29-05-2022, 09:37 PM
Terminei de ler o livro Walden de Henry Thoreau. Achei esse livro bem interessante. Conta a história de um cara em 1800 e pouco que aos 28 anos de idade decidiu ir morar no meio da floresta sozinho. É um cara que nunca se casou, nunca votou, nunca se formou em nenhuma profissão, não pagava impostos e até foi preso por isso - e conta a história em outro livro que eu achei muito bom chamado Desobediência Civil (Tópico).
Ele defendia hábitos austeros e poucas necessidades. E no livro ele critica as pessoas ao seu redor que passam a vida toda correndo de um lado pro outro para sustentar luxos desnecessários e chamar a atenção um dos outros e no final acabam se sobrecarregando atoa, passam sufocos e não aproveitam a vida, até os lazeres eles tentam aproveitar de forma rápida para não perder tempo. Então ele critica os seus conterrâneos por estarem sempre sobrecarregados, sem tempo, por pagarem caro por roupas só porque tem um ou dois riscos a mais e são de determinada marca, de ficarem atrás de modinhas e tendências. De ficarem o tempo todo buscando conforto. Se endividando e gastando pra ornamentar a casa em vez de focar na estrutura básica e essencial bem feita. Sempre vivendo acima de suas expectativas e de sua renda. Que era o que ele chamava de penitência voluntária porque não tinham necessidade de passar por isso. Tentam viver com muito mais do que precisam. Enquanto ele defendia viver bem com pouco.
Ele gastou 28 dólares e construiu uma casa simples e reforçada (mas sem adorno nenhum) no meio do bosque. Enquanto os conterrâneos gastavam 20 a 100 dólares por ano de aluguel e moravam aglomerados no centro da cidade com casas apenas um pouco maiores, mas com goteiras e problemas de encanamento, gastando com luxos e confortos dispensáveis, com dívidas no limite e se parassem de trabalhar seriam despejados e ficariam sem ter onde morar. Enquanto ele gastou pouco e tinha a casa própria, comia de forma simples e precisava trabalhar só seus 40 dias no ano em pequenos serviços que arrumava para se manter e tirava o resto pra pescar, escrever e fazer o que queria no seu tempo livre.
Temos um tópico no fórum sobre esse livro: Os homens e suas vidas de desespero silencioso.
Terminei o livro De quanta terra precisa um homem? de Liev Tolstói. São pequenos contos e o principal acaba levando a mesma reflexão do livro acima. De pessoas que ficam o tempo todo correndo sem parar para no final não chegar em lugar nenhum e nem aproveitar o curto espaço de tempo que tinha para viver de fato.
“A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” Educação, Pág 57.