14-09-2022, 07:31 PM
Terminei recentemente de ler A Guerra do Fim do Mundo, do prêmio Nobel de Literatura peruano
Mario Vargas Llosa. O livro trata de uma romantização da Guerra de Canudos, ocorrida entre 1.896 e 1.897 no interior da Bahia. O arraial de Canudos foi uma comunidade centrada no líder religioso-espiritual Antônio Conselheiro Uma das coisas que chama a atenção é que a narrativa é mostrada sob diversos pontos de vista diferentes, dos monarquistas derrotados poucos anos antes, dos republicanos e dos moradores de Canudos. Cada uma das, por assim dizer, demonstram seus próprios preconceitos e pontos de vista sobre os demais (os republicanos chamavam os canudenses de traidores, e estes chamavam aqueles de ateus, maçons etc.). Para o leitor atento isto é uma lembrança de como nossos próprios pontos de vista podem estar enviesados e nos convida a refletir sobre isso. Além disso, os próprios personagens passam por diversas transformações em seus modos de ver o mundo através das 600 páginas de narrativa. Por exemplo, um dos personagens principais do livro,
Também a pequena história do
Existem outras cenas que revelam a natureza humana de maneira nua e crua, mas vou citar só essas duas. O autor também consegue utilizar diversas palavras difíceis sem tornar a leitura maçante, construindo sua narrativa com uma riqueza de detalhes sem perder o ritmo da história, e ainda deixando uma boa dose de expectativa no leitor. Em resumo, uma obra prima, recomendo fortemente.
![[Image: 512C9PAoq6L._SX316_BO1,204,203,200_.jpg]](https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/512C9PAoq6L._SX316_BO1,204,203,200_.jpg)
Spoiler Revelar
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Existem outras cenas que revelam a natureza humana de maneira nua e crua, mas vou citar só essas duas. O autor também consegue utilizar diversas palavras difíceis sem tornar a leitura maçante, construindo sua narrativa com uma riqueza de detalhes sem perder o ritmo da história, e ainda deixando uma boa dose de expectativa no leitor. Em resumo, uma obra prima, recomendo fortemente.
- Sem a visão de um objetivo um homem não pode gerir a sua própria vida, e muito menos a vida dos outros.