26-07-2024, 10:25 AM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 26-07-2024, 10:26 AM por kidesgraca.)
Estou fazendo pós em psicanálise e psicologia analítica. Quero compartilhar um pouco de conhecimento.
A psicologia analítica tem um papel importante quando falamos em desenvolvimento pessoal e autoconhecimento. Jung foi um cara
inteligente pra kacet$. Ele veio da psicanálise de seu mentor Freud e desenvolveu seu próprio esquema, conseguiu correlacionar a psique humana
com mitologia, alquimismo e hermetismo. Se quiserem posso comentar sobre esse correlação posteriormente, mas hoje quero falar um pouco sobre
o esquema psiquico junguiano e, se tiver alguém que leu Nessahan sem ceticismo, mostrar como ele e sua base gnóstica não estavam completamente baseadas.
![[Image: modelo-da-psique-jung.png?w=584]](https://seletynof.wordpress.com/wp-content/uploads/2007/03/modelo-da-psique-jung.png?w=584)
Foco nas palavras: persona; ego; self e shadow.
Persona é as "máscaras", facetas, personagems que usamos no mundo, na realidade, para lidar com as situações e as pessoas. Em cada situação,
ou para cada pessoa, usamos facetas diferentes. Observe seus comportamentos. Você é a mesma pessoa com todo mundo, em todos os ambientes?
óbvio que não.
Mas quem escolhe como vamos agir, ou como vamos nos comportar? o Ego. Ego traduzido do latim é "eu". Ou seja, sua percepção de si mesmo. Quem
escolhe a faceta que iremos usar é o ego, que fica na região consciente da psique. Ou seja, estamos conscientes de quem somos e como devemos
nos comportar. Porém, o Ego pode ser "dominado/manipulado" pela sombra ou "direcionado/iluminado" pelo self
Self é o nosso ego evoluído. A percepção de um "eu desenvolvido". Um "eu em potencial". Tudo aquilo que eu posso ser (melhorado). Todos temos
um self. Toda vez que você pensa em como você será melhor no futuro, esse pensamento vem do self, que fica na parte consciente e pré-consciente.
Na psicanálise freudiana o Self é o superego
Sombra fica na parte inconsciente e também do coletivo. Coletivo porque é inerente a todos humanos. Temos uma carga inconsciente que busca
atender todos os instintos (aqui entra o ID da psicanálise). Mas também na sombra há tudo o que foi nos reprimido, ou seja, nossos traumas, medos, inseguranças, crenças enraizadas, desejos obscuros. etc
Ok, mas o que isso tudo pode nos dizer? várias coisas se você for um cara esperto.
"entendemos o mundo a partir das experiências, ego e sombra. Criamos narrativas sobre os outros de acordo com persona que é observada, pois o ego revela indiretamente o self ou as sombras"
"A sombra é um mecanismo de defesa: projeção nos outros o que nós mesmos temos por dentro"
"Enquanto tenhamos as sombras vivas e sensíveis, seremos manipuláveis/imaturos"
Nesse esquema psíquico é preciso entender algumas coisas. Quem enfrente o mundo, ou a realidade, é o ego, nós mesmos. Para tanto, apresentamos
uma persona (existem os 12 arquétipos principais). Porém, dependendo da situação, nosso inconsciente/sombra pode dominar nosso ego para escolher
como agir no mundo, e é aí que entra o equívoco dos gnósticos.
Os gnósticos viajaram total na maionese quando concluiram que ego são nossos defeitos capitais, instintos, etc. Eles consideram ego tudo aquilo que é a nossa própria psique consciente/inconsciente e percepção, eles não consideram os detalhes como a psicologia junguiana. Pra eles o ego é algo muito simples, ego é personagem, consciente, inconsciente, tudo ao mesmo tempo. Na psicologia analítica tá bem estruturado em persona, ego, self, sombra.
Por isso, quando Nessahan diz pra nós dissolvermos nossos egos/complexos, ele quis na verdade dizer o que os junguianos chamam de
"integrar a sombra". Se fomos levar ao pé da letra, dissolver ego seria disolver a si mesmo, a sua percepção de mundo, todo a sua construção
consciente/inconsciente desde que nasceu. Isso seria equivalente a despersonalização.
Não podemos dissolver o ego, mas podemos dissolver a sombra. Nossos instintos animais, e aqui entra a luxúria dita por Nessahan, não são simplesmente
destruídos, e sim integrados. Aqui o self domina a sombra para que sombra não cause cegueira pro ego. Também não tem como dissolver traumas, medos, desejos obscuros, etc, mas tem como tirar aprendizado, ressignificá-los, aceita-los, controla-los e por fim os integrar.
Os junguianos foram mais sensatos que os gnósticos. Por isso há como "integrar a sombra", mas nunca destruí-la. Nossas sombras/instintos são inerentes a nós. A psicologia analítica é um negócio lindo. Tem correlação com tudo: mitologia, alquimismo, hermeticismo, simbologias, dualidades... tá até na bíblia, no tarot, em todas as religiões. A busca principal é o desenvolvimento pleno do self (ou seja, até o dia da nosso morte buscarmos sermos melhores) para que esse direcione o ego para agir no mundo em busca dessa versão. Sem ser manipulado pelo inconsciente/traumas ou instintos animalescos. Na alquimia isso é chamado de lapidação. A busca pela pedra filosofal para que torne o chumbo em ouro.
A psicologia analítica tem um papel importante quando falamos em desenvolvimento pessoal e autoconhecimento. Jung foi um cara
inteligente pra kacet$. Ele veio da psicanálise de seu mentor Freud e desenvolveu seu próprio esquema, conseguiu correlacionar a psique humana
com mitologia, alquimismo e hermetismo. Se quiserem posso comentar sobre esse correlação posteriormente, mas hoje quero falar um pouco sobre
o esquema psiquico junguiano e, se tiver alguém que leu Nessahan sem ceticismo, mostrar como ele e sua base gnóstica não estavam completamente baseadas.
![[Image: modelo-da-psique-jung.png?w=584]](https://seletynof.wordpress.com/wp-content/uploads/2007/03/modelo-da-psique-jung.png?w=584)
Foco nas palavras: persona; ego; self e shadow.
Persona é as "máscaras", facetas, personagems que usamos no mundo, na realidade, para lidar com as situações e as pessoas. Em cada situação,
ou para cada pessoa, usamos facetas diferentes. Observe seus comportamentos. Você é a mesma pessoa com todo mundo, em todos os ambientes?
óbvio que não.
Mas quem escolhe como vamos agir, ou como vamos nos comportar? o Ego. Ego traduzido do latim é "eu". Ou seja, sua percepção de si mesmo. Quem
escolhe a faceta que iremos usar é o ego, que fica na região consciente da psique. Ou seja, estamos conscientes de quem somos e como devemos
nos comportar. Porém, o Ego pode ser "dominado/manipulado" pela sombra ou "direcionado/iluminado" pelo self
Self é o nosso ego evoluído. A percepção de um "eu desenvolvido". Um "eu em potencial". Tudo aquilo que eu posso ser (melhorado). Todos temos
um self. Toda vez que você pensa em como você será melhor no futuro, esse pensamento vem do self, que fica na parte consciente e pré-consciente.
Na psicanálise freudiana o Self é o superego
Sombra fica na parte inconsciente e também do coletivo. Coletivo porque é inerente a todos humanos. Temos uma carga inconsciente que busca
atender todos os instintos (aqui entra o ID da psicanálise). Mas também na sombra há tudo o que foi nos reprimido, ou seja, nossos traumas, medos, inseguranças, crenças enraizadas, desejos obscuros. etc
Ok, mas o que isso tudo pode nos dizer? várias coisas se você for um cara esperto.
"entendemos o mundo a partir das experiências, ego e sombra. Criamos narrativas sobre os outros de acordo com persona que é observada, pois o ego revela indiretamente o self ou as sombras"
"A sombra é um mecanismo de defesa: projeção nos outros o que nós mesmos temos por dentro"
"Enquanto tenhamos as sombras vivas e sensíveis, seremos manipuláveis/imaturos"
Nesse esquema psíquico é preciso entender algumas coisas. Quem enfrente o mundo, ou a realidade, é o ego, nós mesmos. Para tanto, apresentamos
uma persona (existem os 12 arquétipos principais). Porém, dependendo da situação, nosso inconsciente/sombra pode dominar nosso ego para escolher
como agir no mundo, e é aí que entra o equívoco dos gnósticos.
Os gnósticos viajaram total na maionese quando concluiram que ego são nossos defeitos capitais, instintos, etc. Eles consideram ego tudo aquilo que é a nossa própria psique consciente/inconsciente e percepção, eles não consideram os detalhes como a psicologia junguiana. Pra eles o ego é algo muito simples, ego é personagem, consciente, inconsciente, tudo ao mesmo tempo. Na psicologia analítica tá bem estruturado em persona, ego, self, sombra.
Por isso, quando Nessahan diz pra nós dissolvermos nossos egos/complexos, ele quis na verdade dizer o que os junguianos chamam de
"integrar a sombra". Se fomos levar ao pé da letra, dissolver ego seria disolver a si mesmo, a sua percepção de mundo, todo a sua construção
consciente/inconsciente desde que nasceu. Isso seria equivalente a despersonalização.
Não podemos dissolver o ego, mas podemos dissolver a sombra. Nossos instintos animais, e aqui entra a luxúria dita por Nessahan, não são simplesmente
destruídos, e sim integrados. Aqui o self domina a sombra para que sombra não cause cegueira pro ego. Também não tem como dissolver traumas, medos, desejos obscuros, etc, mas tem como tirar aprendizado, ressignificá-los, aceita-los, controla-los e por fim os integrar.
Os junguianos foram mais sensatos que os gnósticos. Por isso há como "integrar a sombra", mas nunca destruí-la. Nossas sombras/instintos são inerentes a nós. A psicologia analítica é um negócio lindo. Tem correlação com tudo: mitologia, alquimismo, hermeticismo, simbologias, dualidades... tá até na bíblia, no tarot, em todas as religiões. A busca principal é o desenvolvimento pleno do self (ou seja, até o dia da nosso morte buscarmos sermos melhores) para que esse direcione o ego para agir no mundo em busca dessa versão. Sem ser manipulado pelo inconsciente/traumas ou instintos animalescos. Na alquimia isso é chamado de lapidação. A busca pela pedra filosofal para que torne o chumbo em ouro.