02-10-2017, 06:00 PM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 02-10-2017, 06:59 PM por Monarca.)
O SEGREDO DA VIDA: CALE A BOCA E TRABALHE!
Eu escrevi este artigo há alguns anos e ao longo desse tempo algumas pessoas davam risadas enquanto o liam.
Todo o segredo da vida, do poder, de tudo o que tive que aprender quando eu era adolescente, foi ensinado por um homem, um fazendeiro. E ele ensinou-me do jeito que é tão típico dos homens: usando apenas três frases, nada mais.
Eu afirmo que o conflito real, hoje, não é homem contra mulher, mas os valores urbanos contra os valores agrários. Quando as pessoas se esquecem de onde sua comida e vestimentas vem, quando se esquecem os processos naturais e o tempo necessário para produzi-los, quando eles começam a procurar alguém para “entregar” o que eles querem e param de assumir a responsabilidade de produzir por si próprios, quando eles substituem o trabalho duro com beligerância e agressividade, as pessoas se fecham em espirais descendentes de desamparo, impotência e raiva.
O nome do fazendeiro era “Griff”, mas que poderia ter sido “Gruff” (N.T.: Rude, áspero.), porque ele era assim. Eu era da cidade (população de 300 habitantes) e fiz um bom dinheiro quando jovem trabalhando como “bóia fria”. Um dia, quando eu apareci para o trabalho, ele disse: “Vamos pegar uma picape nova.” Entramos em seu carro e durante o trajeto de 40 minutos para a concessionária passou sem que nenhum de nós dissesse uma palavra: um daqueles silêncios confortáveis fáceis que muitas vezes os homens usam para se comunicar – comunicação muito além das palavras. Pegamos então sua nova picape 4×4 e voltamos para a fazenda. Quando voltamos, ele apontou para uma grande pilha de cascalho que estava no celeiro e disse-me para encher o caminhão com esse cascalho e depois ir preencher o buraco na entrada de um de seus campos.
Eu disse: “Mas esse cascalho vai estragar a pintura da sua picape nova.” Ele me olhou em silêncio por cerca de um minuto, com uma expressão que eloquentemente dizia que eu era o pior idiota que ele já tinha sido obrigado a tolerar em sua vida. Sem dizer uma palavra, ele pegou uma pá e, com um movimento que faria a inveja de qualquer grande rebatedor de beisebol da liga oficial, deu uma pancada na picape que fez lascas de tinta voarem em todas as direções, deixando um amassado enorme na lataria da picape. Ele olhou para mim novamente, dizendo “Eu não posso acreditar o quanto você é idiota” e arrematou: “Moleque, esta é uma picape de fazenda e eu não o comprei ela para ser bonita, eu comprei para fazer o trabalho pesado. É pelo mesmo motivo pelo qual eu estou pagando você. Agora se não tem mais nada pra dizer, cale a boca e recolha a porra do cascalho”. Então ele se virou e saiu, me deixando sentir como um tolo que acabou de receber uma grande dose de sabedoria.
Claro que teve todo o contexto e as circunstâncias para eu entender o significado completo da lição: não com a minha cabeça, mas com o meu espírito. Da mesma forma, as culturas em todo o mundo e ao longo da história têm usado o rituais de iniciação para ensinar grandes lições para os jovens. A complexidade e o uso de muitas palavras destroem a lição, porque o coração é a alma da aula. As palavras sozinhas não realizam nada. As palavras não plantam nas lavouras. Palavras não colhem ou vendem a plantação para o mercado ou colocam a comida em nossos pratos. Ninguém come a menos que alguém se cale e “recolha a porra do cascalho”.
Todo o segredo do poder masculino é que eles calam a boca e recolhem a porra do cascalho. Foram os homens que foram “recolher o cascalho” que construíram todas as usinas hidrelétricas que fornecem a eletricidade que todo mundo hoje tem como certa, justamente essa “tecnologia patriarcal” que algumas mulheres gostam tanto de zombar. Foram homens que colocaram seu suor e, por vezes sua própria vida nisso, como no caso dos cerca de 50 trabalhadores mortos na represa Hoover durante sua construção. Então eles “entregam” o resultado de seu esforço para tornar as vidas das mulheres mais confortável. As milhões de toneladas de cascalho usadas para construir a ferrovia transcontinental foram carregadas por homens. E as centenas de vidas que foram perdidas nela também. As mulheres e homens que vivem hoje jamais teriam nenhuma das conveniências que hoje tornam suas vidas tão confortáveis se milhões de homens não tivessem calado a boca e recolhido a porra do cascalho. Todas as ações e programas de ação afirmativa no mundo não poderiam tê-las construído. Aqueles homens não esperaram que alguém simplesmente “entregasse” essas barragens e ferrovias prontas, eles simplesmente calaram a boca e foram recolher a merda do cascalho e construíram-nas. A Represa Hoover é “dominada por homens”, a ferrovia transcontinental é “dominada por homens”, porque os homens colocaram sua equipe, seu trabalho, seu suor, e seus próprios corpos em risco para construí-las. Tudo o que vemos no mundo de hoje, dos negócios ao militarismo que é “dominado por homens” é assim porque os homens morreram para construí-lo.
Isso é tanto a fonte do poder e da impotência do homem.
Eles calam a boca e vão recolher a porra do cascalho.
*Eu não sou o autor deste texto. Fonte: http://canal.bufalo.info/
Em tudo dai graças.