20-07-2021, 09:02 PM
(16-07-2021, 10:28 AM)Bandeirante Paulista Escreveu: E hoje, o que me diz sobre isso tudo? (ao criador do tópico).
Conseguiu organizar melhor seus pensamentos neste sentido?
Sim, de fato eu consegui.
Tirar um tempo aqui do fórum me ajudou e me agregou muito de certa forma. Infelizmente eu sou de uma geração que possui muito contato com a tecnologia e quase sempre tem algum tipo de aplicativo ou novidade que existe puramente no sentido de me "prender" e viciar no mesmo. Quando finalmente comecei a me isolar e sentir o peso da minha própria existência, ou seja, quando passei a não me basear em experiências ou histórias que lia por ai no fórum e em outros lugares, comecei a vislumbrar o meu próprio caminho.
Hoje, já estou no 9 período de Engenharia (trabalhando como projetista de uma multinacional do petróleo) e pretendo fazer uma pós-graduação ou uma outra graduação voltada puramente para a psicologia.
Eu resumiria bastante o tópico criado por mim em um conceito que aprendi há um tempo atrás, através do Aldous Huxley.
![[Image: 61KtzRdpNbL._SX332_BO1,204,203,200_.jpg]](https://images-na.ssl-images-amazon.com/images/I/61KtzRdpNbL._SX332_BO1,204,203,200_.jpg)
Juntamente com um pouco de conhecimento do psicólogo C. Jung que sempre tratou sobre símbolos e o inconsciente coletivo.
Hoje, eu definiria quem somos em "fronteira máxima da nossa consciência":
O limite entre descobrir coisas novas e o de saber o que precisa ser lembrado.
Nosso cérebro funciona de certa forma "julgando" o que merece permanecer e consequentemente eliminando as informações que não julga necessário para a nossa sobrevivência.
E somos fortemente influenciados pela nossa história (assim como Nietz aborda) e nossa genética.
Logo, quem veio antes de nós, o local em que somos criados e a forma como interpretamos o mundo (através de nossa própria individualidade) acabam por moldar a nossa consciência como algo totalmente independente do mundo.
Ainda sobre o livro que citei acima, ele diz algo sobre o homem dar mais sentido a palavra que define um sentimento do que o próprio sentimento em si.
Como eu abordei no inicio do tópico:
"No fim eu não quero que entenda minhas palavras, nem que as sinta. Minhas palavras são nada além da tentativa falha de descrever algo que não é para se entender e sim... Se perder. Se achar não é nada além do que se perder, clichê eu sei, mas ao se aprofundar você entende."
Eu ainda não compreendia a forma como os símbolos criados por nós (sentimentos) e os símbolos criados pela sociedade (linguagem) se comunicavam com o bruto da nossa experiência existencial.
Antes de existir uma palavra, existia um sentimento (que era a forma como nosso corpo encarava determinadas situações, uma linguagem introspectiva) e antes de existir um sentimento existe quem nós realmente somos.
Claro, podemos dizer que "somos" a consequência de tudo isso e ponto final. Mas é importante relembrar que o caminho do autoconhecimento e do engrandecimento da alma vem do fortalecimento de nossas memórias mais antigas, assim como pessoas e mais pessoas se perdem no mundo de desinformação (Pessoas que dizem que a terra é plana, vacina é uma falácia [parênteses enorme aqui, me refiro ao movimento anti-vacina que existe desde antes de começar o covid]) nós quanto pessoas isoladas em nossa própria individualidade nos perdemos no mundo de "deslembrança".
O contato com a QUALIA se torna cada vez mais distante conforme nos interessamos apenas por palavras e histórias ao invés de experiências existenciais. (Que eu julgo de certa forma, ser o caminho em que eu estava originalmente ao escrever o tópico). Por isso, eu diria que muitos aqui acharam fútil ou desinteressante o que eu estava escrevendo. Eu falava sobre coisas tão básicas quanto a respiração (ou pelo menos tentei falar sobre).
Caso alguém se interesse pelo assunto ou queira saber mais sobre essa "fronteira" perceptiva que existe em cada um de nós, recomendo a leitura do livro acima.
Claro, não é uma leitura comum e muito menos que você veria em um fórum da real sendo recomendado, mas particularmente é um assunto que sempre me interessou e que julgo ser importante.
Julgo ainda que para a maioria dos senhores esse livro será um simples passeio falando sobre como a água é molhada, mas para alguns será como encostar no mar pela primeira vez.
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