04-12-2020, 07:35 PM
Salve camaradas.
Abraços.
As votações municipais desse ano aqui no Brasil foram marcadas por debates acerca do uso das urnas eletrônicas.
A mídia, canalha como sempre, usou a narrativa do que aconteceu nos Estados Unidos, que utiliza o voto em cédula, para espalhar desinformação alegando que com as urnas eletrônicas, os fatos ocorridos na maior democracia do mundo não aconteceriam.
O grande X da questão é que é exatamente pelo o que aconteceu nos States é que se demonstra que o voto em papel é inerente ao Estado Democrático, pois é possível realizar auditorias e novas contagens em caso de supostas fraudes, o que não acontece com a urna eletrônica.
Escrevo esse texto então para expor mais detalhes acerca desse objeto utilizado por nós, brasileiros, no momento em que nós estamos exercendo a democracia na prática, escolhendo entre Covas ou Boulos, Paes ou Crivella e por aí vai.
Gerações e uso das Urnas
As urnas eletrônicas possuem três gerações, que é o termo técnico utilizado pelos especialistas.
Apenas um país no mundo ainda utiliza urnas de primeira geração. Adivinhem qual? Exatamente, o Brasil
A Primeira Geração é chamada de DRE e é marcada pela gravação direta do voto. É o modelo utilizado no nosso país hoje. Essa característica faz com que a dependência do resultado seja 100% depositada no software instalado na urna.
Essa geração de urnas eletrônicas foi oficialmente utilizada em 1991, na Holanda, e 1992 na Índia, chegando ao Brasil quatro anos depois, em 1996.
Em 2014, apenas três países no mundo ainda utilizavam essa tecnologia: índia, Equador e Brasil. Os dois primeiros, nesse mesmo ano, abandonaram essa geração. O último ainda utiliza até hoje.
A Segunda Geração é denominada de IVVR ou VVPAT. Nessa geração, o voto seria registrado em uma segunda via, independente do software e auditável posteriormente. O eleitor, antes de confirmar o voto na urna, faria a conferência nessa via paralela. Estando tudo correto, ele, então, confirmaria o voto. É mais ou menos o que foi proposto na Lei aprovada em 2015, mas falaremos dela daqui a pouco.
A Terceira Geração é a E2E, conhecida pela grande facilidade de registro do voto e de auditoria após a votação, através de um sistema de independência de softwares.
Essa gerações são explicadas de forma detalhada nesse artigo aqui.
História das Urnas no Brasil
A primeira eleição oficial através das urnas eletrônicas foi realizada há 24 anos, em 96, cinco anos após a Holanda, em 91, ter realizado o mesmo feito.
A geração utilizada nessa época era a primeira. Foram 57 cidades onde o voto aconteceu não por papel, mas pelo sistema eletrônico, alcançando cerca de 32% do eleitorado. Na época, chamavam o equipamento de Coletor Eletrônico de Voto, sendo mudado para a popular urna eletrônica, mais tarde.
Como em 1996 poucas pessoas tinham contato com computador, o layout dos números no equipamento seguiu os moldes do telefone, mais difundido na época.
Em 2009 TSE aprovou teste público de segurança nas urnas eletrônicas.
Os especialistas encontraram limitações absurdas para realizar a conferência, mas mesmo assim conseguiram constatar que era possível fraudar as eleições;
O TSE encerrou rapidamente os testes. Acho que sabemos o porquê.
A votação no Brasil em 2018
Uma lei aprovada no Congresso no ano de 2015 estabeleceu a exigência da impressão de votos nas urnas eletrônicas, como é exposto na geração 2. Esse dispositivo foi aprovado por 71% dos parlamentares.
Foram mais de dois anos para a implementação desse novo sistema, mas antes das eleições de 2018 a Mamãe vetou o artigo da lei. Sabem quem é a Mamãe? Dilmanta.
O veto da anta foi derrubado em dezembro de 2015, por 368 deputados e 56 senadores.
Segundo a Lei aprovada, de número 13.165/15 e que vocês podem ler AQUI, deveria sim a urna imprimir o voto e armazenar em um local lacrado, sem o contato manual do eleitor.
A Avast publicou uma pesquisa em 2018, onde quase 92% dos brasileiros afirmaram não confiar no sistema eleitoral do país.
Nesse mesmo ano, 2018, tivemos inúmeros casos onde os eleitores apertavam 17 nas urnas, nº do Bolsonaro, mas por algum motivo (algum motivo, sei...) os votos iam para o 13 do PT ou o voto era anulado.
Esse vídeo aqui do Brasil Paralelo sobre as urnas é espetacular e depois do minuto 24 vocês vão poder assistir vários casos em que isso aconteceu.
Como todos sabemos, mesmo após a aprovação do da Lei e a derrubada do veto da então presidente Roussef, o TSE demonstrou extrema má vontade e até hoje não temos esse novo sistema disponível.
Engraçado é que apenas a esquerda se diz favorável ao sistema utilizado hoje. Não pode ser coincidência e vejo duas hipóteses para quem acredita no conto da Carochinha: ingenuidade ou desonestidade.
Eleições suspeitas e urnas fraudadas
Vários especialistas em TI já demonstraram a fragilidade do equipamento em várias e várias vertentes. O professor Diego Aranha, inclusive, participou de uma sessão no Plenário, quando realizou um teste público nas urnas, juntamente com sua equipe.
O professor Diego Aranha também chegou a dar uma entrevista em rede nacional, no programa The Noite com Danilo Gentili, do SBT, que pode ser vista aqui, e diz claramente o quão frágil é o sistema de segurança do equipamento.
Nas eleições municipais desse ano, no primeiro turno, a contagem dos votos – que ninguém sabe como funciona – demorou a acontecer. A justificativa do senhor Ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do TSE, foi que o sistema foi vítima de uma tentativa de hackeamento. Como isso aconteceu e o que foi feito, nós, meros mortais, jamais saberemos.
O sistema eleitoral brasileiro é inauditável e isso fere expressamente a Constituição Federal do Brasil, promulgada em 88, que garante o Estado Democrático de Direito.
Não há democracia onde o sistema eleitoral do país é totalmente obscuro, ineficaz, irresponsável e inauditável.
A mídia, safada e bandida, propaga que nós temos o sistema eleitoral mais moderno do mundo. É uma mentira deslavada e um ataque à sociedade e à democracia e esse discurso se intensificou após os ocorridos nas eleições americanas.
Veja, o voto por cédula não está livre de fraude e esse nunca foi o argumento para defende-lo. O argumento é que, havendo suspeita de fraude, então a votação poderá ser auditada.
Em 2014 o PSDB contratou uma Auditoria Especial para averiguar o que aconteceu na votação daquele ano, onde o tucano cheirador de pó Aécio Neves, com 48,36% dos votos no segundo turno, perdeu para a petista Dilma Roussef, que ficou com 51,64% dos votos.
Segundo o documento de 217 páginas, que vocês podem baixar exatamente aqui, “Dessa maneira buscou-se avaliar tanto a procedência, ou não, das denúncias sobre supostas falhas ou procedimentos indevidos internos ou externos, como também o cumprimento pela infraestrutura do TSE dos requisitos relacionados à prevenção e correção dessas falhas ou procedimentos indevidos.” (p. 12/217)
A auditoria avaliou vários atributos e utilizou a legenda a seguir para mostrar os resultados (vocês podem ver a legenda e os atributos que foram avaliados da página 12 até 23):
*** VERDE: TSE demonstrou conformidade com o requisito;
*** AMARELO: Insuficiente para comprovar conformidade;
*** VERMELHO: TSE demonstrou não conformidade.
Diante das páginas que citei acima, vocês perceberão que a cor vermelha é predominante, ou seja, a maioria dos atributos não demonstraram conformidade.
Exemplos:
Item 1.9 – Conformidade do Controle Interno e Auditoria no TSE: NC (Essa dimensão de análise endereça diversos indicadores, como estar vinculado à Presidência, fiscalizar contratos e gerir riscos. No âmbito deste trabalho cumpre notar que não foram constatados retornos efetivos da Auditoria Interna com relação às denúncias em questão, para os apontamentos das auditorias anteriores e para os pontos reiterados na presente Auditoria Especial, especialmente quanto à possível falta de liberdade de ação da Auditoria nas denúncias envolvendo alta tecnologia e fornecedores externos, efetiva fiscalização na entrega, desenvolvimento e utilização de componentes de alta tecnologia e omissões ou deficiências na gestão de riscos frente à grande quantidade de denúncias.(item 3.6, p. 34)
Item 2.2 – Combate a Eleitores Fantasmas: NC (Existência de eleitores que votaram e justificaram simultaneamente. Não foi permitido acesso a dados desses eleitores. (Itens 4.4.5.4, 4.4.5.5, 4.3.4)
Item 4.2 – Transparência na aquisição e conferência no recebimento dos produtos e serviços contratados: NC (O TSE não permitiu o exame de hardware e não incluiu parte do firmware e drives nos testes permitidos.)
Não vou colocar mais itens, é mais fácil vocês baixarem o documento.
Portanto, diante do que presenciamos diariamente no país, se caso não houver, ainda, a implementação do novo sistema do voto impresso nas eleições de 2022, onde escolheremos Presidente, Governador, Deputados e Senadores, certamente teremos mais um escândalo de nível global e um atentado contra nossa liberdade.
Algo precisa ser feito urgentemente, mas ao que parece os poucos deputados e senadores defensores da liberdade estão em colônias de férias, pois não se vê mais nenhum tipo de oposição, seja qual for o tema.
Registrem aí a opinião de vocês, tema importantíssimo e relevante que precisamos espalhar para o máximo de pessoas possível.