10-03-2019, 10:14 AM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 10-03-2019, 10:17 AM por TommyShelby.)
Carta 1: Sobre aproveitar o tempo
Saudações de Sêneca a Lucílio.
1. Continue a agir assim, meu querido Lucílio – liberte-se por conta própria; poupe e salve o seu tempo, que até recentemente tem sido retirado a força de você, ou furtado, ou simplesmente escapado de suas mãos. Faça-se acreditar na verdade de minhas palavras, – que certos momentos são arrancados de nós, que alguns são removidos suavemente, e que outros fogem além de nosso alcance. O tipo mais desgraçado de perda, no entanto, é aquela, devida ao descuido. Ademais, se você prestar atenção ao problema, você verá que a maior parte de nossa vida passa enquanto estamos fazendo coisas desagradáveis, uma boa parte enquanto não estamos fazendo nada, e tudo isso enquanto estamos fazendo o que não se deveria fazer.
2. Qual homem você pode me mostrar que coloque algum valor em seu tempo, que dá o devido valor a cada dia, que entende que está morrendo diariamente? Pois estamos equivocados quando pensamos que a morte é coisa do futuro; a maior parte da morte já passou. Quaisquer anos atrás de nós já estão nas mãos da morte. Portanto, Lucílio, faça como você me escreve que você está fazendo: mantenha cada hora ao seu alcance. Agarre a tarefa de hoje, e você não precisará depender tanto do amanhã. Enquanto estamos postergando, a vida corre.
3. Nada, Lucílio, é nosso, exceto o tempo. A natureza nos deu o privilégio desta única coisa, tão fugaz e escorregadia que qualquer um pode esbulhar tal posse. Que tolos esses mortais são! Eles permitem que as coisas mais baratas e inúteis, que podem ser facilmente substituídas, sejam contabilizadas depois de terem sido adquiridas; mas nunca se consideram em dívida quando recebem parte dessa preciosa mercadoria, o tempo! E, no entanto, o tempo é o único empréstimo que nem o mais agradecido destinatário pode pagar.
4. Você pode desejar saber como eu, que prego a você, estou praticando. Confesso francamente: meu saldo em conta corrente é como o esperado de alguém generoso mas cuidadoso. Não posso vangloriar-me de não desperdiçar nada, mas pelo menos posso lhe dizer o que estou desperdiçando, a causa e a maneira de desperdício; posso lhe dar as razões pelas quais sou um homem pobre. Minha situação, no entanto, é a mesma de muitos que são reduzidos a miséria sem culpa própria: todos os perdoam, mas ninguém vem em seu socorro.
5. Qual é o estado das coisas, então? É isto: eu não considero um homem como pobre, se o pouco que lhe resta o é suficiente. Contudo, aconselho-o a preservar o que é realmente seu; e nunca é cedo demais para começar. Pois, como acreditavam os nossos antepassados, é demasiado tarde para gastarmos quando chegarmos à raspa do tacho. Daquilo que permanece no fundo, a quantidade é pouca, e a qualidade é vil.
Mantenha-se Forte. Mantenha-se Bem
Carta 2: Sobre a falta de foco no Estudo
Sêneca fala sobre a falta de foco, tanto no estudo e leitura como em viagens de forma indiscriminada.
Saudações de Sêneca a Lucílio.
1. Julgando pelo que você me escreve, e pelo que eu ouço, eu estou formando uma boa opinião a respeito de seu futuro. Você não corre para cá e para lá e se distrai mudando sua morada; Pois tal inquietação é o sinal de um espírito desordenado. A principal indicação, na minha opinião, de uma mente bem ordenada é a habilidade de um homem em permanecer em um lugar e ficar em sua própria companhia.
2. Tenha cuidado, no entanto, para que esta leitura de muitos autores e livros de qualquer espécie possam tender a torná-lo dispersivo e instável. Você deve permanecer entre um número limitado de mestres pensadores, e digerir suas obras, para que construa ideias firmes em sua mente. Estar em todo lugar significa também estar em lugar nenhum. Quando uma pessoa gasta todo o seu tempo em viagens ao estrangeiro, ela termina por ter muitos conhecidos, mas nenhum amigo. E a mesma coisa deve ser válida para os homens que procuram o conhecimento íntimo com nenhum autor único, mas visita todos de uma maneira precipitada e apressada.
3. O alimento não faz bem e não é assimilado pelo corpo se ele deixa o estômago assim que é comido; nada impede uma cura tanto quanto a mudança frequente de medicamento; nenhuma ferida cicatrizará quando um bálsamo for tentado um após outro; uma planta que é movida frequentemente nunca pode crescer forte. Não há nada tão eficaz que possa ser útil enquanto está sendo deslocado. E na leitura de muitos livros há distração. Por conseguinte, uma vez que não é possível ler todos os livros que você pode possuir, é suficiente possuir apenas tantos livros quanto você pode ler.
4. “Mas,” você responde, “eu desejo mergulhar primeiramente em um livro e então em outro.” Eu lhe digo que é o sinal de gula brincar com muitos pratos; pois quando são múltiplos e variados, eles enfastiam, mas não alimentam. Então você deve sempre ler autores de qualidade; e quando você anseia uma mudança, retroceda àqueles que você leu antes. Cada dia adquira algo que o fortaleça contra a pobreza, contra a morte, e contra outros infortúnios; e depois de ter examinado muitos pensamentos, selecione um para ser completamente digerido naquele dia.
5. Esta é minha própria prática; das muitas coisas que eu li, eu reivindico uma parte para mim. A reflexão para hoje é uma que eu descobri em Epicuro; porque eu sou acostumado a entrar até mesmo no campo do inimigo[1], – não como um desertor, mas como um observador.
6. Ele diz: “A pobreza satisfeita é uma propriedade honrosa.” Na verdade, se estiver satisfeito, não é pobreza. Não é o homem que tem pouco, mas o homem que anseia mais, é quem é pobre. O que importa o que um homem tenha guardado em seu cofre, ou em seu armazém, quão grandes são os seus rebanhos e quão gordos são os seus dividendos, se ele cobiça a propriedade do seu vizinho, e não conta os seus ganhos passados, mas as suas esperanças de ganhos vindouros? Você pergunta qual é o limite adequado para a riqueza? É, primeiro, ter o que é necessário, e, segundo, ter o que é suficiente.
Mantenha-se Forte. Mantenha-se Bem
Carta 3: Sobre a verdadeira e falsa amizade
Sobre a amizade real. Seneca adverte Lucílio contra fazer um homem em um amigo antes de conhecer o caráter deste homem. Contudo, uma vez que alguém se tornou um amigo, devemos confiar e compartilhar as ansiedades deste. (Veja também a carta 9 sobre as amizades do homem sábio.)
Sobre a verdadeira e falsa amizade
Saudações de Sêneca a Lucílio.
1. Você enviou uma carta para mim através de um “amigo nosso”, como você o chama. E na frase seguinte você me adverte para não discutir com ele todos os assuntos que lhe dizem respeito, dizendo que você mesmo não está acostumado a fazer isto; em outras palavras, você, na mesma carta afirmou e negou que ele seja seu amigo.
2. Agora, se você usou esta palavra no sentido popular, e o chamou de “amigo” da mesma maneira em que falamos de todos os candidatos nas eleições como “senhores honoráveis”, e como saudamos todos os homens que encontramos casualmente, se seus nomes nos faltam por um momento, com a saudação “meu caro senhor”, assim seja. Mas se você considera qualquer homem um amigo em quem você não confia como você confia em si mesmo, você está muito enganado e você não entende o suficiente o que significa verdadeira amizade.Na verdade, gostaria que discutisse tudo com um amigo; mas antes de tudo discuta o próprio homem. Quando a amizade é estabelecida, você deve confiar; antes que a amizade seja formada, você deve julgar. Essas pessoas, de fato, colocam as últimas em primeiro lugar e confundem seus deveres, que, violando as regras de Teofrasto[1], julgam um homem depois de terem feito dele seu amigo, em vez de torná-lo seu amigo depois que o julgarem. Pondere por muito tempo se você deve admitir uma pessoa ao seu círculo de amizade; mas quando você decide admiti-la, acolha-a com todo o seu coração e alma. Fale tão abertamente com ela quanto com você mesmo.
3. Quanto a você mesmo, embora você deva viver de tal maneira que confie a si mesmo todos assuntos, uma vez que certas questões convencionalmente são mantidas secretas, você deve compartilhar com um amigo pelo menos todas suas preocupações e reflexões. Considere-o como leal, e você o fará leal. Alguns, por exemplo, temendo ser enganados, ensinaram os homens a enganar; por suas suspeitas deram a seu amigo o direito de suspeitar. Por que preciso reter alguma palavra na presença do meu amigo? Por que não me considerar sozinho quando em sua companhia?
4. Há uma classe de homens que comunicam, a quem eles encontram, assuntos que devem ser revelados aos amigos apenas, e descarregam sobre o ouvinte tudo o que os aborrece. Outros, mais uma vez, temem confiar em seus mais íntimos amigos; E se fosse possível, não confiariam nem sequer em si próprios, enterrando seus segredos no fundo de seus corações. Mas não devemos fazer nem uma coisa nem outra. É igualmente falho confiar em todos e não confiar em ninguém. No entanto, a primeira falha é, eu diria, a mais ingênua, a segunda a mais segura.
5. Do mesmo modo, você deveria repreender estes dois tipos de homens, tanto os que sempre carecem de repouso, como os que estão sempre em repouso. Porque o amor ao agito não é diligência, – é apenas a inquietação de uma mente assombrada. E a verdadeira tranquilidade não consiste em condenar todo o movimento como mero aborrecimento; esse tipo de conforto é preguiça e inércia.
6. Portanto, você deve observar o seguinte ditado, tirado da minha leitura de Pompônio: “Alguns homens se encolhem em cantos escuros, a tal ponto que eles veem de forma escura durante o dia.” Não, os homens devem combinar estas tendências, e quem descansa deve agir e quem age deve descansar. Discuta o problema com a Natureza; ela lhe dirá que criou dia e noite.
Mantenha-se Forte. Mantenha-se Bem
Saudações de Sêneca a Lucílio.
1. Continue a agir assim, meu querido Lucílio – liberte-se por conta própria; poupe e salve o seu tempo, que até recentemente tem sido retirado a força de você, ou furtado, ou simplesmente escapado de suas mãos. Faça-se acreditar na verdade de minhas palavras, – que certos momentos são arrancados de nós, que alguns são removidos suavemente, e que outros fogem além de nosso alcance. O tipo mais desgraçado de perda, no entanto, é aquela, devida ao descuido. Ademais, se você prestar atenção ao problema, você verá que a maior parte de nossa vida passa enquanto estamos fazendo coisas desagradáveis, uma boa parte enquanto não estamos fazendo nada, e tudo isso enquanto estamos fazendo o que não se deveria fazer.
2. Qual homem você pode me mostrar que coloque algum valor em seu tempo, que dá o devido valor a cada dia, que entende que está morrendo diariamente? Pois estamos equivocados quando pensamos que a morte é coisa do futuro; a maior parte da morte já passou. Quaisquer anos atrás de nós já estão nas mãos da morte. Portanto, Lucílio, faça como você me escreve que você está fazendo: mantenha cada hora ao seu alcance. Agarre a tarefa de hoje, e você não precisará depender tanto do amanhã. Enquanto estamos postergando, a vida corre.
3. Nada, Lucílio, é nosso, exceto o tempo. A natureza nos deu o privilégio desta única coisa, tão fugaz e escorregadia que qualquer um pode esbulhar tal posse. Que tolos esses mortais são! Eles permitem que as coisas mais baratas e inúteis, que podem ser facilmente substituídas, sejam contabilizadas depois de terem sido adquiridas; mas nunca se consideram em dívida quando recebem parte dessa preciosa mercadoria, o tempo! E, no entanto, o tempo é o único empréstimo que nem o mais agradecido destinatário pode pagar.
4. Você pode desejar saber como eu, que prego a você, estou praticando. Confesso francamente: meu saldo em conta corrente é como o esperado de alguém generoso mas cuidadoso. Não posso vangloriar-me de não desperdiçar nada, mas pelo menos posso lhe dizer o que estou desperdiçando, a causa e a maneira de desperdício; posso lhe dar as razões pelas quais sou um homem pobre. Minha situação, no entanto, é a mesma de muitos que são reduzidos a miséria sem culpa própria: todos os perdoam, mas ninguém vem em seu socorro.
5. Qual é o estado das coisas, então? É isto: eu não considero um homem como pobre, se o pouco que lhe resta o é suficiente. Contudo, aconselho-o a preservar o que é realmente seu; e nunca é cedo demais para começar. Pois, como acreditavam os nossos antepassados, é demasiado tarde para gastarmos quando chegarmos à raspa do tacho. Daquilo que permanece no fundo, a quantidade é pouca, e a qualidade é vil.
Mantenha-se Forte. Mantenha-se Bem
Carta 2: Sobre a falta de foco no Estudo
Sêneca fala sobre a falta de foco, tanto no estudo e leitura como em viagens de forma indiscriminada.
Saudações de Sêneca a Lucílio.
1. Julgando pelo que você me escreve, e pelo que eu ouço, eu estou formando uma boa opinião a respeito de seu futuro. Você não corre para cá e para lá e se distrai mudando sua morada; Pois tal inquietação é o sinal de um espírito desordenado. A principal indicação, na minha opinião, de uma mente bem ordenada é a habilidade de um homem em permanecer em um lugar e ficar em sua própria companhia.
2. Tenha cuidado, no entanto, para que esta leitura de muitos autores e livros de qualquer espécie possam tender a torná-lo dispersivo e instável. Você deve permanecer entre um número limitado de mestres pensadores, e digerir suas obras, para que construa ideias firmes em sua mente. Estar em todo lugar significa também estar em lugar nenhum. Quando uma pessoa gasta todo o seu tempo em viagens ao estrangeiro, ela termina por ter muitos conhecidos, mas nenhum amigo. E a mesma coisa deve ser válida para os homens que procuram o conhecimento íntimo com nenhum autor único, mas visita todos de uma maneira precipitada e apressada.
3. O alimento não faz bem e não é assimilado pelo corpo se ele deixa o estômago assim que é comido; nada impede uma cura tanto quanto a mudança frequente de medicamento; nenhuma ferida cicatrizará quando um bálsamo for tentado um após outro; uma planta que é movida frequentemente nunca pode crescer forte. Não há nada tão eficaz que possa ser útil enquanto está sendo deslocado. E na leitura de muitos livros há distração. Por conseguinte, uma vez que não é possível ler todos os livros que você pode possuir, é suficiente possuir apenas tantos livros quanto você pode ler.
4. “Mas,” você responde, “eu desejo mergulhar primeiramente em um livro e então em outro.” Eu lhe digo que é o sinal de gula brincar com muitos pratos; pois quando são múltiplos e variados, eles enfastiam, mas não alimentam. Então você deve sempre ler autores de qualidade; e quando você anseia uma mudança, retroceda àqueles que você leu antes. Cada dia adquira algo que o fortaleça contra a pobreza, contra a morte, e contra outros infortúnios; e depois de ter examinado muitos pensamentos, selecione um para ser completamente digerido naquele dia.
5. Esta é minha própria prática; das muitas coisas que eu li, eu reivindico uma parte para mim. A reflexão para hoje é uma que eu descobri em Epicuro; porque eu sou acostumado a entrar até mesmo no campo do inimigo[1], – não como um desertor, mas como um observador.
6. Ele diz: “A pobreza satisfeita é uma propriedade honrosa.” Na verdade, se estiver satisfeito, não é pobreza. Não é o homem que tem pouco, mas o homem que anseia mais, é quem é pobre. O que importa o que um homem tenha guardado em seu cofre, ou em seu armazém, quão grandes são os seus rebanhos e quão gordos são os seus dividendos, se ele cobiça a propriedade do seu vizinho, e não conta os seus ganhos passados, mas as suas esperanças de ganhos vindouros? Você pergunta qual é o limite adequado para a riqueza? É, primeiro, ter o que é necessário, e, segundo, ter o que é suficiente.
Mantenha-se Forte. Mantenha-se Bem
Carta 3: Sobre a verdadeira e falsa amizade
Sobre a amizade real. Seneca adverte Lucílio contra fazer um homem em um amigo antes de conhecer o caráter deste homem. Contudo, uma vez que alguém se tornou um amigo, devemos confiar e compartilhar as ansiedades deste. (Veja também a carta 9 sobre as amizades do homem sábio.)
Sobre a verdadeira e falsa amizade
Saudações de Sêneca a Lucílio.
1. Você enviou uma carta para mim através de um “amigo nosso”, como você o chama. E na frase seguinte você me adverte para não discutir com ele todos os assuntos que lhe dizem respeito, dizendo que você mesmo não está acostumado a fazer isto; em outras palavras, você, na mesma carta afirmou e negou que ele seja seu amigo.
2. Agora, se você usou esta palavra no sentido popular, e o chamou de “amigo” da mesma maneira em que falamos de todos os candidatos nas eleições como “senhores honoráveis”, e como saudamos todos os homens que encontramos casualmente, se seus nomes nos faltam por um momento, com a saudação “meu caro senhor”, assim seja. Mas se você considera qualquer homem um amigo em quem você não confia como você confia em si mesmo, você está muito enganado e você não entende o suficiente o que significa verdadeira amizade.Na verdade, gostaria que discutisse tudo com um amigo; mas antes de tudo discuta o próprio homem. Quando a amizade é estabelecida, você deve confiar; antes que a amizade seja formada, você deve julgar. Essas pessoas, de fato, colocam as últimas em primeiro lugar e confundem seus deveres, que, violando as regras de Teofrasto[1], julgam um homem depois de terem feito dele seu amigo, em vez de torná-lo seu amigo depois que o julgarem. Pondere por muito tempo se você deve admitir uma pessoa ao seu círculo de amizade; mas quando você decide admiti-la, acolha-a com todo o seu coração e alma. Fale tão abertamente com ela quanto com você mesmo.
3. Quanto a você mesmo, embora você deva viver de tal maneira que confie a si mesmo todos assuntos, uma vez que certas questões convencionalmente são mantidas secretas, você deve compartilhar com um amigo pelo menos todas suas preocupações e reflexões. Considere-o como leal, e você o fará leal. Alguns, por exemplo, temendo ser enganados, ensinaram os homens a enganar; por suas suspeitas deram a seu amigo o direito de suspeitar. Por que preciso reter alguma palavra na presença do meu amigo? Por que não me considerar sozinho quando em sua companhia?
4. Há uma classe de homens que comunicam, a quem eles encontram, assuntos que devem ser revelados aos amigos apenas, e descarregam sobre o ouvinte tudo o que os aborrece. Outros, mais uma vez, temem confiar em seus mais íntimos amigos; E se fosse possível, não confiariam nem sequer em si próprios, enterrando seus segredos no fundo de seus corações. Mas não devemos fazer nem uma coisa nem outra. É igualmente falho confiar em todos e não confiar em ninguém. No entanto, a primeira falha é, eu diria, a mais ingênua, a segunda a mais segura.
5. Do mesmo modo, você deveria repreender estes dois tipos de homens, tanto os que sempre carecem de repouso, como os que estão sempre em repouso. Porque o amor ao agito não é diligência, – é apenas a inquietação de uma mente assombrada. E a verdadeira tranquilidade não consiste em condenar todo o movimento como mero aborrecimento; esse tipo de conforto é preguiça e inércia.
6. Portanto, você deve observar o seguinte ditado, tirado da minha leitura de Pompônio: “Alguns homens se encolhem em cantos escuros, a tal ponto que eles veem de forma escura durante o dia.” Não, os homens devem combinar estas tendências, e quem descansa deve agir e quem age deve descansar. Discuta o problema com a Natureza; ela lhe dirá que criou dia e noite.
Mantenha-se Forte. Mantenha-se Bem