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Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio - Mr. Rover - 27-09-2017 Este foi um dos artigos mais populares do PFL, meu blog que hoje em dia está encerrado. Aqui na Real temos o relato fantástico, de superação e desafio do Libertador nos EUA, que foi pra lá com a cara e a coragem. Relato que é inspirador para todos, me incluo nos que foram inspirados e aprenderam muito com as experiências compartilhadas por ele. Portanto decidi deixar esse relato de um intercâmbio que fiz nos EUA em 2012. Esse é um outro lado da moeda, totalmente diferente da experiência do Libertador. Eu fui pra estudar inglês, me divertir e não pra trabalhar. Mas espero que sirva de motivação para os mais jovens que pensam em ter esse tipo de experiência um dia, afinal, fazer isso é um dos frutos do trabalho e do desenvolvimento pessoal que tanto pregamos aqui. E também serve para matar a curiosidade de como funcionam esses tipos de intercâmbios, que tipo de experiência você tem ou pode vir a ter fazendo isso. No fim do texto (Parte 2) farei um update mais detalhado. Então vamos à Parte 1 do artigo.
![]() Hoje descrevo aqui em detalhes a minha experiência de intercâmbio vivendo na cidade de Seattle, estado de Washington, EUA, no ano de 2012. Escrevo este artigo em duas partes para evitar a fadiga. Nesta primeira parte falarei sobre como decidi sobre o intercâmbio e vou falar sobre a cidade e as pessoas do local em si. Na segunda parte falarei sobre coisas interessantes que fiz na cidade, nos arredores e até em outros estados vizinhos. Talvez esse artigo ajude alguém que esteja indo para essa cidade para fazer intercâmbio ou mesmo para ficar um período mais longo ou definitivo. E provavelmente vai servir para matar a curiosidade das pessoas também sobre como é fazer intercâmbio nos EUA. Afinal a maioria das pessoas adora ler sobre esse tipo de experiência. Depois de alguns artigos onde apertei bastante no assunto de desenvolvimento pessoal, que tal parar um pouco para escrever algo de entretenimento? Esse artigo apesar de ter me tomado mais tempo do que habitual, foi prazeroso de escrever. Vamos ao que interessa. Como decidi pelo intercâmbio Eu fiz esse intercâmbio, como já citei, no ano de 2012. Nos meses de Abril, Maio e Junho. Três meses e mais alguns dias para dar um rolê (100 dias no total). Eu fui para dois meses de estudo de inglês (ESL) em uma escola de idiomas conceituada na cidade, que logicamente não citarei no nome. O meu inglês já era pra lá de excelente, eu já não tinha problema nenhum em me comunicar com os nativos, mantendo conversação de igual para igual. Posso dizer que esses dois meses me deram um belo up, uma polida muito boa. Na verdade, o objetivo principal do intercâmbio foram férias. Eu precisava descansar, dar uma desligada e escapada dessa cidade maldita chamada São Paulo. Minha empresa deixei aos cuidados do meu pai (ele já era aposentado) e com outro familiar jovem que precisava sair um pouco de casa e ganhar um dinheiro. Mesmo assim eu controlava tudo por telefone e e-mail todos os dias. Falava com meu pai e com meu funcionário mais graduado de confiança quase que diariamente. Antes que me julguem, como recompensa para meu velho, paguei uma reforma e uma nova pintura para a casa dele. E fui só, não estava namorando minha atual namorada. Ou seja, livre, leve e solto. Update: estou livre das amarras de mulher de novo, depois de quatro anos de relacionamento. Bom, eu tinha muitos destinos na cabeça. Primeiro eu tinha que escolher o país. Estava entre EUA, Canadá, Inglaterra e Irlanda. Dos quatro países citados eu não conhecia o Canadá, já tinha conhecido os outros três e sabia dos prós e contras de cada um. A escolha quase foi o Canadá, não fosse a falta de profissionalismo de uma escola com a qual entrei em contato para me matricular e quase acabei perdendo dinheiro. Por incrível que pareça, uma empresa canadense com serviço ruim, pois é, acontece nos melhores países. Inglaterra e Irlanda, aos nossos olhos brasileiros são praticamente a mesma coisa, apesar de não serem. Apesar da Irlanda ser um país sensacional, eu o descartei porque tem MUITOS brasileiros por lá e eu queria tirar umas férias dos brasileiros também, distancia de brasileiro de vez em quando é algo muito positivo. A Inglaterra com sua libra esterlina super cara me permitiria ficar apenas um mês ou um mês e meio fora com o orçamento que eu pretendia gastar. Para os curiosos, no total dos três meses e alguns dias gastei com tudo R$ 26 mil e uns quebrados. Contando com passagens, moradia, escola, carros alugados, compras diversas, ingressos para atrações diversas, etc. Então a América foi a escolha. Quando decidi pelos EUA eu queria algo longe de brasileiros como já citei, então excluí algumas escolhas óbvias como Miami, Los Angeles e New York City. Eu queria uma cidade razoavelmente grande com natureza exuberante e não uma selva de pedra. Nisso exclui Chicago, Boston, Washington e Atlanta. Tinha San Francisco que é uma cidade que se enquadrava nos requisitos acima, mas lembram que eu queria o Canadá em primeiro lugar? Some isso ao fato de que o oeste americano pra quem gosta de road trips é um prato cheio. Então Seattle foi a escolha. Não que as cidades citadas não sejam boas, todas elas são ótimas, mas eu quis algo diferente. Seattle é uma cidade muito parecida com Vancouver no Canadá, aliás, estão separadas por apenas 250 km. A natureza do estado de Washington também pesou, já que eu já tinha visitado os estados áridos do sudoeste dos EUA (California, Arizona, Nevada, etc) na minha primeira road trip por lá, eu queria um clima de floresta boreal/montanha e não de praia/deserto. Queria algo parecido com a British Columbia canadense. Seattle não poderia ter sido uma escolha melhor. Seattle, onde fica? (Google Maps) Se você deu uma boa olhada no mapa dando zoom in e out, percebeu que Seattle é a cidade grande americana mais distante do Brasil dentro do território continental dos EUA (sem contar o Alaska e o Hawaii). Sim, é longe pra caralho. Longe pra caralho significa muitas horas de voo. Não há voos diretos de Guarulhos ou do Galeão para o aeroporto da cidade em Tacoma. Você vai ter que fazer uma escala. Pode separar um dia para ir, um dia para voltar e muitas horas dentro de dois ou três aviões diferentes e muito chá de cadeira em aeroporto. O clima de Seattle e arredores Se você é uma pessoa que não se dá bem com chuva, frio, vento e dias que começam gelados, ficam quentes e terminam novamente gelados, Seattle não é pra você. O oeste do estado de Washington (onde fica a área metropolitana de Seattle) tem um clima muito parecido com o clima britânico e irlandês: chuva, céu azul por pouco tempo no meio do dia, tempo nublado e mais chuva. Tanto é que o apelido do estado é “The Evergreen State” ou “O estado sempre verde”, porque seca ali non ecziste (pelo menos não do lado oeste do estado). A cidade é conhecida por algumas coisas peculiares acerca do clima. Por exemplo, é muito raro ver um local nas ruas usando guarda-chuvas ou sombrinhas. O seattleites costumam sair para as ruas com seus raincoats (jaquetas ou capas impermeáveis). Se você estiver andando em qualquer ponto da cidade, a chuva for apenas a tradicional garoa e avistar alguém usando guarda chuvas, pode saber que é gente de fora. Não é raro de um dia começar com céu fechado, chuva e frio e no meio do dia o céu ficar completamente limpo e a temperatura subir, como já citei. Peguei muitos dias assim por lá. Dias que pela manhã eu considerava perdidos e que se abriam para muitas possibilidades na hora do almoço. Apesar de muita chuva nos meses frios do inverno, na alta primavera e no verão os dias ensolarados são sensacionais. Seattle em um dia de sol não fica devendo em beleza para NENHUMA cidade no MUNDO. ![]() Centro da cidade com o Mt. Rainier ao fundo. Ele está a quase 100 km de distancia, mas como é muito alto, é visível de praticamente qualquer parte da cidade com visão aberta na direção sudeste. (essa foto não é minha)
Outra coisa engraçada da cidade que não cheguei a ver pessoalmente devido à época que fui, mas que muitos comentam, é a falta de costume e preparo das pessoas da cidade quando neva. Em Seattle e arredores, devido ao clima oceânico, é mais raro nevar, apesar de que quase todo ano tem pelo menos dois ou três dias de neve. Apesar da neve ser escassa, quando ela cai a cidade vira um caos. Transporte público, especialmente de ônibus, muitas vezes para, ninguém consegue dirigir, etc. Ainda mais pelo fato da cidade ter muitas colinas. Veja do que estou falando. É uma bagunça. Neva bastante na cadeia montanhosa das Cascades e nas montanhas Olympic. Há estações de esqui em uma distancia de apenas algumas horas de carro durante os meses de inverno. Aliás, algo ruim de quando faz muito frio em Seattle é a tal chuva congelada, essa tem quase o ano todo, tirando o fim da primavera e o verão. Não chega a ser neve mas também não chega a ser uma chuva totalmente líquida. Sabe aquela água semi congelada do fundo do isopor de cerveja? Imagine uma chuva daquilo. Não é agradável tomar chuva assim se você não estiver com um casaco/jaqueta impermeável, experiência própria. Por outro lado, quando chega a metade de Abril e começo de Maio o clima começa a esquentar e a cidade fica sensacional. Existem muitos parques e locais onde há cerejeiras. E quando elas desabrocham é um grande espetáculo. Abaixo duas fotos de minha autoria no campus da University of Washington. ![]() As cerejeiras desabrocham em Abril. Este gramado fica no meio do campus da University of Washington (foto by eu)
![]() A infraestrutura do campus é bem bacana. (foto by eu)
Além disso, a vista do horizonte na cidade é algo que nunca cansa os olhos. A vista abaixo era a vista do apartamento que fiquei por dois meses e falarei mais na parte dois. Onde eu consigo uma vista dessas no Brasil?
![]() As montanhas ao fundo são as Olympic Mountains. (foto by eu)
Como Seattle está numa latitude alta no hemisfério norte, no inverno os dias começam pelas 8 da manhã e escurece em torno de 4:30, 5 da tarde. Porém, a partir de Abril até mais ou menos Outubro, os dias são longos. As 5:30 da manhã fica claro e só escurece as 8:30, 9 da noite. No alto verão em Julho, em alguns dias a noite só chega as 10 da noite. Isso abre um leque muito grande de possibilidades. As pessoas Seattle é uma cidade onde podemos dizer que existem dois grandes grupos de pessoas. Os brancos descendentes de europeus, principalmente escandinavos, germânicos (holandeses, alemães, austríacos, etc) e russos. Há também os asiáticos, com muitas pessoas vindas da China e da Coreia do Sul. Sem contar os muitos japoneses e pessoas de outras nações asiáticas. Os afrodescendentes e hispânicos são uma minoria. Vi pouquíssimos. Brasileiros, só encontrei três. Eles existem por lá, mas são uma minoria também. Algo muito interessante sobre Seattle, é que na região, muito antes da chegada dos brancos, havia tribos de nativos americanos (ainda há). O nome da cidade, por exemplo, vem do nome de um antigo chefe da tribo Duwamish, Chefe Si’ahl. No estado todo existem mais de 100 mil pessoas que são nativos ou descendente de nativos. E posso dizer que são pessoas de uma beleza física invejável. Tanto as mulheres quanto os homens (não, não sou gay). Eu diria que os nativos americanos da região dos EUA chamada Pacífico noroeste, estão para pessoas de pele bronzeada e cabelo preto liso como os escandinavos estão para pessoas brancas. Eles são geneticamente privilegiados, pois mesmo os mais velhos envelhecem muito devagar e só vi uma única mulher nativa mais velha obesa. São muito diferentes dos nossos índios aqui que são estranhos, tem a cara inchada. As pessoas em Seattle e arredores podem ser consideradas fechadas por nós brasileiros. Tem até um nome pra isso, chama-se Seattle freeze. Dizem que é devido ao background das pessoas, os brancos em sua maioria de descendência escandinava e germânica (que são mais na deles) e os asiáticos que já são tímidos em geral. Todo mundo é muito educado sem exceção e interagem com você sem problemas, mas na hora de aprofundar uma amizade e marcar um compromisso para sair é mais difícil. Os seattleites são os mestres da desculpa. Durante um mês todo tive alguma dificuldade com isso. Mas finalmente decifrei o código deles. Eles precisam que você tome iniciativa e gostam muito de humor negro e/ou vitimista. Parecem muito os britânicos com aquele humor seco e sarcástico. Update: Isso foi em 2012, hoje em dia com essa merda de politicamente correto sinceramente não sei se ainda é assim, eu aconselho aos confrades que porventura forem pra Seattle ou pro estado de Washington, ficarem espertos com quem brincam. Depois que se pega o jeito, os muros caem. Por exemplo, quando me perguntavam: - Why did you choose Seattle over some city in California? (Por que você escolheu Seattle ao invés de alguma cidade na California?) - Because I love the climate. (Porque eu adoro o clima.) Ou... - What do you like about Seattle? (Do que você gosta em Seattle?) - It has to be the climate and I’m also dangerously addicted to coffee. (Tem que ser o clima e eu também estou perigosamente viciado em café.) Quando você cita o clima como sua escolha preferida e o faz de maneira sarcástica em tom de piada, você ganha o cidadão de Seattle. Eles consideram que o clima na região é uma merda. Eu pessoalmente acho o clima fantástico, ainda mais porque o ar é muito puro e nunca respirei tão bem na vida quanto naquele lugar. Eu respondia brincando, mas estava falando a verdade. Outra coisa é o café, Seattle é a cidade do Starbucks, então dizer que você é viciado em café, seja brincando ou não, vai cair bem entre eles. Apesar que o café do Starbucks é uma merda, é só modinha mesmo. Uma coisa que poderia ser usada como piada mas eles não gostam, é chamá-los de hipsters. Em outros estados, quando citam Washington, dizem: “aquele bando de hipster/hippies bebedores de espresso”. Eles não gostam disso, portanto evite. Ainda mais agora que a venda da maconha é liberada no estado. Esse estereótipo pegou ainda mais. Update: Washington é um estado que geralmente vota em democratas. A cidade de Seattle tem um povo bem esquerdista e isso deve ter piorado bastante nesses últimos anos. Ainda mais que agora tem essas merdas de Antifa e BLM. No interior o povo já é bem mais conservador, mas como o que ganha eleição é a maioria, e grande parte da população do estado está em Seattle e arredores, então os governos lá são dominados pelos democratas. Infelizmente nada é perfeito. Seattle é uma cidade muito rica musicalmente, lá ainda existe uma cena musical de rock muito forte. Tem uma rapaziada que ainda faz um barulho nas garagens dos subúrbios. Pelo que pude perceber o pessoal lá abre a boca com orgulho pra falar que Eddie Vedder/Pearl Jam, Alice in Chains, Foo Fighters, Bing Crosby, Jimi Hendrix, etc, que são de lá, mas algo que me surpreendeu é que parece que as pessoas não gostam do Nirvana. Assim como em Dublin, na Irlanda, tem muita gente que não gosta do U2. Eu sinceramente não sei explicar o porquê disso. A cidade Seattle é uma cidade que tem muita coisa para fazer, afinal é uma cidade grande com área metropolitana vasta. Uma cidade com tantas opções como São Paulo e com um feeling de cidade do interior, porque há verde por toda a parte e dificilmente há engarrafamentos. A criminalidade é baixa. ![]() Uma rua tranquila no bairro Queen Anne, que fica quase no centro. Muito verde e tranquilidade. Cidade grande com feeling de cidade do interior. (foto by eu)
Algo que eu gosto muito da região toda é poder olhar no horizonte e ver quatro coisas que não temos no Brasil: florestas de pinheiros que desaparecem até onde se consegue ver no horizonte, cadeias de montanhas com cumes nevados (Cascade range e Olympic moutains), lagos e braço de mar (Puget Sound, Lago Sammamish e Lago Washington) e uma montanha imensa com mais de 4 mil metros de altura (o Monte Rainier, que na verdade é um vulcão). Não importa a época do ano, as pessoas praticam atividades ao ar livre. Muita gente na cidade abriu mão de ter um carro e prefere pedalar, apesar de a cidade ser bem espalhada e as distancias serem grandes, diferente das cidades europeias que são bem compactas. Ver pessoas de todas as idades correndo e andando de bicicleta é comum. Para quem gosta de esportes, existem três times de grandes ligas profissionais na cidade: os Seattle Sounders (time de futebol da MLS), os Seattle Mariners (time de baseball da MLB) e os Seattle Seahawks (time de futebol americano). Além disso, para quem gosta desses esportes todos, ainda tem a opção de campeonatos menores e tem o futebol americano universitário com os Huskies da University of Washington (que sempre tem bons times). Praticar esportes também é fácil, não importa qual, você acha locais para praticar. Os pontos turísticos são muitos. Os mais famosos são o Space Needle, que é famosa torre da cidade, o Pike Place Market, que é o mercadão público que abriga muitas maravilhas gastronômicas, a Seattle Great Wheel, que é a roda gigante mais alta da costa oeste dos EUA. Existem muitos outros pontos de turismo, como museus e galerias de arte, etc. ![]() Interior do Pike Place Public Market, um dos meus lugares preferidos na cidade. Muita coisa boa pra comer e beber no local. (foto by eu)
![]() Quer comprar salmão fresco ou outros peixes e frutos do mar nobres, que custam os olhos da cara no Brasil? No Pike Place Market tem de tudo e não é caro. (foto by eu)
Cafés e pequenas lanchonetes são uma das melhores coisas da cidade. Eu sei que você deve se achar o fodão quando vai tomar café e comer alguma porcaria no Starbucks aqui no Brasil, mas lá não vale a pena. Porque a qualidade dos doces, salgados e do café desses estabelecimentos locais é muito maior do que o Starbucks. Há muitos restaurantes. De todo tipo de comida que se possa imaginar. Comida japonesa, mexicana, tailandesa, coreana, taiwanesa, chinesa, francesa, italiana, grega, portuguesa, etc. O mais interessante desses restaurantes é que geralmente quem trabalha neles são pessoas desses países de origem do restaurante. E o melhor, tudo muito barato. Comer fora não é algo extremamente caro e dá pra fazer algumas vezes por semana se o restaurante não for muito sofisticado. Para quem gosta de beber, não vai ter problemas. Há muitos pubs e bares. Pubs irlandeses com irlandeses atendendo são vários, eu até virei habitué de um. Outra coisa excelente é que há algumas pequenas cervejarias que fazem obras de arte em forma de cerveja. Vale a pena preparar o fígado e parar pra uma visita nos bares dessas cervejarias. Vida noturna é agitada. Existem night clubs para todos os gostos. Baladas de musica eletrônica, musica latina onde rola uma salsa e uns bate coxas. Baladas com rock ao vivo. Existem também as festas universitárias. Existem clubes de striptease, com amateur nights. Para quem tem grana, tempo e disposição, dá para festar 7 noites por semana. Algo diferente do Brasil, é que a vida noturna “oficial” termina as 2 da madrugada. Não importa o dia. Bateu 2 A.M. no relógio, significa sair da balada. Festas depois desse horário só em locais particulares. E é proibido beber álcool na rua, portanto nada de querer sair com garrafas para a rua. Se a polícia pegar, dá cana e multa. E ainda será preciso pagar fiança pra sair (isso para americanos, para brasileiros não sei que rolo pode dar). Ser pego dirigindo bêbado? O chamado DUI (Driving Under Influence) vai te dar mais dores de cabeça do que uma ressaca. Na minha opinião, balada é um péssimo lugar para homens se darem bem com mulheres, a não ser que o cara seja destacado, é claro. Mas as baladas de Seattle e arredores são um pouco mais amigáveis para os homens, pois as mulheres são mais receptivas e é fácil bater um papo e desenrolar um esquema. Por falar em mulheres, como eu já citei, os maiores grupos étnicos na região são de brancos com descendência do norte da Europa e asiáticos. Então as mulheres brancas são bem brancas e temos asiáticas para todos os gostos. Update: Quando digo mulheres bem brancas, quero dizer as famosas "cu rosa". O transporte público Uma coisa que é sensacional na cidade é o transporte público. A primeira coisa que impressiona é o túnel (Downtown Seattle Transit Tunnel) de mais de 2 km embaixo do centro da cidade. Neste túnel que tem cinco estações diferentes é possível pegar ônibus e o light rail, que é uma espécie de trem. A partir dessas cinco estações no centro é possível chegar em todos os lugares da cidade e no aeroporto. Ou seja, nas ruas do centro, o trânsito é bem menos desafogado, devido à facilidade do túnel. ![]() Trânsito no centro (dowtown) flui melhor sem uma pancada de ônibus trafegando por ali. (foto by eu)
Andar de ônibus em Seattle é uma experiência agradável. Os “carros” são aquecidos, tem bancos confortáveis, wi-fi, os itinerários são fáceis de entender e sempre são pontuais. Dificilmente um ônibus atrasa mais de 5 minutos. Motoristas são educados e sempre te dão bom dia, boa tarde e boa noite. As palavras obrigado e tenha um bom dia também são sempre ouvidas. Não existem cobradores, a passagem é paga ao motorista em dinheiro, que é inserido em uma máquina e o recibo é emitido. Só que não existe troco, você deve estar com o valor exato em mãos, caso pague mais, terá que levar o recibo até a sede do transporte público para ser ressarcido. Ou você pode comprar o chamado Orca Card, que é um cartão recarregável onde você pode usar qualquer ônibus, trem ou até o ferry boat. Não é preciso nem tirar o cartão da sua carteira, é só encostá-la perto do leitor. As pessoas dentro dos ônibus e light rail são educadas, não furam fila, tem a sensibilidade de ceder lugar para pessoas com necessidades (idosos, gestantes, etc) se for o caso e... não fedem. Acho que é porque não faz muito calor, ai ninguém fica muito suado. Além disso, muitas pessoas escolhem usar o transporte público para ir ao centro da cidade, mesmo aquelas que tem carros. Simplesmente porque achar vagas é difícil. Então as pessoas, conhecidas como “commuters”, que moram nos subúrbios e trabalham no centro, geralmente dirigem até estacionamentos que possuem estações de ônibus, os chamados Park N’Ride, deixam seus carros lá, pegam o ônibus e no fim da tarde voltam de ônibus até o estacionamento, pegar o carro e ir para casa. Se o transporte público funcionasse no Brasil, essa seria uma grande ideia para desafogar cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, etc. ![]() Estação da Pioneer Square onde é possível pegar ônibus e Light Rail. (foto by eu)
Eu só usei carros para meus programas de fim de semana e road trips, no restante do tempo, usei o transporte público e poderia me acostumar com isso sem problemas. Já que carro não é símbolo de status lá e não te facilita a vida com as mulheres. A não ser que você dirija algo como uma Ferrari, Lamborghini, Porsche, Maserati, Aston Martin ou algum outro modelo esportivo caro. Nem Camaros e Mustangs chamam atenção para você ter ideia, pois são praticamente carros populares.
Preços Para finalizar, os preços são baixos para quase tudo. Comer e vestir é muito barato. Dá até raiva em lembrar. O Sales tax do estado de Washington vária muito mas para compras diversas fica em 9.5% do valor total do produto. Ou seja, muito mais leve comparado ao Brasil. Os preços de tudo na região são tão em conta, que muitos canadenses da British Columbia cruzam a fronteira para fazer compras por ali, porque no Canadá é mais caro. O que eu posso dizer dessa cidade e mesmo do estado de Washington inteiro? Simplesmente fantásticos. É um pequeno paraíso na Terra, por mais que nossos esquerdistas de miolo mole achem que os EUA são um país imperialista e opressor. Qualidade de vida ai é o que há, coisa que nenhum socialismo vai conseguir proporcionar. Na parte 2, contarei dos locais que visitei e das experiências pessoais que esses 100 dias me proporcionaram. Termine assistindo esse vídeo mostrando tudo e mais um pouco da cidade. Descrever em palavras realmente é difícil, melhor ver para crer. Infelizmente como cada postagem permite apenas 35 mil caracteres, a segunda parte virá separada desta em um tópico diferente. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1) - DeadLooW - 28-09-2017 Muito bom, aguardando a parte 2. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1) - Juiz Federal - 28-09-2017 Muito foda! Aguardando a parte 2 RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1) - Fernando_R1 - 28-09-2017 Muito bom! esperando o #2 Eu fico vendo essas fotos dessas cidades e fico tentando achar um papel jogado no chão! Tudo muito limpo e organizado. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1) - Thanatos - 28-09-2017 (28-09-2017, 02:24 PM)Fernando_Resende Escreveu: Muito bom! esperando o #2 Exatamente. Estas cidades são um sonho de consumo ------------------------------------------------------- Muito bom o tópico. Eu infelizmente desperdicei minha oportunidade de fazer "turismo sem fronteiras" RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1) - Baralho - 28-09-2017 Esse tópico sobre Seattle mostra o que se chama civilização, em seu significado preciso. Mas tanta prosperidade só foi possível baseado em um rigoroso senso de responsabilidade individual aprendido desde cedo desde a fundação dos US. O resultado é que o Estado é mero coadjuvante, pois o país é formado de cidadãos que geram riquezas, conhecimentos e são independentes, até mesmo para não votar se assim o escolherem. Bem diferente de um certo "gigante" estatista deitado em berço esplêndido no hemisfério sul. Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Mr. Rover - 28-09-2017 Na primeira parte falei da cidade e das pessoas. Nesta segunda parte vou contar um pouco mais da cidade e arredores, pessoas que conheci e as coisas que fiz. Nota: todas as fotos são minhas, economia de caracteres.
Fui para Seattle na primeira semana de Abril de 2012. Saí de Guarulhos numa quinta feira. Cheguei no começo da noite em Guarulhos para pegar o voo as 10 da noite. Estava um calor filho da puta e aquele lugar estava bufando, um verdadeiro inferno. Depois das despedidas da família, choro da mãe, entrei na área de embarque e relaxei. Só da área não ser considerada tecnicamente como Brasil, já começou a melhorar a coisa, nada de multidão e calor (e impostos, porque é free shop). Como eu disse na parte 1, não existem voos diretos para lá. Peguei um voo de Guarulhos até Dallas/Forth Worth no Texas e de lá para Seattle. Não vou perder meu tempo falando de aeroporto. A única coisa digna de nota é que eu sai de São Paulo com 30ºC e sai para a rua, no aeroporto em Tacoma, no dia seguinte, com 5ºC. Essa diferença, aliada ao cansaço da viagem te deixa quebrado.
Na primeira semana não tive aulas, minhas aulas de inglês começariam no início da segunda semana de Abril. Tive alguns dias para descansar e aprender algumas coisas sobre a cidade, como usar o transporte público e ir comprar algumas coisa úteis, como uma jaqueta impermeável, um celular daqueles descartáveis e um cartão Orca Card para usar no transporte público.
Eu contratei junto à escola uma homestay. Para quem não está familiarizado com intercâmbios, homestay é uma casa de família onde você pode ficar e compartilhar a experiência de viver com uma família do país. Essa homestay eu contratei para apenas duas semanas. O plano inicial era ficar na homestay por 15 dias e depois me mudar para uma residência estudantil. Acho que não tem problemas em contar um pouco da homestay, não vai prejudicar meu anonimato. Eu fui ficar na casa de um cara divorciado de 46 anos (hoje ele deve estar com 48). O nome dele é Mark e tem um filho que estava com 14 anos (hoje 16) morando com ele. Cara simples, muito gente boa, assim como o filho dele. Já faziam 6 anos que ele recebia estudantes de todos os cantos do mundo na casa dele. Segundo ele, nem era muito pelo dinheiro mas sim por ter sempre gente interessante na casa. A casa tinha ficado vazia quando a mulher dele simplesmente enjoou dele, do filho e da vida que levavam e foi embora. Baita vadia, na minha opinião. Mark além de ser um cara simples, boa pessoa e cuidar muito bem do filho dele, não era um vagabundo, muito pelo contrário, trabalhava muito. Sua profissão era de piloto das chamadas gantry cranes. Mark trabalhava, e ainda trabalha, naqueles enormes guindastes que carregam e descarregam contêineres de navios, no porto de Seattle. Um trabalho honesto, de responsabilidade e que proporcionava boa vida para os dois. Fato é que eu gostei tanto do cara e do filho dele, me trataram tão bem e me deixaram tão a vontade na casa deles, que acabei ficando lá por um mês ao invés de quinze dias. Provavelmente eu teria ficado lá o tempo todo do intercâmbio se não tivesse feito amizade com um coreano muito gente fina que conheci na escola. Chamarei ele de LIN (nome fictício). Ele precisava de um roommate, pois alugou um apartamento de dois quartos. Como o valor do aluguel dividido era um pouco mais baixo que a homestay, o apê era novo e a vista do local e acessibilidade era bem legal, deixei a casa do Mark e fui me instalar com meu novo amigo asiático. E mesmo dizendo para o cara que só iria ficar lá por 2 meses (Lin foi para Seattle ficar um ano inteiro), ele disse que não havia problemas. Posso dizer que dei sorte e achei muitas pessoas boas nessa experiência. Na parte 1 do artigo tem uma foto da vista do apê, vai te ajudar a entender porque eu acabei mudando Lin. Era simplesmente FODA a vista das Olympic Mountains no horizonte. As atrações visitadas dentro da cidade Na primeira semana em Seattle visitei o Space Needle e o museu chamado Experience Music Project and Science Fiction Museum and Hall of Fame. O Space Needle é aquela conhecida torre da cidade que parece um disco voador. O observation deck de 360º da torre fica a 160 metros do chão, então dá pra ter uma boa vista da cidade inteira, do Puget Sound (braço de mar), dos lagos, das montanhas à leste e oeste, além de uma visão do Mt. Rainier. Infelizmente como havia um pouco de nuvens no dia em que fui, a visão do Mt. Rainier estava encoberta. Veja como é a vista lá de cima. ![]() Space Needle vista de baixo.
![]() Downtown visto da Space Needle.
Já o EMP é o museu da música e da ficção científica. Para quem gosta de musica é um prato cheio. Há exibições permanentes de objetos e instrumentos do Jimi Hendrix e do Nirvana. Além de outras coisas muito interessantes, como uma árvore feita de guitarras, baixos, violões, violoncelos, etc. Eu que toco guitarra e violão fiquei pirado na escultura. ![]() Árvore de instrumentos.
Na semana seguinte eu queria muito, mas muito ir visitar a fábrica da Boeing em Everett, ao norte de Seattle. Mas tinha que colocar o nome em uma lista de espera. Como o tempo era curto, decidi largar mão. Felizmente em Seattle, para quem gosta de aviação, existe ao sul da cidade o Museum of Flight, que foi o antigo campo da Boeing. Neste museu há tantas mostras que é preciso ir com um dia inteiro para poder apreciar com calma. Existem aviões inteiros para você entrar e explorar, como um Concorde e um antigo Força Aérea Um (avião presidencial). Existem muitos aviões antigos, como o famoso DC-3, caças militares e o melhor: aviões de combate das WW I e WW II. Sem contar com a área espacial, com direito a módulo de treinamento dos astronautas do programa Apollo, Lunar rover, um traje espacial usado no programa Apollo e uma réplica de um dos módulos da ISS (Estação Espacial Internacional) onde é possível entrar.
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Visitei também o Seattle Aquarium que é o aquário localizado no píer 59, bem atrás do Pike Place Public Market, local que eu ia quase diariamente para comer e beber. É muito bonito e bem organizado. Recomendo.
Outro local interessante para quem gosta de leitura e visitar lugares com arquitetura surreal é a Seattle Public Library. O prédio do EMP e a biblioteca são tipos de arquitetura que eu nunca tinha visto na vida, e olha que antes desse intercâmbio eu já tinha viajado bastante nos EUA e na Europa. Vale a pena a visita. Isso é algo que pode deixar alguns ai com raiva, não em si pelas bandas, mas pelo preço dos ingressos. No começo de Maio eu fui em um show do Snow Patrol e em um do Van Halen, com direito a David Lee Roth no line up. No show do Snow Patrol paguei US$ 30 dólares e no Van Halen paguei US$ 60. Quanto será que eu teria pagado em ingressos dessas duas bandas aqui no Brasil. Nota: não peguei fila nenhuma. Um dos programas bons foi o clube de striptease. Eu fui para rir e tomar umas cervejas. Nada como tomar uma cerveja, rir com caras agradáveis enquanto uma gostosa dança pelada na sua frente. O strip club que eu fui se chama Deja Vu Showgirls. Fica quase na entrada do Pike Place Market. Eu não cheguei a pagar nenhuma dança particular, fui só pra curtir o ambiente mesmo. A mulherada realmente é bem bonita. Não me lembro muito bem, porque estava bêbado e já fazem muitos anos, mas me disseram que algumas delas chegaram a dançar como cheerleaders para os Seahawks. Aliás, foi uma pena não poder ter assistido um jogo da NFL. Era offseason na época em que fui. Me contentei em ir ver o time de baseball da cidade, os Mariners. O estádio Safeco Field é foda, o acesso é fácil. Não tem brigas e nenhum perigo. Mas o time é ruim e baseball, apesar de eu saber as regras do jogo, não desce. Acho chato. O bom do estádio é o cachorro quente e a cerveja enorme que eles vendem. As mocinhas das barracas de souvenirs devem ser escolhidas a dedo, porque todas eram de parar o trânsito. Apesar de achar baseball chato, fui pela experiência mesmo, que terminou sendo agradável. ![]() Existem vários parques como o Gas Works Park, Fremont Park, Green Lake Park, Kerry Park, etc. Acho que existem na área metropolitana da cidade em torno de 100 parques. Alguns grandes, outros pequenos, mas todos lugares agradáveis pra ir fazer uma caminhada ou corrida, piquenique, fazer uma rodinha de violão, levar seu cachorro, ou simplesmente ir lá ficar vendo a grama crescer. Perto do apartamento que dividi com o Lin fica o enorme Woodland Park, que é um anexo ao zoológico de mesmo nome. Não entrei no zoo porque não gosto de zoológicos, odeio ver animais enjaulados, mas eu aproveitei o parque para dar umas relaxadas. Para quem gosta de barcos, o Argosy Cruise, que fica ao lado do Aquarium é uma boa, ainda mais quando o dia está ensolarado. Este cruzeiro de uma hora de duração te leva para dar uma volta pelo Puget Sound. Bom pra fazer umas belas fotografias. E tem o Ferry Boat também, que te leva à Vancouver e à Vancouver Island se você puder entrar no Canadá. ![]()
Eu sou fã do Bruce Lee e da sua filosofia de vida. Acho o cara um exemplo a ser seguido. Fui visitá-lo no cemitério (Lakeview Cemetery) onde está enterrado junto ao filho Brandon. Foi verdadeiramente uma honra visitar o local de descanso de um cara tão sábio.
Como última atração dentro da cidade que acho que vale a pena mencionar, sem contar as baladas que fui, os restaurantes, lanchonetes e cafés, fiz algo muito legal. Considerei caro mas valeu a aventura e o cagaço. Paguei US$ 100 para sobrevoar a cidade em um hidroavião. Fui com a empresa Kenmore Air. Valeu cada centavo. Abaixo um vídeo (que não é meu) para você ter ideia de como é. Você acha que escrevo e descrevo bem? Que nada. Acho que descrevi uns 40% de tudo que visitei na cidade. Essa cidade tem MUITA coisa pra fazer. São atividades para todos os gostos, bolsos, idades e tempo. Não ache que o que você leu até agora é tudo que existe por lá, aliás, eu deixei de visitar muitos lugares interessantes também, tanto por falta de tempo quanto por preguiça.
O rolo Bom, quando fui pra Seattle, ainda estava a uns meses de começar a namorar a atual namorada. Estava livre para a putaria. E morando naquele apartamento bem localizado, limpo e mobiliado com o Lin, era uma bela oportunidade para tentar arrastar umas putas para lá. Lin apesar de asiático, era um cara esperto, ou como gostam de dizer aqui no Brasil, liso. Não era aquele asiático estereotipado que conhecemos com cara de nerd, óculos e que é tímido. Foi com esse cara que fui no strip club, nos shows, nas baladas e ele estava se dando bem por lá. Eu não estava preocupado se ia pegar alguma mulher ou não e nem planejava pagar por nenhuma garota de programa. Quando viajo sozinho não fico me preocupando com essas coisas, se acontecer de achar alguém, ótimo, deixo rolar naturalmente. Putas pego no Brasil mesmo, que tem o melhor custo benefício do mundo. Foi em uma dessas baladas que conheci uma universitária estudante da UW, que se encantou por mim e pelo fato de eu ser brasileiro. Não quero entrar muito em detalhes de como rolou, o fato é que depois de uma semana, dois encontros para um café, muita conversa e duas ou três tentativas furadas minhas de dar um beijo nela, estávamos meio que ficando/namorando. Eu não contei para ela que iria embora dali a pouco mais de dois meses, mas nem sempre é necessário contar toda a verdade, não é? Se você visse a mercadoria, enganaria até o Papa, então me dê um desconto. Aliás, ela era uma menina bonita mesmo. Pense em uma garota jovem que veio de uma cidade pequena do interior de Washington para estudar em Seattle. Tinha cabelos lisos na altura dos ombros de uma cor algo entre o castanho e o loiro, magrinha e com tudo no lugar (jogava softball na universidade), rosto muito bonito e lindos olhos azuis, 22 anos na ocasião. Considero minha atual namorada uma mulher muito bonita, mas acho que a mulher mais bonita com quem me relacionei na vida sem ser uma única ficada/pegada (e sem pagar), foi essa. Ela realmente tinha um rosto sensacional e mesmo não sendo bunduda nem peituda, era impossível não ficar atraído pela sua aparência. Vou chamá-la de Karen, que obviamente não é o nome real dela. Se você acha que estou mentindo sobre isso, o problema é seu. Fato é que essa região do pacífico noroeste dos EUA é muito pouco miscigenada. Lembra que na primeira parte desse artigo eu disse que a maioria das pessoas da região são brancos de origem escandinava e asiáticos, quase nada de hispânicos e negros? Pois bem, então uma branca de rosto bonito e olhos claros não é algo raro de se ver como é no Brasil, que é um país muito miscigenado. Aliás as mulheres nessa região, mesmo as mais bonitas, são mais simples e tem o ego menos elevado que as brasileiras que tem padrão e origem europeia. Alie isso ao fato de eu ser um gringo, ser bem apessoado (eu já me cuidava nessa época) e além de educado (sem ser capado), saber falar o idioma dela bem o suficiente para se comunicar sem enganos e problemas. Peguei mesmo, foda-se. Update: Peguei porque ela foi com a minha cara. É sempre a mulher que escolhe. É muito necessário que você saiba do meu rolo com a Karen, porque foi ela quem me levou em alguns pontos turísticos dentro da cidade e me acompanhou na maioria das minhas road trips para fora da cidade. Eu nunca tive problemas em viajar sozinho, mas viajar com uma mulher que você esta se relacionando (leia-se comendo) e ainda mais linda e divertida, é muito melhor. Agora que você sabe da Karen, vamos finalmente falar das road trips.
As road trips Foram quatro road trips no total. Uma delas foi feita no meu período de aulas, algo que me arrependi amargamente porque me impediu de explorar com mais calma. As outras três foram feitas quando eu estava sem compromissos com escola. Road trip até a cidade de Portland, Oregon Depois de uma semana morando com o Lin, decidimos visitar Portland, no estado do Oregon. Portland é a terceira maior cidade da região pacífico noroeste, depois de Seattle e se formos contar, Vancouver no Canadá. Eu diria que Portland é uma versão menor de Seattle. Não é uma cidade costeira, apesar de ser cortada por um rio, o Willamette River. Esse rio Willamette desagua no rio Columbia que fica alguns quilômetros ao norte do centro da cidade. O rio Columbia é a linha divisória entre o estado do Oregon e de Washington. Eu sempre brinco que como não tinha visto para entrar no Canadá nessa oportunidade, não pude visitar Vancouver. Mas ai digo que se não vi Vancouver, Canadá, vi Vancouver, Washington. Vancouver é a cidade que fica do outro lado do rio Columbia e é considerada um subúrbio de Portland. Como citei, a cidade de Portland é uma versão menor de Seattle. Mas tão bonita, limpa, organizada, moderna, barata e cheia de atrações quanto Emerald City (um dos apelidos de Seattle). Eu moraria em Portland sem problema nenhum. Update: Hoje em dia eu não moraria. Esquerdismo rampante por lá. As coisas mudaram de 2012 pra cá infelizmente. A natureza e vista da cidade não é tão exuberante como Seattle, mas tem seus pontos positivos. É possível ver o Mt. Rainier de Portland também. E junto dele é possível ver o Mt. St. Helens, que é aquele vulcão que explodiu em 1980. O clima é praticamente o mesmo de Seattle, muita chuva durante o ano.
A road trip para Portland começou numa sexta feira na hora do almoço, depois da aula. Com previsão de volta para casa na noite de domingo para segunda. Fui eu, Lin e mais um coreano que também estudava na escola. Alugamos um carro barato (Ford Focus) no qual rachamos o aluguel, eu dirigi na ida e ele na volta. O outro amigo não dirigiu, portanto não pagou pelo carro, mas ele concordou em pagar por metade do valor do combustível da viagem toda. A viagem de carro dura pouco mais de 3 horas se você dirigir tranquilo e não ultrapassar nenhum limite de velocidade. Chegamos lá no meio da tarde. Fomos até o motel onde já tínhamos feito uma reserva online e depois saímos explorar a cidade. Para evitar a chatice de escrever (e de ler) sobre cada local que visitamos e como foi, só vou citar alguns dos locais que visitamos nesses dois dias e meio de visita. Foram eles o Evergreen Aviation and Space museum (semelhante ao Museum of Flight), Saturday Market, memoriais do Holocausto, da guerra da Coreia e dos veteranos do Vietnam, USS Blueback que é um submarino aberto a visitação pública, Mount Tabor Park, etc. Além de visitar as cervejarias Hair of the Dog e Widmer Brothers. Na noite de sexta fomos à um pub que não lembro do nome, no sábado também terminamos em outro pub que me falha a memória. ![]() ![]()
Eu gostaria de ter tido mais tempo em Portland, é uma cidade com muita coisa para fazer, infelizmente 48 horas é pouco, mas valeu o passeio e poder dirigir em qualquer estrada no estado de Washington é um prazer imenso. Eu recomendo Portland.
Road trip para o Olympic National Park, Ruby Beach e La Push Beach Esta foi com tempo de sobra e foi muito bom. Mais uma vez, meu amigo Lin, nosso outro amigo coreano da escola e Karen. Lin e eu alugamos o carro (um Hyundai Santa Fe) e nossos dois passageiros racharam a gasolina. A Karen se ofereceu para pagar metade da gasosa. Apesar de ser universitária num estado bem esquerdista, ela não tinha esse problema. Aliás, ela meteu a mão no próprio bolso várias vezes para pagar por coisas para nós. Por semanas eu via as Olympic Mountains do apê, portanto queria muito ir até lá, respirar ar puro e gelado, e tirar umas fotos. Além disso, as praias que existem na costa do pacífico no estado de Washington são cinematográficas. Não podia deixar de ir lá. Essa road trip demorou quatro dias. Tivemos que ir e voltar algumas vezes das praias e dos locais no parque nacional, até a pequena cidade de Port Angeles, onde alugamos dois quartos por três noites em um motel barato chamado Flagstone. Ali na região existe mais uma pequena cidade, chamada Forks. Seria possível se hospedar lá, pois era mais perto das praias, mas não tinham quartos disponíveis para aqueles dias. Para quem não sabe, Forks é a cidade onde se passa a história idiota de Crepúsculo, então devia ter muitos fanzocas da série de livros e filmes por ali se hospedando na cidade. Os nossos pontos de visita nessa road trip foram: - Rápido rolê no centro de Port Angeles para almoçar. - Dirigir até Neah Bay, que é o local à noroeste mais distante que se pode ir dentro da área continental dos EUA (sem contar o Alaska) e é reserva indígena. - Visitar Forks. - Visitar alguns pontos do Olympic National Park (Hurricane Ridge, Sol Duc Falls e floresta Hoh Rain). - Visitar as praias Ruby Beach e as três praias La Push. ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() Não tem muito o que descrever. A natureza do local é foda. Lá existem muitos lugares para acampar, mas preferimos ficar na cidade para economizar tempo e também porque não tínhamos barracas e equipamento de camping.
Se algum dia você for a Seattle, com algum tempo disponível, separe uma grana e vá visitar o Olympic National Park, te garanto que vale muito a pena. Aliás, que parque nacional dos EUA não vale a pena? Road trip para o Mt. Rainier Você já deve ter percebido que sou meio deslumbrado com montanhas. Então eu não deixaria passar a oportunidade de visitar de perto aquele monstro branco e opressor que aparece ao fundo de todas as fotos do skyline de Seattle. O Mt. Rainier é um vulcão (adormecido) de 4392 metros de altura. Lógico que a área em volta da montanha é outro parque nacional. Enorme por sinal. Esta foi a road trip mais rápida de todas, foi um dia só. As razões foram que as hospedarias estavam cheias de gente e eram caras ainda por cima, e mais uma vez não estávamos prontos para acampar, pois como citei mais acima, não tínhamos barracas e nem equipamento de camping. Uma pena mesmo, pois eu gostaria de pelo menos dois dias para poder visitar o local direito e gostaria de passar uma noite ali. Então já fica a dica, se você pretende visitar o Mount Rainier National Park, reserve sua hospedaria com semanas de antecedência e caso pretenda acampar, saiba que é necessário reservar vaga nos campgrounds também, que custam de US$ 10 a 20 dólares.
Como não poderíamos ficar mais do que algumas horas, elaborei um plano de ataque para essa road trip. Esse plano consistia em ficar de olho na previsão do tempo de um dia para o outro. Foi então que o tempo ficou firme por três dias e saímos as 5 da manhã de casa, Karen, Lin e eu. Era uma terça feira, pegamos o carro alugado (Ford Focus) na noite anterior e fomos até lá.
Tenho que dizer que existem vários pontos de observação da montanha no parque, existem lagos também. Decidimos ir no mais popular que é o chamado Sunrise que fica no quadrante nordeste do parque. Ficamos o dia todo lá, andamos por trilhas, muitas fotos e o tempo estava claro. A visão de uma montanha daquele tamanho à sua frente é algo que não dá para descrever em palavras. Ver por fotos ou vídeo também não faz justiça à imponência da coisa toda. São nessas horas que começamos a pensar sobre a natureza, o futuro do nosso planeta e tudo de ruim que está acontecendo, como estamos destruindo tudo, etc. A única coisa que posso dizer é que se você tiver a oportunidade de visitar esse local, não desperdice. ![]() ![]() ![]()
Por fim para terminar esse artigo com chave de ouro a última e mais longa road trip.
Road trip até o Glacier National Park no estado de Montana Ah sim, essa foi longa. Bem longa mesmo. Nunca dirigi tanto em tão pouco espaço de tempo (até aquela data) e acho que foi um dos locais mais bonitos que já dirigi e estive na vida. Para começar, essa viagem quase não aconteceu. Lin tinha alguns compromissos e ele não estava a fim de ir. Ou seja, eu ia ter que arcar com o aluguel do carro sozinho, além é claro do combustível e da hospedagem. A Karen disse que deveríamos ir mesmo assim. Disse que pagaria a hospedagem e as refeições se eu pagasse o carro e o combustível. Eu fiz algumas contas, ficou um pouco salgado. Mas pensei: “E por que não? Porque vou deixar de fazer isso agora? Quando voltarei para essa região, quando vou ter outra chance?”. Com esses pensamentos na cabeça decidi que sim. Não podemos perder nunca na vida esse tipo de oportunidade, era pra isso mesmo que eu estava ali. Dinheiro? Ganho outro trabalhando. Como só iria eu e ela, não levamos muita coisa e eu ia pagar o carro e dirigir o trajeto todo, então decidi me dar mais um prazer. Aluguei um Mustang. Era em média 25 dólares por dia mais caro que os outros carros que alugamos para os outros passeios e bebe um pouco mais, mas puta que pariu é um Mustang. Sabe o que é dirigir um Ford Mustang? Um Mustang, uma mulher linda no banco do carona e uma estrada que parece que está te levando pro céu. Então lá fui eu e aluguei um belo Mustang 2010, automático, para minha alegria (ela com certeza gostou também da escolha). ![]() Parada pra mijar.
Bom, o caminho escolhido por mim passou por muitas cidadezinhas, pela cidade de Spokane ainda dentro do estado de Washington, que é uma cidade grande e várias outras pequenas. O caminho também passou pelo norte do estado de Idaho. Ou seja, cruzei dois estados inteiros para chegar no destino. Foram 900 km para ir e 900 km para voltar, três estados: Washington, Idaho e Montana. Nossa base dessa vez foi a pequena cidade de Kalispell em Montana, que fica a uns 40 km de distancia da entrada sudoeste do Glacier National Park. Eu escolhi ir até lá pelas estradas menos movimentadas. Escolha acertada.
Vou dizer, dirigir um carro daqueles, naquelas estradas lisas e sem buracos, com um rock tocando, paisagens lindas e uma mulher legal do lado foi muito bom, mas eu dirigi praticamente sem parar (tirando as paradas pra dar uma mijada e tirar umas fotos) o dia todo, então foi bem cansativo também. Saímos de Seattle de madrugada, as 4 da manhã (peguei o carro na noite anterior). Paramos em Spokane para almoçar e esticar as pernas. Chegamos em Kalispell quase 7 da noite naquele dia. Lógico que demos umas paradinhas para algumas fotos ao longo da estrada como já falei, afinal eu estava me divertindo, explorando. Mas cheguei morto. Chegando em Kalispell fomos direto para o quarto de um hotel chamado Super 8 (que ela reservou e pagou para duas noites) nos preparar para o dia seguinte. E além de morto tive que dar conta dela. No dia seguinte saímos bem cedo, umas 6 e meia da manhã. No Glacier National Park existe uma chamada scenic drive, que traduzindo seria uma rota turística. No caso é a chamada Going-to the-Sun Road. São uns 100 km de estrada que atravessa o parque de uma borda a outra. No caminho é cheio de hospedarias, restaurantes, pontos turísticos, etc. Foi para dirigir nessa estrada que eu rodei essas centenas de quilômetros. É uma das estradas mais bonitas do mundo. Alguns filmes foram rodados ali, como o começo de O Iluminado com o Jack Nicholson e algumas cenas de corrida do filme do Forrest Gump. Pensei em postar algumas das fotos que eu fiz por lá, mas a grande maioria me identificaria ou tem ela também. Vou deixar apenas uma como registro e um um vídeo (que não é meu) para que você possa ter uma noção do que é esse lugar. ![]() Foi um dia inteiro visitando todos os pontos turísticos da estrada, em especial o Logan Pass, que é um passo de montanha com 2 mil metros de altura. Há também vistas maravilhosas do Saint Mary Lake, Heavens Peak, Lake McDonald e outras coisas mais. Voltamos para o hotel em Kalispell as 9 da noite (ainda estava escurecendo). Um jantar, um sexo de leve, um banho pra relaxar e descansar, e dormir, para sair bem cedo e dirigir 900 km de volta para Seattle.
Resumo da ópera. Melhorei MUITO meu inglês, conheci dois caras sensacionais (Mark e Lin) e muitas outras pessoas especiais na escola. Tive o privilégio de encontrar e me relacionar com uma mulher maravilhosa com quem provavelmente teria namorado sério se fosse continuar lá. Aliás, foi bem triste ter que dizer a ela que eu voltaria para o Brasil dentro de alguns dias. Confesso que fiquei algum tempo aqui no Brasil fantasiando com ela. Mas depois acabei superando. Assim é a vida. Visitei e fui espectador de lugares que nunca pensei que fosse ver na vida. Me espantei com a beleza da natureza. Senti na pele como é viver em um país de primeiro mundo onde tudo funciona, há segurança, há mais respeito das pessoas, há organização e há a preocupação de preservar a natureza. Como disse na primeira parte desse artigo, gastar algo em torno de R$ 26 mil para fazer tudo isso VALEU CADA CENTAVO. E o maior orgulho é dizer que esse dinheiro gasto foi todo ganho com muito trabalho honesto e esforço, diferente de alguns brasileiros ai que vão fazer turismo com o programa Ciências sem Fronteiras, gastando dinheiro dos nossos impostos. Essa foi minha experiência de 100 dias nessa cidade maravilhosa chamada Seattle. Rio de Janeiro? Não, se você conhece ou conhecer Seattle, vai parar de chamar o Rio de cidade maravilhosa. Artigo publicado no PFL em 21/09/2014 RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Mr. Rover - 28-09-2017 Update: Como eu disse no inicio da Parte 1 desse artigo, infelizmente não postei tudo num tópico só porque o limite de caracteres é de 35 mil e acho que o de fotos é 20. Caso contrário teria feito tudo num só. Além disso, eu tive que cortar muita coisa dessa segunda parte, tive que deixar várias fotos e legendas da maioria das fotos de lado, tudo pra caber dentro da porra do limite de 35 mil. Uma pena que o limite tenha cagado a postagem e evitarei de postar coisas com conteúdo grande assim no futuro. O objetivo de postar isso para os confrades é um só: Motivá-los a ir em busca de vencer na vida. Não estou postando isso para aparecer e massagear meu ego, longe disso. Mesmo porque não faz sentido fazer isso como anônimo pra um monte de macho, quando eu poderia fazer isso como eu mesmo nas minhas redes sociais, onde vai ter um monte de mulher lendo e que vai ficar com a xereca piscando querendo me dar. Além disso, eu iria totalmente contra o Low Profile. Postei isso para mostrar que vocês também podem fazer esse tipo de coisa. Não precisa ser exatamente em Seattle, nem mesmo nos EUA, nem mesmo gastar os valores que gastei. Mas vocês podem fazer com algum planejamento financeiro. Não precisa ser rico.
Ter esse tipo de experiência é uma das razões pelas quais o desenvolvimento pessoal é importante. Fazer essas coisas nos ensinam muito, conhecer pessoas novas com costumes diferentes, coisas que nos tiram da nossa rotina, etc. Isso é viver. Não podemos nos esquecer nunca que um dia vamos morrer. É preciso aproveitar então os frutos do seus esforços. Ali tem história que vou lembrar pro resto da vida. Tudo que escrevi ai é apenas uma migalha da experiência toda.
Lembro que na época que postei isso no blog, muita gente gostou, é claro, mas teve muita gente que odiou também. As pessoas se ofendem quando olham pra outras se divertindo e vivendo. Principalmente por causa do valor que eu disse que gastei na época. Com R$ 26 mil, eu poderia ter um pego um 1.0 seminovo, talvez, e ter deixado de dirigir a lata velha que é o Fiesta 99 que dirijo até hoje. Nego não viu eu ralando pra ganhar esse dinheiro que gastei.
Experiências e aprendizado são mais importantes que coisas pra mim. Não vou dizer que não gosto de comprar coisas, gosto sim. Sou um capitalista opressor. Muita gente não consegue entender isso. Muita gente me acusou de playboy, disso e daquilo. Quando não sou nada disso. Quanto às pessoas que citei no artigo. O Mark continua na mesma, trabalhando e recebendo estudantes, entretanto o filho já saiu de casa e foi pra universidade em outro estado, ainda tenho contato com o muleque no meu Facebook pessoal. Infelizmente perdi contato com o coreano que chamei de Lin. Sei que ele voltou pra Coreia do Sul tempos depois, mas perdemos contato uns anos atrás.
Já a Karen, que também não é o nome de verdade da moça, se casou tem uns dois anos e hoje tem um filho pequeno, tenho contato dela no Facebook. Parece que ela se casou com um cara legal de lá de Seattle mesmo. Só estive com ela por dois meses então é difícil julgar o carater em tão pouco tempo, mas acho que ela era realmente uma boa moça. Coisa extremamente rara nos dias de hoje, ainda mais alguém com a aparência dela, que pode pegar o cara que quiser. Ela realmente era linda como a moça da foto que usei. Continua bonita, apesar de mais velha e já perto dos 30. Espero que o casamento dela seja feliz. Eu tiver que cortar a foto dela do post por causa do limite, mas ela era bem parecida com isso, sem brincadeira. Uma bela de uma matrix pra se afundar. ![]() E é isso. No fim de Novembro minha história com o Brasil acaba. Não escolhi o estado de Washington pra viver nos EUA, mas estou indo para um lugar tão bom quanto e a partir de Dezembro vou trabalhar muito pra levantar outra empresa do chão. Infelizmente vou sumir daqui por longos meses. Portanto pretendo publicar mais um ou dois artigos do meu blog encerrado até lá. A Real me deu muito, então quero contribuir antes de me ausentar. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Adão - 29-09-2017 Muito bom! RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Fernando_R1 - 29-09-2017 Show Mr. Rover! Que lugar danado de bonito, as fotos são sensacionais, irmão! Gosto muito de museus com temática militar (armas, tanques, aviões), os Estados Unidos são apinhados deles. Seu relato não é feito para se aparecer ou mostrar que é o bonzão, mas serve como incentivo, principalmente ao jovem matrixiano que ao invés de gastar dinheiro e tempo com futilidades, agregasse para desenvolvimento pessoal. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Thanatos - 29-09-2017 Excelente tópico. Só uma pergunta. Você presenciou alguma forma de "racismo" ai? Por mais que vc seja branco, se vc falar, vão notar pelo seu sotaque que você é da América latina. E sim, conheço um cara que já morou tanto tempo no reino unido que tem cidadania e mesmo fazendo cursos pra se livrar do sotaque, não consegue se livrar do sotaque. EDIT : Por favor, coloque dicas pra aumentar as chances deu conseguir um visto. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1) - Latinus - 29-09-2017 Rapaz, que sonho da porra morar nesses subúrbios com casa de dois andares, gramado (com direito a cerquinha), garagem e porão. Bem diferente dos subúrbios aqui do RJ que mais parecem a visão do inferno. Foda, minha infância teria sido muito mais divertida e menos paranoica (medo da violência) se eu tivesse nascido em um lugar desses. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1) - Wardog - 29-09-2017 Tirando os esquerdistas, esse lugar parece ser o paraíso Limpo, sem trânsito, sem gentalha ouvindo pagode e tomando cerveja na rua, sem carros em cima de calçadas, sem buracos nas ruas, as pessoas não ficam puxando assunto contigo, cada um na sua É o lugar ideal pra mim e meu estilo de vida, mas fui nascer logo no cu do RJ... RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Wardog - 29-09-2017 Foda! Dá até depressão de morar nesse lugar fudido chamado Rio de Janeiro, não entendo porque gente de primeiro mundo vem pra essa bosta de lugar. Gastou só 26 mil reais nisso tudo aí? RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Thanatos - 29-09-2017 (29-09-2017, 08:04 PM)Wardog Escreveu: Foda! Dá até depressão de morar nesse lugar fudido chamado Rio de Janeiro, não entendo porque gente de primeiro mundo vem pra essa bosta de lugar. Eu não entendo porque o pessoal que vem conhecer a América Latina costuma vir pro RJ... Tem Santa lucia com uma beleza natural exorbitante, tem a tríplice fronteira que te permite conhecer diversas culturas e 3 países com pouco esforço, tem Falklands, tem Bariloche... O que que tem no RJ pra gringo arrisca a vida? RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Wardog - 29-09-2017 (29-09-2017, 09:24 PM)Thanatos Escreveu:(29-09-2017, 08:04 PM)Wardog Escreveu: Foda! Dá até depressão de morar nesse lugar fudido chamado Rio de Janeiro, não entendo porque gente de primeiro mundo vem pra essa bosta de lugar. Eu acho que esse pessoal tá acostumado com a riqueza, lugares lindos e gente civilizada . Aí eles vem pra essa selva, lugares horríveis, trânsito do caralho, gente mal educada, gringo adora ver a desgraça do brasileiro, adoram ir naquela imundície de Rocinha, Vidigal, aquela poça de água podre chamada Lagoa Rodrigo de Freitas. RJ é muito, muito ruim, odeio esse lugar. Pensa em tudo de ruim que existe? Pensou? Agora pensa mais um pouco. Pronto, esse é o RJ! Esquerdistas, bandidos, trânsito pesado o dia todo, gente ignorante, bagunça, funk, pagode, gente alcoolizada dirigindo livremente, estradas esburacadas, logística inexistente, transporte público inexistente, só malandrão querendo se dar bem, espertões, charlatões, 171, safados, golpistas, vadias, maconheiros e etc. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Derringer - 29-09-2017 (29-09-2017, 09:24 PM)Thanatos Escreveu:(29-09-2017, 08:04 PM)Wardog Escreveu: Foda! Dá até depressão de morar nesse lugar fudido chamado Rio de Janeiro, não entendo porque gente de primeiro mundo vem pra essa bosta de lugar. dorgas RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1) - Mr. Rover - 02-10-2017 Spoiler Revelar Olha, se eu te disser que não tem um único papel no chão, vou estar mentindo. Tem alguma sujeira sim nas ruas, mas nada que se compare com o Brasil. Nos subúrbios residenciais, geralmente tudo se mantêm muito limpo porque as pessoas cuidam das fachadas das casas, seus gramados, mantêm suas calçadas limpas, etc. Cada um cuidando do seu pedaço vai fazer com que o local seja limpo. Mas os EUA não são um paraíso. Tem cidades e até estados que são precários. Veja umas fotos que achei na internet pra dar um exemplo. A cidades da Philadelphia e Detroit são bons exemplos. ![]() ![]() Infelizmente até tem uma razão pra isso, mas... deixa pra lá. Spoiler Revelar Eu acho que os EUA são o que são simplesmente pela competição que existe na sociedade deles. As pessoas são incentivadas a inovar, a ser melhores, etc. Isso com que faz que seja desenvolvido. É o exato oposto do socialismo/comunismo. E tem é claro outros fatores importantes também, não é só isso. Spoiler Revelar É bem limpo e tem muito verde. Pagode o povo nem sabe que existe. Carro em cima de calçada você até acha nos subúrbios, mas é raro ver. Buracos tem alguns, mas é coisa que a administração de trânsito sempre está arrumando. Tem muita rua de concreto por lá, e tem locais que veículos pesados são proibidos, isso ajuda a não ter buracos também. E o povo na rua não te incomoda mesmo. As pessoas só falam com você se você falar com elas primeiro, salvo exceções. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2) - Mr. Rover - 02-10-2017 Spoiler Revelar Realmente o Pacífico Noroeste dos EUA (e do Canadá) é uma das regiões mais bonitas desse mundo. Pra quem gosta de museus militares, tem tantos nos EUA que você perde a conta, tem pra todos os gostos, incluindo exército, marinha e força aérea. Em Portland mesmo, fomos visitar um submarino antigo, no Museum of Flight de Seattle tem um ex-Air Force One. Ali entrei num avião que carregou Eisenhower, Kennedy, Lyndon Johnson e acho que um premiê soviético. Pode imaginar uma coisa dessas? E não, como eu disse não quero dar de bonzão, o objetivo é motivar os mais novos a se desenvolver para poderem se dar esse tipo de experiência. Ir conhecer o mundão e não ficar apenas presos aqui nessa realidade de Brasil. Spoiler Revelar Não, muito pelo contrário, o meu sotaque incitava as pessoas a perguntar de onde eu era. Até umas vezes que pedi desculpas pelo sotaque falaram pra não me desculpar, teve mulher que falou que meu sotaque era "cute". Mas é claro, meu inglês estava bem avançado e eu tinha um sotaque leve, não era algo igual o Joel Santana tentando falar inglês. Hoje está melhor ainda. Evolui bastante nesses últimos anos como falante de inglês. No Reino Unido o povo é mais fresco com esse negócio de sotaque, porque até mesmo entre os britânicos existem sotaques diferentes que não apenas diferem da região que você é, mas também da classe social. Em Londres apenas, acho que existem cinco ou seis sotaque diferentes em cada região da cidade. Nos EUA não tem isso. Quanto às dicas para visto, depende de que visto estamos falando. Spoiler Revelar Olha, lá fora o povo não tem noção do quanto perigoso o Brasil é. Pensam que o Brasil, e o Rio de Janeiro em especial, é um paraíso tropical onde todo mundo vive na praia relaxando, com mulher pelada andando pra lá e pra cá. Onde tudo é na paz e felicidade. Eu mesmo dei umas mentidas descaradas pra mocinha que peguei lá. Eu pintei o Brasil como um paraíso na Terra pra ela, no primeiro encontro que fomos tomar um café. Falei das praias, da floresta e dos animais. Falei que aqui tem várias raças e que ninguém se odeia (UHAHUAHU), etc, etc. E ainda falei cheio de orgulho da metade italiana da minha família (americanas fantasiam com italianos). Afinal, eu queria penetrar aquele corpinho lindo dela. Porque eu iria dizer pra ela que o Brasil é uma extensão da África na América do Sul? Menti mesmo. E valeu. ![]() Mas alguns americanos já estão acordando pra realidade do Brasil e do brasileiro. Aliás, isso até graças à alguns brasileiros fazendo merda por lá. Principalmente na Florida, e nas regiões de New Jersey e Boston. RE: Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio - Monarca - 02-10-2017 Observação: Tópico "Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 1)" unido com "Como é morar na cidade de Seattle, WA, EUA - Um relato de intercâmbio (Parte 2)" |