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[RELATO] Primeira lição amorosa que tive
#1
Primeira lição amorosa que tive: Quem tem dó do coitado, vai pro lugar dele.

Olá confrades do LR.  Como dito outro dia no chat, venho compartilhar com vocês o relato do meu primeiro relacionamento, que durou 5 anos. 

Eu tinha 18 anos, já morava sozinho (construí com minhas próprias mãos e ajuda de amigos um barraco de dois cômodos e um banheiro no quintal da casa da minha mãe), isso me trouxe independência, desde os 13 anos já pagava as minhas contas, comprava minhas roupas e lavava minhas cuecas, só faltava ter a minha privacidade, e essa foi a melhor solução que encontrei. 

Conheci a minha primeira esposa(Patrícia*) através da irmã dela(Daniela*) que namorava um amigo meu. 
Eu tinha  uma “equipe” de som, jogos de luz e mesa, meio que eu era um DJ de festa de pobre, alugava esse equipamento para eventos na cidade nos finais de semana, isso me trazia um retorno financeiro e aumentava o meu círculo social. Daniela tinha 13 anos e estava namorando escondido esse meu amigo, nas festas que eu fazia ela sempre aparecia, fugia de casa e ia se encontrar com ele, e sempre a mãe dela ia busca-la de madrugada acompanhada da Patrícia. 

Patrícia tinha 15 anos, não muito bonita de rosto, loirinha, tinha um baita corpão, cintura fina, raba de tirar o folego, uma moça atraente, além de aparentar ser uma menina bacana,  não fazia as presepadas da irmã, se mostrava submissa a mãe e não era mau falada na cidade, ela morava uma rua acima da minha. 

Então eu falei pra Daniela me apresentar, quem sabe se ela fosse junto a mãe dela abria mais cerco. E assim foi feito, nos conhecemos e ficamos no primeiro dia (só beijos). 
Patrícia tinha todas as qualidades de uma mulher que me atraí, era tímida, educada, virgem , o tipo de mulher que me faz pensar em relacionamento sério, era uma luta para por a mão debaixo da saía dela, isso pra mim já era um ótimo sinal.  Então decidi pedi-la em namoro, a mãe dela aceitou mas era debaixo de grande vigilância, principalmente depois que Daniela engravidou desse meu amigo aos 14 anos. 
Eu continuava fazendo as minhas festas nos finais de semana,  e na semana eu trabalhava com o que aparecia, vigiava carro, era servente de pedreiro, vendia bala na rua. 

Escola? Eu ia só pra comer. Cabaço? Sim, mas aquela era a minha realidade, eu queria dinheiro e não me atentava que a melhor forma seria através dos estudos, tanto é que fui terminar o segundo grau já com quase 24 anos, com àqueles cursos de 6 meses. 

Voltando... 

Então a mãe de Patrícia começou a pressionar, não dava trégua, as vezes chegava na casa da minha mãe fazendo escândalo por que Patrícia estava lá comigo, ela tinha medo de que ela terminasse como a irmã, mãe solteira. Então eu Cabação assumi a bronca e chamei Patrícia para morar comigo, eu tinha 20 anos na época e ela 17. Eu tinha um fusquinha e uma mobilete daquelas moedor de cana, tinha uma mentalidade de Homem para correr atrás das minhas coisas, mas em contra partida tinha um pensamento fraco em relação a desenvolvimento pessoal, achava  que era novo e precisava me divertir, aproveitar a juventude, era muito de farra e esses eventos nos finais de semana me abria oportunidade de pegar muita vagabunda, de curtir e conhecer gente nova,  socializar,  e eu não pensava nas consequências. Deixava Patrícia em casa e caía na bagaceira todo o final de semana, não à levava e nem permitia que ela fosse  atrás de mim, chegava em casa e ela estava com a cara inchada de chorar (por incrível que pareça, isso não me comovia), sabe porquê? Porque ao mesmo tempo que ela descobria traições, levava perdido e parecia triste, SEMPRE no final da noite ela se entregava de forma inteira e apaixonada, mesmo com tudo isso, ela NUNCA cogitou a possibilidade de separação, estranho não? Pois é, eu me sentia como um adolecente infrator, que faz as cagadas e sabe que não vai ser  punido, pelo contrário, eu era recompensado com sexo de ótima qualidade, casa limpa, comida pronta, meu barraco era pobre confrades, mas era limpo e organizado, minhas roupas eram lavadas e muito bem passadas.  ela era uma esposa maravilhosa. Apesar de parecer triste pelas coisas que passava, em alguns momentos parecia sentir orgulho, fazendo comentários do tipo: 

Ele só quer comer essas vadias;

Ele come essas vadias, mas é comigo que ele anda de mãos dadas na rua, é comigo que ele dorme; 

É ao meu lado que ele passa o natal e ano novo;

Como se sentisse orgulho da situação. 

Então após dois anos de casado, ela já com 19 anos e eu com 22. Chegou o carnaval e mais uma vez eu deixei ela em casa e fui viajar com os amigos, fiquei 3 dias sem aparecer em casa, fomos para uma chácara na cidade de Uruaçu no Goiás e lá caímos na farra, puta pra caralho, bebida a rodo, muita música, aquela farra tradicional que vocês abominam, com toda razão, mas não posso negar, era bom pra cacete. 

Eu era um completo moleque, eu sei! 

Quando eu cheguei, Patrícia estava arrasada, chega estava com o nariz vermelho.  Pela primeira vez eu senti remorso.

Eu não gosto de discuti, na verdade eu odeio DR, Estava morto de cansado, numa ressaca desgraçada, eu só queria dormir, então deixei ela falando sozinha e fui dormir na casa da minha mãe. No outro dia minha mãe estava esperando na sala pra conversar comigo “aquela foi a primeira e a única vez que a minha mãe se meteu na minha vida”. 

Me veio com a conversa: 

“Escobar, se você não quer nada sério com a Patrícia, mande ela de volta para a casa da mãe dela e pare de fazer essa menina sofrer. Não tem problema você fazer o que você faz, desde que, você não tenha compromisso com ninguém, isso é uma covardia da sua parte. Pense bem! Porque tu vai se arrepender se perdê-la, uma moça igual a ela você não ira encontrar nunca mais”. 

 Ao mesmo tempo que eu gostava das farras eu também gostava de tê-la ao meu lado, era uma excelente companheira, não tinha nada nela que me desagradasse, mas daí querer que ela aceitasse aquela vida de boa vontade é pedir de mais (lembrando novamente que  ela jamais quis a separação). Eu friso isso pra lá na frente vocês ligarem os pontos. Aqui ela tinha motivos REAIS para falar em separação e nunca fez. 

Confrades, uma coisa que eu prezo muito é a palavra, até então, eu nunca havia dito a ela que iria mudar, nunca prometi fidelidade, sempre fui sincero e deixava a escolha de continuar ou não, nas mãos dela. Mas depois dessa conversa com a minha mãe, eu parei pra pensar e decidi que dalí em diante eu iria mudar. Conversei com outro amigo e ficou combinado de nos finais de semana, eu ir no local da festar montar o som, e ele ficaria responsável por rolar as musicas na festa e no outro dia eu iria só recolher os aparelhos, assim  passei a dar 30% da renda pra ele, nisso minha receita já diminuiu tive que correr atrás de um trampo fixo, consegui um emprego de motorista de caminhão na administração da cidade, nem tinha carteira D (mas lembra lá atrás quando falei sobre aumentar o círculo  social?) então, peixada! Meu pai era caminhoneiro e me ensinou a dirigir aos 15 anos. 

Sentei com a Patrícia e dei a minha PALAVRA DE HOMEM que dalí em diante eu iria mudar e lhe seria fiel, seria o marido quê ela queria que eu fosse. E assim eu fiz, diminuí mais da metade das festas em que participava e quando ia , à levava junto. Comecei a pensar no futuro, em ter filhos e construir um patrimônio ao lado dela,  era isso quê ela queria, não era? Falei que era pra esquecer tudo aquilo e que íamos começar do zero. Patrícia deu pulos de alegria, mesmo sem saber se eu realmente cumpriria a promessa. Mas assim o fiz, eu deveria ter assumido essa portura desde o início do relacionamento. 


Agora eu era um Homem que “toda mulher sonha”, vendi meu fusca, vendi minha mobilete "veia" e em pouco tempo comprei uma casa financiada em uma espécie de minha casa minha vida da época, era uma casa simples de dois quartos, área de serviço, garagem.  Pra quem é aqui de Brasília, se assemelhava com as casas da X, mas na cidade de Santo Antônio do Descoberto GO, uma cidade do entorno, consequentemente tive que vender meu equipamento de som por que como eu não comandava mais as festas, a procura diminuiu e eu ainda tinha que dividir a grana, não compensava mais.  Nessa época também estava em alta os CDs, além do trampo na administração eu comecei a vender CDs pirata, na rua mesmo, colocava na mochila e saia vendendo, me rendia muito dinheiro, eu consegui mobiliar nossa casa nova, comprei moveis de qualidade, trabalhava e ela ficava em casa. Até então os únicos planos que ela tinha era ser mãe, dona de casa, NUNCA disse que queria seguir carreira em alguma coisa, NUNCA tinha trabalhado. E isso me agradava, sempre pensei que lugar de mulher é em casa,  principalmente se tiver filhos, mas como não tínhamos filhos eu não me importaria se ela quisesse trabalhar, ela não trabalhava porque não queria mesmo.  

As festas diminuíram 90% porque estava em uma cidade nova e não conhecia tantas pessoas ainda,  ficava com ela todas as noites, fazíamos coisas juntos, íamos ao cinema, à levava pra comer fora,  levava no shopping, coisas de namoradinhos que eu nunca tinha feito antes, o máximo quê eu fazia era comer um dog na barraquinha da esquina. 
Será que ela estava feliz agora? 

 Enfim ela conseguiu o que queria, um marido, trabalhador, dedicado e fiel. Futebol com os amigos? Uma vez ou outra, não  me afastei mas diminuí drasticamente o contanto, porquê esses encontros sempre terminaram com farra e puta no final, então eu evitava. 

Pois é confraria, eu estava do outro lado agora. 
Patrícia não estava mais tão feliz como antes,  ela começou a ficar entediada, a vida dela estava monótona... Ela quê passou me chamava pra ir em festas agora, engraçado não é verdade?  ela dizia odiar festas, mas de uma hora pra outra ela começou a gostar. 

Depois Patrícia resolveu que iria fazer faculdade, vou tirar o que escrevi no tópico do @Gângster ontem: 

 Pensei comigo mesmo

"Porra a mulher não trabalha, como ela vai fazer faculdade?"

Naquela época(1999) só filho de boy que fazia faculdade, e era impossível passar numa federal. 

Mas eu não disse nada, pra não desanimar a coitada. 
Daí ela fez uma prova em facul meia boca e ganhou uma bolsa de 50%. 
 Ai me chega com a notícia:

- Amor, ganhei a bolsa vou fazer administração. 

-Como vc pagar esses 50% já que vc não trabalha? 

-Eu pensei que vc poderia ir pagando até eu arrumar um emprego... 

Sim confrades, eu tive que rir e perguntar se era uma piada. 

Eu trabalhava em dois empregos pagava todas as dispersas, prestação de casa, prestação de moto e ainda teria que pagar a faculdade da mocinha?  Piada pronta, e eu só tinha 22 anos, era um moleque e já tinha esse tanto de responsabilidade. Disse a ela para não contar com isso e já fazer um plano B, dá seus pulo!  corre atrás de um trampo porquê eu não vou pagar faculdade pra você em HIPÓTESE ALGUMA. Já pagava tudo que ela precisava, era o suficiente.  Até aí eu estava tendo retorno, porquê ela ainda era uma boa dona de casa, ainda me servia uma boa cama, só estava mais “folgada” que antes, no sentido de segurança emocional, já estava começando a diminuir a saía, os decotes, nada exagerado, porém eu já estava observando essas atitudes. 

Depois dessa resposta, ela começou a ficar mais fria, arrumou um estágio no DFTrans(DMTU) trabalhava 4 horas e depois ia pra faculdade, o salário que ela recebia só dava pra pagar a mensalidade e eu ajudava com a passagem até ela conseguir comprar o vale estudantil, então ela começou a arcar com tudo sozinha,  vendia esses produtos de beleza, e roupas intimas para as amigas, começou fazer sua própria renda. 

Pois aí começou meu inferno, o sexo não diminuiu a quantidade, mas a qualidade estava um lixo, até as fodas do começo do relacionamento ao qual ela não fazia idéia do quê estava fazendo, era melhor, ela alegava estar cansada, porque além do trabalho e da faculdade ela ainda tinha que cuidar da casa. 

Velho! Nós não tínhamos filhos, diferente do barraco que morávamos inicialmente que tinha aquele piso (vermelhão) a casa era toda na cerâmica, sujávamos só dois pratos e umas panelas, coisa que ela fazia em 40 minutos, quando chegava da faculdade, aquilo virou motivo de briga, ela queria que EU fizesse pois chegava mais cedo que ela, (outra piada pronta).
 
Mais uma vez, eu disse que não faria àquilo, onde já se viu, um homem sustentar uma mulher em casa e ainda ter que ir pra pia lavar louça, é de cair o cu da bunda.  

Mas isso, diferente do caminhão de chifres que eu coloquei nela, era motivo pra brigas infernais, alteração de voz da parte dela, era motivo pra negar sexo (coisa que nunca tinha acontecido antes). 

Eu dava umas batidas de vez em quando sem avisar no trampo dela, ia buscar na faculdade, sempre sem avisar pra ver se via alguma coisa de errado por lá, nunca vi nada nem nada chegou aos meus ouvidos, ela sempre chegava no mesmo horário em casa, com relação a traição eu cheguei a desconfiar, mas nunca vi nada de concreto, nunca descartei essa possibilidade, mas também não quebrei a cabeça com isso. Ficava como o incrível grande pensador Dj Jamaika “to só observando”. Caso acontecesse algo que me desonra-se eu me separava e vida que segue. 

Então em uma bela sexta feira, eu cheguei do trabalho, comprei uma Gel, coloquei uma carne pra assar e fui relaxar.  Porra! Caminhava  a tarde toda no sol quente com uma mochila super pesada, eu merecia um descanso no final de semana. Logo depois ela chega, vê a carne na churrasqueira e começa a bater panela na cozinha, bater porta de armário, resmungar, e eu observando mas sem falar nada, já imaginei o que viria, mas fiquei na minha, dalí uns 10 minutos ela taca um copo no chão: 

PATRÍCIA: - Que desgraça de vida, você não quer uma esposa, você quer uma puta pra te esperar de perna aberta todo dia, e uma empregada, se eu tivesse na casa da minha mãe, eu não precisaria estar passando por isso, eu vou pegar as minhas coisas e vou embora, não suporto mais essa vida de merda, e um FDP folgado igual a você. 

Eu repetia na minha cabeça, Escobar Homem não bate em mulher, homem não bate em mulher...  E mantive calma, respirei fundo e disse:

- Pega as tuas coisas e vai pra casa da tua mãe, eu não estou te obrigando a ficar aqui comigo, se você quiser eu te levo lá agora. 

Aparentemente eu estava calmo, mas por dentro eu queria socar ela até o sangue escorrer. Mas eu sou HOMEM, e HOMEM não bate em mulher. 

Então ela pegou um monte de sacola de mercado, e começou a ensacar as coisas dela. PQP sacolas de mercado? Vi que aquilo não era sério, então cheguei na porta e perguntei: 

- Você vai embora, não é isso? 
- Uê! Você se importa?  
- Não!  Só quero te avisar que, se você for, não tem mais volta ok! Se você sair não entra mais por essa porta. 

Ela sabia que eu jamais volto atrás com a minha palavra.  Pouco tempo depois começo a ouvir os soluços dentro do quarto, e ela tirando as coisas da sacola, continuei tomando minha cerveja comendo minha carne de boa. 

Confrades, raciocinem comigo: “o que é uma louça suja, perto de tudo que eu fiz com ela no começo do namoro e casamento?” ela nunca tinha alterado a voz pra mim, mesmo eu dando motivos de sobra pra ela fazer, ela nunca quis se separar mesmo com motivos concretos e legítimos pra isso”. A Patrícia não me amava como dizia, ela estava comigo por pura emoção, por aventura, sei lá... Por tará!  Não era possível quê depois de tudo que ela aguentou, ela iria se separar por causa de dois pratos na pia que eu me recusava a lavar. 

Nem ela sabia de fato o quê estava acontecendo, mas ela estava sentindo falta o Escobar antigo, era aquele Escobar que ela respeitava, era ele que ela temia perder, não esse Escobar domesticado, que na medida do possível estava realizando os seus “desejos” de princesa, aquilo era um teste pra saber até onde ela poderia ir, até que ponto eu me rebaixaria pra ficar com ela ao meu lado. 

Bem, Ela se fudeo, por quê eu sou ruim, infelizmente a vida me ensinou ser assim, passei fome confrades, ia pra escola com a camisa e o tênis rasgado porque meus pais não tinham condições, vendia bala no sinal, saía na porrada com moleques mais velhos que queriam roubar as minhas gorjetas nos estacionamentos dos mercados, fui humilhado por muito filhinho de papai que ria de mim quando eu chegava com meus trapos na escola. Trabalhava vendo cd na rua, igual a esses que chegam perto de vocês nos barzinhos a noite oferecendo os. Produtos, mas naquela época eu tinha retorno, graças a deus! era àquilo ali confrades, eu metia a cara no mundo pra sobreviver, com 15 anos carregava cimento nas costas, capinava lotes inteiros pra ganhar qualquer trocado. Não seria uma bucetinha rosa que me faria perder a dignidade e a vergonha na cara que meu pai me ensinou a ter. Naquele dia eu sabia que se aquele casamento continuasse eu iria acabar como um corno, sendo motivo de piada entre meus amigos e fazendo meu pai passar vergonha, o respeito tinha acabado, se não há respeito não há nada.  Eu só não sabia como fazer, porquê tinha a casa, a moto os móveis, tudo comprado com meu dinheiro, teria que vender e dividir. Fui empurrando com a barriga... Até que chegou mais um final de semana. 

Saí pela manhã para jogar futebol, teria um churrasco após o jogo,  eu não fiquei, voltei pra casa e lá estava Patrícia meio dia deitada no sofá, ainda de camisola, a pia cheia de louça a cama bagunçada, eu perguntei: 
-Não fez almaço né?  

Eu nem me importava, se ela tinha feito ou não, eu poderia sair e comer fora, sem problemas. 

Ela responde: 
Se você quiser comida, faça você mesmo, se quiser louça lavada levanta a sua bunda do sofá e vá lavar, eu não sou a sua empregada. Foi jogar bola com as amiguinhos e quer comidinha pronta? Vai tomar no seu cu. 
Me mastrou o dedo do meio e disse: aqui pra você: (.I.) Gargalhada 

Homem não bate em mulher, homem não bate em mulher, peguei meu capacete e saí...

Então tomei umas cervejas, pensei na minha vida, bati um papo com uma perva que era garçonete no local, e lá fiquei até umas 8 da noite por aí, quando voltei pra casa já sábia o quê fazer. A casa estava limpa, a comida pronta e ela veio me pedir desculpas, disse que estava de TPM que aquilo não ia mais acontecer, eu pensei: “não vai mesmo”. 
Peguei a chave dela escondido, coloquei no bolso e disse que precisava ir a casa da minha mãe pegar um dinheiro... Joguei um Caó, perguntei se ela não queria aproveitar e ir lá ver a mãe dela. Ela respondeu que sim, me deu  beijo, perguntou: 
- Você viu minhas chaves? 
Respondi que não, que era pra se apresar que já estava tarde.  E assim fomos, chegando lá como muitos aqui devem saber pois fiz um pequeno relato no tópicos do FACemas. 

Chegando na casa da mãe dela eu terminei, disse que não dava mais pra continuarmos que ela não me respeitava mais como Homem, e que mandaria entregar as coisas dela depois...  Troquei minhas fechaduras no domingo mesmo, arrumei tudo dela, dei um jeito de entregar.  E vida que segue. 

 óbvio que ela não aceitou, no início pediu pra voltar, fazia escândalo na minha porta,  aquele velho lenga / lenga. 
Depois a mãe dela começou a entrar em contato comigo, visto que eu não atendia nem falava com a filha dela, perguntando da casa e da moto. Tudo comprado com meu dinheiro, que injustiça!

Mas que se foda a justiça, vão tudo tomar no cu. 

Disse a minha ex sogra que se ela quisesse alguma coisa que entrasse na justiça, o que o juiz determinasse, eu daria a ela. Bem!  Ficou só nas ameaças, ainda bem, porque eu vendi o ágio da casa e gastei tudo de propósito, nem era muita grana porquê moramos lá pouco mais de um ano. Aluguei uma casa na esquina da casa da minha mãe, pra facilitar no trampo, voltei a pagar à minha mãe pra ela cuidar das minhas coisas, e pedi ao meu irmão que desocupasse o “barraco”, pois ele havia se casado e estava morando lá com a mulher e o filho, dei 6 meses pra ele. 

Vou ficar pagando aluguel porra nenhuma! 

Ela estava morando na rua de trás novamente, então à via com muita frequência,  e ainda vejo porquê ela inda mora com a mãe.

Depois de mim, ela namorou mais outro muitíssimo parecido, e era a mesma choradeira, ele não me ama... Ele só me faz sofrer, ele me traí... Quero um homem bom, honesto e trabalhador e que se seja fiel. Mas quando teve, ficou entediada, ficou sem emoção..  E o ciclo se repete, hoje ela deve ter uns 37 anos e, é M$ol mora com a mãe, sei de tudo porquê ela é madrinha da filha da minha irmã adotiva, querendo ou não fico sabendo de notícias dela, e outra, ela não se formou. 

Depois da separação, os meses subsequentes foram regados a muita farra, ela fazia de propósito, onde eu estava ela aparecia com outro macho, com as amiguinhas que agora eram muitas, dançando de forma escandalosa pra me atingir, aí eu já estava comendo outras também, e saia do lacal, não dava esse gostinho a ela. 

Até hoje, muitos... Incluindo a minha mãe acham que eu fui o responsável pela separação, que eu me separei porque eu sou uma machista que recusava lavar um prato pra ajudar a esposa cansada, coitada! 

Mas essa separação foi muito mais além disso, mas eu nunca fiz quetao de explicar pra ninguém a minha versão da estória, deixe que eles pensem que sou esse monstro mesmo, não me importo.

Eu poderia ter lavado aquelas louças confrades, eu poderia ter colocado meu orgulho de lado e passado o pano naquele chão, mas e depois?  Vocês acham que a coisa iria parar por aí? Quanto tempo iria demorar pra ela bater na minha cara e mandar eu ficar quieto enquanto se maquiava pra sair pra uma balada com as amigas da faculdade? E fazer suruba no banheiro da casa de show? O que ela se tornou após a separação prova que ela nunca teve caráter, e que se eu continuasse iria me afundar em um mar  de lama e decepção, após a separação, ela trancou a faculdade,  ela não queria estudar,  ela não queria um bom marido, ela queria emoção, e foi atrás disso que ela correu depois de ficar livre. 
Quem ficou com dó dela lá no início do relato?  Quem a viu como uma pobre virgem indefesa que estava tendo seu coração partido por um monstro canalha, continua pensando assim?

 Não que eu estivesse certo, hoje vinte anos depois eu aprendi, que eu era um molecote, e esse estilo de vida, esse tipo de matrix atrasa a vida do homem, do mesmo jeito que a matrix amorosa, e eu ainda acho que ela é pior, porquê você vicia, você vive pra curtir, pra beber, você se sente importante, mas na verdade você só é mais um imbecil no meio de muitos outros imbecis. Não posso voltar no tempo e mudar o que aconteceu, e nem sei se faria, se assim pudesse.  As farras atrasaram mais a minha vida do que o casamento em si, depois que voltei a ficar solteiro eu continuei do mesmo jeito, as vendas de cd caíram, passei ao dvd, mas não deu muit certo,  todo mundo descobriu a fonte, nisso eu já tinha saído da administração pois estava ganhado 5 vezes mais com as vendas dos CDs/Dvds. E aí?  Comi mulher pra caralho, estava com 23 anos e quase um analfabeto funcional, o que me sobrou?  O que essas farras trouxeram de bom pra minha vida? A minha sorte, é que eu sempre tive muito amigos, tenho amigos à mais de 30 anos, então eu virei promotor de vendas, aqueles que arrumam as gôndolas quando os pedidos dos clientes chegam aos mercados. E até perceber que aquilo não era vida foram mais uns 6 anos, 6 anos de farra, de noites mau dormidas de vagabundas,  6 anos de matrix, até eu conseguir dar uma guinada na vida de verdade. 
Hoje eu não sou nenhum diretor de multinacional, nem médico renomado, mas eu sei que estou muito melhor do quê merecia. 

Até conhecer a Real a mais ou menos 9 meses, eu não pensava em desenvolvimento físico, após os 30 anos eu comecei a treinar não porque gostava, mas porque não queria ficar um velho tetudo, com barriga de Chopp, então fazia aqueles treinos meia boca, era pra ir 3x por semana, eu ia 2 dias e ficava sem ir 1 semana, hoje eu ainda não gosto de treinar Gargalhada mas quero aprender a gostar, por isso estou indo 3x por semana como me propus a fazer.  Também peguei hábito pela leitura, coisa que eu não tinha saco, excluí minhas redes sociais, que foi muito bom pra mim, esses textos motivacionais da área de desenvolvimento profissional são espetaculares, passo horas lendo, gosto muito e levo para os meus promotores para dar uma motivada neles também. 

Espero que vocês entendam o que eu quis passar com esse relato. 
 Eu nunca fui atolado na matrix amorosa, acho que tive que lidar com problemas muito maiores desde de criança , e não  sobrava tempo pra ser romântico.  Eu nunca fui o cara que da flores, que da bichinhos de pelúcia, que vê a mulher como um ser imaculado,  mulher não é, e nunca será prioridade.  Mas eu vivia em outro tipo de matrix,  estava  atolado em uma matrix muito mais destruidora se é que deu para vocês entenderem pelo relato que matrix é essa. 


Abraços, obrigado a quem leu. Desculpem pelos erros de português, e que eu ainda trago marcas desse passado. 



(*). Nome fictício.
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#2
[Image: tumblr_o8rjj6kt7e1vnc4axo1_400.gif]

É disso que a real precisa, relatos reais de caras que foram lá, viveram, fizeram, e estão aqui para contar, sem punhetação, sem teorias estúpidas, sem mimimi, sem leite com perismo de moleque de prédio que nunca viu uma buceta e acha que sabe tudo da vida pq lê meia dúzia de livro e artigos na internet... papo reto, de homem pra homem... 

Parabéns e obrigado por compartilhar @Escobar, edificante essa trajetória de vida!
"Compreendi o tormento cruciante do sobrevivente da guerra, a sensação de traição e covardia experimentada por aqueles que ainda se agarram à vida quando seus camaradas já dela se soltaram."  (Xeones para o rei Xerxes)

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#3
Porra, cara que vacilo...



... você vendeu seu Fusca.
The absence of virtue is claimed by despair






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#4
Muito boa sua história, confrade.

Relato visceral.

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#5
Relato incrível confrade! Parabéns...

A personificação do termo "A REAL é na Rua".

Tem meu respeito @Escobar, você é sujeito de palavra. Apesar de você mesmo reconhecer que não foi um bom parceiro inicialmente, também não aceitou vigarice por parte dela...
Poderia ter abaixado a crista e assumido a "culpa" pelos anos na putaria e relativizar os desmandos dela, mas você soube se respeitar...

Esse relato deveria ir para o fixos... isso é exemplo de vivência. Diferente dos cagadores de regra que vemos volta e meia por aqui, mas na vida real, se momozim bate o pé o cara cai em prantos.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#6
Muito se fala na Real que mulher se atrai por cafajestes - me desculpa Escobar, mas você se enquadrava na categoria - por que eles proporcionam a elas fortes emoções. Isso pode induzir a um engano que eu creio que muitos cometem, a de achar que as emoções que elas procuram são somente emoções boas.

Muito pelo contrário, elas inconscientemente se atraem por caras que vão fazer a vida delas se assemelhar a enredos de novelas, cheio de dramas, perigo, concorrência, risco de traições, ciúmes, sofrimento amoroso, etc.

Isso pra não falar dos casos extremos daquelas que buscam emoções com homens agressivos e autênticos criminosos. 

Elas sentem pavor da monotonia de uma relação estável. Sentem nojo do homem bondoso e respeitador que vai dar a elas uma relação segura e confiável.

Você viu que enquanto você vivia como um putão quem sofria era ela. Mas ao mesmo tempo em que ela sofria, ela ia lá e te dava sexo gostoso como recompensa, pois esse sofrimento dela era a emoção que fazia ela se sentir viva.

Quando você sossegou, ela ficou sem a emoção que ela inconscientemente almejava e caiu no maior temor que esse tipo de mulher sente: uma vida monótona e sem emoção. A partir de então ela que passou a fazer de tudo pra te aporrinhar pra que fosse você quem sofresse. 

Excelente relato que ilustra bem como a coisa funciona no mundo ginocêntrico. Aos cafas que dão emoções, elas dão as delícias. Aos bondosos que dão monotonia, elas fazem da vida um inferno.

PS: não quero generalizar e dizer que todas sem exceção agem assim. Minha irmã por exemplo, quando descobriu a traição do marido, deu um chute no cu dele e se separou imediatamente.
Spoiler Revelar
A morte é certa, a vida não.      [Image: tumblr_mgk3h53KQS1rqv473o1_1280.jpg]
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#7
excelente relato confrade, digno de admiração por suas voltas por cima, arrependimentos e consequencias.
É como dizem "A Real NUNCA falha". Está ai mais uma prova
Responda-o
#8
Por um lado mostra que quem age como cafa não tem as melhores mulheres no fundo ela não tinha caráter,ela novinha e virgem e mesmo assim fez o que fez,além que vc assume que isso atrasou sua vida.Toda puta já foi virgem.
E mulher que aceita traição espera algo em troca,nunca quis trabalhar queria que vc bancasse tudo,aceitava chifre e as fortes emoções logo que terminou buscou sozinha dando em baladas.

E parabéns seu relato mostra que vivenciou tudo,não esses relatos fakes de juvenas querendo chamar atenção Escobar.
Responda-o
#9
Apesar de umas cagadas, tem um detalhe que chama a atenção: o colega meio que sempre soube a real e o motivo é esse:

"por quê eu sou ruim, infelizmente a vida me ensinou ser assim, passei fome confrades, ia pra escola com a camisa e o tênis rasgado porque meus pais não tinham condições, vendia bala no sinal, saía na porrada com moleques mais velhos que queriam roubar as minhas gorjetas nos estacionamentos dos mercados, fui humilhado por muito filhinho de papai que ria de mim quando eu chegava com meus trapos na escola. Trabalhava vendo cd na rua, igual a esses que chegam perto de vocês nos barzinhos a noite oferecendo os. Produtos, mas naquela época eu tinha retorno, graças a deus! era àquilo ali confrades, eu metia a cara no mundo pra sobreviver, com 15 anos carregava cimento nas costas, capinava lotes inteiros pra ganhar qualquer trocado. Não seria uma bucetinha rosa que me faria perder a dignidade e a vergonha na cara que meu pai me ensinou a ter. "

Só quem se fudeu muito na vida, fui humilhado e teve que se virar desde cedo SABE DAR VALOR A SI MESMO, pilar fundamental do desenvolvimento masculino.

Tamo junto, sei bem como é.
Responda-o
#10
Relato fodasticamente foda!
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#11
É isso aí, @Escobar. Mandou muito bem no relato e nas decisões "frias" que tomou. Certamente se estivesse apegado teria feito tudo de outra forma e esse relato seria outro.
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#12
E já temos o primeiro candidato a melhor tópico de 2018. Relato REALISTA, é disso que precisamos, não de fanfics de punheteiros desocupados.

Parabéns pelo despertar de consciência, @Escobar. Com certeza as experiências que vc teve desde cedo te moldaram como homem. Tem meu respeito.
"Primeiro vêm os sorrisos, depois as mentiras; por último, o tiroteio" - Roland de Gilead
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#13
Excelente relato, Bigodão.

Tive situações muito semelhantes em um relacionamento, o que comprova que a merda é sempre a mesma, só muda o local e os personagens.

Sucesso pra você.
Basta que o almejado ideal aconteça todos os dias para que a sonhada perfeição desapareça. 
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#14
Relato edificante.
Já dei 5 estrelas. Muita vivência.
Banni Définitivement
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#15
Parece com os relatos das antigas, muito bom.
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#16
Belo relato @Escobar.
Só confirma uma coisa que venho percebendo ao longo da convivência e do trabalho junto as mulheres, elas tem aversão ao trabalho, principalmente se o mesmo seguir uma rotina, ai que elas ficam malucas, arrumam mil problemas e teorizações.
A Real salva vidas!
“Train yourself to let go of everything you fear to lose.” (Yoda)
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#17
Melhor relato do ano até agora. Parabéns!
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#18
(07-02-2018, 08:37 AM)Awaken Escreveu: Porra, cara que vacilo...



... você vendeu seu Fusca.

Pois é confrade, meu fusquinha vei, andava com ele rasgado pelas madrugadas da vida. Àquilo quê era carro! 

Mas o que mais me doeu foi vender minha aparelhagem de som, demorei uma cara pra montar, era um puta som do caralho. Mas tranquilo, hoje eu tenho um melhor. 
Abraço
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#19
Ótimo relato.Uma coisa que percebi nele é que era fácil se iludir com esse estereótipo apresentado,eu mesmo já cai nessa.
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#20
excelente relato, patrón.

a vida do homem é e sempre será de sacrifícios, e acho que é isso o que nos diferencia de moleques.

a vida macia sempre foi pras mulheres e pras crianças.
Spoiler Revelar
"Use o sistema contra o sistema, parasite o parasita"
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