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A importancia da solitude
#1
 Olá amigos do fórum, mais uma vez estou aqui para expor meus pensamentos acerca de mais uma obra de Machado de Assis. O último texto não ficou com um resultado satisfatório, porém neste irei me dedicar para fazer uma análise profunda e concisa com o contexto da época. Estou viciado em ler os contos do Machado, cada conto possui um tema diferente que me põe a refletir sobre o espirito humano. O tema de hoje é a solidão e a solitude. 

                                                                   ******************

 No conto ''só'', Machado nos introduz ao personagem Bonifácio, um homem que cansado de seus amigos, decide se isolar por um tempo em uma fazenda. Ele toma essa decisão influenciado pelo seu amigo Tobias, um filósofo tanto quanto esquisito. Entretanto o nosso protagonista enfrenta dificuldades de se adaptar à essa realidade solitária, pois se encontra tomado por lembranças de amigos e de amores antigos. O homem passa a ter alucinações e sentir uma extrema angústia. Após 2 dias ele retorna a cidade e vai conversar com seu amigo Tobias, lhe dizendo que seu conselho era mentiroso, e que a solidão não era prazerosa. O amigo lhe responde que Bonifácio esqueceu de colocar as ideias na bagagem. E assim termina o conto. 
                                                                    ******************
 Nesta curta história, podemos tirar uma valiosa lição sobre a solitude. Solitude é o período no qual uma pessoa reserva para passar sozinho. No conto em questão, o protagonista se deparou com dificuldades para ficar sozinho pois,  não fez nada de verdadeiramente proveitoso em seu período de isolamento. Diferente dele, Tobias se dedicava inteiramente às suas ideias em seus períodos de reclusão, assim, ele tirava boas reflexões. Que sejamos como Tobias, e  aproveitemos a solidão para dedicarmos a coisas construtivas, como a leitura de um livro, um estudo, uma reflexão, uma contemplação, um exercício físico. Diferentemente das outras pessoas, que usam seu tempo sozinhas para fazer coisas supérfluas, como ver televisão, jogar videogame ou usar redes sociais. Aproveite bem o seu tempo sozinho, faça-o um tempo de qualidade, que agregue em algo na sua vida e te torne uma pessoa mais sabia, mais feliz e mais virtuosa. 
A sorte favorece os audazes
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#2
Na teoria isso seria o ideal, mas os tempos são outros, não temos amigos nem amores antigos que nos gerem angustia pela falta, nosso tempo livre não precisa ser proveitoso o tempo todo, isso é utopia do "desenvolvimento pessoal", precisamos de um tempo para esvaziar a cabeça, descansar, relaxar, nem que for pra ver TV, jogar video game, bater uma punheta, ver água nas redes sociais ou não fazer porra nenhuma, simplesmente estar distante dos filhos da puta que somos obrigados a conviver e aturar diariamente, esquecer das injustiças que sofremos e dos sapos que somos obrigados a engolir pra conviver em uma sociedade, uma "válvula de escape", um "alívio" pras pressões cotidianas, tempo necessário para cicatrizar as feridas da sua guerra pessoal.

O que importa não é o que você faz, mas estar bem consigo mesmo, ter consciência que a melhor companhia que você pode ter nesse mundo é você mesmo e ponto, o resto nem lhe fará falta.
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#3
(15-04-2023, 04:44 PM)Penoso Escreveu: Na teoria isso seria o ideal, mas os tempos são outros, não temos amigos nem amores antigos que nos gerem angustia pela falta, nosso tempo livre não precisa ser proveitoso o tempo todo, isso é utopia do "desenvolvimento pessoal", precisamos de um tempo para esvaziar a cabeça, descansar, relaxar, nem que for pra ver TV, jogar video game, bater uma punheta, ver água nas redes sociais ou não fazer porra nenhuma, simplesmente estar distante dos filhos da puta que somos obrigados a conviver e aturar diariamente, esquecer das injustiças que sofremos e dos sapos que somos obrigados a engolir pra conviver em uma sociedade, uma "válvula de escape", um "alívio" pras pressões cotidianas, tempo necessário para cicatrizar as feridas da sua guerra pessoal.

O que importa não é o que você faz, mas estar bem consigo mesmo, ter consciência que a melhor companhia que você pode ter nesse mundo é você mesmo e ponto, o resto nem lhe fará falta.

 Mas justamente usar a solidão para descansar é algo proveitoso, faz bem para a saúde mental. Realmente concordo com voce que a convivencia com outros seres humanos está muito dificil, mas infelizmente somos seres sociais, dependemos do convivio com outros humanos, a roupa que vestimos são outras pessoas que fazem, a casa, a comida, enfim tudo, então precisamos infelizmente saber lidar com as pessoas, e para tanto, e necessario primeiramente ser encontrar a felicidade em si mesmo.
A sorte favorece os audazes
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#4
Quem usa os termos solitude e pertencimento pode gerar dúvidas..... Facepalm

[Image: images?q=tbn:ANd9GcRHxK1jGN5rlumDdesa-eT...Q&usqp=CAU]
 Queima ou não queima?

Vai lá no CHATGPT e pede para inteligência artificial fazer texto com vocabulário de macho....


PAZ é cagar de porta aberta....
Só Jesus salva, vá e não peques mais...
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#5
@Wesley de Mileto

Leia Contos Fluminenses do Machado de Assis, são histórias rápidas, com o contexto Brasil Império, explora a futilidade humana a falta de caráter dos seres humanos, estas coisas.

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#6
(15-04-2023, 04:25 PM)Wesley de Mileto Escreveu: Estou viciado em ler os contos do Machado, cada conto possui um tema diferente que me põe a refletir sobre o espirito humano. O tema de hoje é a solidão e a solitude.

Eu baixei para o meu Kindle o livro 50 contos de Machado de Assis ano passado e li vários deles, de vez em quando eu pego para ler algum novo, alguns são muito bons (outros medianos). O estilo de escrita dele tem ironia, sarcasmo e um humor inteligente, o que eu gosto bastante. O lado ruim é que ele utiliza uma linguagem sofisticada e complexa, com frases longas e elaboradas, que exigem atenção (quando li o livro dele "O Alienista" tinha que ficar consultando o dicionário online toda hora). Mas, isso também é bom porque estimula o nosso cérebro e o raciocínio durante a leitura.

Apesar de alguns contos serem curtos logo que termino algum que explora de forma aprofundada alguma complexidade da psicologia humana eu acabo tendo que parar um tempo para digerir o que li. Muitas reflexões em seus contos são profundas e abrangem muitos temas diferentes, como a sociedade brasileira, as relações humanas, a moralidade, a ética, a hipocrisia, a vaidade, a religião, e por aí vai. Não sei como ele tinha tanta criatividade. E para mim ficar lendo um seguido do outro sem digerir o que li acaba estragando a experiência porque o interessante é ler uma reflexão e fazer analogias com situações reais que vi acontecendo ou que vivi pessoalmente. E quem só lê um atrás do outro acaba não assimilando direito as lições, é como quem fica passando um monte de stories do Instagram e depois de ver uns 200 em sequencia e sair do celular não conseguir lembrar nem de 5 deles.

Uma outra coisa legal é que ele costuma criar situações inusitadas e surpreendentes, que quebra a expectativa que eu imaginava para a história. Você imagina que vai terminar de um jeito e termina de outro bem diferente. Isso torna a leitura bem mais interessante.
“A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” Educação, Pág 57.
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#7
(15-04-2023, 06:46 PM)Fernando_R1 Escreveu: @Wesley de Mileto

Leia Contos Fluminenses do Machado de Assis, são histórias rápidas, com o contexto Brasil Império, explora a futilidade humana a falta de caráter dos seres humanos, estas coisas.

Obrigado pela recomendação, irei baixar aqui para ler.

(15-04-2023, 05:32 PM)Minerim Escreveu: Quem usa os termos solitude e pertencimento pode gerar dúvidas..... Facepalm

[Image: images?q=tbn:ANd9GcRHxK1jGN5rlumDdesa-eT...Q&usqp=CAU]
 Queima ou não queima?

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 É bom diferenciar um pouco os termos, porque solidão é absoluta ausencia de contato com outros humanos, já solitude é uma momento passageiro de solidão, para relaxar a mente. Mas enfim cada um escreve como quer
A sorte favorece os audazes
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#8
Só complementando meu comentário no tópico, ao meu ver, não tem nem lógica um cara ficar só dois dias sozinho e já ficar chateado de não ter resultados e ainda acusando o outro de charlatão. É claro que é só um conto, mas em dois dias não daria nem tempo do cara passar por algum processo de desintoxicação. Se uma pessoa comum que fosse viciada em celular e redes sociais se isola-se, é bem provável que na primeira semana parecesse que iria surtar, tendo a crise normal de abstinência e só então começaria a acalmar e ter algum benefício do isolamento.  

O livro é de uns 150 anos atrás, isso mostra que essa cultura imediatista, vulgo geração fastfood, de querer soluções instantâneas sempre existiu e sempre vai existir para uma parcela da população. Eu tenho um tópico interessante sobre esse tema de imediatismo que se chama: "Não pegue atalhos, eles demoram demais".  

Como você gosta de ler, vou indicar dois livros que li que abordam bem esse tipo de assunto. Um excelente livro que dá um contraponto sobre esse conto e sobre o que realmente a solitude pode causar, baseado em fatos reais, era de um homem que ficou dois anos morando sozinho no meio de uma floresta. Esse sim tem autoridade para se aprofundar no tema "solitude". Fiz uma resenha sobre ele no tópico "Quais livros estão lendo?", segue abaixo:

Spoiler Revelar
(29-05-2022, 09:37 PM)Libertador Escreveu: [Image: Walden-de-Henry-David-Thoreau-LPM-2010.jpg]

Terminei de ler o livro Walden de Henry Thoreau. Achei esse livro bem interessante. Conta a história de um cara em 1800 e pouco que aos 28 anos de idade decidiu ir morar no meio da floresta sozinho. É um cara que nunca se casou, nunca votou, nunca se formou em nenhuma profissão, não pagava impostos e até foi preso por isso - e conta a história em outro livro que eu achei muito bom chamado Desobediência Civil (Tópico). 

Ele defendia hábitos austeros e poucas necessidades. E no livro ele critica as pessoas ao seu redor que passam a vida toda correndo de um lado pro outro para sustentar luxos desnecessários e chamar a atenção um dos outros e no final acabam se sobrecarregando atoa, passam sufocos e não aproveitam a vida, até os lazeres eles tentam aproveitar de forma rápida para não perder tempo. Então ele critica os seus conterrâneos por estarem sempre sobrecarregados, sem tempo, por pagarem caro por roupas só porque tem um ou dois riscos a mais e são de determinada marca, de ficarem atrás de modinhas e tendências. De ficarem o tempo todo buscando conforto. Se endividando e gastando pra ornamentar a casa em vez de focar na estrutura básica e essencial bem feita. Sempre vivendo acima de suas expectativas e de sua renda. Que era o que ele chamava de penitência voluntária porque não tinham necessidade de passar por isso. Tentam viver com muito mais do que precisam. Enquanto ele defendia viver bem com pouco.

Ele gastou 28 dólares e construiu uma casa simples e reforçada (mas sem adorno nenhum) no meio do bosque. Enquanto os conterrâneos gastavam 20 a 100 dólares por ano de aluguel e moravam aglomerados no centro da cidade com casas apenas um pouco maiores, mas com goteiras e problemas de encanamento, gastando com luxos e confortos dispensáveis, com dívidas no limite e se parassem de trabalhar seriam despejados e ficariam sem ter onde morar. Enquanto ele gastou pouco e tinha a casa própria, comia de forma simples e precisava trabalhar só seus 40 dias no ano em pequenos serviços que arrumava para se manter e tirava o resto pra pescar, escrever e fazer o que queria no seu tempo livre.

Temos um tópico no fórum sobre esse livro: Os homens e suas vidas de desespero silencioso

E o outro livro é esse abaixo que cito no mesmo tópico:

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(19-09-2022, 10:44 AM)Libertador Escreveu: [Image: jocko.jpg]

Terminei de ler o livro Discipline equals freedom - Field Manual do Jocko Willink. Esse aí eu li em inglês porque quando comprei ainda não tinha a versão em português.

É um livro que recomendo aqui para os realistas do fórum. Tem muita coisa útil para nos ensinar.

O título do livro já evidencia bem a mensagem dele. A pessoa verdadeiramente livre é aquela disciplinada e não a que é escrava dos seus vícios e desejos flutuantes. Porque o disciplinado faz o que quer, aquilo que precisa ser feito, sempre pensa no longo prazo no que seja melhor para si. Já o indisciplinado, fica adiando as coisas importantes e fazendo o que é fácil e o que dá prazer no curto prazo, o que no fundo ele não quer, e o que acaba gerando grandes prejuízos no longo prazo. As vezes o indisciplinado até começa a fazer o que é para o seu bem e que no ele fundo quer, mas como as coisas ficam flutuando de acordo com seu humor e motivação, quando passa a empolgação ele desiste. Por isso várias vezes começam e desistem.

Ele diz para não se basear em motivação e em sentimentos flutuantes e sim em disciplina porque com ela você faz o que precisa ser feito estando disposto ou desanimado, feliz ou triste. E ensina como desenvolver a disciplina (de forma simples e direta como: se quer levantar cedo, coloque o despertador no horário que quer levantar e quando ele tocar levante, é só isso, não existe segredo, nem truque, nem fórmula mirabolante).

Ele explica que não existe caminho fácil, não existe truque, não existe atalho, que isso tudo é uma mentira. As pessoas passam a vida toda buscando por esses atalhos para não terem que pagar o preço que precisa ser pago, sendo que o melhor caminho é sempre o caminho longo e difícil. É o caminho do trabalho duro. É caminho que foca nos fundamentos. É o caminho do suor, do sangue, das cicatrizes e da disciplina. 

Eu fiz um tópico sobre isso, não foi inspirado nesse livro (até porque só o li agora), mas a mensagem é muito parecida, o tópico se chama: Não pegue atalhos, eles demoram demais.

E ele defende que a disciplina é a base de todas as boas qualidades. Por isso vale a pena investir tempo para desenvolver a disciplina. Ela não é um dom que uns nasceram com ela e outros sem como ocorre com alguns talentos ou características físicas como altura. Todo mundo pode se tornar mais disciplinado se realmente quiser.

Outro ponto muito interessante que ele explica é sobre assumir a responsabilidade por tudo que ocorre no seu mundo. Ser o exato oposto daquelas pessoas que estão sempre se esquivando, sempre colocando a culpa nos outros, sempre justificando os seus fracassos. Ele defende a auto-responsabilidade extrema, ou seja, não inventar desculpas, não ficar arrumado culpados. Assumir os seus erros. Reavaliar como poderia ter agido melhor em cada situação em que falhou e que acertou. Fazer tudo que está ao seu alcance para fazer o seu melhor. E deixar que os fracos reclamem que o mundo não é justo, culpando seus pais, chefes e governo.

[Image: 22222jocjo.jpg]

Pode ler ambos sem medo porque são muito bons.
“A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” Educação, Pág 57.
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#9
Tema musical para quem usa o termo solitude Shy , pura viadagem coisa de masculinidade frágil que dialoga, um ser que quer ser compreendido Gargalhada daqui a pouco vão postar em linguagem neutra, feministo.





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#10
(23-04-2023, 11:50 AM)Libertador Escreveu: Só complementando meu comentário no tópico, ao meu ver, não tem nem lógica um cara ficar só dois dias sozinho e já ficar chateado de não ter resultados e ainda acusando o outro de charlatão. É claro que é só um conto, mas em dois dias não daria nem tempo do cara passar por algum processo de desintoxicação. Se uma pessoa comum que fosse viciada em celular e redes sociais se isola-se, é bem provável que na primeira semana parecesse que iria surtar, tendo a crise normal de abstinência e só então começaria a acalmar e ter algum benefício do isolamento.  

O livro é de uns 150 anos atrás, isso mostra que essa cultura imediatista, vulgo geração fastfood, de querer soluções instantâneas sempre existiu e sempre vai existir para uma parcela da população. Eu tenho um tópico interessante sobre esse tema de imediatismo que se chama: "Não pegue atalhos, eles demoram demais".  

Como você gosta de ler, vou indicar dois livros que li que abordam bem esse tipo de assunto. Um excelente livro que dá um contraponto sobre esse conto e sobre o que realmente a solitude pode causar, baseado em fatos reais, era de um homem que ficou dois anos morando sozinho no meio de uma floresta. Esse sim tem autoridade para se aprofundar no tema "solitude". Fiz uma resenha sobre ele no tópico "Quais livros estão lendo?", segue abaixo:

Spoiler Revelar
(29-05-2022, 09:37 PM)Libertador Escreveu: [Image: Walden-de-Henry-David-Thoreau-LPM-2010.jpg]

Terminei de ler o livro Walden de Henry Thoreau. Achei esse livro bem interessante. Conta a história de um cara em 1800 e pouco que aos 28 anos de idade decidiu ir morar no meio da floresta sozinho. É um cara que nunca se casou, nunca votou, nunca se formou em nenhuma profissão, não pagava impostos e até foi preso por isso - e conta a história em outro livro que eu achei muito bom chamado Desobediência Civil (Tópico). 

Ele defendia hábitos austeros e poucas necessidades. E no livro ele critica as pessoas ao seu redor que passam a vida toda correndo de um lado pro outro para sustentar luxos desnecessários e chamar a atenção um dos outros e no final acabam se sobrecarregando atoa, passam sufocos e não aproveitam a vida, até os lazeres eles tentam aproveitar de forma rápida para não perder tempo. Então ele critica os seus conterrâneos por estarem sempre sobrecarregados, sem tempo, por pagarem caro por roupas só porque tem um ou dois riscos a mais e são de determinada marca, de ficarem atrás de modinhas e tendências. De ficarem o tempo todo buscando conforto. Se endividando e gastando pra ornamentar a casa em vez de focar na estrutura básica e essencial bem feita. Sempre vivendo acima de suas expectativas e de sua renda. Que era o que ele chamava de penitência voluntária porque não tinham necessidade de passar por isso. Tentam viver com muito mais do que precisam. Enquanto ele defendia viver bem com pouco.

Ele gastou 28 dólares e construiu uma casa simples e reforçada (mas sem adorno nenhum) no meio do bosque. Enquanto os conterrâneos gastavam 20 a 100 dólares por ano de aluguel e moravam aglomerados no centro da cidade com casas apenas um pouco maiores, mas com goteiras e problemas de encanamento, gastando com luxos e confortos dispensáveis, com dívidas no limite e se parassem de trabalhar seriam despejados e ficariam sem ter onde morar. Enquanto ele gastou pouco e tinha a casa própria, comia de forma simples e precisava trabalhar só seus 40 dias no ano em pequenos serviços que arrumava para se manter e tirava o resto pra pescar, escrever e fazer o que queria no seu tempo livre.

Temos um tópico no fórum sobre esse livro: Os homens e suas vidas de desespero silencioso

E o outro livro é esse abaixo que cito no mesmo tópico:

Spoiler Revelar
(19-09-2022, 10:44 AM)Libertador Escreveu: [Image: jocko.jpg]

Terminei de ler o livro Discipline equals freedom - Field Manual do Jocko Willink. Esse aí eu li em inglês porque quando comprei ainda não tinha a versão em português.

É um livro que recomendo aqui para os realistas do fórum. Tem muita coisa útil para nos ensinar.

O título do livro já evidencia bem a mensagem dele. A pessoa verdadeiramente livre é aquela disciplinada e não a que é escrava dos seus vícios e desejos flutuantes. Porque o disciplinado faz o que quer, aquilo que precisa ser feito, sempre pensa no longo prazo no que seja melhor para si. Já o indisciplinado, fica adiando as coisas importantes e fazendo o que é fácil e o que dá prazer no curto prazo, o que no fundo ele não quer, e o que acaba gerando grandes prejuízos no longo prazo. As vezes o indisciplinado até começa a fazer o que é para o seu bem e que no ele fundo quer, mas como as coisas ficam flutuando de acordo com seu humor e motivação, quando passa a empolgação ele desiste. Por isso várias vezes começam e desistem.

Ele diz para não se basear em motivação e em sentimentos flutuantes e sim em disciplina porque com ela você faz o que precisa ser feito estando disposto ou desanimado, feliz ou triste. E ensina como desenvolver a disciplina (de forma simples e direta como: se quer levantar cedo, coloque o despertador no horário que quer levantar e quando ele tocar levante, é só isso, não existe segredo, nem truque, nem fórmula mirabolante).

Ele explica que não existe caminho fácil, não existe truque, não existe atalho, que isso tudo é uma mentira. As pessoas passam a vida toda buscando por esses atalhos para não terem que pagar o preço que precisa ser pago, sendo que o melhor caminho é sempre o caminho longo e difícil. É o caminho do trabalho duro. É caminho que foca nos fundamentos. É o caminho do suor, do sangue, das cicatrizes e da disciplina. 

Eu fiz um tópico sobre isso, não foi inspirado nesse livro (até porque só o li agora), mas a mensagem é muito parecida, o tópico se chama: Não pegue atalhos, eles demoram demais.

E ele defende que a disciplina é a base de todas as boas qualidades. Por isso vale a pena investir tempo para desenvolver a disciplina. Ela não é um dom que uns nasceram com ela e outros sem como ocorre com alguns talentos ou características físicas como altura. Todo mundo pode se tornar mais disciplinado se realmente quiser.

Outro ponto muito interessante que ele explica é sobre assumir a responsabilidade por tudo que ocorre no seu mundo. Ser o exato oposto daquelas pessoas que estão sempre se esquivando, sempre colocando a culpa nos outros, sempre justificando os seus fracassos. Ele defende a auto-responsabilidade extrema, ou seja, não inventar desculpas, não ficar arrumado culpados. Assumir os seus erros. Reavaliar como poderia ter agido melhor em cada situação em que falhou e que acertou. Fazer tudo que está ao seu alcance para fazer o seu melhor. E deixar que os fracos reclamem que o mundo não é justo, culpando seus pais, chefes e governo.

[Image: 22222jocjo.jpg]

Pode ler ambos sem medo porque são muito bons.
Obrigado pelas recomendaçoes, com certeza irei ler esses livros.
A sorte favorece os audazes
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#11
Até entendi à proposta do assunto e do termo. Agora essa glorificação...

O ser humano precisa de Network para evoluir. Ficar isolado de tudo, só prejudicará o próprio.
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#12
(25-04-2023, 08:33 PM)Almirante Escreveu: Até entendi à proposta do assunto e do termo. Agora essa glorificação...

O ser humano precisa de Network para evoluir. Ficar isolado de tudo, só prejudicará o próprio.

Concordo com voce, porem quando falo de solidão, é apenas um curto periodo, para descansar a mente de ter que suportar o convivio social.
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