29-05-2024, 06:43 PM
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Héracles
Me parece que você entendeu errado. Não disse sobre ausência de esperança nem nada semelhante, aliás, na minha opinião, ter "esperanças" de mais é justamente o que destrói muitos homens. Não há esperança, o mundo não é bonito, o sofrimento não é negociável. Viver é sofrer por mais que você tenha “esperanças” que não seja assim.
Também me parece que esse ser "útil à sociedade" é outro ponto falho e ilusório ao que muitos caem... se restringir por coisas que não lhe dizem respeito, eis uma das fórmulas para se chegar no que eu disse DE FATO que foi: SE sentir inútil de uma perspectiva imanente.
Se perceber inútil não tem nada haver com ter ou não ter esperanças ou "propósito"... é bom que se saiba essa diferença. Muitas pessoas ACHAM que fazem a diferença no mundo, esse tipo de crença é difícil de remover... e mesmo assim o sentimento de vazio pode estar presente. Tudo isso é colocar a ponto de avaliação para o lado de fora, para coisas externas e com isso, repetindo mais uma vez, não se observa as suas reais necessidades.
Perceba que em todos os relatos postados aqui nesse tópico e mesmo no fórum (inclusive o seu próprio relato pessoal), o ponto básico de “mudança de vida” foi a partir do momento em que se passou a investir mais nas próprias necessidades, quando começou-se e buscar tapar lacunas, melhorar deficiências ... ou seja, quando passou-se e investir no “ego”. Por isso essa conversa de “morte do ego” é uma grande cilada que é extensivamente propagada na real. O que se diz de fato é morte ao apego a coisas externas, e esse apego advém de uma personalidade fraca, embrionária que não vê valor em si própria enquanto tal. Parafraseando um mestre, a melhor maneira de se fazer alguma coisa “pelo próximo” é melhorando a si mesmo! Deixando de ser dependente, deixando de ser inepto e fraco. A própria caridade é uma vontade intrinsecamente egóica... por mais que seja difícil de se aceitar isso, mas essa questão não vem ao caso agora.
É extensivamente provado que o homem é um ser social... essa ruptura de laços afetivos quase sempre causaram uma deficiência no vivente. Por isso outro ponto falho muito propagado por aqui é a tal mentalidade do “lobo solitário”. Evidentemente nós devemos limitar o contato com pessoas de baixo valor, mas pensar que se pode fazer tudo sozinho é um grande erro. Se você nasceu em um ambiente pouco fecundo, é sua obrigação buscar outros ambientes, conviver com outras pessoas, porque serão poucas as pessoas que terão essa noção de possuir uma vida medíocre, ou melhor dizendo, são poucas pessoas que tem noção que a vida medíocre que possuem é responsabilidade própria.
Curiosamente, eu também passei por algo semelhante ao que você relatou. Eu sempre fui o sujeito mais ou menos “inadequado”, que rejeitava o pensamento padrão como o diabo rejeita a cruz. Isso é bom em alguns aspectos, por outros é muito ruim como, por exemplo, a dificuldade de se “destacar” na educação formal. Sempre ouvi que eu sou um sujeito inteligente, mas olhando as minhas notas na educação formal e mais os longos anos que eu passei na merda - também me sentindo um completo inútil e também pensando em me matar- eu sempre duvidei disso.
Também sofri com comparações familiares, tenho alguns parentes que são exemplo em tudo que é socialmente louvável... e esses juízos sempre desfavoráveis para mim também me frustravam em grande medida ... só que o resultado foi diferente do que talvez seja o normal. Meu desejo por “ser diferente” foi alimentado, eu não me via e não me vejo parecido com ninguém de forma alguma, essa noção de distinção não me fez mal, muito pelo contrário, era e é o meu grande motivador, o meu combustível para eu ser completamente independente hoje, inclusive e principalmente na forma de pensar e avaliar o mundo.
Comparações são inevitáveis, nós mesmos fazemos comparações com os outros, e eu estaria mentindo se dissesse que não me importo com a minha imagem na sociedade. Evidentemente eu tento fazer da minha imagem algo que seja compatível com as minhas crenças e ideias. A questão é, como eu disse antes, não ter muitas esperanças, não achar que tudo tem um motivo ou sentido. As coisas são como são uma vez mais e sempre. Essa é uma visão de mundo bastante complexa e difícil de assimilar pelo pensamento convencional, por isso mesmo não vou me alongar nisso.
Essas avaliações de “certo” e “errado” são muito subjetivas. Certo para quem? Para que? A grande questão é fazer aquilo que esteja alinhado com a sua natureza, o seu ser... e isso nem sempre vai ser a “coisa certa” aos olhos da grande maioria das pessoas. O objetivo é o aprimoramento de si mesmo, dar vazão a sua vontade a sua criatividade... mas isso nem sempre vai ser “vantajoso”... necessita-se de muita coragem para viver fiel a si mesmo. Só dessa forma o homem se sente útil em grande medida.
Evidentemente passamos por fazes, em alguns períodos teremos que fazer coisas que não nos dizem respeito mesmo que seja para simplesmente sobreviver... mas a individualidade final deve sempre estar a vista.
Como muitos relataram, esse processo de descobrimento começa fisicamente... a higiene espiritual começa pela higiene do corpo. O se forçar além dos limites, ter uma atitude austera e rigorosa fisicamente faz com que o seu horizonte de possibilidades se expanda. Sua vontade de melhorar puxa seu corpo, que melhora e assim que uma meta é atingida, essa vontade aumenta e assim sucessivamente até estágios mais elevados. Quem quer comandar precisa primeiro, aprender a obedecer e a forma inicial de se aprender a obedecer é fazendo com que o seu corpo cumpra objetivos que você ou alguém definiu.
Sem querer ser repetitivo, mas sobre isso eu já falei em diversos posts aqui no fórum. Olhando em retrospectiva percebemos muitas coisas aos quais não tínhamos palavras nem entendimento no momento que aconteceram, e sem essa percepção muitas coisa passam desapercebidas e nunca são de fato colocadas na consciência. As emoções são imediatas e não possuímos palavras precisas para expressa-las quando acontecem, pois são, como eu disse, muito rápidas.
O nosso entendimento do mundo e de nós mesmos se dá por meio do vocabulário, pensamos com palavras afinal de contas. Emoções e atitudes que não são racionalizadas com palavras (pensamento) estão fadadas a sempre voltarem instintivamente (principio da repetição), inclusive e principalmente emoções que nos são nocivas. Agimos uma vez mais sem pensar, sem perceber.
Para criar essa distância, esse espaço entre sentir e agir, ou seja, o que poderíamos dizer que é o tal autocontrole precisa-se primeiro saber o que se sente e por que se sente. Eis o papel da escrita nesse caso específico. Também existe a questão fundamental que para pensar melhor, precisa-se melhorar o seu vocabulário pois como observado acima, pensamos por meio de palavras... quando mias articulado e preciso for a sua capacidade de usar as palavras melhor você irá pensar a consequentemente, agir.
Eu, hoje em dia, não tento mais suprimir ou mascarar esses momentos melancólicos... simplesmente vivo-os. Muito por causa do fato que eu naturalmente sou um sujeito melancólico e reflexivo, e esses momentos de tristeza são os momentos que as melhores ideias vem a tona... mas muito pelo fato de eu ter entendido que a vida em sociedade sempre vai estar mais no ponto de tristeza, contendo apenas com alguns episódios de felicidade. Quem é capaz de viver plenamente tendo a certeza disso?
Conforme escrito no texto fundamental “O mal estar da civilização”, a vida em sociedade requer para sua própria possibilidade de existência que os homens freiem seus impulsos mais fortes sublimando em coisas socialmente aceitas ou mesmo suprimindo por completo. Evidentemente isso é vantajoso para a sociedade enquanto tal. Mas isso cobra um preço, que é essa sensação perene de insatisfação, de desamparo, existindo apenas alguns momentos de felicidade.
Aceitar essa realidade é algo bastante difícil para a maioria das pessoas, essa sensação de desamparo precisa ser suprimida de alguma forma, seja por pessoas, por prazer ou ideias. Aí entra o papel fundamental da religião, o mais eficiente tamponamento da sensação de desamparo do homem.
Mas estamos na real e as realidades precisam ser ditas. Como disse um mestre, o valor de um homem se dá PELA QUANTIDADE DE REALIDADE QUE ELE CONSEGUE ASSIMILAR.
(27-05-2024, 09:53 PM)Wesley de Mileto Escreveu: O indivíduo para chegar ao ponto de se suicidar tem que estar em um estado de completa ausência de esperança, sentindo que toda sua existência não tem sentido e que o mesmo não faz diferença no mundo...
Me parece que você entendeu errado. Não disse sobre ausência de esperança nem nada semelhante, aliás, na minha opinião, ter "esperanças" de mais é justamente o que destrói muitos homens. Não há esperança, o mundo não é bonito, o sofrimento não é negociável. Viver é sofrer por mais que você tenha “esperanças” que não seja assim.
Também me parece que esse ser "útil à sociedade" é outro ponto falho e ilusório ao que muitos caem... se restringir por coisas que não lhe dizem respeito, eis uma das fórmulas para se chegar no que eu disse DE FATO que foi: SE sentir inútil de uma perspectiva imanente.
Se perceber inútil não tem nada haver com ter ou não ter esperanças ou "propósito"... é bom que se saiba essa diferença. Muitas pessoas ACHAM que fazem a diferença no mundo, esse tipo de crença é difícil de remover... e mesmo assim o sentimento de vazio pode estar presente. Tudo isso é colocar a ponto de avaliação para o lado de fora, para coisas externas e com isso, repetindo mais uma vez, não se observa as suas reais necessidades.
Perceba que em todos os relatos postados aqui nesse tópico e mesmo no fórum (inclusive o seu próprio relato pessoal), o ponto básico de “mudança de vida” foi a partir do momento em que se passou a investir mais nas próprias necessidades, quando começou-se e buscar tapar lacunas, melhorar deficiências ... ou seja, quando passou-se e investir no “ego”. Por isso essa conversa de “morte do ego” é uma grande cilada que é extensivamente propagada na real. O que se diz de fato é morte ao apego a coisas externas, e esse apego advém de uma personalidade fraca, embrionária que não vê valor em si própria enquanto tal. Parafraseando um mestre, a melhor maneira de se fazer alguma coisa “pelo próximo” é melhorando a si mesmo! Deixando de ser dependente, deixando de ser inepto e fraco. A própria caridade é uma vontade intrinsecamente egóica... por mais que seja difícil de se aceitar isso, mas essa questão não vem ao caso agora.
(28-05-2024, 01:06 AM)Stav Escreveu: Chegou um ponto em que eu sentia vergonha de sair na rua. Começaram as piadinhas e humilhações dos "colegas" e infelizmente acabei trancando o curso e me isolando em casa.
É extensivamente provado que o homem é um ser social... essa ruptura de laços afetivos quase sempre causaram uma deficiência no vivente. Por isso outro ponto falho muito propagado por aqui é a tal mentalidade do “lobo solitário”. Evidentemente nós devemos limitar o contato com pessoas de baixo valor, mas pensar que se pode fazer tudo sozinho é um grande erro. Se você nasceu em um ambiente pouco fecundo, é sua obrigação buscar outros ambientes, conviver com outras pessoas, porque serão poucas as pessoas que terão essa noção de possuir uma vida medíocre, ou melhor dizendo, são poucas pessoas que tem noção que a vida medíocre que possuem é responsabilidade própria.
Curiosamente, eu também passei por algo semelhante ao que você relatou. Eu sempre fui o sujeito mais ou menos “inadequado”, que rejeitava o pensamento padrão como o diabo rejeita a cruz. Isso é bom em alguns aspectos, por outros é muito ruim como, por exemplo, a dificuldade de se “destacar” na educação formal. Sempre ouvi que eu sou um sujeito inteligente, mas olhando as minhas notas na educação formal e mais os longos anos que eu passei na merda - também me sentindo um completo inútil e também pensando em me matar- eu sempre duvidei disso.
Também sofri com comparações familiares, tenho alguns parentes que são exemplo em tudo que é socialmente louvável... e esses juízos sempre desfavoráveis para mim também me frustravam em grande medida ... só que o resultado foi diferente do que talvez seja o normal. Meu desejo por “ser diferente” foi alimentado, eu não me via e não me vejo parecido com ninguém de forma alguma, essa noção de distinção não me fez mal, muito pelo contrário, era e é o meu grande motivador, o meu combustível para eu ser completamente independente hoje, inclusive e principalmente na forma de pensar e avaliar o mundo.
Comparações são inevitáveis, nós mesmos fazemos comparações com os outros, e eu estaria mentindo se dissesse que não me importo com a minha imagem na sociedade. Evidentemente eu tento fazer da minha imagem algo que seja compatível com as minhas crenças e ideias. A questão é, como eu disse antes, não ter muitas esperanças, não achar que tudo tem um motivo ou sentido. As coisas são como são uma vez mais e sempre. Essa é uma visão de mundo bastante complexa e difícil de assimilar pelo pensamento convencional, por isso mesmo não vou me alongar nisso.
(28-05-2024, 09:17 AM)A6M Zero Escreveu: é esse o caminho certo ?'.
Essas avaliações de “certo” e “errado” são muito subjetivas. Certo para quem? Para que? A grande questão é fazer aquilo que esteja alinhado com a sua natureza, o seu ser... e isso nem sempre vai ser a “coisa certa” aos olhos da grande maioria das pessoas. O objetivo é o aprimoramento de si mesmo, dar vazão a sua vontade a sua criatividade... mas isso nem sempre vai ser “vantajoso”... necessita-se de muita coragem para viver fiel a si mesmo. Só dessa forma o homem se sente útil em grande medida.
Evidentemente passamos por fazes, em alguns períodos teremos que fazer coisas que não nos dizem respeito mesmo que seja para simplesmente sobreviver... mas a individualidade final deve sempre estar a vista.
Como muitos relataram, esse processo de descobrimento começa fisicamente... a higiene espiritual começa pela higiene do corpo. O se forçar além dos limites, ter uma atitude austera e rigorosa fisicamente faz com que o seu horizonte de possibilidades se expanda. Sua vontade de melhorar puxa seu corpo, que melhora e assim que uma meta é atingida, essa vontade aumenta e assim sucessivamente até estágios mais elevados. Quem quer comandar precisa primeiro, aprender a obedecer e a forma inicial de se aprender a obedecer é fazendo com que o seu corpo cumpra objetivos que você ou alguém definiu.
(28-05-2024, 09:42 PM)Libre Escreveu: Uma das coisas que me ajudou e muito a lidar com nos meses subsequente, foi expressar o que estava sentindo escrevendo ...
Sem querer ser repetitivo, mas sobre isso eu já falei em diversos posts aqui no fórum. Olhando em retrospectiva percebemos muitas coisas aos quais não tínhamos palavras nem entendimento no momento que aconteceram, e sem essa percepção muitas coisa passam desapercebidas e nunca são de fato colocadas na consciência. As emoções são imediatas e não possuímos palavras precisas para expressa-las quando acontecem, pois são, como eu disse, muito rápidas.
O nosso entendimento do mundo e de nós mesmos se dá por meio do vocabulário, pensamos com palavras afinal de contas. Emoções e atitudes que não são racionalizadas com palavras (pensamento) estão fadadas a sempre voltarem instintivamente (principio da repetição), inclusive e principalmente emoções que nos são nocivas. Agimos uma vez mais sem pensar, sem perceber.
Para criar essa distância, esse espaço entre sentir e agir, ou seja, o que poderíamos dizer que é o tal autocontrole precisa-se primeiro saber o que se sente e por que se sente. Eis o papel da escrita nesse caso específico. Também existe a questão fundamental que para pensar melhor, precisa-se melhorar o seu vocabulário pois como observado acima, pensamos por meio de palavras... quando mias articulado e preciso for a sua capacidade de usar as palavras melhor você irá pensar a consequentemente, agir.
(28-05-2024, 09:42 PM)Libre Escreveu: Como eu tenho lidado com meus low vibe? ...
Eu, hoje em dia, não tento mais suprimir ou mascarar esses momentos melancólicos... simplesmente vivo-os. Muito por causa do fato que eu naturalmente sou um sujeito melancólico e reflexivo, e esses momentos de tristeza são os momentos que as melhores ideias vem a tona... mas muito pelo fato de eu ter entendido que a vida em sociedade sempre vai estar mais no ponto de tristeza, contendo apenas com alguns episódios de felicidade. Quem é capaz de viver plenamente tendo a certeza disso?
Conforme escrito no texto fundamental “O mal estar da civilização”, a vida em sociedade requer para sua própria possibilidade de existência que os homens freiem seus impulsos mais fortes sublimando em coisas socialmente aceitas ou mesmo suprimindo por completo. Evidentemente isso é vantajoso para a sociedade enquanto tal. Mas isso cobra um preço, que é essa sensação perene de insatisfação, de desamparo, existindo apenas alguns momentos de felicidade.
Aceitar essa realidade é algo bastante difícil para a maioria das pessoas, essa sensação de desamparo precisa ser suprimida de alguma forma, seja por pessoas, por prazer ou ideias. Aí entra o papel fundamental da religião, o mais eficiente tamponamento da sensação de desamparo do homem.
Mas estamos na real e as realidades precisam ser ditas. Como disse um mestre, o valor de um homem se dá PELA QUANTIDADE DE REALIDADE QUE ELE CONSEGUE ASSIMILAR.
Realmente, minhas ideias estavam equivocadas.
O autoconhecimento é a chave para uma boa vida. Tudo começa e termina no eu. Nós vamos ter que aguentar a nós mesmos a vida inteira, então devemos sempre buscar entender nossos proprios problemas. Não é uma tarefa fácil e exige muita reflexão e silêncio. Porém, é a única forma de crescer espiritualmente.
A maior riqueza está na alma.
A sorte favorece os audazes