16-03-2024, 02:48 AM
Deixando um relato aqui sobre uma situação que quase acabou com a minha vida, que sirva de lição esse tipo de situação até para os colegas que vivem do casual...
O ano era 2016, eu e três colegas da época, Acerola, Marreco e Buscapé, estávamos em uma festa da faculdade conhecida como "trote", quem foi universitário aqui sabe como funciona. Eu era calouro na faculdade de direito, o restante dos colegas não eram universitários, apenas moravam nas aproximações e íamos em alguns roles juntos, pegar umas gatinhas, todos tínhamos 18 anos na época, com exceção do Buscapé que tinha entre 16/17 anos.
Fomos no trote de uma faculdade particular bem renomada na região e geralmente quem estuda lá, eram playboys e patricinhas. Estava com o carro do meu pai na época, marquei com todos os três colegas e fomos até lá. No local, compraram uma garrafa de whisky "Red Label" e tomaram com energético, como eu estava dirigindo na época, CNH provisória e tudo mais, resolvi por não beber naquele respectivo dia para não dar sorte ao azar.
No decorrer da festa, conhecemos duas honradas que estudavam nessa faculdade, se encontravam alcoolizadas e dançando em cima de uma mesa de brilhar no bar que estávamos. Tendo os colegas ingerido whisky, já estavam alterados e ali, já se tornaram refém da libido, porém, nada fora do comum, apenas jovens de 18 anos se divertindo e curtindo a festa e mulherada.
Acerola e Buscapé, chegaram nas honradinhas que ali estavam, a Honrada 1 deu um fora no Buscapé, que ficou somente ali na amizade conosco e tudo bem. A honrada 2, já topou ficar com o Acerola, e os dois ficaram naquele rolê insalubre se beijando e tocando a noite inteira.
No meio da madrugada, quando topamos ir embora, oferecemos uma carona para as honradinhas que estavam conosco no rolê, portanto, elas aceitaram a carona e dali partimos. A honrada 1 que estava ali somente na amizade, ficou em uma estação de trem próxima a casa dela, então ela sai de cena a partir daqui. A Honrada 2 estava no banco de trás se pegando com o Acerola, o Buscapé atrás de vela e o Marreco no banco do passageiro no meu lado.
A honrada 2 me fala assim, "Gente, vamos voltar no bar da festa, pois tenho outros amigos lá e acho que vou embora com eles", como ainda estávamos perto do local, decidimos voltar. Chegando lá, conhecemos os amigos playboys dela, e a partir dali, a Honrada 2 teve a brilhante ideia de ir em um restaurante Fast-Food que tinha próximo ao local para comermos. Pois então partimos, ela foi no carro com os amigos, e fomos eu e os três colegas no meu.
Agora começa a ficar interessante...
Nesse meio tempo, Acerola que estava pegando a Honrada 2, já tinha trocado WhatsApp com ela e tudo mais, os dois já estavam marcando de dar mais uns pegas, a Honrada 2 chegou no restaurante antes que nós com os amigos, entraram lá dentro para fazer o pedido. Após alguns minutos, chegamos lá, quando manobrei o carro no estacionamento, Buscapé começou a passar mal por causa da bebida e fui socorre-lo, a final, ele era o único de menor de idade ali. Peguei ele e levei próximo a guarita do segurança do estacionamento do local, para vomitar, sentar na guia e tomar um ar.
Enquanto eu descia do carro e fui para outro local, Marreco veio comigo para auxiliar no socorro ao Buscapé, Acerola marcou com a Honrada 2 de ficar com ela no carro enquanto estávamos fora, o carro era totalmente filmado, portanto, impossível de enxergar quem está de fora. Então o Acerola entrou no restaurante e saiu de lá com a Honrada 2 abraçado e entraram no carro, enquanto o pedido dela não ficava pronto. Nesse momento os dois ficaram dentro do carro se pegando com força.
Enquanto eu, Buscapé e Marreco estávamos do outro lado, nesse momento o Buscapé já tinha "apagado" e estava fora de cena. Marreco chegou em mim e falou assim, " Mano, seguinte, o Acerola está pegando a Honrada 2 no carro agora, mas quando estávamos lá no bar, ela deu muito mole pra mim, tenho certeza que ela quer me pegar, acho que até você pega também, ela está muito fácil". Sempre fui meio tímido, respeitoso referente as mulheres e nunca fui muito "pra frente", sempre fiquei com mulheres que claramente deixavam sinal pra mim, que não foi o caso.
Então respondi ao Marreco, "Mano, eu to de boa, estou tranquilo, não to afim não".
Marreco: "Ah, você é muito mole mano, faz assim, pede para eles saírem do carro, quando o Acerola descer, você entra lá e chega nela"
Respondi: "Não mano, to suave, to afim não"
Marreco: "Então deixa que eu faço, você é muito devagar".
Com o Buscapé apagado, estava decidido a ir embora, então peguei ele me aproximei do carro, comecei a bater no vidro para se tocarem e saírem pra fora, pois o carro estava sendo fechado por dentro e não conseguia abrir e também não seria apropriado abrir ali também com ambos lá dentro.
Nesse momento chamei o Marreco e falei "Tenta abrir o carro, não estou conseguindo, chama eles para irem embora, por favor". Nesse momento Marreco se aproxima do carro, até o momento que ele consegue abrir a porta do motorista, e entra dentro do carro e fecha a porta. No momento estava o Acerola com a Honrada 2 no banco de trás, e o Marreco no banco do motorista, esse momento durou menos de 2 minutos, foi muito rápido, tempo esse que pareceu uma eternidade depois.
Após esse tempo, o Acerola sai do carro com a Honrada 2 do banco de trás, ela estava meio que colocando a alça do sutiã, claramente tirou a roupa lá dentro e tudo mais. Dei uma apressada neles e ainda falei "Vamos embora logo, antes que o segurança da guarita pense que estamos fazendo besteira aqui"
Acerola volta com ela abraçada para o restaurante, e seguimos a caminho de casa, terminando tudo ali.
No dia seguinte, chegou umas ameaças no Facebook de uns amigos da Honrada 2, aqueles estavam no fast-food esperando ela, enquanto ela dava para meu colega no carro, mandaram mensagem para o Acerola e Marreco: "Vocês gostam de abusar de mulher né? seus pau no cu, etc etc etc"
Após uns 3 dias, chegou uma intimação da delegacia da mulher, na casa de todos nós que estavam ali, infelizmente até minha família ficou sabendo disso, porque a Polícia ligou na minha casa e nem foi eu que atendi, o Marreco já conseguiu ocultar da família o ocorrido. Naquele momento, todos nós gelamos ali mesmo, o cu não passava nem WiFi. A família do Acerola, já ficou sabendo e ajudou ele a pagar um advogado na época para se precaver, lembro que o valor foi de 4 mil. O advogado foi a delegacia antes que nós e pegou todo o contexto da situação e marcou uma reunião com todos nós.
Ali ele disse, "Acerola, ela informou no boletim de ocorrência que fez sexo com você, mas não foi totalmente consensual, ela não queria certas coisas e disse que você fez"
"Marreco, ela informou na denuncia que você entrou no carro, passou a mão nela e apertou seu pescoço"
Eu, o coitado do Buscapé que deu PT e nem sabia onde estava, e o segurança da guarita que estacionamento que estava lá conosco, ficamos como testemunha nesse BO.
A honrada 2 fez exame de corpo de delito e não constou nada, a prova era justamente a palavra dela somente, e realmente uma das coisas que aprendi na aula de Direito Penal na faculdade, é que a palavra da "vítima" em crimes sexuais, é a prova principal, ou seja, basta ela apenas falar que aconteceu e pronto.
Bom, chegando o dia de depor na delegacia, paguei 450 reais somente para o advogado me acompanhar como testemunha na época (como fui ingênuo) o cara nem abriu a boca.
Contei meu depoimento para a delegada carrasca, que debatia tudo como se o caso já estivesse resolvido e todos foram culpados, falei que meu pai também era policial, que sempre fui uma pessoa honesta, nunca tive problema nenhum e tive uma boa criação. Ela tinha um monte de prints que pegaram em nosso Facebook na época, fotos na balada, festas, como se fossemos os maiores delinquentes do mundo. Por algum motivo ela começou a pegar mais leve comigo, pois viu que eu era uma pessoa de bem.
Enfim, os dois acusados Marreco e Acerola foram depor, deram a versão deles do que ocorreu, uma versão BEM mais coerente do que a dela. Acerola disse que tiveram relação sexual sim, foi totalmente consensual, ela não se queixou de nada, inclusive voltaram abraçados para o restaurente no pós ocorrido, se houvesse algo que ela não tivesse gostado/aceitado, teria saído sozinha dali mesmo e chamado os amigos ou segurança.
Simplesmente ela defendeu que ficou insegura e resolveu agir "normalmente" para se sentir melhor ali e tomar a providência depois.
Referente ao Marreco, se defendeu dizendo que não tocou nela em momento algum, e que o exame de corpo de delito feito, que não constou nada, já era a prova disso. A honrada 2 ainda apareceu com uns prints de conversa no WhatsApp no pós ocorrido, com o Marreco dizendo que queria terminar oque o Acerola começou, que estava louco por ela, e tudo mais.
O celular de ambos foi para perícia na época para checar a veracidade das mensagens, pois o Marreco jurou de pé junto que aquelas mensagens não era dele, com certeza ela poderia ter forjado com os amigos betas protetores dela que estavam no ocorrido.
Portanto, tudo isso ocorrido em 2016, passou muitos anos, em 2019, chegou uma intimação para eu ir no forúm testemunhar esse fato, advinhem? Esse boletim de ocorrência virou um inquérito policial, que virou uma denúncia do ministério público e a partir dali, Acerola e Marreco eram réus na frente da juíza (que também era mulher).
Compareci ao meu testemunho, relatei exatamente o mesmo fato relatado em 2016 naquela delegacia, nada diferente, juntamente com todos que ali estavam e fizeram o mesmo. O advogado tinha cobrado mais 10 mil do Acerola para defende-lo na esfera judicial, o mesmo optou por continuar com um defensor público do estado junto com o Marreco.
Como já estava bem avançado na faculdade de Direito, já havia adquirido experiências em cargos concursados de estágios temporários que passei, tanto na Defensoria Pública, como na Procuradoria Geral da União, já entendia muito bem de como funcionava o processo e na época e consegui entrar nos autos para acompanhar o processo na época.
Assisti a todos depoimentos, inclusive da garota, (era magrinha, a coisa mais linda do mundo), ficou gorda, esquisita e claramente uma feminista. Quando assisti os depoimentos, fiquei assustado.
A versão dela foi completamente diferente da delegacia na época, ela imputou várias coisas amais, ela endemonizou tudo, disse até que fiquei rindo do lado de fora do carro, enquanto ela era abusada, disse que combinamos tudo, que provavelmente já tínhamos hábito daquilo, surreal. Ela contratou um escritório de advocacia somente de mulheres, especializada em casos assim, especializadas em FODER a vida do homem. Hoje como advogado também, tenho certeza que teve uma mão dessas advogadas naquele depoimento.
Quando entrei nos autos, também olhei o documento da perícia, não tinha nada informando sobre a veracidade das mensagens, mas pegaram todo o histórico de pesquisas do celular do Marreco e tinha mensagens do tipo "Como sumir do mapa", "Como tirar a própria vida", coisas assim, desse tipo, claramente mostrando o desespero que teve na época.
Por fim, em 2020 saiu a sentença, Acerola e Marreco condenados a 9 anos de prisão em regime fechado. Na época o desespero e choro deles foi grande, eu conhecia aqueles caras, sabia que eles nunca tiveram a intenção de nada do tipo, até porque nenhum deles são sub-five, boa aparência, o mais baixo de nós tinha 1.80, nunca precisaram daquilo.
O defensor público da época tentou acalmar, disse que ainda tinha apelação, enfim, passou mais 2 anos...
Marreco, de 2016 a 2022, já tinha se casado e estava com três filhos, morando com sua esposa e tudo mais...
Acerola estava namorando uma guria também a muitos anos.
Então, em 2022, saiu a sentença de apelação e a pena de ambos se manteve ali, 6 anos ao Marreco e 9 anos ao Acerola em regime inicial fechado, não foram absolvidos pelos desembargadores, mesmo todos sendo réus primários. Nenhum deles tinha barganha para mandar o processo ao STF, portanto, ali se acabava tudo. O defensor público nem avisou, Marreco que foi atrás para saber oque ia acontecer, a partir dali, foi orientado se apresentar a justiça. A família conversou com o Acerola, mas o mesmo preferiu não se entregar.
Depois de todos esses anos, Marreco teve que revelar a sua família, algo que ele pensou que não daria em nada, acabou com sua vida. Fiquei sabendo um tempo depois que algumas semanas antes, ele foi andar no centro da cidade aqui sem destino e queria se jogar de uma ponte aqui, porém, ele tem três filhos e esposa e pensou melhor. Portanto, teve a sábia escolha de se entregar e no momento está preso, cumprindo sua pena.
Acerola, literalmente sumiu, não tive mais noticias, está foragido até hoje, nem a família sabe, mas a polícia civil sempre está de olhos nos familiares próximos dele para descobrir alguma coisa, fiquei sabendo que foram até na lanchonete do cunhado dele e deram uma intimidada lá.
Buscapé, casou também e teve seus dois filhos, as vezes vejo ele por aqui e conversamos sobre esse livramento que Deus nos deu
Eu me tornei advogado, sempre tive um sonho de ser policial, desde pequeno, referência do meu pai que hoje não está mais aqui. Não tive problemas para me tornar advogado, mas quando passei no concurso da polícia, tive que prestar essa informação na minha ficha e tive que fazer um recurso administrativo para provar que nunca corroborei com nada do que houve, me deu uma dor de cabeça, mas no final deu certo e estou na academia de polícia.
As vezes reflito sobre tudo isso e agradeço muito a Deus, por nunca ter sido refém da minha libido e me protegido aquele dia sobre o profano feminino e seus encantamentos, pois se eu tivesse assinado alguma coisa ou ter sido preso, jamais poderia ter realizado meu sonho de ser policial por conta dos antecedentes, muito menos ser Advogado, pois na inscrição na OAB também exige certidões de antecedentes criminais para comprovar idoneidade moral e ética para profissão.
Fica este meu relato
O ano era 2016, eu e três colegas da época, Acerola, Marreco e Buscapé, estávamos em uma festa da faculdade conhecida como "trote", quem foi universitário aqui sabe como funciona. Eu era calouro na faculdade de direito, o restante dos colegas não eram universitários, apenas moravam nas aproximações e íamos em alguns roles juntos, pegar umas gatinhas, todos tínhamos 18 anos na época, com exceção do Buscapé que tinha entre 16/17 anos.
Fomos no trote de uma faculdade particular bem renomada na região e geralmente quem estuda lá, eram playboys e patricinhas. Estava com o carro do meu pai na época, marquei com todos os três colegas e fomos até lá. No local, compraram uma garrafa de whisky "Red Label" e tomaram com energético, como eu estava dirigindo na época, CNH provisória e tudo mais, resolvi por não beber naquele respectivo dia para não dar sorte ao azar.
No decorrer da festa, conhecemos duas honradas que estudavam nessa faculdade, se encontravam alcoolizadas e dançando em cima de uma mesa de brilhar no bar que estávamos. Tendo os colegas ingerido whisky, já estavam alterados e ali, já se tornaram refém da libido, porém, nada fora do comum, apenas jovens de 18 anos se divertindo e curtindo a festa e mulherada.
Acerola e Buscapé, chegaram nas honradinhas que ali estavam, a Honrada 1 deu um fora no Buscapé, que ficou somente ali na amizade conosco e tudo bem. A honrada 2, já topou ficar com o Acerola, e os dois ficaram naquele rolê insalubre se beijando e tocando a noite inteira.
No meio da madrugada, quando topamos ir embora, oferecemos uma carona para as honradinhas que estavam conosco no rolê, portanto, elas aceitaram a carona e dali partimos. A honrada 1 que estava ali somente na amizade, ficou em uma estação de trem próxima a casa dela, então ela sai de cena a partir daqui. A Honrada 2 estava no banco de trás se pegando com o Acerola, o Buscapé atrás de vela e o Marreco no banco do passageiro no meu lado.
A honrada 2 me fala assim, "Gente, vamos voltar no bar da festa, pois tenho outros amigos lá e acho que vou embora com eles", como ainda estávamos perto do local, decidimos voltar. Chegando lá, conhecemos os amigos playboys dela, e a partir dali, a Honrada 2 teve a brilhante ideia de ir em um restaurante Fast-Food que tinha próximo ao local para comermos. Pois então partimos, ela foi no carro com os amigos, e fomos eu e os três colegas no meu.
Agora começa a ficar interessante...
Nesse meio tempo, Acerola que estava pegando a Honrada 2, já tinha trocado WhatsApp com ela e tudo mais, os dois já estavam marcando de dar mais uns pegas, a Honrada 2 chegou no restaurante antes que nós com os amigos, entraram lá dentro para fazer o pedido. Após alguns minutos, chegamos lá, quando manobrei o carro no estacionamento, Buscapé começou a passar mal por causa da bebida e fui socorre-lo, a final, ele era o único de menor de idade ali. Peguei ele e levei próximo a guarita do segurança do estacionamento do local, para vomitar, sentar na guia e tomar um ar.
Enquanto eu descia do carro e fui para outro local, Marreco veio comigo para auxiliar no socorro ao Buscapé, Acerola marcou com a Honrada 2 de ficar com ela no carro enquanto estávamos fora, o carro era totalmente filmado, portanto, impossível de enxergar quem está de fora. Então o Acerola entrou no restaurante e saiu de lá com a Honrada 2 abraçado e entraram no carro, enquanto o pedido dela não ficava pronto. Nesse momento os dois ficaram dentro do carro se pegando com força.
Enquanto eu, Buscapé e Marreco estávamos do outro lado, nesse momento o Buscapé já tinha "apagado" e estava fora de cena. Marreco chegou em mim e falou assim, " Mano, seguinte, o Acerola está pegando a Honrada 2 no carro agora, mas quando estávamos lá no bar, ela deu muito mole pra mim, tenho certeza que ela quer me pegar, acho que até você pega também, ela está muito fácil". Sempre fui meio tímido, respeitoso referente as mulheres e nunca fui muito "pra frente", sempre fiquei com mulheres que claramente deixavam sinal pra mim, que não foi o caso.
Então respondi ao Marreco, "Mano, eu to de boa, estou tranquilo, não to afim não".
Marreco: "Ah, você é muito mole mano, faz assim, pede para eles saírem do carro, quando o Acerola descer, você entra lá e chega nela"
Respondi: "Não mano, to suave, to afim não"
Marreco: "Então deixa que eu faço, você é muito devagar".
Com o Buscapé apagado, estava decidido a ir embora, então peguei ele me aproximei do carro, comecei a bater no vidro para se tocarem e saírem pra fora, pois o carro estava sendo fechado por dentro e não conseguia abrir e também não seria apropriado abrir ali também com ambos lá dentro.
Nesse momento chamei o Marreco e falei "Tenta abrir o carro, não estou conseguindo, chama eles para irem embora, por favor". Nesse momento Marreco se aproxima do carro, até o momento que ele consegue abrir a porta do motorista, e entra dentro do carro e fecha a porta. No momento estava o Acerola com a Honrada 2 no banco de trás, e o Marreco no banco do motorista, esse momento durou menos de 2 minutos, foi muito rápido, tempo esse que pareceu uma eternidade depois.
Após esse tempo, o Acerola sai do carro com a Honrada 2 do banco de trás, ela estava meio que colocando a alça do sutiã, claramente tirou a roupa lá dentro e tudo mais. Dei uma apressada neles e ainda falei "Vamos embora logo, antes que o segurança da guarita pense que estamos fazendo besteira aqui"
Acerola volta com ela abraçada para o restaurante, e seguimos a caminho de casa, terminando tudo ali.
No dia seguinte, chegou umas ameaças no Facebook de uns amigos da Honrada 2, aqueles estavam no fast-food esperando ela, enquanto ela dava para meu colega no carro, mandaram mensagem para o Acerola e Marreco: "Vocês gostam de abusar de mulher né? seus pau no cu, etc etc etc"
Após uns 3 dias, chegou uma intimação da delegacia da mulher, na casa de todos nós que estavam ali, infelizmente até minha família ficou sabendo disso, porque a Polícia ligou na minha casa e nem foi eu que atendi, o Marreco já conseguiu ocultar da família o ocorrido. Naquele momento, todos nós gelamos ali mesmo, o cu não passava nem WiFi. A família do Acerola, já ficou sabendo e ajudou ele a pagar um advogado na época para se precaver, lembro que o valor foi de 4 mil. O advogado foi a delegacia antes que nós e pegou todo o contexto da situação e marcou uma reunião com todos nós.
Ali ele disse, "Acerola, ela informou no boletim de ocorrência que fez sexo com você, mas não foi totalmente consensual, ela não queria certas coisas e disse que você fez"
"Marreco, ela informou na denuncia que você entrou no carro, passou a mão nela e apertou seu pescoço"
Eu, o coitado do Buscapé que deu PT e nem sabia onde estava, e o segurança da guarita que estacionamento que estava lá conosco, ficamos como testemunha nesse BO.
A honrada 2 fez exame de corpo de delito e não constou nada, a prova era justamente a palavra dela somente, e realmente uma das coisas que aprendi na aula de Direito Penal na faculdade, é que a palavra da "vítima" em crimes sexuais, é a prova principal, ou seja, basta ela apenas falar que aconteceu e pronto.
Bom, chegando o dia de depor na delegacia, paguei 450 reais somente para o advogado me acompanhar como testemunha na época (como fui ingênuo) o cara nem abriu a boca.
Contei meu depoimento para a delegada carrasca, que debatia tudo como se o caso já estivesse resolvido e todos foram culpados, falei que meu pai também era policial, que sempre fui uma pessoa honesta, nunca tive problema nenhum e tive uma boa criação. Ela tinha um monte de prints que pegaram em nosso Facebook na época, fotos na balada, festas, como se fossemos os maiores delinquentes do mundo. Por algum motivo ela começou a pegar mais leve comigo, pois viu que eu era uma pessoa de bem.
Enfim, os dois acusados Marreco e Acerola foram depor, deram a versão deles do que ocorreu, uma versão BEM mais coerente do que a dela. Acerola disse que tiveram relação sexual sim, foi totalmente consensual, ela não se queixou de nada, inclusive voltaram abraçados para o restaurente no pós ocorrido, se houvesse algo que ela não tivesse gostado/aceitado, teria saído sozinha dali mesmo e chamado os amigos ou segurança.
Simplesmente ela defendeu que ficou insegura e resolveu agir "normalmente" para se sentir melhor ali e tomar a providência depois.
Referente ao Marreco, se defendeu dizendo que não tocou nela em momento algum, e que o exame de corpo de delito feito, que não constou nada, já era a prova disso. A honrada 2 ainda apareceu com uns prints de conversa no WhatsApp no pós ocorrido, com o Marreco dizendo que queria terminar oque o Acerola começou, que estava louco por ela, e tudo mais.
O celular de ambos foi para perícia na época para checar a veracidade das mensagens, pois o Marreco jurou de pé junto que aquelas mensagens não era dele, com certeza ela poderia ter forjado com os amigos betas protetores dela que estavam no ocorrido.
Portanto, tudo isso ocorrido em 2016, passou muitos anos, em 2019, chegou uma intimação para eu ir no forúm testemunhar esse fato, advinhem? Esse boletim de ocorrência virou um inquérito policial, que virou uma denúncia do ministério público e a partir dali, Acerola e Marreco eram réus na frente da juíza (que também era mulher).
Compareci ao meu testemunho, relatei exatamente o mesmo fato relatado em 2016 naquela delegacia, nada diferente, juntamente com todos que ali estavam e fizeram o mesmo. O advogado tinha cobrado mais 10 mil do Acerola para defende-lo na esfera judicial, o mesmo optou por continuar com um defensor público do estado junto com o Marreco.
Como já estava bem avançado na faculdade de Direito, já havia adquirido experiências em cargos concursados de estágios temporários que passei, tanto na Defensoria Pública, como na Procuradoria Geral da União, já entendia muito bem de como funcionava o processo e na época e consegui entrar nos autos para acompanhar o processo na época.
Assisti a todos depoimentos, inclusive da garota, (era magrinha, a coisa mais linda do mundo), ficou gorda, esquisita e claramente uma feminista. Quando assisti os depoimentos, fiquei assustado.
A versão dela foi completamente diferente da delegacia na época, ela imputou várias coisas amais, ela endemonizou tudo, disse até que fiquei rindo do lado de fora do carro, enquanto ela era abusada, disse que combinamos tudo, que provavelmente já tínhamos hábito daquilo, surreal. Ela contratou um escritório de advocacia somente de mulheres, especializada em casos assim, especializadas em FODER a vida do homem. Hoje como advogado também, tenho certeza que teve uma mão dessas advogadas naquele depoimento.
Quando entrei nos autos, também olhei o documento da perícia, não tinha nada informando sobre a veracidade das mensagens, mas pegaram todo o histórico de pesquisas do celular do Marreco e tinha mensagens do tipo "Como sumir do mapa", "Como tirar a própria vida", coisas assim, desse tipo, claramente mostrando o desespero que teve na época.
Por fim, em 2020 saiu a sentença, Acerola e Marreco condenados a 9 anos de prisão em regime fechado. Na época o desespero e choro deles foi grande, eu conhecia aqueles caras, sabia que eles nunca tiveram a intenção de nada do tipo, até porque nenhum deles são sub-five, boa aparência, o mais baixo de nós tinha 1.80, nunca precisaram daquilo.
O defensor público da época tentou acalmar, disse que ainda tinha apelação, enfim, passou mais 2 anos...
Marreco, de 2016 a 2022, já tinha se casado e estava com três filhos, morando com sua esposa e tudo mais...
Acerola estava namorando uma guria também a muitos anos.
Então, em 2022, saiu a sentença de apelação e a pena de ambos se manteve ali, 6 anos ao Marreco e 9 anos ao Acerola em regime inicial fechado, não foram absolvidos pelos desembargadores, mesmo todos sendo réus primários. Nenhum deles tinha barganha para mandar o processo ao STF, portanto, ali se acabava tudo. O defensor público nem avisou, Marreco que foi atrás para saber oque ia acontecer, a partir dali, foi orientado se apresentar a justiça. A família conversou com o Acerola, mas o mesmo preferiu não se entregar.
Depois de todos esses anos, Marreco teve que revelar a sua família, algo que ele pensou que não daria em nada, acabou com sua vida. Fiquei sabendo um tempo depois que algumas semanas antes, ele foi andar no centro da cidade aqui sem destino e queria se jogar de uma ponte aqui, porém, ele tem três filhos e esposa e pensou melhor. Portanto, teve a sábia escolha de se entregar e no momento está preso, cumprindo sua pena.
Acerola, literalmente sumiu, não tive mais noticias, está foragido até hoje, nem a família sabe, mas a polícia civil sempre está de olhos nos familiares próximos dele para descobrir alguma coisa, fiquei sabendo que foram até na lanchonete do cunhado dele e deram uma intimidada lá.
Buscapé, casou também e teve seus dois filhos, as vezes vejo ele por aqui e conversamos sobre esse livramento que Deus nos deu
Eu me tornei advogado, sempre tive um sonho de ser policial, desde pequeno, referência do meu pai que hoje não está mais aqui. Não tive problemas para me tornar advogado, mas quando passei no concurso da polícia, tive que prestar essa informação na minha ficha e tive que fazer um recurso administrativo para provar que nunca corroborei com nada do que houve, me deu uma dor de cabeça, mas no final deu certo e estou na academia de polícia.
As vezes reflito sobre tudo isso e agradeço muito a Deus, por nunca ter sido refém da minha libido e me protegido aquele dia sobre o profano feminino e seus encantamentos, pois se eu tivesse assinado alguma coisa ou ter sido preso, jamais poderia ter realizado meu sonho de ser policial por conta dos antecedentes, muito menos ser Advogado, pois na inscrição na OAB também exige certidões de antecedentes criminais para comprovar idoneidade moral e ética para profissão.
Fica este meu relato