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[REFLEXÃO] Fazer "média"
#1
Olá a todos os jóvis desta delícia de fórum. [Image: delicia.png]

Mais uma vez trago uma assunto para discussão e reflexão.

Uma coisa que tenho reparado no comportamento do brasileiro ultimamente, é o ato de "fazer média".

O que seria "fazer média"?

Vamos ao que o dicionário de gírias diz:


Citação:Fazer média


Significado de Fazer média

Agradar, recompensar; Ato de querer agradar em prol de algum interesse.

Exemplos
  • Faz uma média com ele, dá um bom presente de dia dos namorados.
  • Ela só quis fazer média com a madrasta, afinal, ela é milionária.
Gírias Semelhantes
  • fazer uma social
Fonte: http://www.dicionariodegirias.com.br/fazer-media/

Em outras palavras, quando você encontra aquela pessoa que mal te vê e vocês mal se falam, daí a pessoa te trata por alguns instantes como o "melhor amigo" dela...

Quando vira as costas, parece que nem te conhece mais. Não te liga, não te manda nem uma mensagem no Whatszap, nem um "oizinho" no Facebook... poxa, teve aquele churrasco com a galera e ele nem te chamou. Ele pareceu tão legal aquele dia, te tratou tão bem, parecia um cara bacana pacas.

Será que você falou algo que não agradou?

Na maioria das vezes, você não fez nada de errado, foi uma pessoa até bastante agradável.

Mas a pessoa só quis fazer uma média com você.

Por que?

Temos duas perspectivas a serem trabalhadas nesse assunto incialmente.

A primeira é que as pessoas hoje em dia tem a necessidade de se sentirem especiais (Tyler Durden manda um abraço)... querem se sentir valorizadas, aquela pessoa que todo mundo gosta, que está em todos os lugares, que é sempre bem aceita, que é vista como uma pessoa "alto-astral"... daí a pessoa TEM que parecer que está tudo bem mesmo quando não está, pois demonstrar seu estado emocional e social destruído ou desestabilizado seria um FRACASSO! E fracassado é uma coisa que ninguém quer ser.

A segunda, que eu acho pior, é apenas "interesse"... particularmente, acho esse pior, pois no primeiro caso, a pessoa só engana ela mesma... nesse aqui, você pode se comprometer, por ingenuidade, de forma perigosa com um "caozeiro" por aí. Nesse caso, o "fazedor de média" apenas lhe trata com a consideração pensando em como te usar futuramente.

Mas as vezes existem abordagens mais simples no dia-a-dia no qual você tem que lidar com os "fazedores de média".

Tenho um colega que mora a uma quadra de casa. Posso dizer que ele é um "fazedor de média" por profissão... toda semana organiza churrascos na sua casa com o intento de unir seus "amigos", para estabelecer contatos, "firmar" amizades, ou simplesmente para aparecer.

Acho que da última vez que encontrei com ele, fazia uns 03 anos que não o via (hoje no total deve fazer uns 05).

Quando ele me viu, chegou me tratando como se fosse meu "brother", como se tivéssemos passados grandes aventuras juntos na vida e tals... de repente, o elemento começou a me cobrar:

"Poxa, você sumiu... pô, moro pertinho da sua casa, você nunca mais foi lá... parece que eu te fiz algum mal... quê isso, cara?! Aparece lá!"

Com a maior calma do mundo (e com um leve sorriso lateral no rosto) e sabendo com o que estava lidando na minha frente, respondi:

"Você tem meu telefone assim como eu tenho o seu... e a distância da sua casa para a minha é a mesma... se você queria tanto saber da minha vida, porque não foi me visitar?"

Ví o elemento engasgar e fazer cara feia e tudo mais, sabia que o papo que ele estava habituado a fazer não estava colando... qual foi a resposta dele?

"Não, cara... não vamos perder contato não(?)... que isso, vai lá em casa, me liga e vamos marcar um churras.... beleza bro... até outro dia! Me liga, hein! Vou esperar"

E tudo continuou do mesmo jeito....

Hoje em dia, isto faz parte do comportamento do brasileiro, infelizmente...está por todos os lados... se você ligar a televisão, vai ver o Luciano Huck dizendo que é amigo de todo mundo na base do politicamente correto.

Não temos como escapar, o "fazedor de média" está em todos os lugares.

Porém não aconselho nunca bater de frente com tais elementos como eu fiz.

Há muito tempo atrás, no Homens Honrados, alguém abriu um tópico perguntando como se portar em um trabalho em que a maioria das pessoas eram falsas.

Eu fui um dos que disseram para "enfiar a bota", mandar os cuzões pra merda. Que tem se manter em seus ideais.

Hoje vejo que foi precipitado da minha parte.

Temos que lidar com esses elementos na base da tolerância mesmo... pois vamos lidar com essa situação uma hora ou outra, a agir na base "da bota" não vai resolver nada, você é que no fim das contas vai ficar com rótulo de maluco por querer mandar gente falsa tomar em seus respectivos tobas.

Fico por aqui e espero que este tópico nos gere grandes reflexões e conhecimentos.
República do Balzaquistão!

"Que delícia, cara" - Mendes, Jailson

O Barão tem todos os filmes do Jailson Mendes "versão do diretor" com comentários e cenas extras, mas ele não empresta pra ninguém.  [Image: delicia.png] 
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#2
O pior é quando o fazer média está aliado a algum interesse, ou seja o cara te trata como se fosse melhor amigo,sendo que não é, e ainda vem pedindo as coisa. Isso é uma das coisas que mais vejo na faculdade, aqueles cara que ficam com a corda no pescoço o semestre todo e depois vem dando uma de brother pra conseguir ajuda.

Como você disse tem que ter tolerância nesses casos, por mais que você saiba que aquilo é puramente uma questão de interesse você tem que ir levando, até porque nunca se sabe o dia de amanhã.
"Always do your best. What you plant now, you will harvest later, Og Mandino"
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#3
Eu não vejo nada de mais nisso.
Já perdi contato com uma caralhada de colegas e conhecidos. Caso encontre um deles na rua, vou tratá-los da mesma forma de antes.

O brasileiro tem costume de convidar um conhecido pra um evento que nunca irá acontecer, na maioria dos casos convidar alguém pra um churras é a mesma coisa que dizer 'e aí, tudo bem?'
Desde que o sujeito te trate bem, trate-o bem
Quando o cara te convidar pra um churras é só dizer 'é só me chamar', mesmo que você saiba que não vai acontecer nada
Quando o cara falar que você não liga é só dar o seu número do celular ou perguntar se ele tem o seu, mesmo que você saiba que ele já tenha o seu número.

Ao meu ver você fez merda em rebater agressivamente o cara, você cortou qualquer chance de socialização. Ele tava te tratando bem e você tratou ele como se ele fosse um oponente imbecil.

Pare de tentar achar o lado negativo das pessoas, foque nos lados positivos. A única coisa que você ganha com negatividade são inimigos.
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#4
(16-07-2015, 12:31 PM)Aragons Escreveu: Ao meu ver você fez merda em rebater agressivamente o cara, você cortou qualquer chance de socialização. Ele tava te tratando bem e você tratou ele como se ele fosse um oponente imbecil.

Pare de tentar achar o lado negativo das pessoas, foque nos lados positivos. A única coisa que você ganha com negatividade são inimigos.

Confrade...

Realmente nessa época eu tinha bem menos tolerância com "fazedor de média"... hoje provavelmente não falaria dessa forma mesmo... acho que apenas deixaria ele falar, falar e falar e fingiria que estava ouvindo tudo de boas.

Não gosto mesmo desse tipo de postura e não apoio... acho que pra esse caso é apenas questão de não dar muita bola mesmo como você disse.

Nada de mais realmente não tem mesmo, mas eu tenho uma postura de não cobrar as outras pessoas de algo que eu mesmo não faço.

Mas só voltando a situação que passei: mesmo depois da resposta que eu dei (que não foi nem de forma agressiva, foi calma até demais, ele só não esperava ouvir aquilo, talvez essa foi a surpresa dele) eu não encontrei mais com ele, PORÉM o mesmo se encontrou com o meu irmão, minha mãe, meu padrasto e sempre veio com o mesmo papo, inclusive ainda assim dizendo o mesmo texto que eu ouvi.

Pra esse tipo de gente que se acha o Luciano Huck ou uma estrela do mundo pop, eles só te viram a cara se você, acredito, tomar uma postura mais drástica por outros aspectos, ou ferrar com a vida deles diretamente.

Eles tem menos interesse ainda que fique algum "ressentimento"... afinal, uma hora ele pode precisar de você, não?



Agradeço aos comentários dos confrades!
República do Balzaquistão!

"Que delícia, cara" - Mendes, Jailson

O Barão tem todos os filmes do Jailson Mendes "versão do diretor" com comentários e cenas extras, mas ele não empresta pra ninguém.  [Image: delicia.png] 
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#5
Fazer média é algo que faz parte do ser humano, e isso porque somos movidos por nossos interesses, em tudo o que fazemos. O problema vem quando a dissimulação passa a ser um estilo de vida do cidadão, a "média do mal", como passo a qualificar.

Pensando bem, uma médiazinha é base para a vida em sociedade. Me refiro à "média do bem", diferente daquela média que vc larga pro policial que te para na blitz, convidando ele a aceitar cenzinho pra te liberar (a "do mal"), enfim...

Na verdade, a "média do bem" seria equivalente ao cumprimento dos nossos deveres, sejam materiais ou morais, com a diferença que eles deixam de ser deveres puros e simples quando adicionamos o ingrediente do ego. Fazemos nossa parte pelo gozo mental de sermos reconhecidos, ou aceitos, ou para que nos queiram perto. Nesse caso, nos tornamos escravos da aprovação do outro, e não é a toa que morre tanta mulher fazendo plástica por aí, e tanto rapaz toma bomba pra ser o "monstro". "Média do bem" (cumprimento do dever de se cuidar) desvirtuada pelo ego.

Sigo.

Se a criatura adota a dissimulação como estilo de vida, se engana duplamente, a si e ao próximo, encarnando o que não é. Conheço elementos que fazem da própria existência um altar de sacanagens, negociatas e de toda sorte de mentiras, para, de fato, fazer média (aqui a "do mal") perante terceiros. Esta é a que corrói a própria existência do ser humano.

Queremos ser aceitos, queridos e exaltados. Que o sejamos, então, mediante o cumprimento de nossos deveres, fazendo a "média do bem", e abandonando a satisfação egóico-orgásmico-momentânea oportunizada pela "média do mal".
"E, se tiver de cair, caia com os revólveres fumegando." - Roland Deschain
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#6
(16-07-2015, 02:09 PM)RolandDeschain Escreveu: Na verdade, a "média do bem" seria equivalente ao cumprimento dos nossos deveres, sejam materiais ou morais, com a diferença que eles deixam de ser deveres puros e simples quando adicionamos o ingrediente do ego. Fazemos nossa parte pelo gozo mental de sermos reconhecidos, ou aceitos, ou para que nos queiram perto. Nesse caso, nos tornamos escravos da aprovação do outro, e não é a toa que morre tanta mulher fazendo plástica por aí, e tanto rapaz toma bomba pra ser o "monstro". "Média do bem" (cumprimento do dever de se cuidar) desvirtuada pelo ego.


Mas não haveria a dissimulação do mesmo jeito?

Considerando que o sujeito, em sua dignidade moral, cumpra seus deveres, não haveria o porque de média...

Ele não entraria em um processo negativo da mesma forma?
República do Balzaquistão!

"Que delícia, cara" - Mendes, Jailson

O Barão tem todos os filmes do Jailson Mendes "versão do diretor" com comentários e cenas extras, mas ele não empresta pra ninguém.  [Image: delicia.png] 
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#7
O Brasil foi tão devastado culturalmente e psicologicamente pela luta de classes que dizer bom dia ou conversar 5 minutinhos se tornou algo paranóico. Essa é a terra de quem fode o outro primeiro ou por último garante para si um lugar sublime no pódio da satisfação pessoal e do mérito, o egoismo e a desconfiança associados a agressão preventiva são as melhores técnicas de sobrevivência e aptidão contra a inveja induzida pela luta de classes, a paz de espirito desapareceu.
Só Jesus salva, vá e não peques mais...
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#8
Fazer média é a coisa mais natural do mundo, todo mundo faz, não acho que tenha nada de errado com isso, é a natureza humana, mas brasileiro tem umas manias estranhas, as vezes pesa na dose, a importância disso é só realmente a que você da a ela.
Oitavo anjo do apocalipse
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#9
Eu já to acostumado com isso.

Mas o que mais me emputece são os famosos ''depois me liga'', ''a gente se vê'', ''vamo marca alguma coisa''. Deve ser uma força de hábito mesmo, acho uma grande merda.
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#10
(16-07-2015, 08:30 PM)cot Escreveu: Eu já to acostumado com isso.

Mas o que mais me emputece são os famosos ''depois me liga'', ''a gente se vê'', ''vamo marca alguma coisa''. Deve ser uma força de hábito mesmo, acho uma grande merda.
Adiciona na lista aí, quando vc chama alguem pra ir em tal lugar e a pessoa responde: "vou ver se vou" "se der eu vou" "mais tarde eu vou" aGargalhadaGargalhadah
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#11
HaGargalhadaGargalhada eu sou um desses ...
Oitavo anjo do apocalipse
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#12
(16-07-2015, 05:23 PM)Velho Logan Escreveu:
(16-07-2015, 02:09 PM)RolandDeschain Escreveu: Na verdade, a "média do bem" seria equivalente ao cumprimento dos nossos deveres, sejam materiais ou morais, com a diferença que eles deixam de ser deveres puros e simples quando adicionamos o ingrediente do ego. Fazemos nossa parte pelo gozo mental de sermos reconhecidos, ou aceitos, ou para que nos queiram perto. Nesse caso, nos tornamos escravos da aprovação do outro, e não é a toa que morre tanta mulher fazendo plástica por aí, e tanto rapaz toma bomba pra ser o "monstro". "Média do bem" (cumprimento do dever de se cuidar) desvirtuada pelo ego.


Mas não haveria a dissimulação do mesmo jeito?

Considerando que o sujeito, em sua dignidade moral, cumpra seus deveres, não haveria o porque de média...

Ele não entraria em um processo negativo da mesma forma?

Se o sujeito cumpre seus deveres sem ter por objetivo alimentar o ego, ele não está dissimulando, está simplesmente fazendo o que lhe cabe e em nome de um imperativo pessoal. A "média do bem" seria, precipuamente, a realização desses deveres como mérito próprio; reflexamente, como forma indireta de incentivo aos outros para que assim também ajam, mas desvinculada da satisfação do ego (não faz pra aparecer, ou pra ser tido como o "cara"). Eu pego o lixo que encontro no chão na rua e taco na lixeira próxima porque é meu dever e eu quero que outros vejam minha atitude e tenham desperta em si a consciência do próprio dever. Mas isso cabe única e exclusivamente a eles, e se assim não procederem, permaneço ao menos com meu dever cumprido. Fiz minha parte porque isso me faz sentir bem.

A "média do bem" seria uma forma indireta de ser tido por exemplo, embora sem aparecer como o foda da estória. Não é negativa porque não envolve dissimulação nem estimula vaidades. É o agir correto sem pretensões diretas além da realização pessoal como ser tão pequeno integrante deste universo.
"E, se tiver de cair, caia com os revólveres fumegando." - Roland Deschain
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#13
(16-07-2015, 08:55 PM)Leopardo Escreveu:
(16-07-2015, 08:30 PM)cot Escreveu: Eu já to acostumado com isso.

Mas o que mais me emputece são os famosos ''depois me liga'', ''a gente se vê'', ''vamo marca alguma coisa''. Deve ser uma força de hábito mesmo, acho uma grande merda.
Adiciona na lista aí, quando vc chama alguem pra ir em tal lugar e a pessoa responde: "vou ver se vou" "se der eu vou" "mais tarde eu vou" aGargalhadaGargalhadah

"Vamo marcar ae com a galera'' (nunca) ,  ''ta sumido ein?" (disse a pessoa que nunca mais te procurou),
e a mais clássica de todas:

"Oi, tudo bom ?"  Smile Smile
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#14
e a resposta clássica pro ''tá sumido'' é ''quem é vivo sempre aparece''

kkkkk
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#15
Up neste tópico do velhote!
Basta que o almejado ideal aconteça todos os dias para que a sonhada perfeição desapareça. 
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#16
Pessoas entram e saem de nossas vidas, quando enfrento uma situação destas apenas recepciono a pessoa (Lobo em pele de cordeiro Mode On), dou respostas agradáveis às perguntas sem muito detalhes (Não precisam saber de minhas lutas, meu problemas), com a pessoa se despedindo sigo meu caminho. Os fazedores de média que forçam a barra são chatos mesmo, só os ignoro. É a dança da social, temos que fazer, não há jeito.
Se o machado está cego e sua lâmina não foi afiada, é preciso golpear com mais força. Agir com sabedoria assegura o sucesso. - Salomão em Eclesiastes 10.10.
Muito cara legal foi parar debaixo de uma ponte por causa de uma mulher. - Bukowski.
As maiores redpills ouvimos da boca de mulheres.
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#17
Eu me lembro de um Sargento me avisando: " Ei Paspalhão. Tem que "lamber" legal ". Ocasião essa em que o chefe da unidade veio a minha sessão para uma peixada; enquanto eu ficava servindo o Tenente Coronel com uma garrafinha de coca cola zero. Eu ia que nem um paspalho de um lado para o outro: Trazia a coca e levava de volta a geladeira - estava me sentindo mal com aquilo - era tosco. 
Acho que não "lambi" tão bem naquele dia. Eu não gosto de fazer média mas me parece que o mundo exige um pouco disso no individuo - dependendo também do objetivo do paspalho. A única coisa que posso dizer é que nesses últimos meses tenho feito menos média, fiquei um pouco mais frio: to sentindo uma certa revolta: todo mundo ta um pouco feio pra mim - ando confiando só nas minhas ações e olhe lá - apesar de eu ter feito muito pouco até agora em relação ao meu desenvolvimento.
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