11-03-2021, 12:52 PM
(01-10-2020, 08:44 AM)Héracles Escreveu:
O livro é fraco no começo, mas do meio pra frente fica interessante. Algumas passagens são bem fortes, sem dúvida, mas não achei tão pesado e escabroso assim, especialmente pq se tratava de uma período de guerra, e guerras são cruéis. É interessante notar, que o programa dos bebes perfeitos Nazistas (Lebensborn) segue uma "visão de mundo" baseada nas leis de Licurgo. Aliás, é bem sabido que Hitler tinha um grande conhecimento da mitologia Germânica e Indo-européia e com certeza o seu idealismo é fruto dessas cosmovisões. Talvez Esparta, se existisse hoje, seria como a Alemanha Nazista? Muito provavelmente. E quem aqui não é fã de Esparta? É algo a se pensar, apesar que muitas coisas ditas sobre o Nazismo é puro achismo e folclore. Porém é bom lembrar de uma célebre frase da antiguidade, que definitivamente coloca uma diferença central em tudo isso:
Citação:"Mostraram ao rei Agis uma nova catapulta que poderia atingir mortalmente a 200 jardas. Diante disso, ele se lamentou: Deus meu, acabou-se o heroísmo".
O ideal de virtudes que tanto admiramos no Espartanos advinham, e muito, da necessidade de uma proximidade letal para se alcançar o inimigo. Inovações tecnológicas praticamente acabaram com a honra nas lutas. Talvez esse fato tenha produzido efeitos tão diversos, se tratando de duas sociedades que tinham um alicerce ideológico semelhante. Enfim ... voltando ao livro...
Também não achei surpreendente o final. Na verdade, era algo bem previsto, dada as circunstâncias.
O mais legal de toda a história é a noção de que as nossas crenças limitantes podem ser destruídas a qualquer momento, e que as coisas que acreditamos podem ser, na verdade, uma maquiagem mortal da realidade. Por isso, se prender irredutivelmente a paradigmas e dogmas (que MUITOS AQUI NO FÓRUM tem o costume de fazer) pode ser um baita tiro no pé e um caminho certo para o vazio existencial. Resumindo, o que eu aprendi com o livro foi: no seu PIOR INIMIGO você pode encontrar toda a sua razão de viver e a salvação. Pensem nisso.
O relato histórico é muito bom, e por mais escabroso que pareça, todas as coisas pelas quais o moleque Max passa, realmente acontecerão, inclusive o irmão polonês dele, foi um sujeito que realmente existiu.
Vale a lida se você não for muito afoito para que comece a parte interessante, pq o começo é bem maçante e sem graça.
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Sou suspeito para falar dessa série. Fantástica!!! (se você se basear na qualidade de série da netflix para julgar os livros, além de estar fodidamente enganado, você é um grande pau no cu. as únicas coisas parecidas são os nomes dos personagens... pode confiar)
Depois de matar Ubba, Utredh vai atrás do Rei Alfredo o Grande (único rei da Inglaterra que teve a honra de receber essa alcunha, e não foi por acaso como veremos nessa série) reivindicar a sua glória que foi "usurpada" por um engomadinho playboy puxa saco do rei. E é aí que ele já começa a se foder ...
Os relatos históricos, e o conhecimento da cultura saxônica e nórdica que Bernard Cornwell tem é impressionante. A leitura é muito suave e divertida, ele consegue facilmente te transportar para aquela época ... você vai sentir adrenalina e saber como é estar no meio de uma parede de escudos, onde uns endemoniados lunáticos barbados tentam te enfiar uma espada de 1,5m nas suas tripas, e partir seu crânio com um machado, depois disso, estuprar sua esposa e seu filhos.
Noções de honra são dadas a todo momento, o nosso universo masculino é todo vasculhado... ao mesmo tempo, noções de imprudência, e de como a negligência do homem pode ser fatal, principalmente para os inocentes.
Foi nessa série que eu aprendi uma lição muito importante que eu comecei a levar na minha vida e tenho a certeza que me mudou drasticamente, a de que os melhores elementos da sociedade não estão confinados numa raça especifica, ou num lugar especial, são aqueles que vão primeiro... são aqueles que fazem a primeira linha de defesa (ou ataque) numa parede de escudos. São aqueles que vão morrer pelo colega ao lado sem pensar duas vezes. Esse tipo de sujeito, sempre será o primeiro a morrer, os que ficam, são os covardes, os fracos, os estúpidos ... reflita sobre isso e entenda como pode ser aplicado no seu cotidiano.
A linha de frente da parede de escudos é onde estão os verdadeiros homens... nunca mais esqueça disso.
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Estou lendo mais um aí, mas cansei de escrever... outra hora comento.
"Compreendi o tormento cruciante do sobrevivente da guerra, a sensação de traição e covardia experimentada por aqueles que ainda se agarram à vida quando seus camaradas já dela se soltaram." (Xeones para o rei Xerxes)