14-09-2015, 04:09 PM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 14-09-2015, 04:14 PM por Teophilo.)
(11-09-2015, 03:05 PM)Sagitario Escreveu: Talvez fosse válido o confrade fazer um tópico sobre isso. Esse desapego que você conquistou, foi necessária a inclusão da parte espiritual, ou você acha possível conquistar o desapego sem incluir a área espiritual?
Só de falar em desapego se inclui a "área" espiritual. Apesar de que acho estranho essa dicotomia entre áreas, já que o homem enquanto homem é inclinado muito mais às coisas elevadas que às ínfimas.
Sem a Graça Divina o desapego é falso e impossível. Mas em relação a isso não se deve ter um comportamento de quietude, pelo contrário, deve ser feito tudo o que depende de si mesmo para que se alcance o desapego. Isso é antigo e sempre foi praticado em ambientes cristãos. O nome é ascese.
Em relação ao entendimento do porquê o desapego não só é desejável, mas dito também como obrigatório (pelo menos pela doutrina cristã), é que todo o homem deve ser reorientado para o fim último para o qual existe: a união com a Sabedoria. Isto é, nada do que é igual ou menor que o homem pode ser fim para ele.
Quaisquer bens de ordem material e físico, ou até mesmo moral e honorífico, jamais devem ser tratados com cobiça, já que a cobiça é a desordem do desejo. Tais bens são relativos em relação ao bem último, e embora possam ser desejados e mesmo necessários, jamais devem ser cobiçados.
Assim, o prazer-mór ou status de um homem deve estar sempre voltado para algo maior que ele e apropriado a ele obviamente. Qualquer bem igual ou menor que a pessoa e que a faça desejá-lo como a um fim em si mesmo devido ao prazer ou status que proporciona, na verdade a rebaixará, tirando sua dignidade de homem enquanto homem e seu convite às coisas mais elevadas.
Um exemplo prático é quando alguém toma como a um fim um carro, ou uma casa, ou o desejo de riqueza, ou o desejo de ser famoso, ou o desejo desta ou daquela profissão ou função, ou o desejo de poder sobre as pessoas, como o poder político, ou o desejo de relacionar com aquela mulher linda (ou aquele homem destacado, no caso das mulheres), ou desejo de ser reconhecido com uma boa pessoa, isto é, desejo de ser honrado, etc...............repare que todas essas coisas podem ser desejadas ou serem até mesmo necessárias, entretanto, nelas não se deve apegar como a um fim, como se nelas estivessem o prazer maior ou o status do ser humano. Repare também que a maioria das pessoas, independente de idade, sexo e condição financeira se apegam a um ou alguns desses bens como se fossem o fim para o qual existem, já que toda a sua vida é praticamente gasta em obtê-los, embora muitos não admitam. Porém na prática confirma-se isso. E de fato você vive para aquilo que seu coração tem como tesouro.
Da paz interior e da contemplação da sabedoria, prazeres inigualáveis, não goza o homem que tem como tesouro de seu coração bens menores ou iguais a ele. E na maioria das vezes nem percebe que há prazeres maiores e melhores do que os proporcionados por aqueles bens que julgam ser os mais desejáveis para si enquanto propriamente homem que é. Daí trata a felicidade como algo subjetivo, dependente da opinião de cada um, e relativiza os fins. É UM APEGADO, CEGO E TEM SUA DIGNIDADE DE HOMEM ENQUANTO HOMEM MACULADA.
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A suma felicidade do homem está na contemplação da verdade. (S. Tomás de Aquino)
A suma felicidade do homem está na contemplação da verdade. (S. Tomás de Aquino)
