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[REFLEXÃO] Indiferença, uma alternativa ao desapego?
#1
Olá Confrades,

Quero compartilhar um pensamento que tenho, a partir das observações das minhas próprias emoções. Então é algo pessoal.

Meu relato da minha vida ficou perdido no antigo mundo realista, mas quem leu sabe que me ferrei num casamento, sofri com falsa acusação de estupro e como foi difícil dar a volta por cima.

Depois de tantos anos conhecendo a Real, e já com meus 44 anos tenho observado que o desapego não significa muita coisa pra mim. Hoje sinto na verdade uma INDIFERENÇA (claro que, com exceção dos familiares e pessoas mais próximas).

Indiferença pelo ser humano em geral e pelas mulheres em particular. Não consigo levar o ser humano à sério ou muito menos as mulheres. Vejo muito arraigado o caráter interesseiro, utilitarista e falso nas relações. Sou sociável, convivo bem com todos, mas passei a sentir, ao longo dos anos, uma total indiferença pelas pessoas.

Existe uma diferença entre indiferença e desapego:

As pessoas confundem desapego com indiferença. As duas coisas podem parecer bem próximas à primeira vista, mas são, em essência, o oposto. O desapego é mais difícil, enquanto a indiferença parece um caminho mais fácil e seguro.

O segredo é que a indiferença exclui.O desapego ama. E ama tão incondicionalmente, que não vê diferença entre o mal e o bem, entre a distância e a proximidade – tudo ama, tudo crê, tudo suporta. O desapego é a inclusão do outro de forma tão plena que é capaz de amá-lo a despeito de quem quer que seja ou o que quer que faça – a despeito da distância que seja necessário manter. O desapego mantém o carinho pelo outro, e age para que a felicidade do outro seja garantida a despeito de sua própria. Na verdade, a felicidade do outro é a sua própria.

A indiferença é a exclusão do outro, a distância proposital daquilo que, de alguma forma, é desagradável ou doloroso. A indiferença é protetora, na medida em que priva o sujeito da trabalhosa tarefa de amar. E dos riscos de sofrer por amor, coisa maravilhosa para quem aceita vivê-lo. Na indiferença não há amor, ao contrário, há a sua recusa. O amor parece fácil, mas não é. O amor é tão ativo quanto a Criação. Por isso, a indiferença priva, exclui, mata a presença do outro que signifique as intempéries de amar. Por trás da indiferença, pode haver um medo terrível de sofrer, ou a vergonha, muitas vezes, de simplesmente ser sincero.

Conceito retirado do site: http://cartasvivas.blogspot.com.br/2008/...erena.html

Isso de modo algum me incomoda, muito pelo contrário. Me sinto bem, é confortável - veja bem: isso não tem nada haver com sentir-se alegre ou triste, não confunda as coisas. Mas dá a impressão de assim como uma anestesia, você não sente dor, mas também sente menos prazer do que poderia.

Na minha idade, a não ser que eu fosse muito destacado - o que não sou, geralmente o normal é conhecer balzacas, mães solteiras, rodadas, bucetas largas e todo esse folclore do feminismo brasileiro. Não é nem um pouco difícil ser indiferente.

Talvez a indiferença seja o próximo passo depois do desapego. O que vocês acham?
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#2
Perfeito. Também estou nessa faixa (39 anos).
Em um tópico criado por alguém outro dia, eu fiquei com uma dúvida e tentei explica esse estado em que estou, mas como não me veio na cabeça de usar essa palavra, alguns confrades entenderam que eu estava em algum tipo de fase de revolta ou algo assim. Mas a palavra é essa, INDIFERENÇA. Depois de muitas decepções, o encontro com a Real, leitura de N.A., eu cheguei nesse estágio de indiferença. Não é  desapego mas também não é desprezo. Também é uma consequência de alguem que por muito tempo se apegou facilmente diante do sorriso de qualquer sub-mediana. Hoje o que sinto em qualquer ambiente é indiferença. Sem necessidade de forçar nenhuma barra. O que tiver que ser, será. E não é algo forçado, é um estado natural. Acho que a única coisa que pode me fazer sentir um apego enorme hoje em dia é dinheiro.
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A morte é certa, a vida não.      [Image: tumblr_mgk3h53KQS1rqv473o1_1280.jpg]
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#3
O problema da indiferença é que você para de tratar os outros como seres humanos e, até mesmo no caso mais extremo da coisa, passa a se tornar uma pessoa com sérias tendências a extremismos.

Pense que os maiores genocidas do mundo, Stalin, Hitler, Mao, etc, todos eles tinham uma enorme indiferença a humanidade alheia.

Todos nós somos regidos pelos instintos, nós precisamos comer, beber e reproduzir. Mas o que nos faz diferente dos animais é termos as necessidades morais e espirituais que nos fazem viver em sociedade.

O mundo está cheio de indiferentes, por isso vivemos de fracasso.

O ensino do desapego é um ensino para que não sejamos escravos dos nossos próprios instintos, da nossa própria vontade carnal de estar com uma mulher, ou de ter algo que nos agrada muito visualmente ou socialmente. Isso é o desapego.

Agora, indiferente você acaba não tendo diferença daquela mulher que você critica, rodada, m$ol ou seja lá qual nickname você inventar para a imoralidade, ela é indiferente a isso porque nunca ninguém lhe botou freios morais, a sociedade soltou o freio da moralidade no meio da serra e nós é que temos que segurar o trem com nossos próprios pés.

Desenvolvimento moral e espiritual estão estreitamente ligados ao desenvolvimento do seu desapego. (Eu não estou falando da minha religião em específico)

Mas se posso adiantar uma ANALOGIA cristã:

Qual é a diferença entre os Santos Mártires e os que se suicidaram em uma seita americana que pregava o fim do mundo?
- Os Santos Mártires viviam intensamente aquilo que pregavam, o desapego deles à vida era bom, porque se viessem a ser assassinados, teriam vivido pelo que morrer. Viraram exemplos para todos.
- Os participantes da seita do fim do mundo também viviam intensamente aquilo que pregavam, mas eles tinham total indiferença por suas vidas, por isso se mataram e não viraram exemplo pra ninguém.

Agora é só levar essa analogia para o que você quer raciocinar sobre sua indiferença, jovem.

Viver intensamente desapegado e com uma crença moral e espiritual (mesmo que não tenha religião) está de lado totalmente oposto a viver indiferente a coisas, pessoas, situações.

E eu sei que vocês não vão concordar caralhos porque vocês acham que eu levo tudo pro lado religioso, mas é isso aí mesmo... cair na real indiferença é sinal que você já perdeu toda a esperança e é um alerta.
The absence of virtue is claimed by despair






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#4
O tema do tópico é bacana hehehe e na minha opnião o desapego é uma busca espiritual.

O verdadeiro desapego esta na alma ou seja quando atingimos um certo nível de limpeza de sujeiras como alienação, romantismos apaixonados, luxurias, vaidades etc. Tudo isso nos faz ser humanos apegados.

Um ponto a observar é o de que não são poucos os homens que superaram a luxuria e gula e se tornam orgulhosos por se sentirem melhor que outros homens, não adianta nada cortar uma cabeça e fazer outra crescer em seu lugar. O orgulho é uma chaga(ou paixão) gigantesca na alma, pq dela se origina a arrogância. O orgulho nos torna mesquinhos, vaidosos, invejosos. O desapego verdadeiro é livre de orgulho.

Controlar os desejos da alma e subjugá-los nos tornará fortes a superar as paixões, e nos tornará aptos a amar(amor verdadeiro que é dom de Deus).
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#5
(15-01-2018, 09:10 PM)Awaken Escreveu: O problema da indiferença é que você para de tratar os outros como seres humanos e, até mesmo no caso mais extremo da coisa, passa a se tornar uma pessoa com sérias tendências a extremismos.
Nossa, quanto drama! Não é o meu caso, companheiro. Eu sou só um cara que já se importou demais com a aceitação de outros e hoje eu me coloco como minha própria prioridade. Mas não quero pisar em ninguém. Sou antes de tudo uma pessoa justa.
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#6
Minhas 2 últimas ex's foram muito sujas, não me traíram, mas jogaram de todas as formas para desestabilizar e derrubar psicologicamente/financeiramente, a troco de satisfazer o ego delas e me deixar escravo psicológico.

Só não surtiu efeito por conhecer Nessahan e ser um cara muito próximo a Deus.

O único efeito foi que resolvi dar um tempo, estudar, trabalhar, buscar a Deus, realizar alguns sonhos que estavam guardados.

Aí acostumei. Passei a ganhar mais, ter cabeça mais livre, mais cultura; fiquei mais feliz.

Pra quê mexer em time que está ganhando, não é mesmo?

Até por que, quanto mais trabalhador, culto, correto e esforçado o cara, mais idiota a mulher comum o julga; se o cara for na dele, aí é mais fácil ainda ser pré-taxado de idiota; então pra quê esperar algo?

Na prática, quando o indivíduo se esforça para relacionar-se em termos de amizade e afeto com quem está abaixo, acaba ele baixando de nível e se tornando um idiota; quando na verdade deveria ser a pessoa a se esforçar e tentar subir.

Só quero viver na minha, com meus livros, filmes, trabalho e buscar a Deus todos os dias. Adeus sociedade. Antes achava que o problema era comigo, hoje sorrio e aceno para ela.




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#7
Confrade, na minha opinião, você está em uma das fases mais celebres do desapego...

Você fez uma ressalva importante: "sou sociável e me dou bem com as pessoas", ou seja, você sabe que não pode mudar o mundo, sabe o que deve manter longe de sua vida pessoal, mas ao mesmo tempo, entende que deve se relacionar com as pessoas e respeitar todo mundo. Não gasta cartucho a toa.

Sabe chegar, sabe sair... aproveita o momento e não cria expectativa.
A ausência destas "explosões de alegria", só ratificam essa sua fase. Ser feliz é estar em paz, diferente de se comportar como um "adolescente youtuber" eufórico... isso é idiotice.

Se trocar a palavra "indiferença" por "serenidade", fica mais adequado.
Pra mim, não tem nada de errado.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#8
(15-01-2018, 11:31 PM)Ogro Escreveu:
(15-01-2018, 09:10 PM)Awaken Escreveu: O problema da indiferença é que você para de tratar os outros como seres humanos e, até mesmo no caso mais extremo da coisa, passa a se tornar uma pessoa com sérias tendências a extremismos.
Nossa, quanto drama! Não é o meu caso, companheiro. Eu sou só um cara que já se importou demais com a aceitação de outros e hoje eu me coloco como minha própria prioridade. Mas não quero pisar em ninguém. Sou antes de tudo uma pessoa justa.

Ou você é indiferente ou é justo, porra Ogro kkkkkkkkkkkkkkkkk

De fato se você para para fazer um julgamento moral daquilo que se apresenta, de certa forma você se importa sim, mesmo que seja pra reprovar aquilo e se afastar.

(16-01-2018, 08:14 AM)Bandeirante Paulista Escreveu: Confrade, na minha opinião, você está em uma das fases mais celebres do desapego...

Você fez uma ressalva importante: "sou sociável e me dou bem com as pessoas", ou seja, você sabe que não pode mudar o mundo, sabe o que deve manter longe de sua vida pessoal, mas ao mesmo tempo, entende que deve se relacionar com as pessoas e respeitar todo mundo. Não gasta cartucho a toa.

Sabe chegar, sabe sair... aproveita o momento e não cria expectativa.
A ausência destas "explosões de alegria", só ratificam essa sua fase. Ser feliz é estar em paz, diferente de se comportar como um "adolescente youtuber" eufórico... isso é idiotice.

Se trocar a palavra "indiferença" por "serenidade", fica mais adequado.
Pra mim, não tem nada de errado.

Eu também acho que a palavra indiferença foi mal escolhida.

Indiferente a pessoa não tem mais cabeça pra julgamentos morais, é tipo "já que estamos no inferno, vamos abraçar o capeta.". Então o cara começa a perder tudo e achar tudo normal...
The absence of virtue is claimed by despair






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#9
Com a experiencia da vida começamos a notar que grande parte das coisas não interferem em nada na nossa vida, por isso essa indiferença, quando estamos na matrix nos importamos com tudo, o que as mulheres pensam sobre nós, o que o tio pensa, etc... Depois com o passar do tempo vc nota que nem convive mais com essas pessoas que tentou impressionar um dia. Você se lembra de rejeições que foram dolorosas e não sente mais nada, nem se incomoda com superficialidades. Eu não chamaria de indiferença e sim de maturidade, maturidade é apenas se importar com o que realmente vale a pena e não ser indiferente a tudo, quem é indiferente á tudo é um psicopata.
Belo tópico.
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#10
A indiferença está associada à insensibilidade, à frieza, características que não combinam muito com a condição social que nós, seres humanos vivemos.

Ser indiferente quer dizer que “nada nos interessa”, nada importa, é não ter empatia, que não sentimos nada frente a uma situação ou que tudo dá no mesmo. Concordo com @Hagar talvez seja a maturidade, mas indiferença é algo muito além.  Se você não se relaciona com m$ol é porque isso importa pra você consequentemente tu não está indiferente a essa situação.

Talvez você esteja mais frio de certa forma,mais desapegado... Porém indiferente não.
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#11
Só sei que a indiferença 'congela' a alma e o ego de qualquer pessoa e não acredito que haja 'antidoto' pra ela!

Se alguém aqui sabe um possível 'antidoto', revele!

Recomendados:

A 'extinção' da Real: https://legadorealista.net/forum/showthr...p?tid=6773

Não tenha mentalidade de caranguejo: https://legadorealista.net/forum/showthr...p?tid=6667
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#12
O indiferente sempre é desapegado.
No entanto, ser desapegado não implica necessariamente em ser indiferente.
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