05-12-2024, 05:12 PM
Salve, confrades. Já se faz um bom tempo que não contribuo com algum tópico aqui neste recinto, no entanto, ao ler um pequeno ensaio do Schopenhauer acerca da solidão, decidi escrever alguma coisa sobre essa temática. Aos curiosos, o ensaio está contido no livro "Sobre como lidar consigo mesmo".
A solidão é um problema do ponto de vista psicológico. À medida que a socialização é um traço característico do ser humano, visto que somos tribais, portanto, nosso cérebro tem necessidade de estar contido em um grupo, porque a solidão acarretaria em muitos perigos do ponto de vista da sobrevivência. Porém, a socialização nos custa algo: nossa liberdade e autenticidade. Só somos verdadeiramente livres para sermos nós mesmo quando estamos sozinhos. Estando em grupo, vestimos as mascaras do ego, e diluímos nosso ser em prol de aprovação e aceitação. A questão é que torna-se cansativo e fastidioso ter de abdicar de si mesmo para adaptar-se às trivialidades e vaidades da sociedade. No entanto, as pessoas não socializam por "amor" ou "felicidade", mas por terem medo da solidão, ou, em outras palavras, temem a si mesmos, tem profundo tremor e temor perante a própria companhia, e preferem encaixarem-se nos grupos do que buscarem encontrar em si mesmos a satisfação.
Porém, se a socialização é uma necessidade "fisiológica", então porque optar por estar sozinho? Simples, pois a sociedade com suas tolices, estultícias e frivolidades acabam por tornar a solidão uma necessidade aos espíritos mais elevados.
É na solidão que há um reencontro consigo mesmo, podemos respirar aliviados, e nossa alma encontra novamente a liberdade. O ser saltita de alegria, como o rei Davi dançando perante a arca da aliança, e a individualidade desponta como a aurora com seus rubros raios resplandecentes. Como diz Aristóteles, a felicidade é daqueles que bastam a si mesmos. E o que é bastar a si mesmo? Ter um espírito rico, um coração cheio de tesouros, e compreender que a felicidade só pode ser encontrada dentro de si mesmo, e não fora. Aquele que busca a felicidade no exterior certamente irá frustrar-se, pois ela é uma disposição do espírito. O ser humano é uma unidade, não uma fração, portanto possuí tudo que há de necessário para encontrar a satisfação em seu interior. Como já dizia o Grande Mestre, onde está seu coração, está seu tesouro. Com isso, podemos notar que só é possível encontrar riqueza na solidão caso o indivíduo cultive uma vida interior, pois, do contrário, o isolamento só lhe trará fastio e aborrecimento.
Estou eu aqui dizendo para vocês tornarem-se eremitas isolados? Longe de mim! Isso seria impossível e uma grande loucura. Contudo, como a virtude é a busca pelo meio termo, então é preciso separar tempos para ficar sozinho, sem se abster das relações sociais, até porque as mesmas tem sua importância. O problema reside quando o indivíduo não consegue ficar em sua própria companha por um dia sequer, sempre buscando a socialização como seu subterfugio.
Acrescento ainda que, aprendendo a lidar consigo e a apreciar sua própria companhia, as pessoas irão aprecia-lo mais, como uma pessoa independente e autossuficiente. Acredito que foi dessas ideias do Schopenhauer que N.A baseou o conceito de "desapego" no lidar com as mulheres, afinal, ele faz algumas citações ao mesmo em sua obra.
Apoio-me também em minha crença religiosa, pois muitos santos recorreram a solidão como forma de expansão interior, e por consequência, espiritual também. Claro, o mais santo de todos, o Mestre Jesus, recorria constantemente ao isolamento para conectar-se com o Divino, dando-nos o exemplo que não há vida interior sem reclusão.
No mais, acredito que não haja mais o que divagar sobre esse assunto. Se minha escrita estiver demasiadamente prolixa ou redundante, perdoem-me. Caso haja algum equivoco em meu pensamento, mostrem-me. Afinal, só se torna sábio aquele que admite correções, como diz as Escrituras...
A solidão é um problema do ponto de vista psicológico. À medida que a socialização é um traço característico do ser humano, visto que somos tribais, portanto, nosso cérebro tem necessidade de estar contido em um grupo, porque a solidão acarretaria em muitos perigos do ponto de vista da sobrevivência. Porém, a socialização nos custa algo: nossa liberdade e autenticidade. Só somos verdadeiramente livres para sermos nós mesmo quando estamos sozinhos. Estando em grupo, vestimos as mascaras do ego, e diluímos nosso ser em prol de aprovação e aceitação. A questão é que torna-se cansativo e fastidioso ter de abdicar de si mesmo para adaptar-se às trivialidades e vaidades da sociedade. No entanto, as pessoas não socializam por "amor" ou "felicidade", mas por terem medo da solidão, ou, em outras palavras, temem a si mesmos, tem profundo tremor e temor perante a própria companhia, e preferem encaixarem-se nos grupos do que buscarem encontrar em si mesmos a satisfação.
Porém, se a socialização é uma necessidade "fisiológica", então porque optar por estar sozinho? Simples, pois a sociedade com suas tolices, estultícias e frivolidades acabam por tornar a solidão uma necessidade aos espíritos mais elevados.
É na solidão que há um reencontro consigo mesmo, podemos respirar aliviados, e nossa alma encontra novamente a liberdade. O ser saltita de alegria, como o rei Davi dançando perante a arca da aliança, e a individualidade desponta como a aurora com seus rubros raios resplandecentes. Como diz Aristóteles, a felicidade é daqueles que bastam a si mesmos. E o que é bastar a si mesmo? Ter um espírito rico, um coração cheio de tesouros, e compreender que a felicidade só pode ser encontrada dentro de si mesmo, e não fora. Aquele que busca a felicidade no exterior certamente irá frustrar-se, pois ela é uma disposição do espírito. O ser humano é uma unidade, não uma fração, portanto possuí tudo que há de necessário para encontrar a satisfação em seu interior. Como já dizia o Grande Mestre, onde está seu coração, está seu tesouro. Com isso, podemos notar que só é possível encontrar riqueza na solidão caso o indivíduo cultive uma vida interior, pois, do contrário, o isolamento só lhe trará fastio e aborrecimento.
Estou eu aqui dizendo para vocês tornarem-se eremitas isolados? Longe de mim! Isso seria impossível e uma grande loucura. Contudo, como a virtude é a busca pelo meio termo, então é preciso separar tempos para ficar sozinho, sem se abster das relações sociais, até porque as mesmas tem sua importância. O problema reside quando o indivíduo não consegue ficar em sua própria companha por um dia sequer, sempre buscando a socialização como seu subterfugio.
Acrescento ainda que, aprendendo a lidar consigo e a apreciar sua própria companhia, as pessoas irão aprecia-lo mais, como uma pessoa independente e autossuficiente. Acredito que foi dessas ideias do Schopenhauer que N.A baseou o conceito de "desapego" no lidar com as mulheres, afinal, ele faz algumas citações ao mesmo em sua obra.
Apoio-me também em minha crença religiosa, pois muitos santos recorreram a solidão como forma de expansão interior, e por consequência, espiritual também. Claro, o mais santo de todos, o Mestre Jesus, recorria constantemente ao isolamento para conectar-se com o Divino, dando-nos o exemplo que não há vida interior sem reclusão.
No mais, acredito que não haja mais o que divagar sobre esse assunto. Se minha escrita estiver demasiadamente prolixa ou redundante, perdoem-me. Caso haja algum equivoco em meu pensamento, mostrem-me. Afinal, só se torna sábio aquele que admite correções, como diz as Escrituras...
A sorte favorece os audazes
