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Eu gostaria de ter tido mais tempo em Portland, é uma cidade com muita coisa para fazer, infelizmente 48 horas é pouco, mas valeu o passeio e poder dirigir em qualquer estrada no estado de Washington é um prazer imenso. Eu recomendo Portland.


Road trip para o Olympic National Park, Ruby Beach e La Push Beach


Esta foi com tempo de sobra e foi muito bom. Mais uma vez, meu amigo Lin, nosso outro amigo coreano da escola e Karen. Lin e eu alugamos o carro (um Hyundai Santa Fe) e nossos dois passageiros racharam a gasolina. A Karen se ofereceu para pagar metade da gasosa. Apesar de ser universitária num estado bem esquerdista, ela não tinha esse problema. Aliás, ela meteu a mão no próprio bolso várias vezes para pagar por coisas para nós.


Por semanas eu via as Olympic Mountains do apê, portanto queria muito ir até lá, respirar ar puro e gelado, e tirar umas fotos. Além disso, as praias que existem na costa do pacífico no estado de Washington são cinematográficas. Não podia deixar de ir lá.


Essa road trip demorou quatro dias. Tivemos que ir e voltar algumas vezes das praias e dos locais no parque nacional, até a pequena cidade de Port Angeles, onde alugamos dois quartos por três noites em um motel barato chamado Flagstone. Ali na região existe mais uma pequena cidade, chamada Forks. Seria possível se hospedar lá, pois era mais perto das praias, mas não tinham quartos disponíveis para aqueles dias. Para quem não sabe, Forks é a cidade onde se passa a história idiota de Crepúsculo, então devia ter muitos fanzocas da série de livros e filmes por ali se hospedando na cidade.


Os nossos pontos de visita nessa road trip foram:


- Rápido rolê no centro de Port Angeles para almoçar.
- Dirigir até Neah Bay, que é o local à noroeste mais distante que se pode ir dentro da área continental dos EUA (sem contar o Alaska) e é reserva indígena.
- Visitar Forks.
- Visitar alguns pontos do Olympic National Park (Hurricane Ridge, Sol Duc Falls e floresta Hoh Rain).
- Visitar as praias Ruby Beach e as três praias La Push.


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Não tem muito o que descrever. A natureza do local é foda. Lá existem muitos lugares para acampar, mas preferimos ficar na cidade para economizar tempo e também porque não tínhamos barracas e equipamento de camping.


Se algum dia você for a Seattle, com algum tempo disponível, separe uma grana e vá visitar o Olympic National Park, te garanto que vale muito a pena. Aliás, que parque nacional dos EUA não vale a pena?


Road trip para o Mt. Rainier


Você já deve ter percebido que sou meio deslumbrado com montanhas. Então eu não deixaria passar a oportunidade de visitar de perto aquele monstro branco e opressor que aparece ao fundo de todas as fotos do skyline de Seattle. O Mt. Rainier é um vulcão (adormecido) de 4392 metros de altura.


Lógico que a área em volta da montanha é outro parque nacional. Enorme por sinal. Esta foi a road trip mais rápida de todas, foi um dia só. As razões foram que as hospedarias estavam cheias de gente e eram caras ainda por cima, e mais uma vez não estávamos prontos para acampar, pois como citei mais acima, não tínhamos barracas e nem equipamento de camping.


Uma pena mesmo, pois eu gostaria de pelo menos dois dias para poder visitar o local direito e gostaria de passar uma noite ali. Então já fica a dica, se você pretende visitar o Mount Rainier National Park, reserve sua hospedaria com semanas de antecedência e caso pretenda acampar, saiba que é necessário reservar vaga nos campgrounds também, que custam de US$ 10 a 20 dólares. 

Como não poderíamos ficar mais do que algumas horas, elaborei um plano de ataque para essa road trip. Esse plano consistia em ficar de olho na previsão do tempo de um dia para o outro. Foi então que o tempo ficou firme por três dias e saímos as 5 da manhã de casa, Karen, Lin e eu. Era uma terça feira, pegamos o carro alugado (Ford Focus) na noite anterior e fomos até lá.


Tenho que dizer que existem vários pontos de observação da montanha no parque, existem lagos também. Decidimos ir no mais popular que é o chamado Sunrise que fica no quadrante nordeste do parque.


Ficamos o dia todo lá, andamos por trilhas, muitas fotos e o tempo estava claro. A visão de uma montanha daquele tamanho à sua frente é algo que não dá para descrever em palavras. Ver por fotos ou vídeo também não faz justiça à imponência da coisa toda. São nessas horas que começamos a pensar sobre a natureza, o futuro do nosso planeta e tudo de ruim que está acontecendo, como estamos destruindo tudo, etc. A única coisa que posso dizer é que se você tiver a oportunidade de visitar esse local, não desperdice.


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Por fim para terminar esse artigo com chave de ouro a última e mais longa road trip.


Road trip até o Glacier National Park no estado de Montana


Ah sim, essa foi longa. Bem longa mesmo. Nunca dirigi tanto em tão pouco espaço de tempo (até aquela data) e acho que foi um dos locais mais bonitos que já dirigi e estive na vida. Para começar, essa viagem quase não aconteceu. Lin tinha alguns compromissos e ele não estava a fim de ir. Ou seja, eu ia ter que arcar com o aluguel do carro sozinho, além é claro do combustível e da hospedagem.


A Karen disse que deveríamos ir mesmo assim. Disse que pagaria a hospedagem e as refeições se eu pagasse o carro e o combustível. Eu fiz algumas contas, ficou um pouco salgado. Mas pensei: “E por que não? Porque vou deixar de fazer isso agora? Quando voltarei para essa região, quando vou ter outra chance?”.


Com esses pensamentos na cabeça decidi que sim. Não podemos perder nunca na vida esse tipo de oportunidade, era pra isso mesmo que eu estava ali. Dinheiro? Ganho outro trabalhando.


Como só iria eu e ela, não levamos muita coisa e eu ia pagar o carro e dirigir o trajeto todo, então decidi me dar mais um prazer. Aluguei um Mustang. Era em média 25 dólares por dia mais caro que os outros carros que alugamos para os outros passeios e bebe um pouco mais, mas puta que pariu é um Mustang. Sabe o que é dirigir um Ford Mustang? Um Mustang, uma mulher linda no banco do carona e uma estrada que parece que está te levando pro céu. Então lá fui eu e aluguei um belo Mustang 2010, automático, para minha alegria (ela com certeza gostou também da escolha).


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Parada pra mijar.

Bom, o caminho escolhido por mim passou por muitas cidadezinhas, pela cidade de Spokane ainda dentro do estado de Washington, que é uma cidade grande e várias outras pequenas. O caminho também passou pelo norte do estado de Idaho. Ou seja, cruzei dois estados inteiros para chegar no destino. Foram 900 km para ir e 900 km para voltar, três estados: Washington, Idaho e Montana. Nossa base dessa vez foi a pequena cidade de Kalispell em Montana, que fica a uns 40 km de distancia da entrada sudoeste do Glacier National Park. Eu escolhi ir até lá pelas estradas menos movimentadas. Escolha acertada.


Vou dizer, dirigir um carro daqueles, naquelas estradas lisas e sem buracos, com um rock tocando, paisagens lindas e uma mulher legal do lado foi muito bom, mas eu dirigi praticamente sem parar (tirando as paradas pra dar uma mijada e tirar umas fotos) o dia todo, então foi bem cansativo também. Saímos de Seattle de madrugada, as 4 da manhã (peguei o carro na noite anterior). Paramos em Spokane para almoçar e esticar as pernas. Chegamos em Kalispell quase 7 da noite naquele dia. Lógico que demos umas paradinhas para algumas fotos ao longo da estrada como já falei, afinal eu estava me divertindo, explorando. Mas cheguei morto. Chegando em Kalispell fomos direto para o quarto de um hotel chamado Super 8 (que ela reservou e pagou para duas noites) nos preparar para o dia seguinte. E além de morto tive que dar conta dela.


No dia seguinte saímos bem cedo, umas 6 e meia da manhã. No Glacier National Park existe uma chamada scenic drive, que traduzindo seria uma rota turística. No caso é a chamada Going-to the-Sun Road. São uns 100 km de estrada que atravessa o parque de uma borda a outra. No caminho é cheio de hospedarias, restaurantes, pontos turísticos, etc. Foi para dirigir nessa estrada que eu rodei essas centenas de quilômetros. É uma das estradas mais bonitas do mundo. Alguns filmes foram rodados ali, como o começo de O Iluminado com o Jack Nicholson e algumas cenas de corrida do filme do Forrest Gump.


Pensei em postar algumas das fotos que eu fiz por lá, mas a grande maioria me identificaria ou tem ela também. Vou deixar apenas uma como registro e um um vídeo (que não é meu) para que você possa ter uma noção do que é esse lugar.


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Foi um dia inteiro visitando todos os pontos turísticos da estrada, em especial o Logan Pass, que é um passo de montanha com 2 mil metros de altura. Há também vistas maravilhosas do Saint Mary Lake, Heavens Peak, Lake McDonald e outras coisas mais. Voltamos para o hotel em Kalispell as 9 da noite (ainda estava escurecendo). Um jantar, um sexo de leve, um banho pra relaxar e descansar, e dormir, para sair bem cedo e dirigir 900 km de volta para Seattle.


Resumo da ópera. Melhorei MUITO meu inglês, conheci dois caras sensacionais (Mark e Lin) e muitas outras pessoas especiais na escola. Tive o privilégio de encontrar e me relacionar com uma mulher maravilhosa com quem provavelmente teria namorado sério se fosse continuar lá. Aliás, foi bem triste ter que dizer a ela que eu voltaria para o Brasil dentro de alguns dias. Confesso que fiquei algum tempo aqui no Brasil fantasiando com ela. Mas depois acabei superando. Assim é a vida. Visitei e fui espectador de lugares que nunca pensei que fosse ver na vida. Me espantei com a beleza da natureza. Senti na pele como é viver em um país de primeiro mundo onde tudo funciona, há segurança, há mais respeito das pessoas, há organização e há a preocupação de preservar a natureza. Como disse na primeira parte desse artigo, gastar algo em torno de R$ 26 mil para fazer tudo isso VALEU CADA CENTAVO. E o maior orgulho é dizer que esse dinheiro gasto foi todo ganho com muito trabalho honesto e esforço, diferente de alguns brasileiros ai que vão fazer turismo com o programa Ciências sem Fronteiras, gastando dinheiro dos nossos impostos.


Essa foi minha experiência de 100 dias nessa cidade maravilhosa chamada Seattle. Rio de Janeiro? Não, se você conhece ou conhecer Seattle, vai parar de chamar o Rio de cidade maravilhosa.


Artigo publicado no PFL em 21/09/2014
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