14-04-2017, 10:59 PM
Salomão afirma que, independente de tudo aquilo o que fazemos, sempre teremos o mesmo fim: a morte. Ele ainda ressalta que o coração do homem se mantém cheio de maldades e loucura durante toda a vida, mesmo que todos eles tenham a consciência de que irão morrer. Cirúrgico nas palavras, ele ainda mostra que essa "maldade" e "loucura" são escolhas do homem, e não características próprias da sua natureza, ao dizer que o coração do homem "está" (e não "é") cheio disso.
Quando ele diz que os vivos têm esperança, está nos dizendo que os vivos possuem a capacidade de esperar em Deus, de confiar nele. Como se ele estivesse dizendo: "Este é o momento!". Depois que você morre, não poderá fazer mais nada, não terá mais nenhuma recompensa, não terá mais nenhuma recordação do tempo em que viveram, nem terá em suas memórias a sensação de amar ou ser amado, de odiar ou ser odiado, ou de cobiçar algo que não é seu. Não terá mais consciência, como se voltasse ao útero materno e ali permanecesse.
Nos versículos seguintes, ele diz que Deus se alegra quando desfrutamos da nossa vida, mas diz para fazermos isso estando prontos para partir (vestidos para a festa) e sempre estando atentos e cuidadosos (ungindo a cabeça com óleo). Quando é dito para desfrutar da vida com a mulher que você ama, Salomão traz um sentido para uma vida sem sentido, dizendo que desfrutar do amor é a principal recompensa por todo o trabalho debaixo do Sol. Até porque, no livro de 1 João, capítulo 4 e versículo 8, está escrito: "aquele que não ama, não conhece a Deus; porque Deus é amor".
Ele termina esta parte dizendo para nos empenharmos ao máximo naquilo que temos que fazer, para que possamos colher as recompensas disso antes de irmos para a sepultura.
Salomão também reafirma a casualidade da vida, relembrando o quanto o tempo e o acaso se encarregam de apagar ou de destruir muito de nossos planos. Mas do que isso, ele nos mostra o quanto que aquilo que somos ou aparentamos ser não significa nada se não nos dispusermos à algo: sendo os mais velozes, precisamos querer vencer a corrida; sendo os mais fortes, precisamos querer vencer a guerra, porque sempre seremos afetados pelo tempo, que nos tornará frágeis e fracos, ou pelo acaso, que pode fazer o vento soprar tão forte a ponto de nos impedir de chegar a linha de chegada. Dá mesma forma, a morte pode encerrar tudo.
Por fim, há uma singela demonstração do quanto o reconhecimento é algo subjetivo e fruto de muita vaidade. Um pobre, muito sábio, consegue salvar a cidade, e não é reconhecido por isso. Este é um exemplo de um homem que decidiu buscar a sabedoria, em vez da riqueza, e porque não, de um sábio que nem sempre teve comida, mas salvou não só a si mesmo da morte, como também muitos de sua cidade. A sabedoria é melhor do que as armas da guerra, e aquele homem sabia disso. Devemos buscar a sabedoria que pode nós salvar da morte, e não a riqueza que pode nós trazer reconhecimento.
Essa é minha interpretação.
Em tudo dai graças.