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A importancia da solitude
#8
Só complementando meu comentário no tópico, ao meu ver, não tem nem lógica um cara ficar só dois dias sozinho e já ficar chateado de não ter resultados e ainda acusando o outro de charlatão. É claro que é só um conto, mas em dois dias não daria nem tempo do cara passar por algum processo de desintoxicação. Se uma pessoa comum que fosse viciada em celular e redes sociais se isola-se, é bem provável que na primeira semana parecesse que iria surtar, tendo a crise normal de abstinência e só então começaria a acalmar e ter algum benefício do isolamento.  

O livro é de uns 150 anos atrás, isso mostra que essa cultura imediatista, vulgo geração fastfood, de querer soluções instantâneas sempre existiu e sempre vai existir para uma parcela da população. Eu tenho um tópico interessante sobre esse tema de imediatismo que se chama: "Não pegue atalhos, eles demoram demais".  

Como você gosta de ler, vou indicar dois livros que li que abordam bem esse tipo de assunto. Um excelente livro que dá um contraponto sobre esse conto e sobre o que realmente a solitude pode causar, baseado em fatos reais, era de um homem que ficou dois anos morando sozinho no meio de uma floresta. Esse sim tem autoridade para se aprofundar no tema "solitude". Fiz uma resenha sobre ele no tópico "Quais livros estão lendo?", segue abaixo:

Spoiler Revelar
(29-05-2022, 09:37 PM)Libertador Escreveu: [Image: Walden-de-Henry-David-Thoreau-LPM-2010.jpg]

Terminei de ler o livro Walden de Henry Thoreau. Achei esse livro bem interessante. Conta a história de um cara em 1800 e pouco que aos 28 anos de idade decidiu ir morar no meio da floresta sozinho. É um cara que nunca se casou, nunca votou, nunca se formou em nenhuma profissão, não pagava impostos e até foi preso por isso - e conta a história em outro livro que eu achei muito bom chamado Desobediência Civil (Tópico). 

Ele defendia hábitos austeros e poucas necessidades. E no livro ele critica as pessoas ao seu redor que passam a vida toda correndo de um lado pro outro para sustentar luxos desnecessários e chamar a atenção um dos outros e no final acabam se sobrecarregando atoa, passam sufocos e não aproveitam a vida, até os lazeres eles tentam aproveitar de forma rápida para não perder tempo. Então ele critica os seus conterrâneos por estarem sempre sobrecarregados, sem tempo, por pagarem caro por roupas só porque tem um ou dois riscos a mais e são de determinada marca, de ficarem atrás de modinhas e tendências. De ficarem o tempo todo buscando conforto. Se endividando e gastando pra ornamentar a casa em vez de focar na estrutura básica e essencial bem feita. Sempre vivendo acima de suas expectativas e de sua renda. Que era o que ele chamava de penitência voluntária porque não tinham necessidade de passar por isso. Tentam viver com muito mais do que precisam. Enquanto ele defendia viver bem com pouco.

Ele gastou 28 dólares e construiu uma casa simples e reforçada (mas sem adorno nenhum) no meio do bosque. Enquanto os conterrâneos gastavam 20 a 100 dólares por ano de aluguel e moravam aglomerados no centro da cidade com casas apenas um pouco maiores, mas com goteiras e problemas de encanamento, gastando com luxos e confortos dispensáveis, com dívidas no limite e se parassem de trabalhar seriam despejados e ficariam sem ter onde morar. Enquanto ele gastou pouco e tinha a casa própria, comia de forma simples e precisava trabalhar só seus 40 dias no ano em pequenos serviços que arrumava para se manter e tirava o resto pra pescar, escrever e fazer o que queria no seu tempo livre.

Temos um tópico no fórum sobre esse livro: Os homens e suas vidas de desespero silencioso

E o outro livro é esse abaixo que cito no mesmo tópico:

Spoiler Revelar
(19-09-2022, 10:44 AM)Libertador Escreveu: [Image: jocko.jpg]

Terminei de ler o livro Discipline equals freedom - Field Manual do Jocko Willink. Esse aí eu li em inglês porque quando comprei ainda não tinha a versão em português.

É um livro que recomendo aqui para os realistas do fórum. Tem muita coisa útil para nos ensinar.

O título do livro já evidencia bem a mensagem dele. A pessoa verdadeiramente livre é aquela disciplinada e não a que é escrava dos seus vícios e desejos flutuantes. Porque o disciplinado faz o que quer, aquilo que precisa ser feito, sempre pensa no longo prazo no que seja melhor para si. Já o indisciplinado, fica adiando as coisas importantes e fazendo o que é fácil e o que dá prazer no curto prazo, o que no fundo ele não quer, e o que acaba gerando grandes prejuízos no longo prazo. As vezes o indisciplinado até começa a fazer o que é para o seu bem e que no ele fundo quer, mas como as coisas ficam flutuando de acordo com seu humor e motivação, quando passa a empolgação ele desiste. Por isso várias vezes começam e desistem.

Ele diz para não se basear em motivação e em sentimentos flutuantes e sim em disciplina porque com ela você faz o que precisa ser feito estando disposto ou desanimado, feliz ou triste. E ensina como desenvolver a disciplina (de forma simples e direta como: se quer levantar cedo, coloque o despertador no horário que quer levantar e quando ele tocar levante, é só isso, não existe segredo, nem truque, nem fórmula mirabolante).

Ele explica que não existe caminho fácil, não existe truque, não existe atalho, que isso tudo é uma mentira. As pessoas passam a vida toda buscando por esses atalhos para não terem que pagar o preço que precisa ser pago, sendo que o melhor caminho é sempre o caminho longo e difícil. É o caminho do trabalho duro. É caminho que foca nos fundamentos. É o caminho do suor, do sangue, das cicatrizes e da disciplina. 

Eu fiz um tópico sobre isso, não foi inspirado nesse livro (até porque só o li agora), mas a mensagem é muito parecida, o tópico se chama: Não pegue atalhos, eles demoram demais.

E ele defende que a disciplina é a base de todas as boas qualidades. Por isso vale a pena investir tempo para desenvolver a disciplina. Ela não é um dom que uns nasceram com ela e outros sem como ocorre com alguns talentos ou características físicas como altura. Todo mundo pode se tornar mais disciplinado se realmente quiser.

Outro ponto muito interessante que ele explica é sobre assumir a responsabilidade por tudo que ocorre no seu mundo. Ser o exato oposto daquelas pessoas que estão sempre se esquivando, sempre colocando a culpa nos outros, sempre justificando os seus fracassos. Ele defende a auto-responsabilidade extrema, ou seja, não inventar desculpas, não ficar arrumado culpados. Assumir os seus erros. Reavaliar como poderia ter agido melhor em cada situação em que falhou e que acertou. Fazer tudo que está ao seu alcance para fazer o seu melhor. E deixar que os fracos reclamem que o mundo não é justo, culpando seus pais, chefes e governo.

[Image: 22222jocjo.jpg]

Pode ler ambos sem medo porque são muito bons.
“A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” Educação, Pág 57.
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