07-02-2016, 11:46 AM
Foram cinco meses de cobertura intensa , 266 jogos disputados na temporada 2015 até o momento mais aguardado: o Super Bowl 50. Muitos bons times ficaram pelo caminho, agora o assunto é o épico embate entre Carolina Panthers e Denver Broncos que vai fazer o Levi’s Stadium tremer no próximo domingo (7). Duas excelentes defesas, quarterbacks que já foram primeira escolha geral Draft em momentos diferentes da carreira… Ingredientes não faltam para essa ser uma das melhores finais de todos os tempos.
Mesmo se não fosse um jogo tão importante, já valia a audiência por ser a última vez que a lenda Peyton Manning estará em campo. Como vai fazer falta! Quase duas décadas dominando na NFL, cinco vezes MVP… Apesar do peso da idade, Manning vem atuando bem nos playoffs, o tempo que ficou fora do time tratando uma lesão no pé fez bem ao quarterback veterano. Aos 39 anos, ele tem a missão complicadíssima de encarar a feroz defesa dos Panthers e conquistar o seu segundo, e mais do que merecido, anel de campeão. Pode ser o QB mais velho a vencer um Super Bowl, também o único a conseguir tal feito por duas equipes diferentes.
Do outro lado da balança, um quarterback que também foi a primeira escolha geral de um Draft… treze anos depois. Se Manning está se despedindo, Cam Newton está dando início a uma nova dinastia na liga. Ele está no auge da forma, já mostrou estar pronto para a primeira grande final da carreira. Principal candidato ao prêmio de MVP, é o quarterback mais perigoso atualmente, consegue tanto castigar de dentro do pocket como em corridas explosivas. Melhorou demais sua mecânica de lançamento no último ano. O que ele fez em 2015 foi sensacional: lançou 35 TDs e 10 interceptações, 3837 jardas com um rating de 99,4, além de correr mais 636 jardas e 10 TDs. Um monstro.
Sim, os quarterbacks são as estrelas da festa, mas ambos não chegariam aonde estão hoje sem as duas defesas fortíssimas. No caso dos Broncos principalmente, a melhor defesa da liga em 2015 cedendo jardas totais, jardas aéreas, jardas por tentativa de corrida e a que mais conseguiu sacks. Não que o grupo dos Panthers fique muito atrás: fazem tackles precisos, minimizando jardas depois do contato, contam com uma linha defensiva criativa nas jogadas de blitz, uma secundária que força turnovers e com uma das melhores duplas de linebackers de todos os tempos: Thomas Davis e Luke Kuechly
São apenas quatro duelos entre as equipes ao longo da história. Os Broncos venceram três dos quatro confrontos (1997, 2004 e 2008), a única vitória dos Panthers foi em 2008. No último duelo, no dia 11 de novembro de 2012 em Charlotte, os Broncos passaram o carro: 36 a 14 no Bank of America Stadium. Curiosamente Peyton Manning lançou apenas um TD, os outros vieram da defesa, do jogo terrestre e do time de especialistas. Do outro lado, Cam Newton até lançou dois touchdowns, mas também duas interceptações, além de sofrer sete sacks.
Tudo bem, Cam Newton melhorou demais a mecânica de lançamentos e vem castigando pelo ar, mas a chave para vencer no domingo passa por aproveitar o quarterback pelo chão. Por melhor que seja a defesa dos Broncos, ela ainda não enfrentou um QB multidimensional como Newton este ano, Carolina precisa tirar vantagem disso. Em 41 vezes que um quarterback correu contra Denver este ano, em 12 oportunidades conseguiu pelo menos dez jardas. Isso sem falar que o time é o mais completo da NFL quando o assunto é avanços pelo chão, possui uma infinidade de formações e variações. Foi o que mais correu com a bola em 2015 (46,2% das vezes), 106 desses avanços foram jogadas designadas para Cam Newton.
Os Panthers derrubaram a segunda melhor defesa este ano (Seahawks) com um começo de partida avassalador, isso precisa acontecer novamente no próximo domingo. Claro que a defesa tem parte importante nessa arrancada, deixando o ataque mais em campo e ainda forçando turnovers. Sim, essa é a palavra da vez. Carolina chegou até aqui roubando 39 bolas na temporada regular e mais nove nos playoffs, duas delas interceptações de Luke Kuechly para touchdown. Ele é o jogador que pode fazer toda a diferença no Super Bowl, o linebacker mais completo da liga atualmente. Deve ir um pouco menos para a blitz e ficar muito atento a linha de passe, certamente algum passe mais fraco de Manning deve passar perto de suas mãos. Mesmo com o braço quebrado, Thomas Davis ainda será decisivo.
Para quem pensa que será uma lavada dos Panhers, vamos com calma, muita calma. Não é a toa que o futebol americano é o melhor esporte do planeta, coisas inexplicáveis acontecem, principalmente quando o assunto é Peyton Manning. O grupo vai dar o sangue em campo para dar ao QB o segundo anel para a lenda, isso conta demais. Ofensivamente, a chave é manter o que está dando certo, ou seja, continuar estabelecendo o jogo terrestre. O time é o que mais tem jardas por carregada na segunda metade da temporada (4,47). Outro fator é o esquema de corrida ‘zone read’ utilizado pelos Broncos, em que os RBs precisam ter paciência para achar os espaços. Na única derrota de Carolina este ano, os Falcons usaram e abusaram dessa artifício. Não tiveram muitas jardas, mas mantiveram Cam Newton fora de campo um bom tempo. Na fase fantástica que ele se encontra, gastar o relógio é primordial.
Sim, Manning é um mito do esporte, mas ele não estaria nem perto de Santa Clara se não fosse a fantástica defesa montada pelo coordenador Wade Phillips. Será um privilégio ver a batalha de Phillips contra o coordenador ofensivo dos Panthers, Mike Shula. Para dar o título aos Broncos no próximo domingo, o grupo precisará fazer o que já vem fazendo muito bem durante o ano todo: brecar o jogo terrestre. Denver cedeu uma média de 64,5 jardas terrestres nos playoffs, deve sair com a vitória se manter números parecidos no Super Bowl. Sim, o pass-rush é fantástico, pergunte a Tom Brady o que ele acha de Von Miller e DeMarcus Ware… agora o time precisa colocar pressão sem grandes formações de blitz, pois Cam Newton vem destruindo defesas adversárias quando mandam vários jogadores atrás dele. O front seven dos Broncos é o quinto melhor da NFL sem mandar mais do que quatro jogadores atrás do QB adversário.
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