08-10-2015, 06:19 PM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 08-10-2015, 06:19 PM por Axiom.)
Nisso, empurrando com a barriga, passamos o fim de ano juntos, na minha casa, com meus pais. Diferente de outros anos, meus pais já não tinham a mesma empolgação com a Aline, acho que já percebendo a forma que ela me tratava e eu não enxergava. Minha mãe fez um jantar, comemos. Subimos para o meu quarto e deitamos na cama e em seguida transamos, mas, mesmo assim ela estava se comportando de uma forma muito diferente.
Ela estava triste, distante, fria. Em seguida, mais tarde, depois da meia noite e virada de ano, apareceram lá em casa o Vicente e a Lívia. Ficamos nós quatro lá fora conversando e de repente as duas se afastaram de nós, eu e o Vicente, para, segundo ela, “falar de assuntos de mulheres”. Não engoli essa e embora não estivesse ouvido o teor da conversa, percebi que nesse angu tinha caroço.
Chegamos a 2006 e eu tinha passado o meu ponto comercial para frente. Dias depois apareceu uma ótima chance que um amigo de meu pai estava propondo. Um ponto em um local excelente, uma área nobre de SP por um aluguel bem baixo. Isso ele fez por conta de que os anteriores ele cobrou um valor alto e sempre acabava tomando calote e falindo o ponto. Ele só o fez pra mim pela amizade de muitos anos com meu pai, pela confiança.
E assim eu iniciava na outra loja, com um funcionário apenas que contratei, um rapaz novo, de uns 19 anos, sem experiência anterior, mas muito esforçado, correto, com interesse em aprender e que me ajudou muito por lá. E assim se seguiu. Consegui em alguns meses sanar o prejuízo que tive na loja anterior e comecei a levantar bem o ponto, deixando bem repleto de mercadorias, sem deixar faltar nada, o tornando, em pouco tempo, um dos melhores da região.
Voltando ao meu relacionamento, a Aline continuava com o seu comportamento. Um dia, ela foi até a minha loja esperar eu fechar porque iríamos sair junto com o Vicente e a Lívia para um barzinho. De repente, lá na loja o celular dela toca. Era a Andréia, a sua amiga do serviço. No meio da conversa eu escuto ela dizer para a Andréia: “Ah, tá indo, né amiga, você sabe como que é isso. Eu olho assim, não tem nada a ver. Mas não sei te explicar, mas é forte, do balacobaco!”
Ali eu fiquei alerta e percebi que tinha outro na jogada, foi nítido que ela estava se referindo a algum cara que ela estava saindo. Tirei satisfação com ela, ela disse que não era nada demais, que eu era muito desconfiado e ciumento, não tinha nada a ver.
Eu estava puto da vida com aquilo, por mais que ela explicasse e jogasse a culpa em mim, eu não tirei da cabeça que ela estava com outro. Fechei a loja, fomos buscar o Vicente mais a Lívia e chegamos ao barzinho. Eu mudei meu comportamento com ela, estava agressivo, fumava um cigarro atrás do outro, bebi pra cacete, tomei todas. Além de palavras agressivas, comecei a jogar indiretas nela. Teve uma hora que ela foi ao banheiro com a Lívia e o Vicente me perguntou porque eu estava assim tão diferente e revoltado.
Eu disse a ele que o meu problema era com a Aline apenas, que ele e a Lívia não tinham nada a ver com aquilo, pedi até desculpas a ele por conta disso. Na hora de voltar para casa, voltei dirigindo que nem um imbecil retardado, em alta velocidade e dando freadas bruscas, tudo isso para expressar a ela minha revolta com tudo aquilo que ela estava fazendo. Ela já estava chorando muito a essa altura, não esboçava nenhuma reação. Meu amigo no banco de trás me pedia para ir mais devagar enquanto a Lívia tentava acalmar a Aline. Quando chegamos na casa do Vicente, onde ele iria ficar com a Lívia, a Aline desceu do carro, tirou a aliança do seu dedo e jogou no chão, dizendo que eu era um louco, que ela não gostou nada de eu ter feito aquilo e que estava tudo terminado entre nós, de forma definitiva. Fui pra casa chorando, arrependido do que tinha feito e fui dormir.
No dia seguinte, tentei entrar em contato com ela mas não consegui. Liguei então para o Vicente perguntando sobre ela. Ele me disse que não ficaram ali, que ela foi dormir na casa da Lívia e que estava lá. Liguei para a Lívia e ela me disse que a Aline não estava mais lá, tinha ido para a casa dela e que não queria falar comigo. Entrei em desespero, liguei na casa dela e a avó disse que ela não estava. Desisti e a noite, quando fechei a loja, passei na casa do Vicente. Lhe disse tudo o que estava acontecendo entre eu e a Aline, que não estava entendo tudo aquilo, que a minha reação na noite anterior foi meio que uma revolta com tudo isso.
Ele então me abriu o jogo. Me disse que a Lívia tinha lhe dito que a Aline estava ficando com um cara da empresa dela já fazia alguns meses já. E que ela estava totalmente apaixonada pelo cara, que estava chateada por ele não largar a noiva que ele tinha para ficar com ela. Ela era apenas um caso dele, um rolo, uma amante. Mas ela estava disposta a fazer tudo para que ele ficasse com ela. Até para simpatias/magias de amor ela estava apelando. E ele me disse que ela estava ainda comigo por conta de, caso não dar certo o lance dela com o amante ela me ter como carta na manga. Ela me via como uma espécie de "porto seguro".
Aquilo tudo caiu como uma bomba na minha cabeça. Agora eu pude entender tudo o que estava acontecendo, todas as minhas dúvidas anteriores estava sanada com essa revelação que o Vicente me fez. Por isso ela estava fria e distante comigo, me dando migalhas de sexo e atenção e com muita má vontade ainda. Por isso ela chegava tarde de seus “happy hours”, desligava o celular durante a semana, se irritava a toa comigo. Era sobre ele que ela se referiu ao telefone naquele dia, na minha loja, com a Andréia. Enfim, a partir daquele momento, tudo começou a fazer sentido, as peças do quebra-cabeça se encaixaram todas na minha cabeça.
No dia seguinte tentei ligar para ela e não em atendeu. Liguei para a mãe dela, e ela me disse que ela tinha ido para o trabalho e que de lá iria para a casa da Lívia dormir por lá. A noite quando fechei a loja, fui na casa da Lívia e a Aline estava lá. Chamei ela e fomos conversar dentro do carro. Lhe tirei satisfações, lhe disse que já sabia de tudo. Ela começou a chorar e disse que a culpa era minha, que o nosso namoro havia caído na rotina, que não aguentava mais ir para casa de meus pais, que eu estava trabalhando demais e vivia cansado, que eu não lhe dava mais atenção. E que definitivamente estava tudo acabado, que ela iria viver a vida dela.
Eu, resignado e triste com tudo aquilo, fui embora para casa, sem rumo e perdido na minha vida com toda aquela desilusão. Me perguntava onde eu havia errado, me julguei um merda por achar que não tinha sido homem suficiente com ela e que por isso ela se interessou por outro. Ou seja, estava assumindo uma culpa que não era e nunca foi minha. Estava totalmente submerso na Matrix, com uma bigorna amarrada em cada perna.
Ela estava triste, distante, fria. Em seguida, mais tarde, depois da meia noite e virada de ano, apareceram lá em casa o Vicente e a Lívia. Ficamos nós quatro lá fora conversando e de repente as duas se afastaram de nós, eu e o Vicente, para, segundo ela, “falar de assuntos de mulheres”. Não engoli essa e embora não estivesse ouvido o teor da conversa, percebi que nesse angu tinha caroço.
Chegamos a 2006 e eu tinha passado o meu ponto comercial para frente. Dias depois apareceu uma ótima chance que um amigo de meu pai estava propondo. Um ponto em um local excelente, uma área nobre de SP por um aluguel bem baixo. Isso ele fez por conta de que os anteriores ele cobrou um valor alto e sempre acabava tomando calote e falindo o ponto. Ele só o fez pra mim pela amizade de muitos anos com meu pai, pela confiança.
E assim eu iniciava na outra loja, com um funcionário apenas que contratei, um rapaz novo, de uns 19 anos, sem experiência anterior, mas muito esforçado, correto, com interesse em aprender e que me ajudou muito por lá. E assim se seguiu. Consegui em alguns meses sanar o prejuízo que tive na loja anterior e comecei a levantar bem o ponto, deixando bem repleto de mercadorias, sem deixar faltar nada, o tornando, em pouco tempo, um dos melhores da região.
Voltando ao meu relacionamento, a Aline continuava com o seu comportamento. Um dia, ela foi até a minha loja esperar eu fechar porque iríamos sair junto com o Vicente e a Lívia para um barzinho. De repente, lá na loja o celular dela toca. Era a Andréia, a sua amiga do serviço. No meio da conversa eu escuto ela dizer para a Andréia: “Ah, tá indo, né amiga, você sabe como que é isso. Eu olho assim, não tem nada a ver. Mas não sei te explicar, mas é forte, do balacobaco!”
Ali eu fiquei alerta e percebi que tinha outro na jogada, foi nítido que ela estava se referindo a algum cara que ela estava saindo. Tirei satisfação com ela, ela disse que não era nada demais, que eu era muito desconfiado e ciumento, não tinha nada a ver.
Eu estava puto da vida com aquilo, por mais que ela explicasse e jogasse a culpa em mim, eu não tirei da cabeça que ela estava com outro. Fechei a loja, fomos buscar o Vicente mais a Lívia e chegamos ao barzinho. Eu mudei meu comportamento com ela, estava agressivo, fumava um cigarro atrás do outro, bebi pra cacete, tomei todas. Além de palavras agressivas, comecei a jogar indiretas nela. Teve uma hora que ela foi ao banheiro com a Lívia e o Vicente me perguntou porque eu estava assim tão diferente e revoltado.
Eu disse a ele que o meu problema era com a Aline apenas, que ele e a Lívia não tinham nada a ver com aquilo, pedi até desculpas a ele por conta disso. Na hora de voltar para casa, voltei dirigindo que nem um imbecil retardado, em alta velocidade e dando freadas bruscas, tudo isso para expressar a ela minha revolta com tudo aquilo que ela estava fazendo. Ela já estava chorando muito a essa altura, não esboçava nenhuma reação. Meu amigo no banco de trás me pedia para ir mais devagar enquanto a Lívia tentava acalmar a Aline. Quando chegamos na casa do Vicente, onde ele iria ficar com a Lívia, a Aline desceu do carro, tirou a aliança do seu dedo e jogou no chão, dizendo que eu era um louco, que ela não gostou nada de eu ter feito aquilo e que estava tudo terminado entre nós, de forma definitiva. Fui pra casa chorando, arrependido do que tinha feito e fui dormir.
No dia seguinte, tentei entrar em contato com ela mas não consegui. Liguei então para o Vicente perguntando sobre ela. Ele me disse que não ficaram ali, que ela foi dormir na casa da Lívia e que estava lá. Liguei para a Lívia e ela me disse que a Aline não estava mais lá, tinha ido para a casa dela e que não queria falar comigo. Entrei em desespero, liguei na casa dela e a avó disse que ela não estava. Desisti e a noite, quando fechei a loja, passei na casa do Vicente. Lhe disse tudo o que estava acontecendo entre eu e a Aline, que não estava entendo tudo aquilo, que a minha reação na noite anterior foi meio que uma revolta com tudo isso.
Ele então me abriu o jogo. Me disse que a Lívia tinha lhe dito que a Aline estava ficando com um cara da empresa dela já fazia alguns meses já. E que ela estava totalmente apaixonada pelo cara, que estava chateada por ele não largar a noiva que ele tinha para ficar com ela. Ela era apenas um caso dele, um rolo, uma amante. Mas ela estava disposta a fazer tudo para que ele ficasse com ela. Até para simpatias/magias de amor ela estava apelando. E ele me disse que ela estava ainda comigo por conta de, caso não dar certo o lance dela com o amante ela me ter como carta na manga. Ela me via como uma espécie de "porto seguro".
Aquilo tudo caiu como uma bomba na minha cabeça. Agora eu pude entender tudo o que estava acontecendo, todas as minhas dúvidas anteriores estava sanada com essa revelação que o Vicente me fez. Por isso ela estava fria e distante comigo, me dando migalhas de sexo e atenção e com muita má vontade ainda. Por isso ela chegava tarde de seus “happy hours”, desligava o celular durante a semana, se irritava a toa comigo. Era sobre ele que ela se referiu ao telefone naquele dia, na minha loja, com a Andréia. Enfim, a partir daquele momento, tudo começou a fazer sentido, as peças do quebra-cabeça se encaixaram todas na minha cabeça.
No dia seguinte tentei ligar para ela e não em atendeu. Liguei para a mãe dela, e ela me disse que ela tinha ido para o trabalho e que de lá iria para a casa da Lívia dormir por lá. A noite quando fechei a loja, fui na casa da Lívia e a Aline estava lá. Chamei ela e fomos conversar dentro do carro. Lhe tirei satisfações, lhe disse que já sabia de tudo. Ela começou a chorar e disse que a culpa era minha, que o nosso namoro havia caído na rotina, que não aguentava mais ir para casa de meus pais, que eu estava trabalhando demais e vivia cansado, que eu não lhe dava mais atenção. E que definitivamente estava tudo acabado, que ela iria viver a vida dela.
Eu, resignado e triste com tudo aquilo, fui embora para casa, sem rumo e perdido na minha vida com toda aquela desilusão. Me perguntava onde eu havia errado, me julguei um merda por achar que não tinha sido homem suficiente com ela e que por isso ela se interessou por outro. Ou seja, estava assumindo uma culpa que não era e nunca foi minha. Estava totalmente submerso na Matrix, com uma bigorna amarrada em cada perna.