08-10-2015, 06:25 PM
(Parte Final)
Por Conde de M. Cristo em 09 Nov 2011, 12:17
Bom, no dia seguinte, Domingo, eu acordei e fui para a minha loja. Aliás, sobre a loja, eu já tinha pensado bem e resolvi entregar o ponto para o dono. Estava tão atolado em dívidas, não tinha mais de onde tirar, não tinha mais condições de manter o negócio em pé, além de estar desanimado em continuar a frente por conta disso. Já lhe devia 2 meses de aluguel e durante a semana seguinte me reuni com ele para definir esses detalhes. Já falo sobre isso mais adiante.
Fechei a loja e liguei para a Aline dizendo que iria passar lá para pegar meu DVD,TV e aparelho de som. Seriam as únicas coisas que eu queria de volta, o resto (móveis e eletrodomésticos)ficariam com ela. Cheguei lá ela estava naquele clima de velório. Recolhi minhas coisas, coloquei no carro (do meu pai, que me emprestou) e ainda conversamos um pouco. Ela me disse que na noite passada tinha saído, estava chateada com o que tinha acontecido, foi com umas amigas em uma balada. Eu nem dei muita atenção a isso e queria ver com ela sobre a casa, pois teria que devolver a chave na imobiliária. Tratamos disso, combinamos de durante a semana resolver essa situação. O que eu deixei lá na casa acabou indo para a casa da mãe dela. Enfim, de certa forma estava resolvido essa questão.
Semana que segue. Era metade de setembro e na conversa que tive com o dono do ponto, chegamos ao acordo de lhe entregar no último dia do mês.
Fiquei lá por mais uns 20 dias se não me engano.
Na segunda-feira fui a lan house para olhar o orkut da Aline, ver o que ela estava fazendo ultimamente. Como fazia tempo que não via, me despertou a curiosidade. Foi então que eu descobri que ela estava saindo com um cara, pelos papos que eu vi por lá. Deduzi então que ela já estava saindo a um bom tempo com ele e provavelmente era a respeito dele que ela cochichava com a prima no sábado quando eu me dei conta do que estava acontecendo.
Naquele mesmo dia ela me ligou. Aquela mesma babaquice, querendo saber como eu tava e tal. Nisso eu lhe falei sobre esse cara que vi no orkut dela. Ela me disse que o conheceu no sábado em que terminamos, na balada que ela me disse que foi. E que eles estavam no processo de se conhecer e tal. Não disse mais nada, me despedi e desliguei. A cara de pau/cinismo dela eram impressionantes.
Nos dias seguintes eu continuei olhando o orkut dela. Na época eu mesmo me perguntava o porque de ficar me torturando fazendo isso, mas a minha curiosidade era maior. Ela mudou o nick para "namorando"" e ele fez o mesmo. Ela começou a colocar fotos deles dois juntos, o chamava de amor, de lindo etc. Claramente ela estava fazendo isso para me atingir.
Dias depois ela apareceu na loja. Me disse que passou para dar um oi, ver como eu estava, que apesar de tudo o que aconteceu queria que fôssemos amigos pois ela me "considerava muito". Conversamos um pouco e ela me mostrou a nova tattoo que ela tinha feito. Um enorme dragão nas costas, de ponta a ponta. Fiquei pasmo com o tamanho da demência dela. Fez isso pois o cara que ela estava namorando curtia tattoos, rock e ela queria com isso fazer uma média com ele. Ela era uma pessoa totalmente sem personalidade, extremamente volúvel. Só um detalhe. Tinha uma loja do lado da minha em que o dono era um cara super gente boa, éramos amigos e a filha dele também era super gente boa. A Aline nas vezes que ia na época por lá acabou fazendo amizade com ela.
Dias depois a Aline foi lá de novo. Conversamos rapidamente e em seguida, como ela tinha visto que a filha do dono da outra loja, a Silvia(nome fictício), estava lá ficaram um bom tempo conversando. Depois ela ainda veio na minha loja e começou a me dizer que me amava de verdade, estava com aquele cara por carência, pediu para sairmos aquele dia, que ia ser tudo diferente. Obviamente me neguei a todas as tentativas dela, por mais que a Matrix me empurrasse na sua direção, fui forte e bati o pé. Pedi para ela não me procurar mais, seguir a vida dela que eu seguiria a minha. Ela então me pediu um último favor, pediu que a deixasse em um lugar, na casa de uma amiga. Eu disse que não, que iria fechar a loja e iria para casa pois estava muito cansado. Mas ela insistiu, falou que era perto dali e tal. Enfim, ela me encheu tanto o saco que acabei a levando ao local . Deu o horário, fechei aloja e fomos. Em primeiro lugar ela mentiu que era perto, era um pouco longe. Em segundo lugar não era casa de amiga dela porra nenhuma. Chegando lá ela me apontou a casa que ela iria ficar. Pediu para que eu parasse um pouco antes. Parei, ela se despediu de mim e desceu. Eu ainda fiquei lá parado observado ela. Ligou para alguém e em seguida ela foi em direção a casa. Quando abriram o portão para ela eu sai com o carro e passei em frente. Vi que ela na verdade tinha feito eu levar ela na casa do cara, ela estava na garagem abraçando e beijando ele. Eu fiquei muito puto, sai cantando pneu e fui dali até em casa xingando ela pra caralho. Porra, eu era entregador de buceta agora, era um "Foda Delivery"? Vai tomar no cú! A vadia filha da puta tinha prazer sádico em me sujeitar a essas humilhações.
Mas, mal eu sabia o que ela queria, de fato, vindo esses dias atrás de mim e nesse último tentar de toda forma dar para mim. A Silvia, assim como o pai dela, era minha amiga também, devido a amizade que eu tinha com seu pai e pela proximidade das lojas. Ela veio na minha loja e disse que precisava conversar comigo. Já era quase final de expediente e pudemos conversar numa boa. Ela me pediu, antes, que eu não comentasse nada com a Aline sobre o que ela iria me falar. Aceitei e então ela me falou.
Me disse que a Aline contou a ela que estava namorando um cara, mas que ele meio que maltratava, cagava e andava para ela, só a queria para sexo e nada mais. Ela já estava receosa sobre o futuro dessa relação, visto que o cara era baladeiro e mulherengo. Então a Aline disse para a Silvia que nas últimas transas com ele ela não usou camisinha e estava com forte suspeita de ter engravidado dele.
Ela pensou então em transar comigo e se confirmasse a gravidez, eu assumir, sendo que era do cara e eu nem iria desconfiar. Ela disse a Silvia que me achava mais responsável para ser o pai de um filho dela do que o outro. Isso deixou a Silvia muito revoltada, pela cara de pau, cinismo dela dizer isso. A Silvia me disse que se segurou bem para não dizer umas boas a Aline e que estava me contando aquilo para eu ficar esperto com ela. Disse a Silvia, então, que a Aline tinha me chamado para sair, mais graças a Deus usei a cabeça e não aceitei. Com isso, somado mais tudo o que ela havia me feito, definitivamente resolvi riscá-la da minha vida e seguir em frente, priorizando resolver meus problemas, dívidas, arrumar algo para fazer depois que eu entregasse o ponto. Ela tentou me ligar diversas vezes, mas eu decidi não mais atendê-la, cortar de vez qualquer contato.
Bom, a loja já estava falida. Somando tudo, todas as dívidas que eu tinha, deu quase R$ 30.000,00 !!!
Fiquei meio perdido, num mato sem cachorro. Não quis recorrer ao meu pai, pois ele já tinha me ajudado muito anteriormente e não queria envolvê-lo nisso, quis resolver sozinho. Afinal de contas, se eu me enfiei naquele buraco era eu mesmo que teria que sair. E, como meu próprio pai me ensinou, eu iria assumir todas as responsabilidades pelos meus atos. Foi quando me lembrei da minha tia, aquela mesma que trabalhava como autônoma para a prefeitura e resolvi que iria trabalhar nisso até conseguir pagar tudo que eu devia e pôr minha vida em ordem.
Fui a noite a casa dela, lhe expliquei a minha situação. Ela já estava a par de tudo o que a Aline havia me feito. Ela me adiantou para pagar as dívidas mais urgentes R$ 4.000,00. E ela descontaria aos poucos conforme fosse pagando minhas comissões das minha produções, sem juros, apenas para me ajudar. Nunca me esqueci e jamais vou me esquecer a força que essa minha tia me deu. Tenho uma dívida de gratidão eterna com ela.
Chegou o fim do mês. Entreguei o ponto ao dono. Conversamos bastante, lhe agradeci, paguei um aluguel que estava atrasado e lhe prometi que no fim do próximo mês lhe daria o outro. Ele aceitou, lamentou muito que não tivesse dado certo e me desejou sorte na minha nova empreitada.
Segunda-feira, dia 1°de outubro de 2007, começava no meu novo serviço com a minha tia. Levantei cedo, tomei café e antes de sair minha mãe me desejou sorte, dizendo que eu iria sair daquela situação. Lhe agradeci, abracei-a e saí. Entrei no carro (do meu pai que me emprestaria para trabalhar) e antes de ligá-lo e sair, fiz uma oração e comecei a pensar em tudo aquilo que me aconteceu. Me passou todo o filme, todas as humilhações a que me submeti, todas as minhas irresponsabilidades comigo mesmo. E que agora estava liberto, o pesadelo estava chegando ao fim. Eu prometi naquele momento a mim mesmo que não pouparia esforços e suor para pagar todas as minha dívidas e reconstruir a minha vida a partir de então. Provaria a mim mesmo que do mesmo jeito que me afundei naquela merda toda eu iria sair, dar a volta por cima. Não iria me abater com tudo aquilo, não iria me entregar daquele jeito.
Fiquei de outubro a dezembro trabalhando o dia inteiro, entrei de cabeça nesse trabalho, me dediquei muito. Fazia visitas a clientes até nos fins de semana, chegava tarde em casa. Nesse período consegui pagar metade das minhas dívidas, com muito suor, trabalho e esforço.
Nesse meio tempo, fiquei acompanhando ela pelo orkut. Ela acabou ficando com o cara, namorando sério. Ela tinha feito mais uma tattoo, desta vez com o nome do cara, no braço. Postava fotos e mais fotos deles dois juntos em baladas, shows, dia a dia. E, para a minha surpresa, fiquei sabendo depois que em dezembro daquele ano ela se CASOU com ele, de papel passado e tudo. E foram morar juntos na casa dos pais dele.
Chegou o ano novo. Embora estivesse trabalhando bem, pagando minha dívidas, estava muito gordo, pra baixo, deprimido. No dia 31, à noite, meu irmão tinha viajado para a praia e então tinha ficado em casa só eu e meus pais. Eles se arrumavam para ir na casa da minha avó passar a virada por lá com os restante da família. Eu resolvi não ir, quis passar sozinho aquela virada, embora eles insistissem para que eu fosse. Mas pedi que eles respeitassem a minha decisão e eles assim o fizeram e foram. Eu tinha comprado umas caixas de skol lata, pus na geladeira e fiquei lá fora, no quintal sozinho, bebendo, refletindo, relembrando todas as merdas, humilhações que havia passado. Quis ficar só naquele momento, passar aquela virada daquela forma melancólica, sozinho para eu sentir/ver o quanto tudo aquilo era ruim, dolorido, triste, vergonhoso, para nunca mais me sujeitar a passar por nada daquilo novamente. Na minha cabeça, 2008 era ano de vida nova!
E assim se seguiu. A partir de janeiro comecei a fazer uma dieta e a fazer caminhadas pela manhã. Estava com 130 kg e me dispus a mudar aquela situação. Continuei meu serviço, estava cada dia melhor, fechando bons contratos, fazendo uma ótima carteira de clientes. Eu acho que em Abril, se não me engano, eu consegui finalmente pagar todas as dívidas provenientes da loja. Faltava só limpar meu nome, o que naquela altura do campeonato era de menos, visto que as dívidas da loja envolviam nomes de terceiros e não o meu. Por isso que priorizei pagar isso primeiro, obviamente.
Chegamos a junho de 2008. Naquela altura já estava de nome limpo, livre de dívidas e já havia pago a minha tia o dinheiro que ela me emprestou, assim como paguei uma grana que um grande amigo meu me emprestou posteriormente. Já tinha perdido uns 20 kg graças a minha força de vontade e determinação. Já tinha uma vida normal, tinha esquecido bem da Aline, embora sempre estava acompanhando os passos dela pelo orkut.
A essa altura já tinha computador em casa. Nesse período todo pós-Aline, conheci e cheguei a me relacionar com algumas garotas. Começava bem mas sempre acabava me dando mal. Seguia sempre o mesmo roteiro, as tratava bem, era romântico, mandava rosas, bombons, era gentil, atencioso, ligava sempre, me preocupava, fazia favores na intenção de agradar. Mas sempre elas me largavam ou me tiravam para miguxo, sendo que depois eu via que estas mesmas acabavam ficando com caras nada a ver, que cagavam e andavam para elas.
Apesar da minha vida ter melhorado muito no aspecto financeiro, físico e psicológico, isso ainda me incomodava e me confundia muito. Afinal, como lidar com as mulheres? O que elas querem de fato? Onde eu estava errando? Eu era romântico, atencioso, cavalheiro, amigo, sensível, prestativo mas mesmo assim não conseguia me dar bem com elas? Não foi assim que eu cresci sendo ensinado pela professora na escola, pela minha mãe, pela mídia, sociedade, amigos, demais mulheres?
Por Conde de M. Cristo em 09 Nov 2011, 12:17
Bom, no dia seguinte, Domingo, eu acordei e fui para a minha loja. Aliás, sobre a loja, eu já tinha pensado bem e resolvi entregar o ponto para o dono. Estava tão atolado em dívidas, não tinha mais de onde tirar, não tinha mais condições de manter o negócio em pé, além de estar desanimado em continuar a frente por conta disso. Já lhe devia 2 meses de aluguel e durante a semana seguinte me reuni com ele para definir esses detalhes. Já falo sobre isso mais adiante.
Fechei a loja e liguei para a Aline dizendo que iria passar lá para pegar meu DVD,TV e aparelho de som. Seriam as únicas coisas que eu queria de volta, o resto (móveis e eletrodomésticos)ficariam com ela. Cheguei lá ela estava naquele clima de velório. Recolhi minhas coisas, coloquei no carro (do meu pai, que me emprestou) e ainda conversamos um pouco. Ela me disse que na noite passada tinha saído, estava chateada com o que tinha acontecido, foi com umas amigas em uma balada. Eu nem dei muita atenção a isso e queria ver com ela sobre a casa, pois teria que devolver a chave na imobiliária. Tratamos disso, combinamos de durante a semana resolver essa situação. O que eu deixei lá na casa acabou indo para a casa da mãe dela. Enfim, de certa forma estava resolvido essa questão.
Semana que segue. Era metade de setembro e na conversa que tive com o dono do ponto, chegamos ao acordo de lhe entregar no último dia do mês.
Fiquei lá por mais uns 20 dias se não me engano.
Na segunda-feira fui a lan house para olhar o orkut da Aline, ver o que ela estava fazendo ultimamente. Como fazia tempo que não via, me despertou a curiosidade. Foi então que eu descobri que ela estava saindo com um cara, pelos papos que eu vi por lá. Deduzi então que ela já estava saindo a um bom tempo com ele e provavelmente era a respeito dele que ela cochichava com a prima no sábado quando eu me dei conta do que estava acontecendo.
Naquele mesmo dia ela me ligou. Aquela mesma babaquice, querendo saber como eu tava e tal. Nisso eu lhe falei sobre esse cara que vi no orkut dela. Ela me disse que o conheceu no sábado em que terminamos, na balada que ela me disse que foi. E que eles estavam no processo de se conhecer e tal. Não disse mais nada, me despedi e desliguei. A cara de pau/cinismo dela eram impressionantes.
Nos dias seguintes eu continuei olhando o orkut dela. Na época eu mesmo me perguntava o porque de ficar me torturando fazendo isso, mas a minha curiosidade era maior. Ela mudou o nick para "namorando"" e ele fez o mesmo. Ela começou a colocar fotos deles dois juntos, o chamava de amor, de lindo etc. Claramente ela estava fazendo isso para me atingir.
Dias depois ela apareceu na loja. Me disse que passou para dar um oi, ver como eu estava, que apesar de tudo o que aconteceu queria que fôssemos amigos pois ela me "considerava muito". Conversamos um pouco e ela me mostrou a nova tattoo que ela tinha feito. Um enorme dragão nas costas, de ponta a ponta. Fiquei pasmo com o tamanho da demência dela. Fez isso pois o cara que ela estava namorando curtia tattoos, rock e ela queria com isso fazer uma média com ele. Ela era uma pessoa totalmente sem personalidade, extremamente volúvel. Só um detalhe. Tinha uma loja do lado da minha em que o dono era um cara super gente boa, éramos amigos e a filha dele também era super gente boa. A Aline nas vezes que ia na época por lá acabou fazendo amizade com ela.
Dias depois a Aline foi lá de novo. Conversamos rapidamente e em seguida, como ela tinha visto que a filha do dono da outra loja, a Silvia(nome fictício), estava lá ficaram um bom tempo conversando. Depois ela ainda veio na minha loja e começou a me dizer que me amava de verdade, estava com aquele cara por carência, pediu para sairmos aquele dia, que ia ser tudo diferente. Obviamente me neguei a todas as tentativas dela, por mais que a Matrix me empurrasse na sua direção, fui forte e bati o pé. Pedi para ela não me procurar mais, seguir a vida dela que eu seguiria a minha. Ela então me pediu um último favor, pediu que a deixasse em um lugar, na casa de uma amiga. Eu disse que não, que iria fechar a loja e iria para casa pois estava muito cansado. Mas ela insistiu, falou que era perto dali e tal. Enfim, ela me encheu tanto o saco que acabei a levando ao local . Deu o horário, fechei aloja e fomos. Em primeiro lugar ela mentiu que era perto, era um pouco longe. Em segundo lugar não era casa de amiga dela porra nenhuma. Chegando lá ela me apontou a casa que ela iria ficar. Pediu para que eu parasse um pouco antes. Parei, ela se despediu de mim e desceu. Eu ainda fiquei lá parado observado ela. Ligou para alguém e em seguida ela foi em direção a casa. Quando abriram o portão para ela eu sai com o carro e passei em frente. Vi que ela na verdade tinha feito eu levar ela na casa do cara, ela estava na garagem abraçando e beijando ele. Eu fiquei muito puto, sai cantando pneu e fui dali até em casa xingando ela pra caralho. Porra, eu era entregador de buceta agora, era um "Foda Delivery"? Vai tomar no cú! A vadia filha da puta tinha prazer sádico em me sujeitar a essas humilhações.
Mas, mal eu sabia o que ela queria, de fato, vindo esses dias atrás de mim e nesse último tentar de toda forma dar para mim. A Silvia, assim como o pai dela, era minha amiga também, devido a amizade que eu tinha com seu pai e pela proximidade das lojas. Ela veio na minha loja e disse que precisava conversar comigo. Já era quase final de expediente e pudemos conversar numa boa. Ela me pediu, antes, que eu não comentasse nada com a Aline sobre o que ela iria me falar. Aceitei e então ela me falou.
Me disse que a Aline contou a ela que estava namorando um cara, mas que ele meio que maltratava, cagava e andava para ela, só a queria para sexo e nada mais. Ela já estava receosa sobre o futuro dessa relação, visto que o cara era baladeiro e mulherengo. Então a Aline disse para a Silvia que nas últimas transas com ele ela não usou camisinha e estava com forte suspeita de ter engravidado dele.
Ela pensou então em transar comigo e se confirmasse a gravidez, eu assumir, sendo que era do cara e eu nem iria desconfiar. Ela disse a Silvia que me achava mais responsável para ser o pai de um filho dela do que o outro. Isso deixou a Silvia muito revoltada, pela cara de pau, cinismo dela dizer isso. A Silvia me disse que se segurou bem para não dizer umas boas a Aline e que estava me contando aquilo para eu ficar esperto com ela. Disse a Silvia, então, que a Aline tinha me chamado para sair, mais graças a Deus usei a cabeça e não aceitei. Com isso, somado mais tudo o que ela havia me feito, definitivamente resolvi riscá-la da minha vida e seguir em frente, priorizando resolver meus problemas, dívidas, arrumar algo para fazer depois que eu entregasse o ponto. Ela tentou me ligar diversas vezes, mas eu decidi não mais atendê-la, cortar de vez qualquer contato.
Bom, a loja já estava falida. Somando tudo, todas as dívidas que eu tinha, deu quase R$ 30.000,00 !!!
Fiquei meio perdido, num mato sem cachorro. Não quis recorrer ao meu pai, pois ele já tinha me ajudado muito anteriormente e não queria envolvê-lo nisso, quis resolver sozinho. Afinal de contas, se eu me enfiei naquele buraco era eu mesmo que teria que sair. E, como meu próprio pai me ensinou, eu iria assumir todas as responsabilidades pelos meus atos. Foi quando me lembrei da minha tia, aquela mesma que trabalhava como autônoma para a prefeitura e resolvi que iria trabalhar nisso até conseguir pagar tudo que eu devia e pôr minha vida em ordem.
Fui a noite a casa dela, lhe expliquei a minha situação. Ela já estava a par de tudo o que a Aline havia me feito. Ela me adiantou para pagar as dívidas mais urgentes R$ 4.000,00. E ela descontaria aos poucos conforme fosse pagando minhas comissões das minha produções, sem juros, apenas para me ajudar. Nunca me esqueci e jamais vou me esquecer a força que essa minha tia me deu. Tenho uma dívida de gratidão eterna com ela.
Chegou o fim do mês. Entreguei o ponto ao dono. Conversamos bastante, lhe agradeci, paguei um aluguel que estava atrasado e lhe prometi que no fim do próximo mês lhe daria o outro. Ele aceitou, lamentou muito que não tivesse dado certo e me desejou sorte na minha nova empreitada.
Segunda-feira, dia 1°de outubro de 2007, começava no meu novo serviço com a minha tia. Levantei cedo, tomei café e antes de sair minha mãe me desejou sorte, dizendo que eu iria sair daquela situação. Lhe agradeci, abracei-a e saí. Entrei no carro (do meu pai que me emprestaria para trabalhar) e antes de ligá-lo e sair, fiz uma oração e comecei a pensar em tudo aquilo que me aconteceu. Me passou todo o filme, todas as humilhações a que me submeti, todas as minhas irresponsabilidades comigo mesmo. E que agora estava liberto, o pesadelo estava chegando ao fim. Eu prometi naquele momento a mim mesmo que não pouparia esforços e suor para pagar todas as minha dívidas e reconstruir a minha vida a partir de então. Provaria a mim mesmo que do mesmo jeito que me afundei naquela merda toda eu iria sair, dar a volta por cima. Não iria me abater com tudo aquilo, não iria me entregar daquele jeito.
Fiquei de outubro a dezembro trabalhando o dia inteiro, entrei de cabeça nesse trabalho, me dediquei muito. Fazia visitas a clientes até nos fins de semana, chegava tarde em casa. Nesse período consegui pagar metade das minhas dívidas, com muito suor, trabalho e esforço.
Nesse meio tempo, fiquei acompanhando ela pelo orkut. Ela acabou ficando com o cara, namorando sério. Ela tinha feito mais uma tattoo, desta vez com o nome do cara, no braço. Postava fotos e mais fotos deles dois juntos em baladas, shows, dia a dia. E, para a minha surpresa, fiquei sabendo depois que em dezembro daquele ano ela se CASOU com ele, de papel passado e tudo. E foram morar juntos na casa dos pais dele.
Chegou o ano novo. Embora estivesse trabalhando bem, pagando minha dívidas, estava muito gordo, pra baixo, deprimido. No dia 31, à noite, meu irmão tinha viajado para a praia e então tinha ficado em casa só eu e meus pais. Eles se arrumavam para ir na casa da minha avó passar a virada por lá com os restante da família. Eu resolvi não ir, quis passar sozinho aquela virada, embora eles insistissem para que eu fosse. Mas pedi que eles respeitassem a minha decisão e eles assim o fizeram e foram. Eu tinha comprado umas caixas de skol lata, pus na geladeira e fiquei lá fora, no quintal sozinho, bebendo, refletindo, relembrando todas as merdas, humilhações que havia passado. Quis ficar só naquele momento, passar aquela virada daquela forma melancólica, sozinho para eu sentir/ver o quanto tudo aquilo era ruim, dolorido, triste, vergonhoso, para nunca mais me sujeitar a passar por nada daquilo novamente. Na minha cabeça, 2008 era ano de vida nova!
E assim se seguiu. A partir de janeiro comecei a fazer uma dieta e a fazer caminhadas pela manhã. Estava com 130 kg e me dispus a mudar aquela situação. Continuei meu serviço, estava cada dia melhor, fechando bons contratos, fazendo uma ótima carteira de clientes. Eu acho que em Abril, se não me engano, eu consegui finalmente pagar todas as dívidas provenientes da loja. Faltava só limpar meu nome, o que naquela altura do campeonato era de menos, visto que as dívidas da loja envolviam nomes de terceiros e não o meu. Por isso que priorizei pagar isso primeiro, obviamente.
Chegamos a junho de 2008. Naquela altura já estava de nome limpo, livre de dívidas e já havia pago a minha tia o dinheiro que ela me emprestou, assim como paguei uma grana que um grande amigo meu me emprestou posteriormente. Já tinha perdido uns 20 kg graças a minha força de vontade e determinação. Já tinha uma vida normal, tinha esquecido bem da Aline, embora sempre estava acompanhando os passos dela pelo orkut.
A essa altura já tinha computador em casa. Nesse período todo pós-Aline, conheci e cheguei a me relacionar com algumas garotas. Começava bem mas sempre acabava me dando mal. Seguia sempre o mesmo roteiro, as tratava bem, era romântico, mandava rosas, bombons, era gentil, atencioso, ligava sempre, me preocupava, fazia favores na intenção de agradar. Mas sempre elas me largavam ou me tiravam para miguxo, sendo que depois eu via que estas mesmas acabavam ficando com caras nada a ver, que cagavam e andavam para elas.
Apesar da minha vida ter melhorado muito no aspecto financeiro, físico e psicológico, isso ainda me incomodava e me confundia muito. Afinal, como lidar com as mulheres? O que elas querem de fato? Onde eu estava errando? Eu era romântico, atencioso, cavalheiro, amigo, sensível, prestativo mas mesmo assim não conseguia me dar bem com elas? Não foi assim que eu cresci sendo ensinado pela professora na escola, pela minha mãe, pela mídia, sociedade, amigos, demais mulheres?