[RELATO] Cultura da Depravação: Bem-vindo ao Bostil

[TheRealUser]

"Evento" da "comunidade".

Não, eu não fui curtir. Fui trabalhar.

Moro em comunidade, mas sinceramente, não gosto nem um pouco desse ambiente.
Fui porque nesses dias dá pra fazer uma grana, e tenho um estabelecimento próximo aonde tem o "evento" — e ponto.
Só que o que eu vejo me dá enjoo. Me fez refletir. Me fez escrever.

"Evento" para criança com trilha sonora "cultural"

O "evento" começou “pra criança”, com brinquedos infláveis. Só que a trilha sonora era a de sempre:
músicas falando de crime, sexo explícito, drogas e promiscuidade. Tudo isso tocando alto, enquanto crianças corriam em volta.
E tem gente que chama isso de cultura.
Chama de arte.
Essa porra não é cultura. É aliciamento. É nojento.
Estão fazendo as crianças se acostumarem com essa merda.
É normalizar o erro como se fosse certo.
É transformar o lixo em algo digno de orgulho.

Não falo de fora. Falo de dentro.

Sempre morei em comunidade.
Mas nunca me acostumei com isso.
Nunca achei normal.
Minha vida está começando agora, sou jovem, mas já entendi que isso é uma depravação total da sociedade.
E não é só culpa do Estado.
É culpa de quem financia e de quem se omite.

O "herói" do baile: o traficante

Hoje, no baile, atendi um “farmacêutico” — um traficante.
Ele falava pros amigos com orgulho:

“Dei fuga, roubei o carro do otário.”
“Hoje nóis fez muito.”
“Isso aí nóis faz num assalto só.”

E eles riam.
Sem peso, sem vergonha.
Como se estivessem falando de um jogo, e não de destruir a vida dos outros.
Isso me da uma raiva que vou te falar, se a vida fosse que nem filme e eu tivesse uma doze iria fazer uma bagunça.

Você financia isso tudo

E sabe o que mais me revolta?

Quem paga essa merda toda é você.
– O auxílio que a mãe promíscua recebe e gasta no baile.
– O estudante que recebe verba pública e torra com droga.
– O cidadão que paga imposto e acha que está ajudando o país.
– O burrão que investe no Bostil achando que isso aqui tem salvação.
Na prática, você está financiando a Glock que vai matar alguém da sua família amanhã.
Ou até você mesmo.
Se você acha “normal” ir a um baile desses pra curtir,
espero que um dia não seja você a entender como uma Glock funciona —
não na música, mas na sua cara.

Por que alguns viram "vilões"?

Observando esse ambiente, me veio uma reflexão:
o vilão, muitas vezes, não é apenas mal. Ele só viu demais.
Enquanto o herói costuma vir de um lugar onde as pessoas mostram o que têm de "melhor",
o vilão vem de um ambiente onde ele vê o pior das pessoas — todos os dias.
E isso gera repulsa, angústia, nojo.
Ele percebe que não adianta tentar “corrigir” ninguém, então prefere destruir tudo.
Não estou romantizando o vilão.
Estou tentando explicar o que a convivência com a decadência pode causar na mente de quem tem consciência.

Favela x Zona Sul: comparando ambientes

Compare comigo:
um garoto da zona sul do Rio cresce com estrutura, com estudo, com uma base mínima de civilidade.
Agora olhe para a realidade de um garoto na zona norte da cidade maravilhosa, dentro de uma comunidade —
onde crianças estão fumando maconha, onde os becos têm um cheiro de urina fudida,
onde mulheres se exibem que nem prostitutas, e onde traficante é referência.
(Isso não quer dizer que o cara da zona sul não possa ser um vagabundo,
e que a culpa é da "sociedade". O errado é errado e todos sabemos disso.)
Não estou dizendo que todos são assim. Mas essa é a maioria.
E, se você não se encaixa nisso, você sente nojo. Você sente raiva.
Mas o pior: sabe que mesmo se opondo, ainda está ali, cercado por tudo isso, nesse ambiente depravado.

"Ah, mas você só fala mal da favela..."

Claro, corno manso.
E tem lado bom?
Tem algo de admirável em morar onde terroristas controlam até o Wi-Fi e o território?

“Ah, mas você não é contra o Estado?”

Sou. Mas a podridão é mútua.
O tráfico é sustentado pelo Estado — e o Estado é equivalente.
Enquanto o crime rouba com fuzil, o Estado rouba com a caneta e a força.
Só muda o figurino.

Quer o lado bom da favela? Toma aí

Mulher fácil.
Se tiver uma Glock na cintura, mesmo sendo incel, vai atrair um monte de novinha.
Mas cuidado: pode vir de brinde uma gonorreia, uma AIDS ou uma mutação genética que a medicina nem sabe o nome ainda.
Brincadeiras à parte — é sério.
Não vejo nada de bom em viver num lugar onde até a operadora de Wi-Fi é controlada,
e onde o único “benefício” é não pagar luz e água num cenário de completa degeneração.

“Então por que não sai daí?”

Nasci aqui. Sou jovem. Mas estou me esforçando para juntar dinheiro e sair dessa podridão.

Cuidado com quem você tenta acordar

E um aviso final: cuidado com quem você tenta abrir os olhos.
Tem gente que já se acostumou demais com o sistema.
Com essa vida depravada.
Estão presas — de corpo e alma.
Mesmo que você consiga despertar essa pessoa por um momento, ela pode ser como o Cypher, do filme Matrix.
Vai fingir que entendeu. Vai até acreditar por um tempo...
Mas no final vai te entregar aos que estão presos nessa matrix, aos que se acostumaram com essa merda — e rir da sua cara.
Vai te ridicularizar achando que está acima de você, por seguir a manada.

Você é o lobo.
E nesse contexto, ser o lobo não significa ser o mal — significa apenas não ser ovelha.
Mas ovelhas sempre desconfiam do lobo.
Sempre vão temê-lo.
E quando não conseguem andar sozinhas, se juntam com o rebanho e te pisoteiam.
Nem todo mundo quer a verdade.
Nem todo mundo está pronto para sair da caverna.

Conclusão

Essa não é uma visão de ódio. É realidade.
E se você não enxerga, talvez você seja um esquerdista.
Se você, como eu, sente repulsa desse tipo de ambiente e tem relatos, então deixe aí.